Não pense, faça
A galera ia em direção das arquibancadas como um bando de cordeiros, sendo guiados pelos gritos de aviso de colegas e professores para que ninguém furasse a fila. Carmen se enfiara entre Dorcas Meadowes e Marlene McKinnon na intenção de se esconder, mas James e Peter as encontraram e trouxeram o resto de seus amigos consigo. Os Marotos todos tinham tinta preta e amarela no rosto. James e Sirius tinha texugos pintados na testa, ao passo que Remus e Peter se contentaram em desenhar a bandeira dos texugos na bochecha. Os quatro torciam para quem quisesse ouvir para que a Lufa-Lufa destruísse a sua eterna e mais odiada rival, a Sonserina. Remus era o mais contido, é claro. A lua cheia estava chegando, e ele voltava a se mostrar mais abatido do que os seus amigos. Quando Carmen o olhou com um sorriso no rosto, Remus soprou o língua de sogra, sacudindo o punho no ar. A garota riu alto, o ânimo dele era contagiante.
— Depressa, depressa! Quero os melhores lugares no alto da arquibancada!— James apressou a todos e agarrou o braço de Carmen, arrastando-a consigo, mais por instinto do que por intenção.
— Potter!— ela exclamou, surpresa, James continuou a arrastando como se não tivesse ouvido seu protesto, e seria compreensível se não tivesse ouvido mesmo.
Os amigos todos se reuniram no ponto mais alto da bancada, Marlene jogou o braço por cima do ombro de Dorcas e ofereceu uns feijões de todos os sabores para seus amigos, alguns recusaram educadamente, Carmen por receio porque costumava sempre pegar um com gosto terrível. James meteu a mão na embalagem e a encheu, jogando alguns para dentro da boca. A Zabinni que estava presa ao seu lado levantou a sobrancelha, surpresa. Ele é doido. É. Ele é doido de pedra. Ela sorri e volta a atenção para a frente no exato momento que os times da Lufa-Lufa e da Sonserina levantam voo para começar a partida. Marlene se estica para trás do casal e puxa os cabelos de Sirius que está logo do lado de James, para atrair sua atenção.
Ele a lança um olhar torto. No cabelo, não!
— Uma nova aposta?— ela propõe movendo apenas os lábios. Sirius abre um sorriso grande, nem precisa perguntar do que ela está falando.
— Depois.— ele responde e começa a vaiar a Sonserina junto de James. Seu irmão mais novo está no time da Sonserina, mas o assunto dos irmãos Black é para outra história.
Quando o jogo começou, eles cantavam alto e muito mal, sendo acompanhados pelos seus companheiros de casa já que um pré-requisito para se estar na Grifinória em temporada de jogo, é odiar a Sonserina.
Olê, olê, olê, o lá! A Sonserina, vai se ferrar!
Eles batiam as mãos em um só ritmo, como se tivessem programado isso há muito tempo. Carmen resistiu à entrar na brincadeira, mas James segurou as mãos dela e a obrigou a bater palmas junto. Carmen ria e balançava a cabeça negativamente.
Olê, olê, olê, o lá, essa cobra não vai fumar!
E Carmen gargalhava junto com as pessoas que não conseguiam levar a cantiga a sério para cantar com os mais barulhentos leões. Era tão bom estar ali, só não era melhor do que estar voando no meio do campo. Carmen sabe que toda essa cantoria terá volta, mas consegue deixar para se preocupar com isso mais tarde. A Lufa-Lufa começou bem, mas a sua rival estava melhor ainda, acabara de marcar trinta a dez. Em algum momento, Sirius colocou Peter nos ombros contra a vontade do Pettigrew e ficou andando pela arquibancada, incentivando as ofensas e coordenando a plateia para a entrar em um ritmo.
Esse goleiro é muito cagão!, ele começava.
Esse goleiro é muito cagão!, os outros repetiam.
Tenho certeza que paga pau pro meu bundão!
Tenho certeza que paga pau pro meu bundão!
Carmen cutucou James e ele a olhou com um lindo e largo sorriso no rosto.
— Oi!
— Você não deveria estar lá com eles?— ela pergunta aos gritos no ouvido dele para conseguir ser ouvida além da música que com certeza vai ficar na cabeça de todos ao longo da próxima semana.
— Eu gostaria!— James grita de volta com o rosto próximo do dela— Mas eu estou de olho em você!
— Em mim?— ela franze a testa, confusa. Dez pontos para a Lufa-Lufa, os alunos da Grifinória vaiam o artilheiro sonserino que começa a mostrar o dedo e a Sonserina vaia a Lufa-Lufa e a Grifinória ao mesmo tempo.
— Claro, quer dizer, vai saber se você não é um imã de balaços ou coisa assim!— ele arregala os olhos azuis, como se a ideia o deixasse horrorizado. Carmen sorri e o empurra com o ombro. James a empurra de volta levemente. Ela cerra os olhos castanhos para o moreno, mas deixa passar... dessa vez. Enquanto ela assiste ao jogo, James a encara discretamente, com um sorriso pequeno nos lábios rosados. Seus amigos são péssimos fingindo que não perceberam a tensão aumentando entre o casal, mas nenhum dos dois se deu conta disso.
E, de repente, os apanhadores de ambos os times em campo mergulham fazendo com que toda a cantoria se interrompa e o silêncio aumente a tensão naqueles segundos seguintes. E eles aparecem de novo, rápidos como duas flechas atiradas para cima, as mãos esticadas na direção do pequeno pomo de ouro, brilhando à luz do sol.
— Eu já teria pego.— James se gaba no ouvido de Carmen a fazendo sentir um intenso arrepio pelo corpo. A Zabinni vira o rosto na direção dele só para mostrar que revirava os olhos. James abriu um sorriso maroto e colocou o indicador no queixo da garota, virando-o de volta para o jogo, no momento que um balaço atinge as costelas de Regulus Black, o apanhador da Sonserina, e um coro pela dor que ele ter sentido ecoa pelo campo. Sua mão se retraiu apenas por um segundo, mas foi o bastante para seu rival. Aqueles que torciam pela Lufa-Lufa gritaram de alegria e Carmen foi um deles, indo junto com o embalo inevitável.
Sem que ela pudesse esperar, depois de James dar um berro de se estourar os tímpanos, ele segurou o rosto dela e pressionou os seus lábios contra os dela. Os olhos de Carmen cresceram tanto que ela pensou que fossem saltar para fora, e seu estômago se encolheu como se ela tivesse pulado dois degraus da escada sem ver por onde andava.
Foram apenas segundos, mas aqueles foram os melhores segundos da vida dela, ainda que tivesse o choque. Era o primeiro beijo dela, e havia sido roubado por James Potter. Quando ele se afastou, tinha um sorriso lindo nos lábios, ele era lindo, mas Carmen não sabia que diabos estava havendo com seu coração e pensou que seu corpo ia começar a pegar fogo como o de uma fênix. Ele analisou o rosto chocado e extremamente vermelho da Zabinni e seu sorriso foi desaparecendo aos poucos. Antes que ele pudesse abrir a boca para falar qualquer coisa, Carmen afastou-se abruptamente e serpeou pelos colegas de arquibancada barulhentos o mais rápido que pôde, lutando para fugir e desejando ardentemente ser engolida pelo chão. Como ele ousa?!
James piscou rapidamente e a encarou empurrando alguns colegas para o lado, não fora sua intenção perturbar tanto a garota, na verdade, ele nem tinha pensado por um segundo o que poderia acontecer caso a beijasse. Foi no calor do momento, não, não era para assustar ela.
— Porra...— ele faz careta, emburrecendo-se consigo mesmo. James recebe um puxão de orelha e quando olha, Remus arregala os olhos para ele, alarmado.
— Vai atrás dela, seu idiota!
[...]
Nota da autora:
Sim, fiz uma pequena referência à DUTY, Regulus Black, quem já leu? Você ainda não? Tá esperando o que, vagabunda? Levar um murro na boca?
E com essa vibe bem época de Copa, eu venho dizer que pretendia demorar ainda mais com o beijo deles, mas tinha gente já chorando por umas migalhas e eu tive que dar. Pra quem reclama que demorou pra sair, saiba que eu tenho uma fanfic que levou 42 capítulos até o casal dar um selinho como esse, então sem chororô!
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