Amizades Novas

- VOCÊ É LOUCA?! Gritou Newt ao sair do corredor. Ele me empurrava, tentando me fazer raciocinar o que eu comi.

- qual é o problema?! - questionei meio tonta por causa do órgão - eu...eu gostei! E quem você pensa que é pra me interromper?

- Seu primo, e tô te protegendo da minha mãe. Aquela vadia que está tentando te usar...mas você é idiota o suficiente pra não perceber.

- quer saber...- suspirei tirando suas mãos dos meus ombros - eu não ligo, já estou morta mesmo...

- mas eu ligo.

- não interessa! - gritei - você é muito estúpido. Me chama de idiota mas não vê que você é pior do que eu! Você não percebe as coisas que estão na frente do seu nariz.

Ele olhou pro chão,  tentando entender minhas palavras. Será que ele percebeu que eu estava falando de mim? Falando que eu gosto dele?

Ele soluçou e olhou pra mim.

- okay - falou - fica lá com seu vampirinho de merda, da o cú pra ele se quiser, EU NÃO LIGO! - gritou e eu me afastei.

Eu sabia que ele ligava, mas as palavras doeram, me senti viva de novo pois meu coração estava doendo.

Fechei os olhos sentindo a dor, ao abrir ele sumiu. Fiquei cututando o cadáver e decidi quebrar o crânio dele, eu nunca havia feito isso.

Tive acesso ao cérebro, tentei me concentrar em me sentir bem, mas não conseguia...Decidi comer o cérebro, o gosto era tão bom quanto coração, o sangue fresco caia no canto da minha boca e escorria pelas minhas mãos, tinha gosto parecido de frango. Aquilo sim me acalmou, a cada pedaço eu suspirava e parecia ter alucinações, aquele era o tipo de droga que eu gostava.

Os potes começaram a se quebrar, o cadáver se levantou e estava tentando me esganar, mas eu não me mexia.

Então eu fechei os olhos. Acordei na cama de Thomas. Eu estava com outra roupa - roupas de Lility.

Eu devo ter desmaiado e ele me achou.

Então vi Thomas ao meu lado, numa cadeira esperando um sinal de "vida" meu.

- Oi...- sussurrei.

- Oi...- ele respondeu suavemente se aproximando de mim - tudo bem?

- t-tudo...- gaguejei e lembrei que eu tinha deixado o corpo em cima da mesa - onde você o colocou?

- colocou o que?

Ele não viu nada. Deduzi que Newt escondeu o corpo e limpou rápido o local, mas por que ele não me ajudou?

- olha o que eu achei no porão...- ele me entregou o meu Grimório (aquele que eu quase não usava) - já que não escreve feitiços, por não usa como diário?

- porque é cafona.

- cafona é não poder se expressar - ele diz como se fosse inteligente - eu tenho um, Lility tem um. Isso é uma coisa boa.

Fiquei pensando se deveria contar a ele sobre o que eu li no diário de Lility, mas joguei fora a idéia, se fosse comigo eu não ia gostar.

Newt já está a puto da vida comigo então quis ir conhecer a nova garota.

Ele entrou em seu quarto, ela estava escrevendo no caderninho rosa claro e parou quando o viu.

- vai me dizer que é amigo do Thomas, também...? - perguntou Lility voltando a escrever.

Newt sabia que se ficasse tão sério quanto foi comigo, ia demorar pra Lility gostar de sua pessoa. Ele tentou sorrisos, mas não forçados.

- sou - respondeu com um leve sorriso.

- ok, vaza do meu quarto.

Ele ignorou e deu ínico a conversa.
Antes disso olhou seu braço, camisa de mangas compridas iguais as minhas, logo percebeu o que ela fazia e tentou colocar emoção em suas palavras.

- se quiser morrer corte sua garganta, não fique fa..

- eu sei - Lility fechou o diário com tudo e saiu da cama - cai fora!

- não - dessa vez falou sério.

- seus estranhos, não sei como Thomas é amigo de vocês. A garota tentou me falar a mesma coisa " se quiser morrer corte sua garganta, não fique fazendo arranhões bestas" Eu faço o que eu quiser!

Newt se calou e deu de ombros.

- senso comum - comentou ao sair do quarto.

Lility ouvia isso todo os dias, vi em seu diário que ela sofria com falta de amizades. Alex vai fazer um bom papel em seu vida.

Eu me cortava mas não eram arranhões de gatos, se fosse pra cortar tinha que ser pra valer a pena!

Lility começou a chorar em silêncio,  puxar seus cabelos e se encolher na cama, depois dormiu.

Os irmãos já tinham começado a estudar. Como eu disse, Alex virou amiga de Lility, elas viviam juntas e um dia Alex veio visita-la.

- Minha antiga amiga morava aqui - contou Alex rodeando o local - isso aqui continua estranho.

- eu gostei da casa.

- com que quarto você ficou? - perguntou Alex curiosa.

- o quarto 2. É depois do quarto de Thomas, um que tem a porta arranhada.

Alex suspirou e tirou uma caixa de cigarros da sua bolsa, acendeu um e soltou a fumaça longe do rosto de Lility.

- você fuma?

- não é óbvio? - respondeu tentando não ser grossa.

Não me lembro de ver Alex fumando, sua decisão de fumar era recente.

- eu comecei com esse vício depois que minha vida virou uma merda. Perdi minha única amiga e já tentei me matar, mas não tive coragem suficiente - de novo Alex suspirou.

As duas ficaram conversando no quarto sobre diversas coisas, Alex sempre entrava no assunto 'Kathryn' e Lility parecia gostar de mim.

Se ela soubesse que eu era aquela garota que a viu no banheiro.

Todas as noites ela ia no mesmo lugar, fazia o mesmo corte, um por cima do outro. Eu a olhava e ela nem notava minha presença, ficava concentrada na dor que gostava de sentir.

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