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Heitor Guerra

Quando sai da sala de Maya desci para o térreo e logo vi meu segurança Breno me esperando, fiz sinal para ele que já estávamos indo e entrei no meu carro dando partida para a empresa.

Liguei o som e a Dark Room começou a tocar, seguir o trajeto inteiro pensando na merda que eu fiz por causa daquele filho da puta do ex dela, eu expus Maya e seu ambiente de trabalho por causa daquele merda, não vai demorar muito para os urubus quererem saber o que aconteceu.

Estacionei na garagem da minha empresa e infelizmente eu vi alguns já me esperando, puta que pariu! Sorte que os seguranças da empresa estão barrando todos, olhei para trás e vi o carro de Breno estacionando atrás de mim. Os jornalistas já estão em cima do meu carro e eu vi Breno já me esperando porta para fazer minha escolta. Respirei fundo e peguei meu óculos escuros e coloquei, desci e logo vi uma chuva de fashes.

— Dr Guerra, o senhor confirma a prisão preventiva do seu pai, Senhor Henrique Guerra?

—  Não tenho nada para confirmar para vocês, me deixem em paz.

— Sua sobrinha Alexia Guerra, está sobre a guarda da mãe?

— Ele não vai dar entrevista alguma — disse Breno me protegendo.

— Por favor Dr, e sobre o possível desentendimento com o ex da sua namorada?

— Olha só, eu não vou falar sobre isso e assunto encerrado.

Sai pisando duro e sendo protegido pelos seguranças até entrar na grande porta dupla de vidro da empresa pela garagem. Assim que passei da porta, caminhei até o elevador e fui para o meu andar, quando cheguei vejo Otávio com uma cara divertida.

— Cara, não sabia que o prédio luxuoso onde sua namorada trabalha virou ringue, olha isso — me mostrou no celular um vídeo do soco de direita que dei em Fenício.

— Puta merda, alguém filmou essa porra, não dá para tirar esse vídeo do ar?

— Olha cara, eu não sei como vou fazer isso por que infelizmente ele já repercutiu, olha quantas vizualizações já tem ?

Olhei para a tela e vi que já tinha mil visualizações e compartilhações. Porra! Entrei na minha sala com ele atrás de mim.

— Caralho, isso não tem nem duas horas que aconteceu e já tem isso tudo? — falei me sentando na minha cadeira.

— Pois é, e sabe quem não vai gostar nada disso? — perguntou sentando na minha frente, porra mil vezes porra.

— Meu sogro — Sr Mancini vai me virar do avesso por ter exposto a filha dele.

— Cê tá muito fodido, mas me conta aí cara, o que aconteceu para vocês saírem no soco daquele jeito?

Cacete! Otávio vai me encher o saco com isso se eu não contar, mas quer sabe ? Eu quero mais é desabafar essa merda toda.

— Eu fui lá para falar com Maya que iria ter que passar na casa de Alicia depois que saísse daqui, por que ela fez merda de novo e eu queria deixar Maya a par de tudo.

— Como sempre Alicia fazendo merda — eu concordei com a cabeça.

— Aí quando eu abri a porta da sala dela dei de cara com o ex tentando agarra-lá.

— Agora entendi tudo, não te tiro da razão, se fosse eu teria feito a mesma coisa.

— Sim Otávio, mas eu não deveria ter exposto a imagem do trabalho de Maya e ela em si, entendi?

— Heitor, você iria mesmo deixar o cara te fazer de otário? Acho que não, sua reação foi só a consequência do que ele mesmo provocou.

— Eu sei, me deu tanto ódio daquele cara — só se lembrar do filho da puta em cima de Maya me dá vontade de ir atrás dele.

— Te entendo amigo, mas não se martilize, seu sogro vai te entender, pelo que sei, ciúmes é a especialidade dele, então boa sorte — disse e se levantou saindo da sala em seguida.

Droga, pior que Otávio tem toda razão, mas eu não posso ficar me estressando com tudo isso, preciso ficar nos meus assuntos profissionais um pouco.

(...)

As horas se passaram e eu recebi alguns telefonemas e tive que participar de algumas reuniões, foi um dia muito cansativo e puxado, agora em minha sala, sentado na cadeira, olho no relógio e vejo que falta 5 minutos para ir embora, fui até o banheiro e peguei uma roupa que havia pedido ao Breno para buscar em minha casa.

Tomei um banho quente, me enxuguei e vesti uma camisa gola polo branca de manga comprida e uma calça jeans azul marinho, calcei um sapatênis branco e passei as mãos no cabelo.

Sai do banheiro, fui até minha mesa e peguei meu celular, sai da sala e vi todos os funcionários já estavam se preparando para encerrar o expediente, passei na sala do Otávio e pedir para que ele avisasse aos seguranças quando ele fosse embora para que eles fechem tudo.

Sai da empresa indo até a garagem, logo avistei Breno me esperando e assim que ele me viu jogou as chaves do meu carro para mim, entrei no mesmo e dei partida com ele me seguindo até a casa de Alicia, já com o carro em movimento, olhei no relógio do mesmo e vi que nele marca 20:00, nesse tempo Maya não me ligou nem mandou mensagem.

Quando parei no prédio de Alicia, desci do carro e entrei, falei com o síndico e subi pelo elevador, quando cheguei, parei na porta e toquei a campainha, não demorou três segundos para Marco abrir, sua expressão é de tédio, certamente está entendiado com Alicia, essa aí deve ter dado muito trabalho.

— Ainda vai precisar de mim senhor?

— Não Marco, Alicia certamente deve ter enchido seu saco, então já pode ir, Breno faz minha escolta, boa noite.

— Obrigado senhor, tenha uma boa noite — disse todo profissional e se retirou.

Olhei o apartamento e a procurei com os olhos, fui até o quarto e vejo que ela está deitada, acordada, porém quieta até demais.

— Precisamos conversar — falei aí entrar.

— Onde está Alexia? — disse me encarando ainda deitada na cama.

— Agora você lembra que tem uma filha, não é? — me encostei na parede e coloquei as mãos no bolso.

— Onde ela está Heitor?

— Está na minha casa, por que você fez o favor de sumir.

— Eu a deixei em casa e ela sabia muito bem que eu iria voltar.

— Alicia, ela só tem 16 anos, você saiu ontem dormiu fora e a deixou aqui sem ninguém, pelo menos tinha os seguranças, mas ainda sim você agiu errado.

— Ah me poupe Heitor, ela já está bem grandinha.

— Impressionante como você a cada dia me surpreende com as merdas que diz .

— Se veio aqui brigar melhor sair da minha casa — como ela pôde ter essa cara de pau?

Fechei meus olhos por alguns segundos tentando buscar o pouco de paciência que me resta.

— Olha, eu não quero brigar, só estou tentando te dizer que ela precisa de você Alicia, e é por isso que precisamos ter essa conversa.

— Hum, o que você deseja? — disse se sentando na cama.

— Alicia, não vem com esse papo, sabe muito bem que comigo isso não rola.

Ela revirou os olhos e fez bico.

— Bom, eu vou direto só assunto, você precisa tratar melhor sua filha, ela é só uma menina Alicia, uma menina que precisa de você mais do que tudo por que você, por mais que seja desnaturada...

Ela me interrompeu...

— Ei, desnaturada não — disse brava.

—Desnaturada sim, e não me interrompa — falei grosseiramente e respirei fundo.

— Por mais que seja assim, Alexia te ama, só estou te dizendo isso por que você precisa de um choque de realidade. Você não fez nem o favor de conversar com ela sobre o avô, eu tive que fazer isso no seu lugar.

— Eu ia conversar com ela.

— Será? Quando?

— Para Heitor, não quero mais falar sobre isso.

— Tá certo Alicia, eu vou embora — falei já ficando irritado e caminhei até a porta.

— Ah, já ia me esquecendo, Alexia vai ficar sob meus cuidados.

— Não pode fazer isso, não pode tirar minha filha de mim, eu sou a mãe dela Heitor.

— NÃO ME INTERESSA QUE VOCÊ É A MÃE DELA, VOCÊ A DEIXOU SOZINHA NO APARTAMENTO PARA BEBER COM SUAS AMIGAS — gritei perdendo o controle.

— Ela não vai ficar com você, traga-a de volta — disse nervosa.

— Não, sabe por que? Por que foi para mim que Alexia ligou desesperada, é sempre ao tio dela que ela recorre quando você ou o avô dela faz merda, Alicia.

Sai batendo a porta com tanta força que pensei que iria abrir as outras, desci do prédio dela e segui para meu apartamento, no caminho deixei lágrimas escaparem, vou fazer de tudo para minha sobrinha ficar comigo, eu vou conseguir a guarda definitiva de Alexia.

Assim que cheguei, tirei meus sapatos e os joguei de qualquer jeito no corredor, tirei meu celular do bolso e as chaves do carro e coloquei tudo no nicho ao lado da porta na parede.

Ouvi um som de televisão ligada, então caminhei até onde está vindo o som, quando cheguei na sala, vejo Maya e Alexia deitadas no sofá, dormindo, olhei para a mesa de centro e vi um pote de sorvete de chocolate aberto pela metade e duas colheres dentro.

Sinceramente, foi a cena mais linda que eu já pude ter o prazer de ver, as duas pessoas que mais amo, juntas, dormindo tranquilamente.

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Oi amores, como prometido, mais um capítulo imperdível, quem aí também amou essa cena de Alexia e Maya? ❤️

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