❝My Way❞ Part/7
Capítulo 1° "My Way"
O câncer é como a Theia, adentra nosso planeta e funde junto a nós, transformando a nossa matéria. Somos invadidas por ele repugnantemente, não temos força para lutar é quase tão forte quanto milhares de moléculas, ele domina cada canto aos poucos, consumindo. Sente o tumor crescendo e seu corpo tentando o rejeitar, e de repente ele já faz parte de você – hospedeiro.
Rostos distintos, sons dos carros transitando misturavam as vozes, pessoas esfregava os corpos uns nos outros, naquele centro movimentado. As fumaças densas presas no ar manchavam a atmosfera, que agora tornou-se uma imagem embaçada, nos edifícios com logotipos enormes. Era impossível perde-se, mas ela havia se perdido em algo maior, sua mente. Fitava a vitrine de vestidos nupciais, em uma expressão enojada. Quatro mulheres entravam na boutique empolgadas, loiras elegantemente vestidas.
Pensava como elas estragarão a vida casando com quem que fossem os noivos, sendo controladas ou, mais futuramente trocadas por vadias, ou quando a relação não houve felicidade e essa empolgação ser só mais uma lembrança, sentindo-se angustiadas e impotentes. Entretanto ali observando as atraentes mulheres, também sentiu inveja ⎯ elas pelo menos terão chance de viver o suficiente para estragar suas vidas, cuja a única preocupação seria a aparência.
Elas são felizes. Desejou que aquilo nunca acabasse, pelo menos não para elas, seria uma idiotice pensa daquele jeito, mas de uma forma ela se viu sorrindo para o alento, refletindo na vitrine algo incomum, no meio de vestidos de noiva⎯ a jovem Kiara sorria.
Jason estacionou o carro no quarteirão anterior como ela havia ordenado na ligação, e não fora difícil acha-la no mar de indivíduos. Contanto, qual era dificuldade de achar uma garota de cabelos flamejantes, esguia e aparentemente pálida?
Ela não fazia parte das pessoas que abusava da etiqueta, mas as roupas que vestia não era totalmente fora do padrão, apesar do exagero em preto, Kiara tinha esse dom de ficar atraente com aquele seu estilo, e contribuía com sua personalidade confiante. Verá ela de costas parada na frente de uma loja.
Usava um vestido preto um pouco acima dos joelhos, os tênis, e um boné do time de basquete, Georgetown Hoyas. Aproximou dela na surdina, discretamente focou no sorriso que ela possuía.
— Tive um problema com o técnico Sthilne. — Ele diz, olhando os vestidos, e aquele sorriso que ela rapidamente desfez.
Ela o olhou desconcertada, e antes dele dá uma última reparada na vitrine, ela estará andando desolada pelas calçadas, cortando pelas pessoas que perambulavam o movimentado centro.
Segui-a sem questionar, temia que a garota não o responderia, e estava certo em pensar. Kiara tinha a fronte cerrada, com a sua face divinamente desprezível, desafiava severamente as pessoas que a olhava, repressores ⎯ sabia que não havia nada de errado consigo, e sim, com as elas, pessoas moralistas que criavam conceitos baseados em estereótipos.
Jason a perdia e a reencontrava no meio à multidão, começava a acreditar que ela queria o irritar, e ela nem precisava se esforça para conseguir.
Em uma daquelas esquinas ela simplesmente cessou suas passadas longas, depois de ter percorrido a avenida por minutos.
Ele também recuo um pouco distante dela, atento aos movimentos da jovem.
Verá ela hesitar em seus passos, os olhos exaustos e inertes no que parecia uma loja. A mesma tinha enormes portas de vidro fumê, ela adentrou o local.
Ficara incrédulo, nunca verá tantos caixões num único lugar, distintos em cores e tamanhos, coroas de flores⎯ shopping fúnebre.
Kiara estará poucos centímetros dele, não esboçava nenhuma reação.
— Que merda é essa? — autoquestionava-se em um sussurro. — Você com certeza é uma psicótica.
— Meus pais compraram um caixão para mim quando eu tinha doze anos. Ele era horrível, e desta vez eu não quero que esse erro se repita. Quero escolher o meu caixão, sem democracia familiar. — ela falava normalmente, como se fosse uma coisa que todos os seres humanos da terra faria.
Apreciava as caixas de madeira, assim como um decorador a procura de uma bela obra de arte.
Jason permanecia mortificado, ainda incrédulo, estava dentro do show de horrores da vizinha bizarra. Um sofá L fazia parte da decoração do local, junto ao um criado mudo e jarros de palmeiras. Para uma casa fúnebre era um lugar colorido.
— Aqui é cheio de vida, um ambiente cheio de vida. —diz ele sarcasticamente, jogando-se no sofá, fazendo ele ranger.
Uma mulher de meia idade cabelos castanhos e ondulados (traços dos olhos e formato do rosto afirmava que era asiática) a mulher surgiu de algum canto daquela extensão. Tinha um sorriso charmoso nos lábios, Kiara perguntou em seu íntimo se ela receberá assim todos os clientes, que perderá um ente querido.
— Olá, posso ajuda-la em algo? — A asiática falava estranho, parecia ter a língua presa, Kiara associou aquilo a talvez uma deficiência.
⎯ É, acho que você pode. ⎯ Kiara falou sem alterar a constância da voz. Ela não tinha uma total confiança na mulher.
— Nossos produtos são de ótima qualidade, confortáveis. — falava nervosa, tentando organizar o crachá. Kiara presumia que ela era nova no emprego.
— Confortáveis? Pessoas estarão mortas, acho que não é necessário apreciar o conforto. Isso parece propaganda de colchão ortopédico, a não ser que agora os caixões também sejam ortopédicos. — Jason argumento sem apreço, esparramado no estofado, zombando explicitamente da mulher. — Eles são?
— Eu não sei. — disse baixinho, recatando no próprio corpo. "Nancy Nagasaki" é o nome que havia escrito no crachá.
Sim, sobrenome dela era exatamente como a cidade do Japão, que fora vítima de um ataque nuclear na Segunda guerra mundial.
Ela se sentia desentendida, e ligeiramente envergonhada quanto os argumentos do jovem.
— Fazem avaliações? Porque um ano atrás nossa família decidiu abri a cova do Tio Loggie, e o caixão dele foi engolido pelos cupins, e diziam que era de ótima qualidade, deveriam fazer revestimento de ferro ou, algo assim. Vocês fazem? — Jason Resten pronunciava continuamente, tagarelando sem fim. Sua energia idêntica ao de uma criança que comeu muita açúcar. Isso é comum dele, seu graçioso sorriso mostra o seu vigor.
— Não, eu acho que não. Sinto muito. — Sussurrou em meio aquele conflito de ironia do castanho. Ela estava mesmo levando aquilo a sério?
— Jason! — Advertiu a garota flamejante, projetando um expressão de censura.
— Só quero saber como funciona o ramo fúnebre. — Alegou ele, levantando as mãos rendendo-se a advertência prestada pela vizinha. Ele apertou os lábios aprisionando um sorrisinho.
— Tem critérios? Assim posso ajudar a escolher. — Agora Nancy Nagasaki tinha a tonalidade obsequiosa, de uma verdadeira vendedora. Ela dividiu o olhar de maneira rápida entre Jason, e Kiara.
— Como eu posso resumi, bom... eu vou morrer daqui a dois meses e, quero um caixão que seja estonteantemente extraordinário. — Ela dirá aquilo com uma ventura assustadora e, incomum.
A mulher deu sorriso, perplexa. Assentindo vagamente, boquiaberta como se fosse perguntar se aquilo era uma piada, ou algum teste.
— Certo, só um minuto. — A mulher voltou a dá um dos seus sorrisos e, sumirá em meio ao labirinto de caixões.
— Oh meu deus! Eles fazem estampados. — Jason gargalhava, segurando um catálogo e apontando o dedo indicador. É um caixão estampado com uma imagem de Jesus, e várias chamas amarelas e vermelhas que surgia nas mãos. — Precisa de um desse.
Kiara Anderson estava surpresa, não pela diversidade conteúdo, mas por existi catálogos fúnebres. Aquela atura era impossível fazer Jason parar de gargalhar, mas ele calou-se, encarou ela por segundos. Ele parecia um perito, analisando cada centimetro da garota flamejante.
Aqueles olhos castanhos sobre ela, fazia-a sentir um frio espinhal. Ele estava tão sério, uma outra pessoa transparecia em sua face.
— Morrer daqui a dois meses? — Interrogou ele, pacatamente como se não tivesse interesse, embora tivesse. Brandindo o catalogo numa falsa distração.
— Eu vou me matar tragicamente. — Ela caminhou entorno dos caixões, e depois sentou-se do outro lado do sofá L. Os olhos castanhos dele ainda caiam sobre ela.
— Estar organizando o próprio funeral? ⎯ Jason pergunta, os lábios tão finos em uma linha reta severa.
— É, e você é meu "Empregado particular" na minha missão suicida. ⎯ diz crua, ela odia como a sua morte comove uma expressão sempre terrível nas pessoas.
— Não vou ajudar você a acabar com a sua vida. — Jason balançou a cabeça negativamente, amassará o panfleto de papel, arremessando no cesto de lixo próximo ao criado mudo.
— Por que a preocupação tardia? Minha vida já está acabada. ⎯ Ela praguejou, cuspindo a sua arrogância. ⎯ De acordo com a sua assinatura você vai fazer o que eu achar necessário, pode auxiliar na escolha de um caixão, ou numa arma de suicídio.
— Por isso não citou o propósito do suborno, sabia que se me contasse eu rejeitaria. — ele diz, terminando de montar o quebra-cabeça imaginário.
— É a porra de um suicido e não homicídio, não estou pedindo para cortar meus pulsos. — Proferiu repugnante, com o tom da voz desatinada. Seus olhos ficavam vermelhos em raios, que saltavam sobre a tempestade de névoas.
— Psicótica, é uma psicótica incurável. — disse exaltado, levantando-se granítico. — Alguém sabe disso?
— Não eu ainda estou decidindo a publicidade. O que acha de postarmos um vídeo no Youtube, ou colocarmos num outdoor "Tutorial de como Kiara Anderson se matará". — Ela faz um gesto com as mãos fazendo uma manchete invisível, com sua ironia caustica. — É obvio que ninguém além de nós dois sabe disso. Por que acha que subornei você?
— É errado, não deveria ter me enfiado nisso, em uma de suas insanidades. — Ele apontou o dedo indicador para a garota.
— Eu sei, mas como você mesmo enfatizou, é o mais perto do que tenho de um conhecido. E se você for o mesmo garotinho que me ajudou a esconder o jarro caro, que quebrei dos meus pais; sei que poderei confiar em sua lealdade de olhos fechados. — Retrucou, perscrutando o rosto do jovem com firmeza. Após normalizar a respiração ela questionou: — Ainda é ele, Jason?
— Talvez. Mas, e você Kiara ainda é a mesma inocente garotinha pela a qual eu arrisquei? — Ele franziu os olhos especuladores, e inequívocos. Questionando-a em puro ceticismo.
E lá estão eles no pavimento, rodeados de caixões e objetos fúnebres, sobre uma nuvem de desconforto que os impregnavam.
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