Estou aqui de volta. Dessa vez  com uma nova vida, ainda com tormentos, mesmo assim um pouco melhor. Desde aquele acontecido, minha mente ainda pensa na Ana. Na Kaytlen ter ido para o inferno, de o Canster ter se mudado para o Canadá. Nossas vidas, nossa amizade se distanciou, e por causa de eu ter brincado com uma coisa perigosa, com os mortos e condenados. Mesmo depois de dois anos de tormento, as vezes uso meu tabuleiro Ouija escondido da minha namorada Queilen. Sim, eu e ela... Mas enfim, ainda tento me comunicar com Ana para eu ter minha vida em paz. Ela ainda pede por socorro em meus sonhos. Já a Queilen, é atormentada pelo Cãrniesley. Nenhum dos dois vivem em paz, só algo bem, mais bem relaxante pra sorrirmos com vontade e sem um pensamento ruim.

Agora, tenho vinte anos, já responsável pelos meus atos. Meus pais, nunca mais voltaram da viagem, nem me ligaram ou algo do tipo, já nem tenho mais esperanças de estarem vivos.

Eu era escritor, que, com o acontecimento aterrorizante em minha vida, me fez escrever um livro. Foi muito bem vendido, pena que foi uma história real...

Fui até a cozinha ver o que a Queilen preparava:

— O que cozinha aí?!

— Macarrão instantâneo... Ou melhor, miojo.

— Tem quantidade suficiente para nós dois né?

— Quem disse que irei deixar cê comer meu 'miojin'?

A encaro de um jeito romântico e a abraço. Na verdade, foi um jeito de dar uma garfada na panela...

Algumas vezes da semana, eu entrava em chamada de vídeo com o Canster pra matar a saudade, e hoje foi um desses dias. Ligo pra ele, posiciono a Webcam e conversamos:

— 'Eae' cara, tudo bem?

— Tô bem, mano. E como você está aí?

— Tô bem. Mas cara, deixa eu te conta, eu tive contato com a Ana esses últimos dias.

— Meu Deus! Ela disse o que? Vai começar tudo de novo?!

— Ela simplesmente apareceu e disse, " o que vocês precisam está no inferno, vá até o inferno salvar uma vida, ou o inferno virá e acabará com muitas." acredito que ela esteja se referindo a Kaytlen.

— Eu acho que sim... E também acho que devemos voltar a jogar Ouija pra ficar mais informado.

— Mais cara, e se vir outro demônio? Lembre que mal sobrevivemos ao Cãrniesley, imagine outro!

— Teremos de arriscar. Tenho que desligar. Cara, volte para o Brasil!

— Eu não sei... Vou ver se consigo uma passagem pra amanhã, mas se ser muita confusão, voltarei pra cá.

— Tá. Olha, tenho que desligar, e amanhã irei a uma festa de escritores, no horário da manhã, então nos falamos de tarde, ok? Tchau. - Digo encerrando a chamada.

Fecho o Notebook, apoio meus braços em cima dele e penso. Queilen não queria se envolver nisso de novo, devo fazer pelas costas dela?

Um tempo depois, a Queilen aparece e pergunta:

— Posso ir com vocês?

— O que?! - Digo sendo sarcástico.

— Eu ouvi,Karley. Olha, eu sei que não queria me intrometer nisso de novo mas... Se for pra resgatar a Kaytlen, eu vou!

— Você quem sabe. Mas nesse instante não posso focar nisso, tenho um compromisso amanhã, irei tomar banho e dormir.

— Eu vou ficar pesquisando algumas coisas, tentar virar a noite.

A beijo na testa e vou tomar banho. Seria pressão tudo aquilo de novo, eu sabia, mas era mais um sacrifício.

Quando saio do box, encaro a mim mesmo no espelho. Na verdade, a maioria das vezes que eu olhava o espelho, Ana aparecia, e dessa vez não foi diferente:

— Ana?

— Karley, a Kaytlen...

— Eu sei,eu sei.

— Não é só isso. Alguém mais me persegue, eu e vocês, estou com medo!

— Sabe me dizer quem é?

— É o... Rag...

E ela desaparece,mais parecendo ter sido contra sua vontade. Eu sabia! Tudo pioraria.

Depois de eu ter colocado meu pijama, em vez de dormir, vou até o computador e pesquiso demônios com o começo "rag". Deu um resultado, eu já ouvi falar desse demônio, o Ragatã!

"Ragatã, dono do purgatório dos condenados, vai atrás de todos que mexem com o que é seu. Se alguém jogar, por exemplo Ouija e se comunicar com um morto do purgatório dele, estaria condenado.
Ragatã é um dos servos principais de Lúcifer, e já brigaram muito por liderança, Ragatã não aceita ser ordenado, pra ele, ele que ordena.
É um demônio forte, que contém as missões de proteger o que lhe pertence e batalhar com um adversário vivo,( nós ) com as espadas do templo, samirishua."