Resultado de Paixões
Newt voltou a encontra-la no quarto, e fazia isso na minha cara. Eu sabia que Lility não gostava de sua presença, na verdade ela se sentia incomodada com a presença de todo mundo.
- o que você quer? - perguntou Lility.
- nada - respondeu Newt seco. As vezes eu tinha vontade de esgana-lo por dizer isso - quer dizer...vim pedir desculpas por aquele dia...eu fui muito estúpido.
Lility queria concordar com ele, mas ficou em silêncio. Acenou a cabeça e levantou da cama.
- olha, tudo bem - disse ela num suspiro - é que eu não tô acostumada com essa mudança. E eu odeio essa casa, sei lá, me sinto espionada, talvez pela garota que fica me assistindo cortar o braço...
- ela tá te assistindo cortar?
- sim - respondeu Lility - você a conhece?
- não...Sim. Nada demais - pelo jeito que ele se enrolou, a garota percebeu algo diferente, mas disfarçou.
Na madrugada Lility ficou acordada, ouvi dizer que as antigas amigas de Geórgia a pegaram. Ela se revirava na cama, estava agoniada com os machucados. Decidiu se sentar, e olhar para o escuro esperando o sono vir.
Eu fui até ela, acho que Lility sabia que eu ficava lhe observando.
- você não é amiga de Thomas...- falou ela - ele avisaria se trouxesse alguém pra dormir em casa.
- Hm.
- então? Me fala o quem é você.
- eu moro aqui. Pelo menos morava - contei entusiasmada - e como não tenho o que fazer a não ser transar com seu irmão, fico olhando você...desperdiçando tempo com esses arranhões.
Nem eu mesma percebi o que falava, eu nem tinha alguma intenção, e se tivesse seria pra fazer Lility acordar pra vida. Me preparei pro caso dela vir pra cima de mim, eu não podia matá-la pois me lembrei do feitiço.
Lility franziu a sobrancelha como se eu tivesse ofendendo-o. Pra melhorar o clima eu deixei sair um meio sorriso e então ela começou a falar merda.
- sua vadia. Você não é nada! Não toque no meu irmão! você mereceu morrer! É por isso que aquele garoto lá, Newt se afastou de você. Você é um monstro!!!
- EU SOU UM MONSTRO?! - gritei - você não conhece Newt, se conhecesse ia querer ficar longe dele! Mas vai ficar, no dia que tiver coragem pra se matar. Você é uma covarde, se escondendo atrás de pôsteres idiotas, querendo ser o que não é. Mas deixa eu te dar um spoiller da vida: você morre. E depois disso? Nada, você apodrece se der sorte, mas se não, fica presa nessa casa idiota - notei que eu falei demais. Não devia ter contado sobre a casa, mas com certeza Lility não ligou, ela estava bufando de raiva, com a respiração forte.
Por um minuto achei que ela estava passando mal, mas ela veio pra cima de mim como previsto, prendeu as mãos no meu cabelo é começou a puxar enquanto tentava me bater na barriga.
Eu já havia me acostumado com aquilo, por isso soltava leves risos de prazer e isso irritava mais Lility.
A luz do corredor se ascendeu. Thomas entrou pela porta e tirou Lility de cima de mim. O meu estado era horrível; meu olhar foi machucado - estava roxo escuro - minha cabeça doía e eu me senti tonta.
Deitada no chão pude ver Thomas empurrando Lility, eu não conseguia escutar nada então fechei meus olhos.
Senti mãos em volta do meu corpo, ainda de olhos fechados, quando os abri eu estava na cama de Thomas. O quarto estava escuro, mas podia ver sua face, parecia horrível. Gotas de suor escorriam no seu rosto. Quando viu que 'acordei' ele veio ao meu encontro.
- meu deus! Você está bem?! - segurou a minha mão demonstrando preocupação.
- estou...- sussurrei e suspirei de alívio.
- pode descansar...
- não preciso - falei já me levantando - tô bem - olhei para ele. Estava surpreso com a recuperação.
Os ematomas nos meus braços sumiram aos poucos e o roxo do meu olho também. A dor de cabeça passou e então voltei a conversar.
- o que aconteceu lá?
- Bom...- Thomas começou suavemente - Lility já sabe que você mora aqui e está com ódio. O que você disse pra ela?
- nada...- menti - só algumas verdades.
- sei...- ele suspirou - eu e ela ainda discutimos um pouco, ao ponto de ela me expulsar do quarto. Mas vai ficar tudo bem...- percebi que ele tinha vontade de conversar, mas não tinha assunto - Kitty...eu tenho que te dizer um coisa...
Meus olhos se arregalaram de surpresa. Tive que voltar ao mundo real pra prestar atenção.
- Eu estou gostando de vo...- ele parou de falar. Estranhei quando seus olhos também ficaram arregalados, mas...brancos...
Olhei para seu peito. Uma mancha vermelha ia crescendo aos poucos...Me desesperei ao ver Edna arrancando o coração do peito de Thomas. Ele caiu em cima de mim, o imenso buraco em suas costas me fez enjoar.
As palavras não saiam da minha boca. Olhei pra a mão dela...Havia outro coração, mas de quem era?
- não precisava ser "amor", amizade já era o suficiente...mentirosinha - ela sorriu pra mim, um sorriso imenso seguido de uma risada que me incomodou.
Eu não me movia, não falava, apenas segura forte Thomas em meus braços. Derramando lágrimas em seus rosto, esperando que ele estivesse só dormindo...
Porque era não tirou o coração das pessoas no dia da festa?! Ou dos pais de Thomas. Seria mais fácil e menos doloroso. Mas não, ela queria me ferir, tirar o coração da única pessoa viva que estava próximo a mim.
Thomas...Por favor, acorde na casa.
Balancei de um lado ao outro meu corpo, cantando para Thomas uma música de ninar. Parecia ridículo, mas eu não ligava.
Newt apareceu atrás de mim. Senti sua presença mas não me virei. Eu não queria falar com ninguém, nem mesmo com meu primo.
- ela pegou a Lility também.
Lility? Mas ela não estava apaixonada por ninguém, e não era amiga de ninguém.
- descobri que ela estava gostando de mim - faliu Newt num suspiro - não preciso de pessoas gostando de mim. Já basta uma, que eu ainda consigo magoar...
Ele está falando de mim?
Deitei Thomas na cama e fui até Newt me jogar nos seus braços. Ele não entendia meus sentimentos, só sabia que éramos próximos.
- Kitty...eu...
- cala a boca - falei - odeio essa frase.
Ouvimos um barulho vindo do quintal. Os pais de Lility e Thomas estavam trabalhando, a casa era de novo só nossa. Eu ainda esperava ver Thomas de novo mas Newt me explicou que...Como ela arrancou o coração deles...As almas não ficariam presas.
Eu não sabia se ficava triste ou feliz por ele, já que Edna usaria sua alma.
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