23 - COMUNICADO
O delegado Pedro entrou na tal Sala de Reunião, que pediram para esperar. O ar frio da sala não chega ser incomodo. Nunca é fácil trazer notícias ruins para uma família que teve seu ente querido morto ou sumido.
Mas, sempre é pior quando a investigação não avança, e com certeza era para ter sido mais fácil, até porque o local tem câmeras alem de ser passagem moderada de carros e pedestres.
Voltando para a Sala de Reunião que é imponente... Há dez estantes com livros adquiridos desde a época do Império, que cobrem toda a parede da biblioteca do piso ao teto.
Entre as estantes, que com certeza fazem inveja a qualquer biblioteca no mundo, tem 5 bustos com a face dos últimos chefes da Família Nabuco.
Os bustos têm mais de 10 metros de altura, e o mesmo só é confeccionado quando o líder da organização morre.
Não há nenhum quadro, seja pintado à mão ou não.
Os moveis, são bicentenários. Todos eles.
As canetas que ficam disponíveis para escrever sobre as mesas de madeira Pau Brasil, são feitas de penas de ganso, e remontam ao reinado de D. Pedro II.
— Boa noite delegado. — Pedro é saudado por Adriano Nabuco que entra na Sala de Reunião demonstrando um pesar que não existe nenhum pouco.
Adriano, usa uma camisa branca da marca Dulce & Gabbana, com uma calça sarja bege e sapato branco mocassim, de mesma marca.
Os dois se cumprimentam apertando as mãos.
— Boa noite! O senhor já tem a resposta do que aconteceu com meu filho? — A voz de Adriano é sofrida, o que deixa Dr. Pedro sensibilizado.
— Não, Dr. Adriano... estamos investigando, pegamos as imagens do local, porém, nada ainda. Quem o senhor acha que poderia querer sequestrar seu filho?
— Ou mata-lo.
O delegado levanta uma das sobrancelhas, devido a tamanha certeza de Adriano.
— Por que o senhor acredita que seu filho esteja morto?
— Por que não recebi nenhuma ligação, pedindo alguma coisa. Meu Deus, que dor... a ausência de informação é angustiante.
Dr. Pedro, coça o olho esquerdo, dando um tempo para que Adriano se reestabeleça da morte do filho.
O que ele não imagina, é que há um tremendo de ator ali, bem na sua frente.
— Mas isso não quer dizer que ele esteja morto. Mas, caso o filho do senhor esteja morto, quem poderia fazer algo assim?
— Não tenho a mínima ideia. Na verdade, não sei quem teria colhões para tal..., porém, as vezes tem uns desavisados.
Os dois conversam em pé. De frente ao busto do seu avô, o falecido Natanael Nabuco.
— Como as cabeças foram... — Adriano, faz o gesto de decapitação com sua mão direita, antes de concluir a pergunta.
— Ainda espero laudo do Instituto de criminalística.
— A que se deve a demora? Pelo que sei, é um dos órgãos dos mais competentes.
—De fato o é, porém, a questão que não se chega a um consenso, é como as cabeças foram arrancadas do tronco.
— Sr. Victor queixou-se, avisou ou pelo menos insinuou que estava recebendo alguma ameaça?
— Não. Nunca. Mas, acho que se houvesse tido, ele não falaria. Meu filho sempre procurou resolver as coisas... sempre foi muito independente. Como levaram ele? Digo, temos pelo menos o carro em que meu filho levado?
— Ainda não.
— Então, a que se deve sua visita? Acredito que o senhor não deve fazer a mesma coisa com os menos afortunados.
Adriano alfineta o delegado.
— O que preciso do senhor não são desculpas, mas, respostas.
— Bem, tenho certeza que o senhor sabe a quantidade de amigos fluentes que tem, e entre eles está o governador. Logo, não preciso dizer como as ordens fluíram.
— Delegado, eu quero justiça e não vingança. Creio que o senhor sabe a quantidade de sangue que repousa sobre esta família. Sou um homem de paz e quero achar meu filho vivo.
— Nós vamos acha-lo, Dr. Adriano.
O celular do delegado toca e quando ele atende a ligação, sua expressão faz Adriano entender que Dr. Pedro já tem uma resposta.
— Dr. Adriano, sinto informar que o senhor precisa ir IML identificar o corpo de um rapaz que acaba de chegar. Lamento informar isso.
Adriano, retira-se da biblioteca sem dizer nada.
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