❝A Change Is Gonna Come ❞ part/3
Primeiro as amarelas, depois as vermelhas. Duas de cada. Dizia no frasco, grifado de vermelho sangue bizarro.
Ela fitou o frasco e depois o colocou na bolsa. Heantworth estava sendo como o esperado, os boatos que circulavam era de que Kiara e, Resten supostamente eram amigos com Benefícios.
Pela longa semana que passou as pessoas os analisavam discretamente. Ouviu pessoas murmurar as impossibilidades do relacionamento dos dois. Alguns a perscrutava com nojo e, outras com inveja.
Virginia embora soubesse o quão proibido era o castanho, cujo aprofundava nas garras da irmã mais nova, ela o desejou mais que nunca. Podia senti os lábios de Jason, e as mãos firmes em seu corpo.
No corredor observando, o garoto de cabelos negros arrancar livros do armário. Braços entrelaçaram em sua cintura.
Um jovem loiro, e pálido. Grant Davis, nem um tipo de atleta veterano, ou um gênio conhecido por sua inteligência. O rosto de bolacha que perdera intensidade com anos de academia, que garantira dois pares de músculos ao invés de gordura.
Era filho de Francis Davis, um sujeito ranzinza que dizia ser diretor da escola. E por mais curioso que aquele garoto loiro de rosto de bolacha poderia ser, ele estava na lista dos desejados da Heantworth, e na lista intelectual dos "Filhos da puta" de Kiara Anderson. E como Kiara sempre repetia a si mesma: todo filho da puta, precisa de um filho da puta. Ou traduzindo, essa frase quer dizer que Toda Virginia Anderson, precisa de Grant Davis.
Os namorados mais santos e divinos dessa terra, o relacionamento deles era quase uma religião que os súditos seguiam cegamente.
⎯ Alguma coisa errada? ⎯ diz Grant, dando espaço suficiente para alguns garotos passar por ele no corredor. Os olhos dela ainda permanecem em Jason Resten que caminha na direção oposta à dela. Ela bufa revirando os olhos.
⎯ A doente pode fazer o que quiser, com quem quiser. Seja quem for, ela sempre conseguirá manipular, até mesmo meus pais. Eles são marionetes, nas mãos da garota que usa o câncer para se fazer de vítima. ⎯ Resmungou odiosa, virando-se para o garoto loiro, transmitindo sua intransigência. ⎯ Estou cansada dela!
⎯ Tenha paciência. Serão apenas alguns meses, e ela some. ⎯ Diz o garoto em uma terrível consolação.
Grant repudiava Kiara por ela sempre aparentar desdém quanto a ele. Mal sabia que a garota tratava quase todos daquele modo. Kiara tinha um detector mental de babacas, e nesses últimos anos ele vem captando esses tipos de pessoas com mais frequência.
Em uma realidade alternativa, Virginia sofreria ao perder a irmã mais nova para uma doença incurável, e talvez ela nem suportasse viver com o fardo da perda.
No entanto, não foi assim que Janecy Anderson criou suas filhas. Elas foram moldadas a serem maquinas. Mulheres frias e elegantes, que deviam ter a imagem da perfeição. Moralistas, sufocando os seus sentimentos e desejos.
Todos deviam sentir inveja das mulheres industrializadas, feitas para Homens privilegiados financeiramente. Sarah Anderson estava pronta, e Virginia logo estaria. Mas Kiara não estaria, ela não seria a mulher robótica.
Virginia, dará um beijo em uma das bochechas de Grant Davis, e abriu um sorriso que ele sabia que era forçado.⎯ Alguns meses.
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"Pagina 2, parágrafo 5. Nunca, em nenhuma hipótese realizar qualquer tipo de relação intima com a SUBORDINADORA, nenhuma demonstração de afeto sexual, ou emocional '' recitou ela com olhos presos no celular.
⎯ Você me fez encontrar seu e-mail para falar essa merda? ⎯ Jason revirou os minúsculos olhos castanhos, voltando seus sentidos na porção de batatas fritas. Ele perdeu quase dez minutos revirando os emails para ouvir aquilo.
⎯ Podia ter me abraçado, mas não, você tinha que causar uma catástrofe global. ⎯ Ela expôs pela decima vez.
É incrível o quanto todas as coisas que saiam da boca dela, apenas tinha aquele assunto fixado. Repetindo, e repetindo. Sempre uma argumento diferente, mas o mesmo assunto.
⎯ Qual é vai me dizer que não foi divertido beijar? ⎯ Ele estreito os olhos, causando uma reação de cólera. Jason fica espreitando cada detalhe formando-se na face dela. Ela vai ter um ataque!
⎯ Não, claro que não!⎯ Ela repreende-o em instinto, fazendo uma careta de nojo o que também surge instantaneamente. Jason gostou do resultado.
⎯ Foi só um beijo. ⎯ Ele continuava a pungir os resquícios de paz dela. ⎯ O que adiantaria um abraço, eles só iam pensar que éramos amigos. O beijo deu a impressão que somos mais que isso, somos amigos que beijam, e depois transamos, e iremos ser amigos que transam. ⎯ provoucou ele, com um sorrisinho.
⎯ O quê?!⎯ Ela saltou os olhos, e diz o que lhe soava verídico. ⎯ Eu não vou transar com você!
⎯ Claro que você quer muito isso. ⎯ Ele falou pretensioso. O sorriso torto, brotando em seus lábios. ⎯ Além do mais porque iria suborna alguém maravilhoso como eu, se não pudesse transar com ela. E para ser sincero... você tem um gosto bom.
⎯ Um gosto bom?
⎯ É seus lábios, ⎯ Jason faz um gesto com as mãos em direção ao rosto da garota, e finaliza seu comentário como se falasse de uma comida qualquer. ⎯ Pensava que teria o gosto de terror, mas tem um gosto bom.
Ela abre a boca para retrucar sobre o que o garoto disse, mas ela acaba desistindo. Gosto bom?
Eles encontravam-se distante da escola. A uma hora atrás ela nem sabia que aquele pedaço de lugar existia.
Era uma lanchonete bastante diferente dos lugares em que a garota esteve, um lugar marcado pelo tempo, desgastado por ele.
Nas paredes eram perceptíveis os chicletes colados, que por mais que os funcionários ⎯ que se tratava somente de dois ⎯ tentasse retirar, apenas deixavam umas pequenas marcas brancas na parede.
A mesa de madeira ásperas, e o mal humor dos funcionários que nem esforçavam para um único sorriso. Aquele lugar era verdadeiro, as pessoas eram verdadeiras, e não superficiais como nos lugares impecáveis com todos sorrindo, em que seus pais a levavam para jantar.
Star's era o nome daquele pedacinho de lugar, e o irônico é que quando levantavam a cabeça de encontro ao teto, certamente podiam ver estrelinhas adesivas que em algum momento de suas existências cintilava.
Eles estão sentados numa mesa ao lado de uma extensa janela de vidro, uma música da Celine Dion toca nos aparelhos sonoros grudados nos cantos da lanchonete.
Tem um cheiro de café expresso impregnado no ar, e um burburinho de umas pessoas nas outras mesas. Todas as vezes que algum ser atravessa a porta, a mesma ronca firme. Kiara está tomando um chá gelado, e numa ora ou outra, capturando fritas da porção de Jason.
A escuridão inunda a cidade, derrubando um lençol cheio de estrelas no céu. Um homem alto e careca passeia na rua com um pastor alemão, em um momento o cachorro o arranca das calçadas em direção a uma mulher que empurra um carrinho de bebé. De repente todos na lanchonete parecem ter suas atenções no episódio lá fora, todos com seus olhos plantados na mulher.
Observando em silêncio, um silêncio carregado de suspense. A garota flamejante escuta a porta roncar, e um homem sair do recinto arremessando um maço de cigarro no meio da rua. A chama do cigarro incendeia no asfalto por alguns minutos, permitindo que a brisa dos automóveis carregue suas cinzas.
⎯ Lembra da senhorita Nagasaki? ⎯ Perguntou ele depois de algum tempo, com ar de quem não queria nada. Mexendo a colher de açúcar na xícara de café em movimentos anti-horário.
⎯ Srta. Nagasaki?⎯ Ela procura em sua mente, mas parece que suas lembraças estão em um murro inacessível do cérebro.
⎯ Aquela do shopping fúnebre a atendente asiática. Ela fala de um jeito irritante, parece que os aparelhos dentários estão na língua ao invés dos dentes. ⎯ Jason levou a xicara de porcelana na boca, ingerindo um gole de café extraforte. E Kiara tem um choque cáustico ao lembrar, um rosto rechonchudo aparece em imagem sem qualidade.
⎯ Sim, o que tem ela? ⎯ indagou impassível, agora que ela lembrou de quem se tratava, não tinha tanta curiosidade.
⎯ Descobri que ela sofre de um distúrbio. ⎯ relatava ele, como um ato épico. Ele levanta a xícara um pouco mais acima dos lábios e sorrir.
⎯ Como descobriu, Sherlock? ⎯ Ela se esforçou para ser capaz de ter um mínimo de interesse no que o garoto proferia.
Jason era muito aleatório, gostava de jogar papo fora. Sempre ficava animado em falar.
⎯ Eu vi no perfil dela no Tinder, onde tinha várias fotos dela com nudez. ⎯ diz mordaz, movendo a xicara novamente até os lábios. ⎯ Eu perguntei para ela. "Oi, você é muito estranha, e a sua língua parece ser presa num metal grosso e invisível" aí ela respondeu "É, porque eu tive um derrame a dois anos, e a minha língua ficou assim" então eu disse "Sinto muito, mas é a vida".
Jason imita uma voz aguda que em sua cabeça seria a entonação de Nancy Nagasaki, acrescentando uma mistura de deboche e ironia.
⎯ Isso foi real? ⎯ diz ela com ceticismo arqueando uma das sobrancelhas, mexendo o seu chá gelado com um canudo.
⎯ A parte do derrame cerebral? Sim, ela me contou isso durante a fila do Starbucks. Ah, e ela é a alérgica a canela. Sabia, nós descobrimos muitas coisas nessas filas, foi lá que eu conheci a Senhora Bucher, uma mulher extraordinária. ⎯ Confidenciou pigarreando baixo, levantando a mão para que a garçonete a sirva mais do liquido preto.⎯ O que achou da história?
Ele falava com constância, de modo que pareciam ter aplicado adrenalina em suas veias. Ela supõe que o café que ele continuava a beber, era responsável por aquela alteração.
⎯ O que eu acho? ⎯ Ela riu pelo nariz procurando pela brasa inexistente do cigarro do lado de fora da lanchonete. Ela sugou por meio do canudo de listras pretas o chá gelado, e depois acrescentou. ⎯ Acho que você é um tagarela inconveniente que tem que parar de tomar café.
Esta é uma das poucas vezes que ela não está falando sobre sua doença, ou a morte orquestrada. E por bastante tempo os pensamentos tensos somem, e ela apenas ouve Jason tagarelar a contando histórias e sorrindo. Ela se sente confortável.
Notas finais: Deixem suas opiniões sobre a estória, se estão gostando. Fico realmente satisfeita ao ver os comentários, e me motiva.
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