24 - REENCONTRO
Eleonor, acorda depois de ter tido um sonho agitado. Na verdade, estava mais para um pesadelo do que um sonho. A criatura com olhos vermelhos cor de sangue e ensandecida não sai das suas lembranças mais profundas.
A frase: "Eu estou aqui, meu amor. " Ecoava bem alto em sua cabeça, mesmo depois de acordada.
Porém, quando a luz do quarto se ajusta no seu campo de visão, Eleonor encontra Rafael dormindo no sofá ao lado da sua cama. O braço engessado está bem acomodado encima do outro e a cabeça do rapaz pendendo levemente para a direita.
Eleonor, sai olhando para o corpo dele e conferindo se Rafael tem mais algum ferimento, fora o braço quebrado, a jovem só vê um hematoma perto do olho, que deve ter sido ocasionado pelo murro dado por um dos seguranças do Victor.
Subindo a visão, Eleonor assusta-se com os olhos de Rafael olhando-a de volta.
Ele abre um leve sorriso quando é percebido.
– E aí meu amor, como você está se sentindo hoje? Fico muito feliz que esteja melhor – Rafael, levanta-se capengando e segue até a cama de Eleonor, beijando suavemente seus lábios.
– Continuo com uma dor de cabeça que não me deixa. E você? Como está?
– O braço – Rafael, levanta o quebrado –, lateja tanto que parece que vai explodir.
Os dois gargalham.
– Tive medo de te perder. – Dispara Rafael.
A jovem, ruboriza a face num misto de lisonjeio com o estado de "sem graça".
– Estou feliz por estarmos bem... digo, sinto pela família dos que morreram, mas, se não tivesse acontecido o que aconteceu, seriam nossas famílias que estariam sofrendo agora.
– Verdade. E ainda me pego pensando na minha impotência diante do perigo. Ver você sendo arrastada para dentro daquele carro foi desesperador.
Os dois ficam em silencio.
– Mais, você não teve condições de fazer nada. Foram dois gigantes contra um.
– Contra um gigante?
– Um gigante meia-sola, mas ainda um gigante.
Novamente sorriem um para o outro. A risada espontânea é farta nos rostos do casal.
Rafael acaricia a face de Eleonor e o casal volta a se beijar, agora, mais demorados.
Um roçado na garganta interrompe o beijo.
– Rafael, desejo apresentar meu pai.
Rafael sem jeito estende sua mão boa para apertar a do futuro sogro.
– Dr. Hermes, não é isso?
– Prazer, e o seu nome?
– Rafael Torres.
Os dois se cumprimentam.
– O Rafael estuda lá na faculdade.
– Hum... e faz o que?
– Medicina... segundo ano. – Rafael, percebendo que pai e filha precisam de um tempo a sós, diz: – Bem, vou deixar vocês à vontade. Amor, eu te ligo. – Comunica Rafael esfregando uma mão na outra.
– Liga, estarei esperando.
Todos se despedem com um olhar e depois que Rafael sai, Hermes continua olhando para a porta.
– Filha, gostei dele. Sua mãe já conheceu?
– Ainda não... foi tudo tão rápido...
– Fico feliz por você e espero que...
– Vai dar tudo certo pai.
– Desculpe seu velho, são cuidados para com o amar da vida dele.
– Um velho que tira muito suspiro. Pensa que não vejo as mulheres olhando para o senhor?
– Está aí uma coisa que não me atento, até porque só tenho olhos para sua mãe.
Hermes, aproxima da cama e abraça a filha. A menina sente o coração do pai acelerado, por causa da emoção que se instaurou naquele minuto.
– Meu amor, a vida da gente não vai ficar mais fácil.
– Do que o senhor está falando? Qual o receio?
– Eu torço para que Victor seja encontrado com vida.
– O que eu não sei?
A pergunta de Eleonor, faz todo sentido, haja vista, a apreensão de Hermes está evidente.
– Tem coisas que você precisa saber.
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