19| Templo Samirishua

Eu queria pensar em uma coisa boa, ou até mesmo imaginar. Por exemplo, ver meus pais aqui comigo dizendo: Vai filho!

Como nada pra fazer além de andar, vou até Queilen e a pergunto:

— Queilen, por que você está tão fria? Onde está aquela garota que pulava em meus braços e me enchia de beijos?

— Olha, Karley... - Disse enquanto me olhava fixamente nos olhos. — Não estamos felizes. Digo, não nossa relação apenas, mas nossas vidas. Eu lhe enchia de beijos quando não tinha uma identidade lá, um demônio cá. Estou "fria" porque perdi pessoas que eu amava. Você não entende a dor que eu sinto?

— Eu sei Queilen. Sua dor me afeta. Mas tente relaxar, sorrir mais!

— KARLEY! - Aumentou a voz chamando atenção de Canster e Hyde. — Eu! Eu estou em busca de um templo que nem sabemos se vamos encontrar, em uma floresta macabra. E você ainda pede para eu relaxar?!

Talvez foi erro meu dizer aquilo.

— Desculpa. Só quero ver a gente feliz mesmo estando em um caso sobrenatural. - Tentei conforta-lá.

— Só não fala mais comigo,ok? Foi muita hipocrisia sua. Querer ver eu feliz se nem você consegue. - Encerrou me dando as costas.

Na hora não me senti hipócrita, mas era verdade. Eu não conseguia dar aquele sorriso por mais de cinco segundos. Porque logo eu lembraria que tem um demônio querendo me matar. Faz sentido eu sorrir?

Continuamos andando. Eu, nem olhava para frente, estava concentrado olhando o chão. E quando me do conta... CADE O PESSOAL?! Eu tinha me perdido! Olhei para os lados e gritei por seus nomes. Nada. Eu estive andando olhando para baixo por tanto tempo a ponto de perde-los? Não. Não foi por tanto tempo. Calma, talvez eles fizeram uma curva. Vou acha-los! Tentei me confortar.

Andei por um tempo a ponto de me sentar em um tronco caído. Olhei para o céu. Mas que droga! Esse galhos retorcidos e se mexendo atrapalham minha visão. Pensei. Mas espera! Galhos se movimentando como se andasse? Então olho para a árvore que sustentava o galho. Ela, ela falava comigo:

— Olá. Estivera esperando tanto por esse momento.

— C-como assim?

— Percebi seu desespero. Você não via a hora de achar o templo. E finalmente, a hora certa.

— Eu preciso achar esse templo! É uma emergência! Dona árvore ou quem for, tente me entender. Se eu não ter essa espada em mãos, nós humanos, os animais, e até vocês árvores irão morrer!

— Acalme-se jovem. O templo estará diante de seus olhos após vossa conversa. Mas, mesmo sendo um caso de vida ou morte, as coisas não serão tão fáceis assim.

— O que quer dizer?!

— Você terá de adivinhar. Ou melhor, lembrar algo que o templo achou marcante em sua vida. Pode ser qualquer lembrança. Até de uma lembrança boba á uma significante para ele.

— E se eu não souber?

— Você já fez isso uma vez e pode fazer novamente,Karley. - Encerrou a árvore antes de ficar imóvel e calada.

Suspiro aliviado e um pouco aflito. Mas essa aflição sumiria naquele instante. Quando olho para trás, lá está! O templo lá está! Com folhas parecendo decorar ou paro algo do tipo. Abri um sorriso tão leve mas ao mesmo tempo tão grande! Comecei a rir de felicidade e a chorar. Me ajoelho no chão e agradeço:

— OBRIGADO! MUITO OBRIGADO!

Corro até a árvore e a abraço. Poderia ser considerado loucura mas era felicidade! Mesmo assim ainda veio aqueles pensamentos: Esse só foi o primeiro paço. Achar o templo não quer dizer que você não irá morrer. Mas não dei a mínima. Eu consegui achar o templo!

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