/13/
Permita a você uma segunda chance.
Não é porque você caiu, que você deve continuar no chão.
DESCONHECIDO.
Desespero, é a única palavra que consigo encontrar para descrever o que estou sentindo nas últimas horas, logo depois de o meu pai ter ido embora da casa do Alexandre, eu me encarreguei de me distrair, primeiro eu fui correr, depois eu e Alex paramos para tomar café da manhã e conversamos bastante, por fim, ele foi trabalhar e eu para minha casa, onde tomei um banho, fiz as unhas, hidratei o cabelo, limpei a casa, fiz uma lasanha, tomei um banho e fui tentar dormir, mas apenas fiquei rolando de um lado para o outro, onde já é duas da manhã.
A única solução que me vem para minha cabeça, para acabar com o meu sofrimento, é a palavra droga, o que não ajuda saber que a Kay não está em casa, já que ela foi para um jogo do Mike, que aconteceu em outra cidade e ela decidiu dormir em um motel, com medo de pegar a estrada a noite. Saber que eu não posso correr para o quarto dela e me acalmar no seu abraço, é desesperador. Sei que posso ligar para o Alex, mas a vergonha que estou sentindo, é maior do que tudo, nesse momento.
Estou com vergonha de mim mesma, do que estou sentindo...
Me levanto, sento na cama e respiro fundo, tentando controlar meus pensamentos. Minhas mãos estão tremendo, meu coração disparado, a boca seca e com gosto amargo, e o suor escorrendo pelo meu rosto. Me levanto e vou para o banheiro, me olho no espelho e me deparo com uma garota pálida, com olheiras e olhos fundos, brilhando dor e desespero, a boca pálida e tremendo, o brilho de suor no seu rosto, revela o seu desespero e dor que sente, o suor frio e gélido. Com as mãos tremendo, eu faço um rabo de cavalo, tiro minhas roupas e coloco um moletom cinza, tênis de corrida e sai do apartamento, eu preciso focar em outra coisa.
Assim que saiu do prédio, me deparo com a imensa escuridão que me abraça, mas não tenho medo, eu apenas coloco o meu capuz e começo a correr.
Corro para esquecer da minha dor, derrotas, arrependimentos, vergonha, angústia e tudo de ruim que tem me rodeado. A verdade é que ser forte pode ser muito doloroso...
Quando não aguento mais, eu paro para descansar e me assusto no lugar onde me encontro, estou na parte perigosa da cidade, o prédio abandonado na esquina, da para notar a fogueira que os mendigos e drogados fizerem para se aquecer, traficantes na esquina vendendo para uma prostituta, que paga e sai já consumindo a droga, e é onde vejo ele... Kaique, o meu fornecedor de anos atrás e com isso as lembranças de como a droga sempre fez a dor ficar mais suportável e até mesmo, desaparecer.
Fecho os meus olhos e peço perdão para garota que estou prestes a decepcionar novamente
Ando em direção a ele, que assim que me nota sorri, mostrando o sorriso asqueroso e nojento de sempre.
— Olha o que temos aqui... A modelo perfeita, Sara Lougft, a filha do futuro presidente dos EUA - fala andando em minha direção, sendo acompanhado por um casal.
A garota deve ter uns dezoito anos, ela é muito bonita, isso é claro se tirasse a maquiagem borrada e muito forte para sua idade, os cabelos loiros enrolados é um charme, está usando uma mini saia, um top vermelho, jaqueta jeans e uma bota preta, dando para perceber que está morrendo de frio, mas finge que está confortável, provavelmente para agradar o namorado, que está de regata branca, jaqueta de couro marrom, e calça jeans preta, tênis branco, assim como a menina, ele deve ter menos de vinte anos, e é muito bonito. Já, Kaique é um diferencial, ruivo, com tatuagens espalhadas por todo o corpo, incluindo o rosto, o piercing no nariz e boca, as roupas pretas e a cara de mal.
— O que você quer minha deusa? - Kaique pergunta sorrindo, era nojento como ele sempre sorria quando estava vendendo drogas, dava para perceber que ele sentia prazer em ver as pessoas se afundando nessa merda, mas no momento eu não me importo, eu apenas preciso fazer tudo para... sumir.
Antes que eu responda, a garota fala sorrindo.
— Melhor levar ela para dentro ruivo, acho que a princesinha não quer ser vista, o papai pode não aprovar- fala com sarcasmo, rindo e sendo acompanhado por Kaique.
— Vamos princesa, não liga pro que essa vadia fala - Kaique fala, entregando um pacote para o namorado da garota que pega e sai arrastando a mulher - Vamos entrar, meu apartamento fica no segundo andar.
Olho para a sua mão, a mesma que já me conduziu para morte muitas vezes, eu não consigo falar ou muito menos correr para longe daqui, então eu apenas aceito a sua mão e juntos andamos em direção um prédio velho na esquina, assim que entro ouço gritos de discussões, vejo uma garota de uns trinta anos caída na escada, e ao seu lado uma garrafa de whisky, Kaique passa por cima dela, mas ele pára quando percebe que eu não estou andando, e sim, olhando para a mulher a minha frente.
— Relaxa deusa, elas apenas beberam demais - ele se agacha e chacoalha a mulher, que resmungou um palavrão, o fazendo sorrir - Viu? É apenas uma alcoólatra.
Sim, apenas uma alcoólatra... uma simples frase, com um sentimento de dor tão profundo.
Respiro fundo e sabendo que não tem mais volta, eu volto a andar, em direção a minha ruína.
Kaique abre uma porta e me deixa entrar primeiro, e vejo a bagunça que é o seu apartamento. Bitucas de cigarros pelo chão, latas amassadas de cervejas, roupas pelo chão, caixas de pizzas em cima da mesinha na frente da televisão. Kaique tira as roupas do sofá, senta e me convida, que faço o mesmo que ele, se sentando ao seu lado. E é quando ele me mostra a caixinha cinza, com uma seringa, uma pequena pula, parecida com insulina, mas que, na verdade, contém heroína, ele sorri e começa a preparar a dose.
Tiro meu casaco e ofereço o meu braço para o mesmo, que pega com sua mão gelada e grossa, de calos.
— Quanto você quer?
— Até a dor sumir - sussurrou encostando no sofá.
Fecho os olhos e sinto a agulha sendo enfiada em mim, e em menos de um segundo, meu corpo se esquenta, fica mole, como se eu estivesse nas nuvens, eu deixo de tremer e suar, minha mente desliga, os barulhos do lado de fora, somem, a voz na minha cabeça desaparece, meu coração se acalma e eu finalmente relaxei, ficando com a certeza de que em algumas horas eu, vou ter que usar novamente, porque o efeito passa muito rápido. Mas, no momento, eu apenas aproveito o silêncio.
Quando você usa droga pela primeira vez é tudo mágico e indescritível, você se sente poderosa e tudo de ruim que você sente desaparece, você esquece seus problemas e tudo de ruim que um dia já sentiu. A droga se torna sua melhor amiga, sua confidente, onde você a procura a todo instante tentando se consolar e esquecer de toda a dor, mas quando você menos espera, você já está dependente, não uma é uma escolha usá-la e sim, uma necessidade, no final, você vive por ela.
HORAS DEPOIS...
Minhas mãos estão tremendo, eu sinto calafrios por todo o meu corpo, a boca seca e com um gosto horrível e até mesmo indescritível. Jogo a cabeça para trás na cabeceira da cama e encolhi minhas pernas no peito, me apertando, segurando a vontade de chorar e sentir culpa por ser fraca e uma merda de pessoa. Mais uma vez eu fui fraca e tive outra recaída, mais uma vez eu vou decepcionar as pessoas que amo e a mim mesma. Não aguentando mais, eu me levanto e encaro Kaique que está pelada deitado de bruços na cama, bagunçada, pego o lençol que está no chão e coloco em cima da sua bunda pálida, me segurando para não vomitar, eu apenas acho inacreditável pensar que transei com esse cara. Pego a minha calça no chão e a visto, colocando uma blusa branca, que fica enorme em mim, o que acredito que seja do Kaique, por conta do cheiro de bebida barata e maconha. Como não encontrei meu sapato, eu ando descalça pelo apartamento pequeno e muito sujo, ando depressa até a sala e na mesinha, eu pego um baseado de maconha e o isqueiro, acendendo e dando uma longa tragada, acalmando meu coração na segunda seguinte.
Ando até a janela, que está quebrada e nem ao menos preciso abri-la, e de onde estou avisto o bairro pobre e esquecido por todos, muitas das pessoas que moram aqui, não tiveram escolha, pois nasceram aqui, elas não conhecem outro mundo, e outros, como eu, entraram nesse mundo e não conseguem mais sair, não temos força e a vergonha e dor é maior do que tudo.
Vejo usuários andando com pressa até os traficantes, que ficam nas esquinas, crianças brincando na rua, sem se importar com o que acontece ao seu redor, é como se isso fosse a coisa mais normal do mundo, pessoas usando e vendendo drogas pela rua.
Respiro fundo e dou outra tragada, deixando as lágrimas caírem.
Juro que tentei ser forte, ser resiliente e mudar...
Mas, aqui estou eu, outra vez, no fundo do poço.
É como se toda a minha vida fosse uma mentira, por todas às vezes que eu menti, ouvi mentiras... é como se eu tivesse me tornado uma mentira ambulante. A verdade é que depois da primeira mentira, toda verdade se torna uma dúvida e insegurança.
Eu cansei de fingir estar feliz e bem comigo mesma, esse tipo de fingimento, é um dos piores sentimentos de tristeza.
Olho para a tatuagem no meu pulso e grito comigo mesma, internamente. Eu falhei, mais uma vez falhei como mãe.
— Me desculpa... me desculpa - escorregou pela parede e em meio a lágrimas, eu dou uma última tragada e jogo o cigarro no chão.
Só faz algumas horas que estou aqui, mas parece que fazem meses e é como se não tivesse volta.
— Eu sei que estou te decepcionando novamente, meu amor. Eu sei que nesse momento você deve estar com vergonha de dizer por outros anjos que sou sua mãe, porque eu também estou com vergonha de mim mesma e com nojo, raiva da pessoa que eu me tornei - falo olhando para a tatuagem, como se estivesse alucinando, e ela realmente fosse minha filha - Eu teria provavelmente sido uma mãe horrível, e no final, sua avó estava certa, quando disse tudo aqui para mim, eu realmente sou péssima.
Meu peito dói, meu corpo inteiro está tremendo e muito dolorido. Eu não sei, nem ao menos, como descrever o que sinto, apenas sei que é horrível.
O choro doloroso e sofrido, um choro de desespero, é o que se ouve enquanto observa Sara encolhida na parede da sala imunda do seu traficante, ela está tendo uma crise de ansiedade e como sempre, está sozinha.
Ela sente medo, raiva e mesmo assim, ela sente vontade de viver, mas não acredita que tenha força... força para se perdoar e se amar.
Ela se encolheu, tentando fazer a dor ir embora, ela nem ao menos consegue se levantar, porque o desespero é indescritível.
Sara já teve muitas crises de ansiedade, umas são silenciosas e outras, como essa, é gritante e dá para perceber a km de distância.
A porta do apartamento é aberta e um homem alto, moreno e barrigudo, entra correndo e fica paralisado quando vê o estado da garota. Ele sabia que ela não estaria bem, mas a cena que ele vê é muito forte.
Sara está usando uma calça preta de legging, uma blusa branca, que está mais para encardida, os cabelos que sempre estão arrumados e limpos, estão todo bagunçados e sujo, mais ficou pior quando ela levantou o rosto, que antes sempre está limpo, dessa vez se encontrava sujo, a boca machucada, como se ela tivesse mordido várias vezes, os olhos com olheiras profundas e o olhar fundo, vazio e vidrados, por conta das drogas. Sara olha para seu terapeuta com vergonha, se encolhendo mais e chorando baixinho.
Dennis, tinha uma filha da idade de Sara, então quando ela começou a se consultar com ele, o mesmo não conseguiu ser profissional e não se importou em perder sua carteirinha de psicólogo, mas ela havia adotado aquela garota como sua filha e como um pai deveria fazer, ele seria capaz de ir ao inferno para resgata-la. Então, quando ela não respondeu suas mensagens, ele teve um sentimento horrível, que o fez pegar o primeiro voo para Nova York, e assim que chegou foi até o apartamento da mesma, se deparando com os amigos desesperados atrás dela, como ele sabia do seu problemas de drogas ele imaginou que a mesma teria tido uma recaída e em uma das consultas Sara revelou onde geralmente ficava quando usava, ele não pensou duas vezes e veio até o local, buscar sua filha e paciente;
Dennis se aproxima devagar de Sara, se encaixando na sua frente e colocando suas mãos sobre seus joelhos, fazendo a mesma se encolher.
— Não encosta, eu estou toda suja... é melhor você ir embora - fala entre fungadas e com vergonha dele a estar vendo nesse estado.
Sara tinha um carinho muito grande por Dennis, por isso ela não queria que ele visse nesse estado, ela não gostaria que fosse essa a lembrança que ele tinha dela.
— Eu não vou a lugar nenhum, Sara, eu só saio daqui com você - Dennis fala calmo, mesmo que estivesse com um burrado no seu coração, por estar vendo Sara nesse estado - Eu não tenho nojo de você, pelo menos eu acho que as pessoas não sentem nojo de quem elas amam.
Sara se encolhe quando ouve a palavra 'amor', como se a mesma a machucava... e ela machucava e muito. Sara sempre foi machucada quando se tratava do amor. Primeiro por seus pais, depois amigos, Gustavo Salvatore e por fim, por ela mesma.
— Melhor você ir embora - fala baixo, desejando que ele suma desse ambiente onde a mesma se encontrava.
Ela achava que Dennis era muito puro e bom, para um lugar como aquele. Ela tinha medo do que as pessoas poderiam fazer como ele, um senhor já de idade e com uma condição financeira boa, pode ser um alvo muito atraente num lugar como esse.
— Eu não saio daqui sem você - o senhor fala sério e decidido.
Sara, pela primeira vez, levanta os olhos para o mesmo e percebeu que ele estava falando sério, mas outra coisa a assustou, o que a fez desviar os olhos logo em seguida.
Pela primeira vez na sua vida, ela viu apenas amor e carinho, brilhar nos olhos de seu psicólogo.
Era como se ele não tivesse raiva, medo, nojo ou segundas intenções com ela, e sim apenas carinho, e ela não sabia lidar com isso. Sara nunca soube lidar com o amor, pois nunca foi amada.
Mas, ela tentou não pensar nisso, ela apenas queria tirar ele do apartamento e desse bairro, o mais rápido possível, por isso a mesma aceitou ir embora, mesmo que ela não planejava voltar para sua antiga vida, a mesma já havia se decidido a deixar de querer ter uma vida, que sabia ser impossível para uma pessoa como ela. Uma viciada, sem amor ou família, era o que ela pensava de si mesma.
Respiro fundo, quando o Denis abre a porta do meu apartamento e em segundos, uma Kay emocionada me abraça apertado, como se eu fosse fugir novamente.
— Nunca mais faça isso comigo, Sara Lougft, você não faz ideia de como eu estava preocupada com você... Você é minha irmãzinha, eu não posso te perder - fala entre fungadas.
Kay, se afasta um pouco e me olha atentamente, ela passa a mão pelo meu rosto, com uma delicadeza profunda, como se eu fosse de cristal, ela não se importa de eu estar suja e fedendo, ela não me olha com nojo, no seu olhar só dá para notar seu amor e preocupação comigo. Mesmo que eu tenha vontade de chorar e abraça-la, e implorar para ela não me deixar sozinha, porque eu tenho medo de fugir e ter outra recaída, ou fazer coisa pior comigo mesma, mas eu não faço isso, eu apenas escondo minhas emoções e finjo que não me importo com sua demonstração de amor e preocupação comigo... Eu cansei de tentar melhorar e sempre acabar decepcionando quem eu amo, e a mim, mesma.
— Okay - é tudo o que consigo dizer.
Me afastei dela e vejo, Mike me olhando da mesma forma que a Kay, mas ele não se aproxima, ele sabe que eu não gosto, então, ele apenas acena com a cabeça e mexe os lábios, falando que sempre vai estar aqui comigo. E do seu lado, eu vejo Alexander, ele não fixa o olhar em mim, é como se ele estivesse com nojo, coisa que não julgo, porque eu também estou com nojo de mim mesma.
— Vai tomar um banho, Sara, enquanto preparamos algo para você comer. - Dennis fala já indo em direção a cozinha, o que agradeço, já que quero ficar um pouco sozinha.
Eu praticamente corri para meu quarto e quando estou fechando a porta, meu quarto é apertado e Alexander entra com tudo, fechando a porta logo em seguida, ele se vira para mim e me encara, sem dizer nada. Seu olhar é profundo, como se pudesse ver através de mim, mas eu não consigo desvendar o que ele está pensando.
— O que você quer? - tento não demonstrar que sua presença me afeta.
Alexander não fala não, apenas começa a andar em minha direção e eu vou indo para trás.
— Fala logo cara, eu preciso tomar banho - falou tentando segurar as lágrimas que estou segurando, desde que entrei no carro com o Dennis.
Sem que eu consiga pensar, Alexander me puxa pelo braço e me abraça, ele segura minha cintura e coloca uma mão sobre minha cabeça, passando a mão pelos meus cabelos. Seu toque é quente e confortável, eu me sinto não segura e amada... e esses sentimentos me sufocam, porque eu não os mereço.
— Me solta... - tentei me desvencilhar de seu abraço, já quase sem força e já deixando as lágrimas caírem.
— Eu não vou a lugar algum, princesa, então apenas se permita ser cuidada, pelo menos uma vez na vida. Você merece isso... Merece todo o amor, carinho e respeito. Eu não vou te deixar - ele fala calma, invade minha alma e meu corpo relaxa, me fazendo abraçá-lo de volta, como se minha vida dependesse do seu contato.
— Eu... Eu não consigo - choro.
— Vai ficar tudo bem, princesa... E mesmo que demore um pouco, eu sei que vai ficar tudo bem.
Tento falar o que estou sentindo, mas nada saí, porque eu apenas não sei por onde começar...
Eu apenas cansei de parecer forte, cansei de fingir estar bem, quando, na verdade, estou desesperada por dentro, eu não sei quando tudo começou a dar errado, apenas sei que não sei como consertar, não sei por onde começar.
Alexander me pega no colo e me leva em direção ao banheiro, ele me coloca no chão e liga a torneira, deixa a água correr para dentro da banheira, ele pega os sais de banho e coloca com calma. Ele se vira para mim, que ainda estou chorando e com um olhar, ele me pergunta se pode tirar minhas roupas. Eu me encolho com vergonha...
— Me deixa cuidar de você... Do jeito que você merece... - dá um meio sorriso.
Eu vejo os olhos e concordo.
Alexander primeiro tira minha blusa, vendo a marca de cinto, que o Kaique fez, ele sempre fica agressivo e com desejos obscuros, Alex passa a mão por cima dela e vê o maxilar dele travar, mas ele não diz nada. Continuando, ele tira minha calça e paralisa, quando vê o corte no interior da minha perna, que fiz quando era adolescente, o mesmo corte que sempre tenho que cobrir com maquiagem, nas sessões de fotos. Alex, passa a mão por ela e para minha surpresa, uma lágrima escorre pelo seu rosto. Sem perceber, eu passo a mão pelo seu rosto, o fazendo olhar para cima, com seu olhar meigo e sofrido. Alexander, pega minha mão e deposita um beijo nela.
— Vamos tomar um banho, princesa!
Ele retira minha lingerie e me pega novamente no colo, ele me põe com calma sobre a banheira, pega a esponja e começa a esfregar meu corpo.
Eu abaixo minha cabeça e choro em silêncio, é muito estranho isso, o que ele está fazendo. Nunca ninguém cuidou de mim.
Eu me lembro que quando eu era mais jovem, meu maior sonho era ter alguém que cuidasse de mim, não por mim não conseguir, e sim, porque eu queria saber como era o sentimento de ser amada, de ter alguém cuidando e zelando de você.
Eu me tranco em minha mente, na minha própria confusão... E escuto ao fundo a voz do Alexander, grossa e rouca, com o incrível sotaque, ele começa a sussurrar, a música, HOLD ON - CHORD OVERSTREET.
- Loving and fighting, accusing, denying
I can't imagine a world with you gone
The joy and the chaos
The demons we're made of
(Amando e lutando, acusando, negando
Não consigo imaginar um mundo em que você se foi
A alegria e o caos
Os demônios de que somos feitos)
I'd be so lost if you left me alone
(Eu estaria tão perdido se você me deixasse sozinho)
You locked yourself in the bathroom
Lying on the floor when I break through
I pull you in to feel you heartbeat
Can you hear me screaming: Please don't leave me?
(Você se trancou no banheiro
Estava caída no chão quando eu entrei
Eu te puxo para sentir seus batimentos
Você pode me ouvir gritando: Por favor, não me deixe)
Hold on, I still want you
Come back, I still need you
Let me take your hand, I'll make it right
I swear to love you all my life
Hold on, I still need you
(Espere, eu ainda te quero
Volte, eu ainda preciso de você
Me deixe pegar a sua mão, eu vou consertar tudo
Juro te amar por toda minha vida
Espere, eu ainda preciso de você)
,,,,
I don't wanna let go
I know I'm not that strong
I just wanna hear you
Saying: Baby, let's go home
Let's go home
Yeah, I just wanna take you home
(Eu não quero desistir de você
Sei que não sou tão forte assim
Só quero ouvir você
Dizendo: Amor, vamos para casa
Vamos para casa
Sim, eu só quero te levar para casa)
Hold on, I still want you
Come back, I still need you
(Espere, eu ainda quero você
Volte, eu ainda preciso de você)
Lágrimas caem sem parar, por muito tempo eu guardei tantas coisas dentro de mim, que nem ao menos sei dizer o que está doendo... tudo o que sei é que dói demais.
Alex para te cantar e me tira da banheira, me enrolando na toalha e me levando para cama, me sentando na mesma e me secando, com calma e muita delicadeza, o que não combina com suas enormes mãos. Depois de me secar, ele busca um pijama azul de cetim e me veste, sorrindo, logo em seguida.
— Eu sei que você não confia muito nas pessoas, Sara... Mas, eu vou amar a sua ver sua expressão de surpresa quando no final você descobrir que estava errada.
— Sobre o quê? - pergunto com a voz rouca, e muito baixinha.
— Porque no final de tudo, eu ainda vou estar aqui, do seu lado, te apoiando.
Tento não demonstrar que suas palavras não me afetam e principalmente, tento não acreditar nas mesmas.
— Por quê? ...
Alex sorri, põe sua mão sobre meu rosto e faz pequenos círculos com o seu polegar, sem que eu consiga me controlar, eu levo meu rosto de encontro a sua mão, me aconchegando no seu toque.
Quando ele vai responder, a porta é aberta e Kay entra, segurando uma bandeja com o que acredito ser a sopa e um suco, ela coloca sobre a cama e sorri. Eu me ajeito na cama e coloco a bandeja sobre minhas pernas, percebendo apenas agora que estou morrendo de fome, já que não como a horas.
— Come tudo Sarinha, a gente fez com muito amor - Kay fala sorrindo, com lágrimas nos olhos, sem saber como retribuir seu carinho, eu apenas sorrio e começo a comer.
Olá amores, tudo bem com com vocês?
Sei que faz MUITO tempo que eu não apareço por aqui, mas eu tenho um bom motivo. A verdade, é que está tudo muito corrido no serviço e na faculdade. Porém, eu vou entrar de férias e vou tentar terminar o livro ainda esse ano rsrs.
O que estão achando do livro????
Sara...
Não esqueçam de ler - Amor & Recomeço - o livro está disponível no Kindle, avaliem e me deixem muito feliz rsrs.
Me sigam no Instagram, @autoralino.
Bjs.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top