O Segredo Da Festa
seis meses antes de Madeline Stuart morrer
Parte I:
Aspen adorava dar festas no seu triplex, principalmente quando a mãe viajava para Londres e o deixava sozinho. O hotel Golden Plaza não ousava proibir o filho de Holland Trevor de fazer suas festas. Portanto, apenas organizaram tudo para que houvesse muita bebida e comida para os convidados. Talvez não fosse a decisão mais sábia, mas o que eles poderiam fazer? Ninguém contrariava os poderosos. Além do mais, as festas eram divertidíssimas. Os paparazzis adoravam, sempre tinham uma fofoca para contar no outro dia, garotas de topless na varanda, brigas, era um verdadeiro festival de bizarrices para qualquer um ver. Sendo assim, Aspen deixou os empregados cuidando dos preparativos e ficou a tarde toda mimando a namorada. Lola estava deitada na cama, usando uma blusa da banda de rock do pai do namorado, observando enquanto Aspen lhe beijava dos pés até o pescoço. Ele adorava vê-la ronronando como uma gata, apenas com um simples toque.
— Você devia cancelar essa festa — murmurou Lola, passando a mão pelos cabelos dele.
— O que? Claro que não. Temos que celebrar, você ganhou um estágio no Mercy West!
— Podíamos comemorar, sem outras pessoas.
Aspen sorriu e a beijou, era tentador ficar com Lola o dia e a noite toda na cama, mas o rapaz adorava suas festas, e agora já era tarde demais para cancelar tudo. Antes que pudesse responder, o seu celular tocou e ele esticou o braço para atender.
— Alô?
— Aspen! — gritou Holland. — Estou com saudades, filho. Quando vai vir me visitar?
— Oi, pai. Eu não sei, a faculdade está difícil esse mês.
— É seu pai? — perguntou Lola, arregalando os olhos.
— Escute, filho, se você não vier me ver, eu vou até você. Me entendeu?
— Eu sei. Não se preocupe, tchau.
Ele desligou, suspirando com derrota, o pai quando resolvia ser presente era um verdadeiro pé no saco. Se virou para Lola, a fim de retomar as carícias mas a garota se afastou bruscamente.
— Por que você não falou de mim?
— O que?
— Você não falou de mim para o seu pai!
— Lola, sério? — Aspen revirou os olhos. — Você não quer conhecer Holland.
Ela se levantou da cama, começando a se vestir.
— Eu não sei porquê eu ainda estou surpresa. Isso é tão típico de você.
— Meu Deus! Por que você tem que fazer um escândalo sobre qualquer mínima coisa?
— Por que você tem que ser o babaca que não quer me assumir?
— O que? — Aspen se levantou, ficando de joelhos na cama. — Todo mundo sabe que eu e você namoramos!
— Será mesmo? Porque não demorou muito para você achar outra no minuto em que brigamos!
— Aí não, esse assunto de novo não.
O rapaz se jogou na cama, já estava cansado daquela mesma discussão. Lola terminou de se vestir e andou até a porta.
— Quer saber? Não conte com a minha presença nessa merda de festa!
Ela bateu a porta, fazendo um estrondo enorme. Aspen deu uma longa risada.
— Por mim tudo bem! Foda-se!
🔪🔪🔪
A festa tinha começado. Aspen já segurava uma garrafa de bourbon na mão, olhando as garotas dançando em cima da mesa. Na verdade, ele não sentia nada, odiava pensar que era tão apaixonado por Lola que nenhuma outra garota lhe despertava interesse, mas era assim que se sentia. Bebeu um gole do líquido ardente e levantou, queria se divertir, não ficar sofrendo ali.
— Aspen! — gritou uma voz, e então Dallas se jogou nele. — Que cara deprimida é essa?
— Oh, ele está tristonho — zombou Madeline, também o abraçando. — Vamos lá, dê um sorrisinho.
O garoto se afastou de Mads, mas manteve um braço ao redor de Dallas.
— Lola não vai vir.
— Oh, vocês brigaram?
— Sim. Por um motivo estúpido, mas você sabe como ela é.
— Isso é deprimente — disse Roman, surgindo da cozinha.
— Amor! Não fale assim — a ruiva deu um beijo no namorado. — Ele e Lola se amam.
— Ei! — alguém chamou atrás deles. Anastásia se aproximava com Jackson. — Desculpe o atraso, ficamos presos no trânsito.
— Está mais para presos fazendo sexo — rebateu Madeline.
— Aposto que se você fizesse não cuidaria tanto da vida dos outros — retrucou Jackson.
— De qualquer maneira — interviu Dallas, dando um sorriso brilhante — já que estamos todos aqui, eu acredito que seja hora de festejar!
Todos gritaram em concordância. As garotas começaram a virar tequila, os garotos estavam fumando e a festa estava a todo o vapor. Aspen, finalmente, estava se divertindo. Ele dançou com Dallas e Anastásia, virou bebidas com Jackson e Roman, e beijou uma ou duas meninas que não lembrava o nome. Sim, ele estava se divertindo pra caralho.
— Eu já volto — gritou por cima da música e se afastou dos amigos.
No corredor ele encontrou um rosto conhecido. Clarisse White, fumando um cigarro em cima de um móvel de madeira e mexendo a cabeça conforme a música. Aspen se aproximou, talvez estivesse muito bêbado, mas a garota parecia mais bonita do que ele se lembrava.
— Ei, garoto — disse ela, sorrindo, com o cigarro entre os dentes. — Você está invadindo meu espaço pessoal.
— Me desculpe. Já disseram que você está muito bonita hoje?
— Sim.
— Você é difícil. Eu gosto das difíceis.
Um som de risada fez com que Aspen se afastasse de Clarisse. Toledo, o traficante, estava no final do corredor, olhando para os dois. O homem andou até eles e, sutilmente, colocou-se ao lado da garota. O garoto ergueu os braços.
— Ei! Foi mal, eu não sabia que vocês estavam se pegando.
— Não estamos. Agora cai fora.
— Você sabe que está no meu apartamento, certo? — perguntou Aspen com a língua embolada, indo em direção às escadas. — Ninguém me trata com respeito aqui.
Sem olhar para trás, ele foi para o quarto. Ia pegar o celular e ligar para Lola, pedir para que ela viesse à festa. Sabia que a namorada não conseguia ficar muito tempo brigada com ele, e realmente precisava de sexo de reconciliação naquele momento. Eu sou um jovem cheio de tesão, pensou consigo mesmo, Não dá pra evitar. A ligação caiu na caixa de mensagens, e Aspen estava prestes a ligar de novo quando a porta do quarto se abriu.
— Aqui não é o banheiro.
— Dallas me mandou — disse Roman, entrando e fechando a porta. — Disse que você precisa de um conselho masculino.
— Oh, Monroe, eu a adoro. Você tem sorte, sabia?
— Eu sei.
O White se sentou ao lado de Aspen na cama. O bêbado continuou falando, mas sem realmente olhar para o amigo ao seu lado:
— Dallas é leal. Ela vai te amar e te apoiar para o resto da vida. Ou até o namoro de vocês acabarem.
— E Lola não é assim?
— Lola faz o que quer. E ela está sempre certa, até quando está errada. Mas eu a amo. Eu a amo demais.
— Não é amor se vocês se machucam mais do que se amam — disse Roman, apertando o ombro de Aspen. — Meu pai se casou três vezes antes de encontrar a minha mãe, acredite, é possível amar mais de uma vez.
Aspen o encarou, e então, como se seu cérebro não estivesse no controle do seu corpo, ele se jogou para frente e beijou Roman. Primeiro foi um choque, mas então o White abriu os lábios e segurou o rosto do rapaz com as mãos, fazendo um leve carinho com o polegar. Os dois se beijaram com intensidade, e Aspen começou a tirar a blusa, querendo mais. Não sabia bem o que estava fazendo, mas queria mais, muito mais.
No entanto, Roman se afastou, com um sorriso contido no rosto.
— Eu tenho que ir. Não acho que consiga me controlar se continuarmos.
— Não precisa se controlar — sussurrou Aspen.
— Eu estou com Dallas.
A simples frase fez Aspen Trevor se retesar. O que ele estava fazendo? Ele também tinha uma namorada, ou, naquele momento, ex namorada. Lola Simón, a quem amava muito. Passando a mão pelos cabelos, ele se afastou de Roman e vomitou no tapete persa. Quem dera eu pudesse vomitar o idiota que vive dentro de mim, pensou com raiva. Ele não olhou quando Roman foi embora, fechando a porta, apenas se deitou na cama, desejando nunca ter feito aquela festa em primeiro lugar.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top