Capítulo 12

Minha Lojinha estava muito diferente naqueles dias: as flores estavam mais vivas que nunca, o local estava mais alegre, alguns clientes passavam muito tempo conversando com Lianne e comecei a vender um novo produto – ideia da minha funcionária. Era uma cesta de piquenique decorada com flores. Eu estava conseguindo um tempinho para limpar e organizar todo dia. Os meus clientes fiéis me elogiavam com frequência. Meu lucro aumentou! Eu estava me sentindo estranhamente... bem.

– Cíntia... Samael disse que queria passar um tempo comigo de novo. Ai, amiga! Ele é maravilhosamente lindo quando ri, mas a personalidade dele não combina comigo.

– Você não disse que gostou do final do encontro?

– Hm... É verdade, vou dar uma chance.

À noite eu vi, pela janela, quando ele entrou na casa dela. Os dois foram assistir a um filme.

– É a primeira vez que vou ver um filme. – ele confessa.

– Isso é impossível. Não tem como existir uma pessoa que nunca tenha assistido nada.

– Existe: eu.

– Ai, eu não tenho nenhum clássico aqui, mas tenho Hoje Eu Quero Voltar Sozinho. Acho que é um bom começo.

Eles realmente assistiram ao filme. Samael estava silencioso e concentrado. Lianne observava como ele mexia as sobrancelhas e os lábios em algumas cenas. Ela preparou pipoca, mas comeu sozinha porque ele rejeitou.

– Muito bom, né? Esse filme me fez ter uma visão diferente sobre amor. Eu tinha um leve preconceito, mas que mal tem duas pessoas se amarem?

– Esse filme tem uma história muito boa. Talvez eu deva mostrá-lo para o meu irmão.

– Por quê? Teu irmão é homofóbico?

– Ele é... algo nesse sentido. Na verdade todos os meus parentes têm uma mente limitada. Sinceramente, apenas por eu vir para sua casa faz Don ficar irritado. Não entendo por que tanta raiva!

– As pessoas adoram se meter no relacionamento dos outros. É muita idiotice. Eu só acho que se você não faz parte do relacionamento não tem nada a ver com você! Pra que fiscalizar tanto a vida alheia?

– Eu penso o mesmo. – ele mostrou um pequeno sorriso – Você é a primeira pessoa que pensa como eu.

– Que exagero. Tem várias pessoas que pensam assim. São poucas, mas tem várias.

– Sua personalidade é admirável. Ultimamente tenho lhe observado pela janela. Você mantém suas opiniões firmes e suas expressões são engraçadas. Sua extroversão é muito interessante pra mim. Agora você me mostrou um pensamento aberto e humildade. É bonito.

– Eu... Obrigada. – ela tocou a mão dele – Já que pintasse o clima eu devo dizer que tu é muito bonito.

Lianne ouviu a risada de Samael pela segunda vez. Depois eles comeram guloseimas dos quais ele disse nunca ter provado; ele viu DVDs numa estante e ela lhe emprestou um. Samael comentou que não tinha o costume de ouvir músicas; indignada, Lianne colocou uma playslist no celular e lhe ensinou alguns passos de dança.

Esse segundo encontro foi definitivo para Lianne se interessar por ele. Durante a dança ela pode sentir suas mãos geladas e achou engraçado como ele de fato não sabia dançar. Lhe admirou quando ele admirava o ritmo.

– Música é poesia com notas. – ele concluiu.

Ela apenas lhe mostrou um belo sorriso.

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