A Reunião
Pessoal, me desculpem mas não consegui postar o capítulo ontem (estava com visitas em casa e ainda precisava ajustar algumas coisas antes de postar) mas aqui estou eu com o capítulo um pouquinho maior 🥰 Espero que gostem!
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Eu joguei o papel amassado que havia pego no quarto de Madara em cima da escrivaninha de Sasuke, onde ele estava sentado.
– Leia isso. – Peguei um pouco de ar, depois de voltar às pressas ao quarto dele.
Sasuke pegou o papel, ligeiramente confuso. Desde o momento em que entrei no quarto, essas foram as únicas palavras que eu disse a ele. Vi o momento em que Sasuke uniu as sobrancelhas enquanto lia o conteúdo.
– Onde achou isso? – Seu tom de voz era sério.
– No quarto do seu tio, a criada-chefe achou que eu era uma novata e me mandou entregar o café da manhã até o quarto dele. – Eu estava de braços cruzados.
Sasuke balançou a cabeça, negando.
– Não, meu tio não pode ter nada a ver com isso.
Eu fiquei incrédula, como pode negar o que estava bem na frente dele?
– Sasuke, seu tio possui uma carta das forças inimigas pedindo autorização para recuar da fronteira. O que exatamente você não entendeu?
– Não entendo como ele pode ter posse de uma carta dessas!
– Ora, é simples! Essa carta só pode significar que ele tem contato com os inimigos! – Eu peguei o papel de suas mãos, mostrando a ele o pequeno selo colado no verso, que era o desenho de uma flor. – Está vendo? É a flor de camélia novamente! Isso pode ligar ele com Ino, talvez tenha sido ela quem entregou essa carta a ele, e estou quase certa de que ele é o cara que visita ela à noite.
Sasuke se levantou e foi em direção à sacada. Suspirei, eu sabia que ter esse tipo de conversa seria complicado, afinal, ele conviveu com o tio durante a vida inteira. Não seria fácil para ele aceitar que Madara possa estar envolvido em algo desse nível.
Calma Sakura, você precisa convencê-lo aos poucos, não seja agressiva!
Eu me aproximei lentamente, observando-o enquanto ele encarava a paisagem, sem dizer nada.
– Ei, me desculpe, não quis dizer que seu tio definitivamente é o culpado... – Eu o abracei por trás. – O que estou dizendo é que isso tudo é no mínimo estranho, sabe? Eu só acho que devíamos ir mais a fundo sobre isso, só por precaução.
Fiquei um tempo ali, abraçando-o, quando ele se virou de frente para mim, com meus braços ainda ao redor dele.
– Eu sei, tem razão. – Ele me abraçou de volta. – Só não quero acreditar que ele esteja envolvido nisso.
– Nós podemos descobrir isso juntos, tudo bem? E se for algum mal-entendido, não precisaremos nos preocupar com ele.
Sasuke concordou, e eu me senti vitoriosa. No meu íntimo, eu sabia que Madara tinha grandes chances de ser o culpado, mas tentar forçar isso em Sasuke logo de cara pode não ser uma boa ideia. Eu devo mostrar isso a ele aos poucos.
– O que vocês conversaram enquanto você estava lá? Ele descobriu que era você? – Ele perguntou, repentinamente.
– Bem... curiosamente, ele perguntou sobre mim, a Sakura de verdade.
– Como assim?
– Ele perguntou se eu a conhecia, como ela era, e que não entendia por que você queria tanto casar comigo. – Eu dei uma risada dessa última frase. – Eu achei estranho, pra ser sincera. Por que ele estaria tão interessado em mim?
– Talvez ele só queira te conhecer melhor. – Ele tentou defender o tio, mas seus olhos demonstravam que ele estava pensativo.
Eu quis rebater, mas eu não queria causar uma discussão desnecessária nesse momento. Plantar a semente da dúvida na mente de Sasuke já estava ótimo, por enquanto.
– Então quem sabe eu posso encontrá-lo de uma forma mais adequada. – Eu sorri. – Não vai fazer mal se Madara e eu conversássemos um pouco mais.
É como dizem: "mantenha os amigos perto, e os inimigos mais perto ainda". Trocar algumas palavras com Madara pode me fazer entender mais sobre ele e seus objetivos. No mínimo, eu poderia tentar descobrir porque ele se interessa tanto por mim, e o baile, que será amanhã, é uma ótima oportunidade para me socializar.
Nos separamos do abraço, e eu aproveitei para sentar na mesa e devorar um pouco do que restava do café da manhã, ou ia acabar desmaiando de fome.
– Você não comeu no seu quarto? – Ele perguntou, enquanto me olhava.
– Não, nem tive tempo. – Eu coloquei a mão em frente a boca para falar. – Na verdade, era pra eu ter ido ao quarto de Ino, mas meu plano deu errado.
Sasuke se sentou ao meu lado, curioso.
– E o que exatamente você iria fazer lá? – Perguntou.
– Eu iria procurar por alguma coisa que ela poderia ter que fosse suspeita.
– Tipo o que?
– Sei lá, algo que prove que ela está agindo com outra pessoa! Alguma coisa ela deve ter escondido lá. – Eu dei um gole na xícara de chá, quando uma ideia me surgiu. – Sasuke! Tive uma ideia brilhante, e você vai me ajudar!
Ele me lançou um olhar duvidoso.
– Que ideia brilhante seria essa?
Eu me inclinei em sua direção.
– Você disse que queria conversar com a Ino, certo? Então faremos o seguinte: amanhã, no baile, quando todas as formalidades já tiverem sido feitas, você mantém a Ino ocupada por alguns minutos enquanto eu dou uma vasculhada pelo quarto dela.
– Sakura, tem certeza? E se alguém der falta de você?
– Não vão, depois de horas todo mundo já vai estar bêbado e cansado de me ver. Qualquer coisa eu digo a alguém que fui ao banheiro.
Sasuke ainda parecia um pouco incerto sobre o meu plano. Peguei uma de suas mãos, fazendo uma pequena carícia.
– Por favor, estou confiante de que posso achar algo lá.
Sasuke soltou o ar com força, e eu sabia que tinha acabado de convencê-lo.
– Certo, mas quando for, seja rápida.
– Pode deixar! – Dei um sorriso. – Mas você trate de ficar a 10 metros de distância dela.
Ele soltou uma risada.
– Se for assim é mais fácil eu me comunicar com ela por cartas.
Eu bufei, apesar de ter sido uma ideia minha, eu não gostava de pensar nos dois conversando sozinhos.
– Tá bom, mas fique a uma distância considerável, ou você sabe o que pode acontecer. – Eu estava me referindo a possíveis boatos.
– Não se preocupe com isso, querida. – Sorriu de canto, enquanto ainda me encarava. Eu fiquei levemente envergonhada pelo apelido carinhoso. – Aliás, não consegui dizer o quanto você ficou linda nessa roupa.
Eu quis rir, mas apesar de ter sido algo totalmente inesperado, eu realmente achei interessante a possibilidade de andar pelo castelo sem ser reconhecida.
– E eu não consegui dizer o quanto você deve ter ficado maluco para ter uma ideia dessas.
– Mas, no final, você acabou vestindo.
Eu revirei os olhos.
– Sim, mas eu só vesti por causa do meu plano de entrar no quarto da Ino como uma criada qualquer. – Peguei um copo com um pouco de leite em mãos.
– Então não foi por minha causa? Agora eu fiquei magoado. – Brincou. – Porém, já que você está assim, podemos aproveitar para fazermos algumas coisas.
Algumas coisas? Algumas coisas tipo o que? Será que Sasuke realmente tem esse tipo de fetiche? Por que eu sempre acabo pensando besteira?
Antes que eu pudesse responder, ele continuou:
– Quero que vá a uma reunião comigo hoje. Você vai ficar encarregada de servir o chá.
Eu arregalei os olhos, quase me engasgando com a bebida em minha garganta. Espera, ele quer que eu vá em uma reunião fingindo ser uma "assistente"?
– Posso saber por qual razão você quer que eu vá? – Eu tossi algumas vezes.
– Acredito que você irá achar interessante.
– E eu tenho que ir desse jeito? – Apontei para minhas roupas.
– É o único jeito, Sakura. Você ainda não tem um título real, não pode participar das reuniões oficialmente.
Apesar de não ser algo que me agradasse tanto, eu estava realmente curiosa para saber o que acontecia nessas reuniões. Talvez eu pudesse descobrir algumas coisas sobre o reino que eu ainda não sei.
– Certo, eu vou. – Eu limpei minha boca com um guardanapo e me levantei da cadeira, ajeitando a roupa e o óculos no rosto. – Mas a partir de agora, me chame de Naomi, Alteza.
Eu fiz uma breve reverência, enquanto Sasuke não desgrudava seus olhos de mim, com a mão apoiada no queixo. Ele sorriu.
– Você ainda vai acabar me deixando louco.
✧༺♥༻∞
Eu arrumei, cuidadosamente, seis xícaras de chá em uma bandeja para servir aos homens que estavam na mesa, em uma sala privada que Sasuke usava para reuniões. Os homens pareciam bem à vontade enquanto faziam piadas e conversavam amenidades antes de realmente tocarem em assuntos importantes. Um deles, de cabeços cinzas e óculos, olhou diretamente para mim.
– Quem é essa beldade que trouxe consigo hoje, Sasuke? – Ele perguntou para os homens a mesa, mas foi alto o suficiente para que eu escutasse. Continuei fingindo que estava arrumando as xícaras.
– Não é da sua conta, Kabuto. – A voz de Sasuke soou seca.
– Só queria saber se ela está solteira, quem sabe ela queira passar uma noite de diversões na minha cama. – Ele soltou uma risada, como se tivesse contado a melhor piada do mundo. Eu quis vomitar, só conseguia imaginar o quanto as criadas devem sofrer em reuniões como essas. Alguns homens realmente só sabiam tratar as mulheres como objetos.
– Não está, e eu já disse que não aceito esse tipo de comportamento. Não vou avisá-lo novamente, ela é minha criada.
Ouvir a voz de Sasuke dizendo que eu era dele, fez com que um arrepio percorresse pelo meu corpo.
– Tá bom, calma, só estava brincando. – Kabuto parou de rir, vendo que sua piada sem graça não tinha sido tão engraçada assim.
– Vamos ao que interessa. – Sasuke começou a conversa, ignorando Kabuto. – Gaara, como está a situação nas fronteiras?
Eu aproveitei o início da conversa para começar a servir o chá para os homens que estavam ali. Primeiro para o príncipe, depois, para o ruivo, que eu descobri se chamar Gaara quando ele olhou para Sasuke assim que ele disse seu nome. Em seguida, para um homem um pouco mais velho, de cabelos prateados, logo depois foi um homem com cabelos pretos, preso em um rabo-de-cavalo. A seguir, servi o chá para o mais velho daquela mesa, um homem de cabelos negros e algumas faixas cobrindo parcialmente seu rosto e, por último, Kabuto. Assim que terminei de servi-los, voltei para perto da mesa onde estava o chá e alguns biscoitos.
– Tivemos uma grande vitória, as tropas conseguiram impedir o avanço do inimigo. Eles tiveram que recuar, por ora. – Gaara respondeu.
Eu olhei de relance para Sasuke e, quando ele me devolveu o olhar, percebi que provavelmente acabamos pensando a mesma coisa: a carta no quarto de Madara.
– Conseguiu contato com o general inimigo? – Sasuke perguntou.
– Tentamos, mas ele não quis nos ouvir.
– Com sua licença, Alteza. – O homem de rosto enfaixado chamou a atenção. – Mas não seria melhor se Vossa Alteza juntasse forças com a Stoacia, para invadir o território inimigo e acabar com os nofradianos de uma vez?
– Você está pedindo para o príncipe entrar em uma guerra, Danzou? – O homem se cabelos prateados o questionou. – Guerras custam caro, e nós não temos como manter uma por um longo período.
– Kakashi tem razão, Danzou. – Sasuke se pronunciou. – Não temos como iniciar uma guerra agora, e mesmo com a Stoacia ao nosso lado a vitória seria incerta. Não posso arriscar a vida das pessoas em vão. Por enquanto, estamos fazendo um ótimo trabalho na defesa das fronteiras com Gaara no comando.
– Eu só espero que Vossa Alteza não tome as devidas providências tarde demais, igual o rei. – Danzou chiou.
– Está questionando as ações do rei, Danzou? – Kakashi retrucou, antes mesmo de Sasuke conseguir responder.
– Não acho que ele esteja questionando. – Kabuto saiu em defesa do mais velho – Ele só estava querendo dizer que Sasuke deveria agir agora.
Sasuke parecia estar ficando ligeiramente irritado.
– Eu estou agindo, não estão vendo? Estou defendendo nosso território! Preciso ser racional, não podemos entrar em guerra agora!
– Perdão, Alteza, não foi minha intenção ofendê-lo e nem questionar o rei. – Danzou curvou a cabeça, em pedido de desculpas. – Eu apenas quis dar uma sugestão.
– Pense mais um pouco antes de falar da próxima vez, Danzou. – Sasuke o advertiu. – Tomarei ações mais drásticas se elas forem necessárias.
Danzou concordou, mas ele não parecia muito contente. Nesse momento, eu vi o moreno de rabo-de-cavalo bocejar discretamente. Eu estava tão imersa na conversa que quase não reparei quando Gaara me pediu mais uma xícara de chá. Eu o servi.
– Shikamaru, descobriu mais algo sobre Sasori? – Sasuke perguntou ao moreno que estava bocejando há alguns segundos atrás.
– Não muito, apenas que ele anda saindo algumas vezes da cidade.
Deve ser por causa dos problemas com a casa. Pensei.
– Inclusive, vi seu tio conversando bastante com ele. – Shikamaru completou.
Madara andou conversando com Sasori? Aquele fala me chamou a atenção. Peguei alguns biscoitos para servir enquanto ouvia a conversa.
– Sim, eu sei. Ele provavelmente deve ter conversado com meu tio sobre os impostos atrasados.
– Não, Sasuke. Eles estavam na cidade, fora do castelo. Parecia uma conversa casual.
Ué, fora do castelo? O que eles teriam para conversar que não poderia ser aqui dentro? Sasuke franziu o cenho, e eu imaginei que ele estivesse com a mesma dúvida que a minha.
– Fora daqui? – Ele repetiu.
– Sim, os dois estavam em uma cafeteria um pouco mais afastada do centro.
Eu servi uma porção de biscoitos para cada um, ao mesmo tempo em que trocava um breve olhar com Sasuke. Eu espero que ele esteja ao menos desconfiando um pouco mais do tio agora, pois isso realmente era incomum, afinal, que tipo de relação eles poderiam ter?
– Shikamaru, descubra onde Sasori está indo e o que ele está fazendo com o meu tio. – Sasuke ordenou ao moreno, que apenas acenou com a cabeça.
Depois de mais um tempo de conversa, finalmente a reunião havia acabado. Eu fiquei recolhendo as xícaras usadas e os restos de biscoitos que acabaram sobrando, enquanto Sasuke fechava a porta depois que a última pessoa se despediu.
– Você não precisa fazer isso, sabia? – Ouvi a voz dele soar pelo ambiente.
– Eu sei, mas prefiro não deixar tanto trabalho para as criadas.
Sasuke se aproximou tão silenciosamente, que eu não percebi o momento em que ele me abraçou por trás, colocando seu rosto no meu pescoço e soltando um longo suspiro em seguida.
– O que houve? – Eu perguntei, surpresa com o gesto.
– Apenas deixe-me ficar assim por alguns segundos. – Sua voz soou cansada, ele provavelmente deve estar se sentindo sobrecarregado.
Eu abri um sorriso e acariciei seus cabelos com minha mão.
– Certo, certo... vai ficar tudo bem. – Tentei confortá-lo.
Depois de alguns segundos, ele me soltou, parecendo um pouco mais revigorado.
– Então, pronto para fazer aquela visita na loja da senhora Chiyo? – Eu perguntei, com um brilho nos olhos.
– Não podemos descansar um pouco antes? – Ele fez uma careta.
– Não! Se demorarmos muito, a loja vai fechar. – Eu peguei em seu braço, nos levando em direção à porta. – Vamos, preciso muito tirar essa roupa, e o cabelo está começando a me incomodar.
✧༺♥༻∞
Depois de finalmente retornar à minha aparência original, eu guardei a fantasia no meu closet, pois achei que poderia ser útil futuramente. Saori me ajudou com uma roupa para que eu pudesse sair – apenas um vestido esmeralda básico e um salto baixo –, e finalizou colocando um colar em meu pescoço e soltando as tranças do meu cabelo, que acabou deixando-os com um ondulado muito bonito.
Eu peguei o botão que estava guardado em minha gaveta e coloquei em um compartimento da minha bolsa, e assim que estava pronta, desci até a área das carruagens, onde Sasuke já estava me esperando. Ele me ajudou a subir e logo iniciamos a viagem.
Eu mexia sem parar na alça da minha bolsa.
– Está ansiosa? – Sasuke me perguntou.
– Sim, confesso. Eu estou rezando para que a senhora Chiyo saiba de qualquer coisa que seja.
– Se ela não souber, vamos atrás de outra pessoa que saiba. – Ele tentou me tranquilizar, mas eu queria muito descobrir alguma coisa sobre isso.
Tão logo chegamos na loja, a senhora Chiyo já veio nos atender com um sorriso simpático.
– Oh, é a Alteza e sua noiva, que surpresa vê-los aqui! Em que posso ajudá-los? Teve algum problema com o vestido? – A senhora nos cumprimentou, do outro lado da bancada.
– Não, não. O vestido está ótimo! – Eu disse, mesmo nem o tendo visto a pedido de Mikoto. – Estamos aqui por outro motivo.
Eu peguei a minha bolsa e abri o pequeno compartimento onde estava o botão. Retirei-o cuidadosamente e o depositei sobre a bancada. A senhora ficou observando aquele pequeno objeto.
– Por acaso, a senhora sabe de onde vem esse tipo de botão? Ou de quem poderia pertencer?
Chiyo retirou de uma gaveta um par de óculos, colocando-o no rosto. Ela pegou com suas pequenas mãos o botão e o aproximou de seus olhos, a fim de enxergar melhor. Alguns longos segundos se passaram – me fazendo imaginar se ela realmente poderia saber de alguma coisa –, quando ela finalmente parecia ter uma resposta. Eu estava aflita.
– Tem muitos anos que não vejo esse botão. – Ela girava a peça de um lado para o outro. – Esse estilo vem de Nofrad, a última vez que eu vi um desses já faz cinco anos.
Cinco anos? Então provavelmente foi antes deles entrarem em conflito com Ebralor e a Stoacia. Isso só indica que aquele homem tem ligação com o país inimigo, mas o que isso tem a ver com Ino? Por que ela estaria recebendo visitas de um suposto nofradiano? Droga, se eu ao menos tivesse enxergado direito as roupas de Madara...
– A senhora por acaso viu alguém usando esses botões nas roupas recentemente? – Perguntei, esperançosa, mesmo sabendo que depois de anos, a probabilidade de existir um nofradiano por aqui é baixa.
Ela coçou a cabeça, pensando.
– Me desculpe querida, eu não tenho uma boa visão e também não me recordo de ter visto alguém os usando.
Minha esperança murchou, mas eu lhe dei um sorriso simpático.
– Tudo bem, a senhora já ajudou bastante! Muito obrigada.
– De nada, queridos. Fico feliz em saber que fui útil.
Eu guardei o botão novamente em minha bolsa e logo nos despedimos da velha senhora, voltando rapidamente para o castelo. Eu questionei Sasuke, já que ele havia ficado calado enquanto eu fazia as perguntas e em boa parte do trajeto de volta.
– O que você acha? – Perguntei, enquanto abria a porta do meu quarto. Sasuke estava logo atrás de mim.
– Eu realmente não sei o que pensar. – Ele disse, fechando a porta. Eu aproveitei para guardar o botão novamente em minha gaveta.
– Você sabe o que eu penso.
– Que Ino e meu tio estão envolvidos com os nofradianos? Que eles estão cooperando juntos? – Sasuke sentou-se no sofá.
– Sim, basicamente. – Eu fiquei em pé, encarando-o com a mão na cintura.
– Mas por qual razão, Sakura? O que eles têm a ver um com o outro?
Eu já estava imaginando que aquela conversa seria complicada.
– Não sei, Sasuke, é isso que eu quero tentar descobrir amanhã! – Eu suspirei. – Sasuke, pensa comigo: o homem que eu vi com Ino deixou cair um botão que tem ligação com Nofrad. Depois, Madara tem em mãos uma carta que veio diretamente do inimigo, que pelo fato de estar completamente amassada, deve tê-lo deixado irritado. E, por último, Ino está tentando de todas as maneiras sabotar nosso noivado... eu não me espantaria se ela estivesse fazendo isso a mando do seu tio.
– E por qual razão meu tio atrapalharia o meu casamento?
Eu me sentei ao seu lado no pequeno sofá.
– Sasuke... é só algo que veio em minha mente, mas você já pensou na possibilidade do seu tio querer o trono? Se ele conseguir me tirar de cena, você perde o apoio não só do meu pai, mas também dos apoiadores do duque, e Madara teria mais tempo para agir.
Sasuke ergueu as sobrancelhas, como se estive tentando entender o que eu estava dizendo.
– Não acho que ele faria isso. – Respondeu.
É, realmente não teria como convencê-lo apenas com palavras.
– Tudo bem, é só uma suposição... mas, por favor, tome cuidado. – Eu me levantei, tomando distância até a sacada. Estava me sentindo levemente chateada, mas por outro lado, entendo a confusão que se passa em sua mente, afinal, Madara é parte da família Uchiha e Sasuke cresceu convivendo com ele. É difícil para ele aceitar algo assim logo de cara.
– Me desculpe, Sakura. – Ouvi sua voz ao meu lado. – Eu estou realmente considerando todos os cenários, mas... minha mente ainda está uma bagunça, é informação demais.
– Você tem várias coisas a se pensar, eu sei. Só te peço para não demorar muito, por favor.
Ou a sua hesitação pode ser a minha ruína.
– Não irei, prometo. Só preciso descansar um pouco e colocar a cabeça no lugar.
Eu fiquei um tempo em silêncio, antes de fazer outra pergunta.
– Aliás, por que será que Sasori e Madara estavam juntos? Fiquei me perguntando isso.
– Isso é algo que eu também gostaria de saber, já achei estranho o fato de meu tio o ter favorecido estendendo o prazo para regularizar o imposto.
– Será que eles têm algum negócio juntos? Algo do tipo? – Sugeri.
– É possível, mas já pedi para Shikamaru investigar mais sobre.
Isso definitivamente não estava me dando um bom pressentimento, talvez eu deva tentar arrancar essa informação de Sasori durante o baile. Será que ele me contaria sobre sua relação com Madara? Não sei, mas não custa nada tentar.
– Está preparado para amanhã? – Perguntei, mudando de assunto e virando-me em sua direção.
– Se estiver se referindo ao fato de que todo mundo vai ficar de olho em você, não.
Eu ri.
– Mas é claro, afinal, todos estarão vindo me conhecer.
– Exatamente. – Sasuke entrelaçou minha cintura, colando nossos corpos. – E se você acabar se apaixonando por um príncipe de outro reino? Como eu fico?
Soltei uma risada mais alta ainda.
– Olha quanto drama! – Apertei suas bochechas levemente. – Isso é impossível de acontecer, você sabe.
Ele se aproximou, ficando a poucos centímetros do meu rosto.
– Então eu posso dizer a todos que você é minha? – Sussurrou, com sua voz rouca.
Senti um arrepio subir pelo meu corpo.
– Sim... – Concordei automaticamente com a sua pergunta, mesmo eu imaginando que ele provavelmente não faria isso.
Eu fechei os olhos, sentindo seu perfume e esperando o contato dos seus lábios nos meus. Sem demora, Sasuke me beijou, num beijo lento, gentil e delicado.
✧༺♥༻∞
Já era noite, e após Sasuke sair, pude conversar um pouco com Shizune – o que acabou incluindo o tópico sobre a perda da minha virgindade, deixando-a um pouco preocupada, mas eu garanti a ela que estava tudo bem. Shizune me avisou que finalmente estaria livre das suas aulas, podendo ser oficialmente minha dama de companhia. Eu fiquei feliz, já que agora eu teria sua presença ao meu lado por mais tempo, e isso era algo que poderia deixar Sasuke mais tranquilo quando ele não pudesse estar presente. Mas ainda tinha algo mais importante que eu deveria contar à Shizune: o fato de que alguém naquele castelo queria me ver morta.
Eu me sentei com ela na cama e acabei contando a mesma história que eu disse a Sasuke. Contei tudo o que eu sabia e o que aconteceu durante os últimos dias. Shizune ficou tão angustiada quanto eu pensei que ficaria.
– Sakura, não é melhor você voltar para casa? – Ela sugeriu.
Se eu não tivesse morrido na minha própria casa, poderia considerar essa possibilidade.
– Não vai adiantar, Shizune. Não vai ser a casa dos meus pais que vai impedir essa pessoa de ir atrás de mim.
– Mas... aqui é muito perigoso. – Insistiu.
– Calma, não vai acontecer nada. Ele não vai me pegar tão fácil assim aqui dentro, já que eu estou sempre acompanhada. – Eu segurei as mãos dela. – Você poderia me ajudar a pegar essa pessoa?
– É claro, senhorita! Eu a ajudarei no que for preciso.
Dei um sorriso sincero.
– Obrigada, Shizune. Você é muito importante para mim.
– Ah, querida! – Ela me abraçou com força. – Eu te conheço desde pequena, faria tudo para te ver bem e feliz.
Eu segurei a vontade que eu tive de chorar, Shizune era como uma mãe para mim e eu a valorizava por isso.
Depois que nossa conversa terminou, eu tomei um banho e Shizune me preparou para dormir. Eu iria – mais uma vez – dormir no quarto de Sasuke, já que ele disse que estaria me esperando. Ela me acompanhou até o quarto dele, se despedindo de mim e seguindo caminho pelo corredor. Eu dei uma batida na porta, antes de entrar.
– Sasuke? Cheguei. – Eu o procurei pelo quarto, e logo o vi saindo do banheiro, com o cabelo molhado, uma toalha no pescoço e suas roupas casuais.
– Sakura, preciso fazer algo antes. – Eu o admirava enquanto ele terminava de secar os cabelos com a toalha.
– Precisa? O que é?
Sasuke andou até o seu closet, voltando de lá com um lençol dobrado em mãos. Eu o olhava confusa.
– Tenho que me livrar disso, mas você pode deitar primeiro se quiser.
Eu olhei para aquele lençol, e só então me dei conta de que era a capa de sua cama que havia sido manchada de sangue.
– Eu vou com você. – Eu disse.
– Não, você está de pijama.
– Isso é simples de resolver. – Fui até o seu cabideiro e peguei um de seus mantos que estava pendurado, colocando-o sobre meu corpo em seguida. – Pronto, agora eu posso ir. De qualquer forma, não vai ter ninguém andando por aí essas horas.
Sasuke refletiu por alguns segundos.
– Certo, vai ser melhor se você não ficar aqui sozinha.
Nós saímos do quarto, ele com o lençol debaixo do braço e eu andando ao seu lado.
– Pra onde vai levar isso? – Perguntei, curiosa.
– Para a fornalha.
Ele vai realmente colocar fogo nisso?
– E se alguém nos ver?
– Não vai, fica tranquila.
Descemos até o primeiro andar, em direção aos fundos do castelo, onde ficava parte da cozinha e lavanderia. Na lavanderia, havia uma porta que levava até um local escuro, onde havia uma espécie de forno gigante que parecia queimar todo o tipo de lixo do castelo. Sasuke jogou o lençol e acendeu o fogo, ficando ao meu lado para assistir o lençol se desintegrar por completo.
– O que os dois pombinhos estão fazendo aqui? – Uma voz animada surgiu inesperadamente, me dando um susto.
– Itachi?! O que está fazendo? – Sasuke perguntou, também assustado.
– Eu vi os dois andando de fininho por aí, achei que seria divertido ver o que estão aprontando. – Itachi se aproximou de nós, olhando para o forno. – O que estão queimando aí?
– Nada que te interessa. – Sasuke virou a cara.
– Oi, Itachi! – Eu sorri, bastante sem graça. E se ele acabasse descobrindo e contasse para alguém?
– Cunhadinha, viu o jeito que ele me trata? – Ele fez um bico. – Nem parece meu irmãozinho mais novo!
Eu escondi uma risada. Itachi se concentrou em desvendar o mistério do que estaria acontecendo ali, ele era realmente curioso quando se tratava do irmão.
– Ora, espera aí. – Itachi chegou mais perto do forno, com a mão no queixo. – É isso que eu estou pensando? Por que você está queimando o lençol da sua cama?
Sasuke e eu ficamos em silêncio, evitando o contato visual com o mais velho enquanto a ansiedade tomava conta de nós dois.
– Calma, isso só quer dizer que... – Itachi olhou de mim para o irmão. – Sasuke, você finalmente deixou de ser virgem?! – Sua voz saiu em alto e bom som.
– Cala a boca, animal! – Sasuke tampou a boca do irmão com uma de suas mãos, irritado. – Ficou maluco? Assim dá pra te ouvir de longe!
Itachi levantou parcialmente os dois braços, em sinal de desculpas. Eu não conseguia dizer nada, apenas me sentia completamente sem jeito naquela situação. Itachi havia descoberto nosso segredo.
Sasuke soltou o irmão.
– Foi mal! É que fiquei bastante empolgado com a notícia. – O mais velho se desculpou.
– Itachi, eu te peço, não conte isso a ninguém. – Sasuke pediu.
– Relaxa, irmãozinho, minha boca é um túmulo, pode confiar! – Ele fez um sinal positivo com a mão. – Estou feliz que você finalmente virou um adulto! E aí, você usou as dicas que eu te dei?
Eu tampei meu rosto com a mão, aquilo era vergonhoso demais para mim.
– Itachi, pelo amor dos deuses! Não vê que está sendo inconveniente? Sakura está aqui! – Eu vi Sasuke empurrando o irmão para fora. – Vamos, vaza!
– Perdão, cunhadinha! – Itachi gritou para mim, já próximo da porta. – E Sasuke, depois eu quero saber detalhes desse seu momento histórico.
– Vai saber porra nenhuma, agora vá! – Sasuke fechou a porta, sem dar a chance do mais velho responder. Ele soltou o ar com força.
– Será que ele vai contar para alguém? – Eu perguntei, observando-o.
Sasuke me encarou de volta.
– Não, ele pode ser desse jeito, mas é confiável. – Eu fiquei aliviada, ao menos nosso segredo ainda estava seguro.
Um pouco mais tarde, quando não havia mais nenhum vestígio daquele lençol, Sasuke e eu voltamos para seu quarto. Ele estava trocando suas roupas para uma mais confortável enquanto eu esperava na cama, quase pegando no sono. Senti a cama afundar atrás de mim e seus braços me envolverem em um abraço protetor. Ele inspirou o aroma dos meus cabelos antes de depositar um beijo no topo da minha cabeça. Era o seu jeito de demonstrar que me amava.
Deixei escapar um leve sorriso, no qual ele não conseguia ver. Mas no fundo, meu coração não conseguia sentir outra coisa que não fosse felicidade naquele momento.
Eu deixei o sono me levar, afinal, amanhã seria um dia cheio.
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Finalmente, vem aí o capítulo do baile 💃 não esqueçam de votar/comentar pra incentivar essa pobre autora kkk Obrigada por acompanharem, beijoss 💖
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