Capítulo 5

- Mas que... - Ele se cala por alguns segundos, mas quando me vê pergunta. - Quem é você?

Caminho lentamente para mais perto da sua cama, e paro ao lado dela.

- Me chamo Becca. - Digo. - Sou sua nova enfermeira.

Ele sorri de uma forma desagradável, mas para quando provavelmente sentiu dor, pois ele faz uma careta.

- Mande-a embora Susan. - Ele fala.

- Eu não...

- Ou mande ela embora, ou está demitida. - Ele a corta de uma forma extremamente grosseira.

Susan coloca a bandeja sobre o criado mudo, e aperta a mão uma na outra para parar com a tremedeira.

- Susan não vai ser demitida e eu não vou embora. - Cruzo os braços.

- Quem você pensa que é para querer dar ordens na minha casa? - Ele retruca.

- Você precisa da nossa ajuda, então pare de ser mal educado. - Falo com seriedade. - Susan poderia estar trabalhando para um bom chefe nesse momento, mas está aturando suas birras porque se importa com você, então seja mais agradecido.

- Está aqui porque quer, não pedi e não quero ajuda de ninguém. - Ele diz.

- Você não precisa da ajuda de ninguém? - Pergunto incrédula. - De agora em diante, deixe todos os serviços domésticos por conta dele Susan. Se ele não precisa da sua ajuda, dará conta de cuidar de tudo sozinho não é Izan? - Forço um sorriso. - Não deve estar tão ferido, então comece a lavar suas roupas de cama, limpar sua casa, e fazer sua própria comida.

Se um olhar matasse pode ter certeza que estaria morta nesse exato momento. Izan me encara com tamanha fúria, que parece que a qualquer momento irá se levantar da cama para me esganar.

- Tire essa mulher irritante do meu quarto Susan. - Ele ordena com a voz ameaçadora.

- É melhor sairmos por agora Becca. - Susan fala.

- Eu vou sair sim, mas depois que fazer seus curativos, e você tomar seu remédio.

Izan está deitado de lado, com um lençol sobre seu corpo, então em algumas áreas não dá para ver a gravidade dos seus ferimentos.

Os lugares com queimaduras visíveis para mim, começa no seu braço direito, e percorre por seu ombro, seu pescoço e um pedaço do seu rosto.

Izan teve sorte por suas queimaduras não serem de 3° grau, mas ainda não vi todas, talvez esteja pior do que as que estão visíveis.

- O quê está encarando? - Ele pergunta irritado. - Não vá me dizer que se apaixonou a primeira vista?

- Onde está os remédios Susan? - Ignoro suas provocações.

Susan corre até um canto do quarto e pega uma mala e traz para mim.

- Peça para Alvin arrumar alguma mesinha para deixar os medicamentos. - Peço. - Precisam estar em lugares ventilados e com pouca luz.

- Ok. - Ela diz apenas.

Pego o papel que havia colocado no meu bolso, para olhar direito qual o medicamento ele vai tomar nesse momento.

Me abaixo e abro a mala, em seguida tiro tudo o que preciso é coloca na beirada da cama.

- Se não quiser que eu pule dessa janela durante a noite Susan, sugiro que não deixe essa mulher tocar em mim. - Ele diz.

- Becca...

- Pode lhe dar o medicamento. - A corto.

Izan está tentando fazer pressão psicológica com Susan, e ela pelo jeito não percebeu, mas eu sim.

Não sou tão inocente como Susan, e logo logo ele vai perceber que não sou tão fácil de manipular.

Agora ele sabe da minha presença, como também deve ter percebido que não vou embora, então lhe darei um pouco de tempo, e talvez eu consiga pouco a pouco conquistar sua confiança.

- Aqui. - Entrego para Susan o medicamento.

Ela caminha até a cama, e com as mãos trêmulas o coloca na boca do Izan. Em seguida pega uma garrafinha de água que está sobre o criado mudo com um canudo, e coloca em seus lábios para que ele possa beber.

Susan coloca a garrafinha no mesmo lugar após Izan beber a água, e pega tudo o que eu havia deixado na cama para fazer o curativo.

Ela caminha para o outro lado da cama, em seguida ajuda Izan mover um pouco o braço para puxar o lençol.

- Pare Susan. - Ele pede. - Não quero que uma estranha...

- Não vou sair do quarto, então sugiro que aceite os cuidados da Susan de boca fechada. - O corto. - Você não é o primeiro e nem será o último homem que verei nu.

Ele pragueja baixinho por alguns segundos, mas não tenta me expulsar novamente.

Susan coloca a luva na mão, e em seguida começa puxar o lençol com muita calma novamente, então caminho até ela para olhar de perto os ferimentos, e logo dá para ver que sua perna direita até a altura do joelho também teve queimaduras, e suas costas.

É um pouco mais grave que o do seu braço, mas se for bem cuidado, não terá riscos de infeccionar, então Izan tem que parar de fazer birra e aceitar minha ajuda.

- Estou fazendo tudo certo Becca? - Susan pergunta para mim ao começar fazer o curativo.

- Está sim. - Digo.

- Pode ter certeza que Susan é muito melhor que você, então pode ir embora, não preciso da sua ajuda. - Izan fala.

- Se disse isso para eu me sentir ofendida, não deu muito certo sua tentativa Izan. - Retruco. - Pelo menos sabe que Susan é boa no que faz, então siga meu conselho e seja mais agradecido a ela.

Apesar de estar com as mãos um pouco trêmulas, Susan realmente é muito boa fazendo o curativo do seu feche.

Continuo a observando de perto, mas me distancio um pouco quando ela parece ficar nervosa com minha aproximação.

Caminho até a janela e a abro em seguida, e no mesmo instante uma brisa fresca entra no quarto.

- Tão lindo. - Murmuro comigo mesmo.

A vista é realmente magnífica, e por alguns segundos não me arrependo de ter vindo para a ilha. Se não fosse por meu paciente chato, talvez minha estadia poderia ser prazerosa, mas tenho certeza que Izan não irá me deixar em paz tão facilmente.

Tenho certeza que ele irá jogar baixo para me expulsar da sua casa, mas quando eu decido fazer algo, não mudo de ideia tão facilmente.

Não sou uma pessoa que aguenta desaforo calada, mas se ele me insultar terei que aguentar em silêncio, pois aqui sou apenas uma empregada, então tenho que me controlar.

- Já terminei Becca. - Susan diz.

- Que dia trocou os lençóis? - Pergunto.

- Um pouco antes de você chegar. - Ela me responde.

- Ok. - Sorrio para ela.

Ela retribui o sorriso, e em seguida começa colocar o lençol sobre ele novamente.

- Deixe-o descoberto Susan. - Falo.

- Irei lavá-lo. - Ela diz quando tira o lençol novamente.

- Susan me cubra agora mesmo. - Izan ordena.

Caminho até ela e pego o lençol da sua mão, e não deixo ela cobri-lo novamente.

- Não está com fome Izan? - Susan muda de assunto.

- Não estou com fome.

Ela pega a tigela e uma colher da bandeja, e chega para mais perto dele para Alimentá-lo.

- Come um pouquinho. - Ela pede.

- Já disse que não estou com fome! - Ele fala alto.

Izan bate a mão esquerda na tigela, e derrama todo o conteúdo em Susan.

- Você está bem? - Pergunto para ela. - Não estava quente?

- Não. - Ela nega com a cabeça.

Meu sangue ferve de raiva, e minha vontade é de xingar esse homem, mas tento me controlar antes que começa a gritar com ele.

- Vou pegar algo para limpar essa sujeira. - Ela diz.

- Sua sorte que Susan é boa com você, porque no lugar dela eu o deixaria na sujeira. - Falo para Izan com seriedade.

- Não pedi sua opinião. - Ele retruca. - Então guarde ela para você.

- Irei falar no seu ouvido até aprender ser um homem decente. - Digo. - Então sugiro que comece a repensar suas atitudes cruéis.

Pego na mão da Susan e começo a puxá-la em direção a porta, mas antes que eu fecha a porta ele fala:

- Não quero vê-la novamente, então vá embora da minha casa.

Me viro para ele, exibo um largo sorriso enquanto ele me fuzila com o olhar.

- Não vou embora meu querido, então comece a se acostumar com a minha maravilhosa presença. - Pisco para ele.

Antes de fechar a porta vejo seu olhar matador sobre mim, mas apesar de parecer forte, estou com meu corpo todo trêmulo.

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