- Ai! Devagar, isso dói! - Tomura resmungou antes de soltar um espirro - Tá muito frio, Izuku!

- Fica quietinho - O menor continuou a esfregar a esponja no corpo sujo dele - Não é minha culpa se você não toma banho - Depois de ensaboar o maior ele jogou um balde de água fria, limpando o sabão e lavando o cabelo branco - Espera um pouquinho - O esverdeado correu até sua mochila procurando por uma toalha.

Shigaraki realmente não prestava, ele havia imaginado coisas estranhas quando na verdade Izuku só queria lhe dar um banho. Bem, a culpa não era dele! O sardento apenas disse "tire as roupas" e depois o arrastou até um rio perto da casa da árvore sem explicar absolutamente nada!

- Aqui - Quando Tomura saiu de seus devaneios o menor já estava perto de si, secando cuidadosamente seus cabelos - Parece um cachorrinho molhado - Ele riu.

- A-A culpa é de quem? - Disse tremendo, estava realmente frio.

- Desculpa - O pequeno entregou a toalha branca ao garoto e começou a andar de volta - É melhor a gente voltar, você pode ficar resfriado.

- E a culpa seria do pirralho que me fez tomar um banho de noite - Resmungou seguindo o pequeno.

- Você também é um pirralho! - Midoriya podia ser mais velho mentalmente, mas ser chamado de criancinha ainda o afetava.

- Vamos logo - Tomura aumentou o passo rindo do garoto que ficara para trás - Não quero morrer congelado - Sorriu ao ouvir Izuku resmungar e correr atrás dele.

Os dois voltaram a casinha rapidamente, Midoriya deu ao grisalho um pijama e o jantar que sua mãe havia preparado, e enquanto o maior comia, o esverdeado arrumou os futons e cobertores, também ligou um abajur e tirou medicamentos e remédios para tratar os ferimentos mais graves do outro.

Tomura ainda não sabia como reagir ao pequeno sardento, ele nunca havia encontrado alguém tão estranho quanto ele. Izuku não só o ajudara ou escutara seus problemas, ele também fez algo que Shigaraki pensou que nunca mais ninguém faria por si. O abraçou. O aceitou sem perguntas ou questionamentos, ele apenas o aceitou. O grisalho encarava ainda confuso o menor enquanto ele limpava suas feridas e as enfaixava gentilmente, Izuku era uma pessoa tão doce, foram menos de 24 horas que haviam se conhecido, mas Tomura já sentia uma certa dependência sobre ele, afinal quem mais faria o que aquele pequeno garotinho fez por si?

- Prontinho - O esverdeado sorriu guardando o resto das coisas em sua mochila - Por favor não tente tirar as ataduras ou trocar sozinho - Olhou sério para o maior.

- Pra um garotinho você é bem inteligente, né? - Shigaraki engatinhou até o futon macio não resistindo em se jogar.

- S-Sou mesmo? - Ele voltou a falar enrolado - Izuku só aprende rápido com a sensei - Sorriu nervoso.

- Não precisa se forçar - Tomura riu das reações histéricas dele - Desde o começo achei você estranho, não precisa fingir na minha frente.

- Shicchan - Disse aliviado - Bem, vamos dormir? - Ele se jogou ao lado do maior, que se assustou com o ato repentino e se afastou.

- V-Vamos dormir juntos? - Disse nervoso.

- Só trouxe um cobertor - Ele ajustou o travesseiro - Por que? Não quer dormir comigo?

- E se - Ele olhou para as próprias mãos apavorado - E se eu sem querer tocar em você - Seu corpo tremeu diante do pensamento - Não quero te machucar - Ele se encolheu afastado dos lençóis macios - Posso dormir aqui no canto e - Ele foi cortado por Midoriya que o puxou para o futon cuidadoso - E-ei!

- Não se preocupe com essas coisas bobas - Ele riu e segurou três dedos da mão do grisalho casualmente. Coisas bobas? Quer dizer que o fato de Izuku desaparecer apenas com um toque era bobo?! Onde estava a racionalidade daquele garoto?! Tomura pensou que ele seria o tipo de pessoa que não se importaria nem um pouco em quebrar seu corpo para ajudar os outros, sim, com certeza esse seria Izuku.

- Seu idiota - Tomura corou não resistindo em apertar a mãozinha que segurava apenas seus três dedos - Se preocupe mais - Resmungou baixo.

- O quê? - Perguntou confuso.

- Não é nada - Os olhos vermelhos se encontraram com as esmeraldas - Boa noite, Izuku - O esverdeado sorriu antes de fechar os olhos.

- Boa noite, Shicchan.

Tomura ficou mais alguns minutos observando o pequeno dormir tranquilamente ao seu lado. O esverdeado era realmente alguém peculiar, exatamente por isso um pensamento desagradável passou pela mente de Shigaraki. Ele sabia que muitas pessoas poderiam magoar Izuku por ele ser um pouco diferente das crianças normais, ele era muito mais maduro e inteligente, mais do que o próprio Tomura. Ele não queria que a aura bondosa do menor fosse corrompida por qualquer sujeira, e faria de tudo para impedir. Foi naquela noite fria, envolvido em cobertores quentes e segurando os dedinhos gordinhos do pequeno menino que Tomura decidiu, ele aprenderia a lidar com seu poder monstruoso, ficaria mais forte para proteger o que era importante para si, faria de tudo para manter Izuku seguro e feliz, mesmo que ele mesmo tivesse que se sujar para isso, protegeria o esverdeado.

Já pela manhã, Midoriya preparou um café da manhã com as coisas que havia trazido de casa, também deixou roupas e outras coisas para ajudar Tomura a ficar no lugar confortavelmente, afinal ele teria de voltar e agir normalmente. Prometeu ao grisalho que voltaria todas as tardes para vê-lo, pediu a ele também que não saísse muito do bosque já que temia que o maior se encontrasse com os vilões de All For One.

Assim seguiu a rotina de Midoriya. Ele agia como uma criança de manhã e de tarde quando se encontrava com seu "cachorrinho perdido" relaxava, podendo falar normalmente. Passaram-se algumas semanas desde o encontro dos dois. A maioria, se não todos os amigos do pequeno, tinham descoberto seus poderes especiais, e a quatro dias atrás ele fora levado ao médico a fim de fazer uma consulta, a mesma que partira seu pequeno coração em vários pedaços. O choque não tinha sido maior por conta de seu conhecimento sobre o futuro, mas mesmo assim ainda doía, foi pior ver sua mãe se culpando por tudo. Izuku ignorou a notícia trágica do doutor e se focou em seu objetivo, decidiu não contar a ninguém sobre o fato, nem mesmo Bakugou sabia ainda já que Midoriya achara melhor esperar um pouco para contar ao amigo, pelo menos até ter certeza de que ele não faria amizade com outras crianças maldosas e influenciadoras.

Ele ficara cada vez mais próximo de Tomura, o que era bom, mas também estava tendo outro problema já que não passava mais tanto tempo com o mini Bakugou, ação que irritou o loiro em um nível explosivo. Sorte do esverdeado que o amigo havia descoberto sua individualidade.

Bakugou parou de reclamar, ou melhor gritar com Izuku, quando seu poder apareceu. No início, o sardento ficara nervoso e preocupado já que aquela era a época em que seu inferno começara, porém, quando percebeu que o loiro não tinha se juntado ao trio de garotos encrenqueiros e que estava mais focado em se testar do que praticar bullying com o esverdeado, ele pôde relaxar.

Todavia, diferente de Midoriya, Katsuki não estava nem um pouco relaxado. Ele adorava explodir as coisas e brincar com sua individualidade arrumando briga com garotos maiores, mas sentia que ficava cada vez menos tempo com Izuku, e isso o irritava cada vez mais. Toda vez que marcava de fazer algo de tarde com o esverdeado, ele jogava desculpas falando algo sobre um cachorro idiota e o deixava sozinho. Ele queria ficar com Midoriya, já sentia falta da presença do menor atrás de si, queria seu patinho de volta o seguindo para cima e para baixo!

- MÃE - O loiro chutou a perna da mulher que estava na cozinha cortando algumas frutas.

- O QUE É, KATSUKI?! - Ela apontou a faca para o menor, que não pareceu nem um pouco intimidado, bem, pelo menos ele não havia a chamado de "velha".

- Por que o Izuku gosta mais de cachorros de rua do que de mim?

- E eu sei?! - Mitsuki entraria em combustão, Bakugou a pertubara a manhã toda pedindo para que lhe levasse até o parque para brincar com Midoriya, depois explodira seu jogo de xícaras favoritas além de deixar as paredes do quarto sujas. Desde que ele descobriu sua individualidade a vida da pobre mulher se tornou pior que antes.

- Me diz! - Ele chutou a canela dela novamente, fazendo uma veia saltar da testa da loira.

- DEVE SER PORQUE VOCÊ É UM PIRRALHO EXPLOSIVO QUE SÓ SABE GRITAR!

- NÃO SOU NÃO, SUA BRUXA! - Ele mostrou a língua irritado.

- BRUXA?!

- Esquece! Eu mesmo vou perguntar! - Ele correu em direção a porta e saiu coincidindo com seu pai, que havia acabado de chegar.

- KATSUKI! VOLTA AQUI, PORRA! - Ela bateu na tábua em que á alguns segundo atrás estava cortando as frutas.

- Querida?

- QUE É, AMOR?! - Ela o olhou furiosa.

- Você... jogou as frutas no chão - A loira encarou seu trabalho duro que agora se encontrava espalhado pelo chão.

- INFERNO!

Enquanto o pequeno Bakugou corria em direção a casa do amigo, o esverdeado andava tranquilamente pelo bosque levando alguns suprimentos para seu forte na árvore, estava feliz e saltitante pelo fato de ter pensado em algo que talvez ajudasse o maior a controlar sua individualidade, ele levava um protótipo da ideia consigo dentro de sua fiel companheira amarela, mal podia esperar para mostrar a Tomura que ele não precisaria mais ter medo. Pensou que chegaria sem problemas até o lugar, no entanto, ele parou assim que alcançou a entrada da casinha.

Haviam crianças presentes na frente da árvore bloqueando a escada que levava até o topo. Izuku apertou a alça da mochila e cerrou os dentes nervoso, ele reconhecera os rostos, sabia muito bem quem eram aqueles três garotos, mas agora eram quatro. Ele grunhiu chamando atenção do grupo, que se aproximou. Por um momento ele fraquejou. Por que? Por que eles estavam ali? E por que aquelas crianças o olhavam com tanta raiva e desprezo? Ele pensou que elas mudariam já que Bakugou não se juntara a elas, então porque?

- Vejam só, é o Deku! - Um garoto gordinho de asas se aproximou e empurrou violentamente o esverdeado que caiu no chão.

- É o inútil que vive se escondendo atrás do Katsuki! - Outro com dedos elásticas segurou as pernas do menor e o colocou de cabeça para baixo.

- Vamos ensinar uma lição pra aquele babaca! - Outro figurante disse arrogante - Mas antes vem você!

- Não machuquem o Kacchan!

- Kacchan, Kacchan, Kacchan - Um garoto de cabelos azuis rosnou irritado - Você é um inútil que só sabe choramingar!

De repente Izuku avistou um garoto de cabelos brancos que observava a cena em cima da casa de madeira. Ele alertou o amigo com um olhar, como se estivesse dizendo que estava tudo bem e que ele não deveria sair, e tudo o que Tomura pôde fazer foi cerrar os punhos. A poucos segundos atrás ele estava ansioso esperando pelo sardento enquanto limpava o lugar, e quando ele se aproximou da janelinha para passar o pano molhado ele viu os quatro garotos se aproximarem de Midoriya, correu até a escada e observou cuidadoso a cena a fim de não causar mal-entendidos. Porém, ele teve certeza do que eles fariam com o esverdeado quando um deles o empurrou e o outro o segurou de cabeça para baixo, ele só não havia descido e afastado os garotos porque Izuku tinha o olhado pedindo para que não fizesse. A conversa seguiu.

- Você tem duas opções - O de cabelos azuis se aproximou - Ou vira nosso escravo e torna Katsuki membro da equipe - Ele se aproximou e beliscou a bochecha do esverdeado com força o fazendo grunhir - Ou vamos ensinar uma lição a você.

- O que vai ser, Deku? - O de asas riu da situação do garoto.

- Me soltem, por favor - Dizia o pequeno sentindo-se mal por estar tanto tempo de cabeça para baixo - Kacchan não vai querer ser amigo de vocês - Quanto terminou a frase ele foi solto no chão batendo a cabeça abruptamente.

- Não adianta, Kaito - O gordinho chutou o estômago do sardento - Esse idiota não vai brincar com a gente!

- Vamos dar uma surra nele?

- O que eu fiz pra vocês? Por que estão sendo maus comigo? - Perguntou com a voz chorosa. Midoriya tinha que aceitar que não importava o quanto tentasse segurar, seu corpo infantil ainda reagia como o de uma criança de 4 anos, naturalmente começaria a chorar como nos velhos tempos.

- É simples, você não tem uma individualidade! - O "líder" riu puxando os cabelos verdes - É um inútil - Começou a ficar com raiva - E mesmo assim os professores o elogiam! Me irrita que um inútil como você fique sorrindo e pulando por ai! - Ele empurrou o rosto do menor contra a terra.

- Ei, ele não largou aquela mochila surrada! - O moreno de braços elásticos tentou puxar a bolsa dele, mas falhou miseravelmente - Ei, solta seu idiota! - Ele começou a chutar o pequeno.

- Não! Vão embora, por favor! - Ele segurou firme a mochila amarela.

- Você, solta isso ago - O moreninho de dedos elásticos foi interrompido por um barulho atrás - O que foi isso? - Um garoto mais velho pareceu pular de cima da casinha - Quem é você?

- Não importa - O de cabelos azuis riu - Deve ser mais um guarda costas desse Deku inútil -- Chutou a barriga do esverdeado, que se encontrava no chão protegendo sua mochila.

- Saiam de perto dele, agora - O grisalho soou frio enquanto andava em direção as crianças.

- Tá se achado muito só porque é mais velho! - O gordinho se intrometeu - É melhor você ir embora enquanto - O grupo foi interrompido novamente. Porém, dessa vez não foi um simples barulho que os impediu de falar, e sim um tremor. O menino mais velho havia se abaixado e tocado no chão, ele levemente encostou a mão e fez com que o chão o qual estava os pés dos garotinhos se partisse - E-Ei!

- O-O que tá acontecendo?! - O outro gritou com medo.

- V-Vamos dar o fora! Ele aprendeu a lição! - O azulado disse correndo a frente dos outros.

- M-Me espera, chefe!

- Voltem aqui seus - Shigaraki teria corrido atrás deles e os despedaçado, se Midoriya não tivesse o impedido agarrando-se ao maior - Izuku?

- Tá tudo bem, se acalma - Ele o abraçou - Não vale a pena - Levantou o rosto sorrindo forçado. Aquele sorriso havia quebrado Tomura em pedaços. Izuku estava machucado, sua testa escorria sangue e sua roupa pisoteada parecia mais com os trapos que ele usava antes.

- Me desculpa - Ele se agarrou mais ao sardento. Midoriya tinha se machucado, mas era Tomura quem estava prestes a chorar por isso.

- Não foi sua culpa, bobo - Izuku levou a mão ralada e apertou a bochecha do grisalho levemente - Não precisa fazer essa cara eu - Os dois se assustaram com uma explosão repentina.

- VOCÊ! - Um loiro apareceu no lugar fuzilando o garoto maior - O QUE FEZ COM O IZUKU?! - Ele pulou partindo para cima dos dois - FICA LONGE DELE! - Explodiu a mão entre os dois, fazendo Midoriya cair no chão e, consequentemente, fazendo o de cabelos brancos se afastar.

- VOCÊ VAI MACHUCAR ELE, IMBECIL! - Gritou Tomura irritado - Quem é você?!

- Izuku é meu! Fica longe dele! - O loiro estendeu suas mãos mirando no maior.

- Ele não é seu! Não é de ninguém! - Shigaraki começou a andar em direção ao loiro.

- Vocês dois! - O esverdeado se colocou entre os dois e deu um puxão de orelha em ambos - Quietos!

- Ai! - Resmungaram em uníssimo som.

- Izuku, conhece esse projeto de bomba humana?

- Não use palavras difíceis seu... Cara feia!

- Cara feia?! Já olhou pra sua, pirralho?! Esquece, não vou me trocar com uma criança - Cruzou os braços.

- Quem aqui é criança?!

- Izuku! - Os dois chamaram pelo menor, mas ele já estava subindo as escadas - Ei! Espera!

Os dois subiram apressados atrás do esverdeado. Foi realmente uma confusão ter de explicar a eles que nenhum era um inimigo, pior ainda foi ter de lidar com eles brigando para ver quem cuidaria dos machucados do menor, no fim ele mesmo tratou disso. Izuku explicou de maneira simples a situação em que Tomura se encontrava para Bakugou, felizmente o loiro não retrucou muito e aceitou a situação rápido. Katsuki aceitou ajudar Midoriya a encobrir seu novo "cachorrinho" com a condição de que ele não excluísse mais o amigo de nada e que passasse mais tempo com ele, coisa que não agradou nem um pouco Shigaraki. No entanto, o tópico da conversa agora era outra coisa, ou melhor, pessoa.

- Então, Izuku - Tomura chamou a atenção dos dois - O que aqueles garotos queriam dizer com "sem individualidade"? - O esverdeado estremeceu - Pensei que já tinha poderes.

- O quê? Como assim? - Bakugou olhou para o amigo confuso.

- Eu - Ele se encolheu - Não tenho uma individualidade, nunca vou ter - Disse com a voz chorona.

- Como assim, todo mundo tem um! - O loiro gritou.

- O médico disse que eu não...

- Isso é possível? - O grisalho estava pasmo, sempre pensou que Midoriya pudesse ler mentes ou algo assim.

- Sinto muito - Ele parecia com medo.

- Não se preocupe - Tomura se aproximou e bagunçou os cabelos verdes - Não tem problema nenhum, pra mim - Fuzilou o loiro. Não gostava da ideia de ter outra pessoa acompanhando o sardento, mas ele sabia que aquele pirralho era importante para o pequeno, e por isso o alertou de concordar com ele, bem, isso não pareceu realmente necessário já que logo em seguida o loiro pulou irritado.

- Quem liga?! Já disse que vou proteger você, idiota! - Ele se aproximou e deu um peteleco na testa do menor - Não pense demais em coisas complicadas, Izuku - Ele sorriu radiante.

Os dois tiraram a conclusão de que ele voltaria a sorrir, mas quando Izuku começou a chorar e soluçar não souberam o que fazer. Por mais que tentassem fazê-lo se acalmar, nada funcionou. Todavia, o pequeno Deku não chorava por tristeza, ele se sentia aliviado. Ficara com medo do que aconteceria quando seus amigos descobrissem sobre sua condição rara, e quando eles simplesmente o aceitaram sem mais nem menos, ele sentiu um grande peso sair das costas. Naquele dia os três dormiram juntos, Izuku no meio segurando a mão de ambos. Ele decidiu que contaria a Tomura sua descoberta no dia seguinte, já haviam passado por coisas demais pro um dia.

O dia seguinte não fora tão calmo quanto o esverdeado havia imaginado, principalmente para Bakugou que tinha saído de casa sem avisar. Mas de algum jeito eles conseguiram desviar dos dragões enfurecidos, suas mães.

A situação ficara mais fácil com a presença de Katsuki, já que agora Izuku tinha um álibi para sair mais frequentemente a tarde. Desde o acontecimento passado os três haviam ficado mais próximos, Tomura e Bakugou ainda brigavam bastante, mas eram por motivos banais quase como se gostassem de implicar um com o outro, de maneira saudável é claro. Inclusive, naquele exato momento Izuku se encontrava no parque da cidade, aquele dia era o único em que era permitido colher as frutas do campo, desde que tivesse uma autorização. As frutas eram conhecidas por serem saborosas e doces, e sua incrível mãe tinha conseguido um passe livre para ele. Então antes de ir para o esconderijo da árvore ele passaria no lugar para colher algumas e levar aos amigos.

O plano inicial era cumprir seu objetivo sem chamar atenção, porém, quando ele viu um guarda agredir uma criança, similar ao tamanho de Tomura, não resistiu em se intrometer.

- Seu moleque ladrão! - O senhor agarrava o braço do garoto com força, parecia doer - Pensa que pode pegar sem autorização?!

- Me solta seu - Os dois ficaram surpresos quando um menino pequeno de cabelos verdes se meteu entre eles.

- Senhor, por favor solte meu amigo! - Izuku se colocou na frente do garoto maior - Nós temos autorização! - Ele mostrou um papel ao homem, que estalou a língua irritado e se afastou.

- Amigo...?

- Desculpe, se eu não dissesse isso ele não deixaria você ir - O esverdeado virou para encarar o maior. Ele tinha cabelos vermelhos e olhos azuis chamuscantes, não sabia o porquê, mas sentia um sentimento nostálgico, como se já conhecesse o rapazinho.

- Por que me ajudou? - Ele recuou desconfiado, até nesse aspecto parecia com Tomura no início. Bem, Midoriya não poderia culpa-lo, o ruivo tinha diversas ataduras por todo o corpo e sua pele parecia queimada, era doloroso só de ver.

- Você parecia pedir por ajuda - Ele sorriu gentil fazendo o outro arregalar os olhos surpreso.

- Você... É um garoto estranho - O sardento riu, já era a terceira criança que lhe dizia isso.

- Se não for muito incômodo, posso perguntar seu nome? - O maior pareceu pensativo por um tempo.

- Toya...

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Olá Floresss! Espero que tenham gostado!

GENTE foi uma luta pra descobrir se o nome do Dabi era "Touya" ou "Toya", aí descobri que era Toya mesmo.... CHAMEI ERRADO A MINHA VIDA TODA!!!!

As coisas vão ficar interessantes! Midoriya tá adotando todos os vilão nessa bagaça!

(O capítulo ainda não foi revisado! Se tiverem erros tenham paciência que vou corrigir okay? ^w^)

Um beijo pra quem quiser!