- Vocês se casaram? - Júlia pergunta.

- Sim. - Confirmo com a cabeça.

- Como não ficamos sabendo disso? - Angel pergunta.

- Izan e eu decidimos nos casar apenas no cartório. - Explico. - Decidimos que era melhor já estar casados quando fôssemos na entrevista para adotar Laila.

- Conseguiram adotar Laila? - Júlia pergunta.

- Teremos a resposta em breve, mas tudo indica que sim.

Foi paixão a primeira vista com Laila. Ela é tão educada e meiga, que fez meu coração bater mais forte.

Tenho que assumir que fiquei triste quando a vi sentadinha em um canto. Me lembrei como é não ter uma família, mas Izan e eu podemos mudar isso se conseguirmos adotá-la.

Normalmente as pessoas querem adotar apenas os bebês pois com toda certeza são mais fáceis de lidar, mas esquecem que as crianças maiores também desejam ter uma família, também desejam ser amados.

Laila grudou em mim mas ficou um pouco receosa com Izan, mas não demorou muito para fazer amizade com ele também.

- Tem certeza que é realmente o que deseja? - Júlia pergunta.

- Cuidar do seu próprio filho já é difícil, mas cuidar de uma estranha deve ser ainda mais complicado. - Angel fala.

- Eu sei que é, mas eu já fiz minha escolha junto com Izan. - Falo.

Acho que no começo Izan queria compensá-la por não ter salvo sua mãe, mas no final das contas acabou se apaixonando por seu jeito meigo e feliz.

Laila já tem idade o suficiente para saber o que aconteceu, e ela sabe sobre o falecimento da mãe, mas isso não tirou do seu rosto um sorriso brilhante.

- Então tudo o que posso lhe desejar é sorte para que consiga adotá-la, e que tenha uma família feliz. - Angel aperta meu braço.

- Eu desejo o mesmo. Sei que será uma mãe incrível. - Júlia sorri abertamente.

- Obrigada meninas. - Agradeço.

Eu sei que talvez até nos acostumarmos a ser uma família seja difícil, mas se estivermos disposto a fazer dar certo dará.

Izan está tão animado quanto eu, e Laila pareceu bem feliz quando soube que queremos adotá-la, então será apenas questão de tempo sermos uma família.

- Que horas Izan vem te buscar? - Angel pergunta.

- Não deve demorar. - Olho para o relógio sobre meu pulso.

Izan me deixou em casa para que eu pudesse arrumar meus pertences, mas já deve estar quase chegando para me buscar. Vamos viver no seu apartamento por algum tempo, e então voltaremos para a ilha.

Tenho que assumir que minha vida mudou bruscamente, mas estou animada. Agora estou casada, e se tudo der certo terei uma filha muito em breve, com toda certeza não poderia estar mais feliz.

- Vou sentir sua falta. - Júlia faz um biquinho.

- Eu também vou sentir a sua bobinha.

- Teremos que aproveitar enquanto Becca está por perto, porque depois que ir embora não nos veremos com tanta frequência. - Angel diz.

- Vocês vão se casar em breve, então nem se importarão comigo. - Finjo estar triste.

- Isso nunca vai acontecer e você sabe. - Júlia fala.

- Eu sei. - Sorrio abertamente. - Não nos veremos com tanta frequência, mas seremos amigas até o fim.

As duas me abraçam ao mesmo tempo, e nesse momento já começo a sentir falta das minhas amigas.

Passamos por momentos felizes e tristes, e sempre estávamos unidas para enfrentar o mundo se necessário, mas agora nossas vidas tomarão um rumo diferente, e não estaremos juntas como no passado, mas isso não quer dizer que deixaremos de sermos amigas.

Angel e Júlia sempre serão minha família não importa o quanto eu esteja longe de ambas. Pode até haver uma distância entre nós, mas isso não quer dizer que iremos nos distanciar complemente. A ligação que temos é eterna, e nem mesmo a distância será capaz de acabar com nossa amizade.

🌻

- Então já estão casados? - Heitor pergunta surpreso.

- Sim. - Izan segura minha mão sobre a mesa.

- Estão felizes? - Heitor pergunta.

- Sim. - Dizemos em uníssono.

- Para mim é o que importa. - Heitor sorri abertamente.

Após deixar meus pertences no seu apartamento, Izan e eu decidimos visitar seu pai e Jamily para contar a eles sobre nosso casamento repentino. Ainda bem que Heitor não ficou bravo por ter nos casado em segredo, e está nos apoiando.

Heitor sempre foi amigável comigo como amiga da sua filha e funcionária do seu hospital, mas tenho que assumir que fiquei com medo dele não me aceitar como nora, mas por sorte eu estava errada, e ele parece realmente feliz por mim e Izan.

- Vocês são rápidos. - Jamily também sorri.

- Nos amamos. - Izan olha para mim sorridente.

- Nem da para perceber. - Ela revira os olhos.

Me sinto a mulher mais feliz do mundo quando ele demonstra o quanto me ama apenas no olhar. Faço o possível para retribuir todo amor que sinto por ele e ele por mim, por isso somos tão felizes juntos.

Ainda teremos que nos acostumar a viver juntos a partir de agora, mas se depender de nós dois seremos uma família feliz.

- Já vai começar a melação? - Jamily pergunta. - Não se esqueçam que tem dois solteiros aqui, então não precisam esfregar na nossa cara o quanto estão felizes.

- É melhor já irem se acostumando. - Izan bebe um pouco do seu suco.

- Credo. - Ela faz uma careta de nojo.

- Quem disse que estou solteiro? - Heitor pergunta.

- Papai... não me diga que...

- Eu ia contar para vocês muito em breve. - Ele corta Jamily. - Mas já que tocou no assunto resolvi contar de uma vez.

- Não acredito que até meu pai está namorando e eu não. - Jamily balança a cabeça em negação.

- Ou você cuida do hospital ou namora, qual você deseja mais? Porque não vai conseguir fazer os dois. - Heitor diz.

- Eu farei os dois. - Ela dá um tapa na mesa. - Apenas espere.

- Como tem tanta certeza que vai conseguir? - Izan pergunta em um tom provocativo.

- Duvide o quanto quiser, mas pode ter certeza que algum dia irei esfregar na sua cara meu bom relacionamento. - Júlia aponta o dedo para Izan.

- Estarei esperando por isso. - Izan sorri.

Jamily vai ter que se esforçar muito para conseguir conquistar esse objetivo. Eu era apenas a chefe dos enfermeiros e quase não tinha tempo para nada, ela sendo a diretora geral tem ainda mais trabalho a fazer, então ter tempo para namorar é um luxo que ela não tem.

🌻

- Está cansada? - Izan pergunta assim que abro à porta do apartamento.

- Não. - Nego com a cabeça.

Sou surpreendida quando ele me levanta nos braços quando fecha à porta e começa a caminhar em direção ao corredor que leva até seu quarto.

- Me coloque no chão Izan. - Peço.

- É tradição o marido carregar a esposa até o quarto na noite de núpcias.

Depois de algum tempo ele para em frente à porta e a chuta com o pé, em seguida caminha em direção a cama e me coloca sobre ela com cuidado. Izan se deita ao meu lado, e começa a beijar meu pescoço, mas acabo não me controlando e pergunto rindo:

- Ficou cansado?

- Talvez um pouco. - Ele assume meio ofegante.

Sou magra, mas também sou muita alta, então não sou tão leve quanto aparento ser.

- Eu te pedi para me por no chão. - Falo ainda rindo.

- Você acabou com o clima. - Ele se senta na cama.

- Desculpe, mas não consegui me controlar. - Seguro o riso.

Também me sento na cama e o abraço por trás e lhe dou um beijo nas costas.

- Quer tentar de novo? Podemos voltar até a sala, então me carrega até o quarto.

- Eu sei que vai rir, então nem adianta tentar.

- Então quer que eu te carregue? - O provoco. - Sou bem forte.

Izan se vira para mim emburrado, e tenta se levantar em seguida, mas seguro seu braço.

- Onde pensa que vai? - Pergunto.

- Vou tomar um banho.

- Eu também vou então. - Me levanto. - Estou com calor.

Assim que solto seu braço e me levanto Izan se deita na cama.

- O que está fazendo?

- Pode ir primeiro. - Ele fala com os olhos fechados.

- Estou pensando seriamente se fiz uma boa coisa ao me casar com um homem tão sensível. - Murmuro comigo mesmo.

- Eu ouvi isso. - Izan ainda continua de olhos fechados.

- Era para ouvir mesmo. - Retruco.

Caminho em passos largos até minha mala, a abro e pego um conjunto de lingerie e meu pijama, em seguida começo a caminhar em direção à porta do quarto.

- Onde pensa que vai? - Izan pergunta.

- Vou escolher outro quarto para mim.

Antes que eu chegue até à porta ele me abraça por trás, e no mesmo instante exibo um largo sorriso.

- Está proibida de me deixar sozinho. - Izan fala.

- E se eu quiser?

- Eu sei que não quer. - Ele beija meu pescoço.

Deixo cair no chão meu pijama, e envolvo seu pescoço com as mãos quando Izan me vira para ficar frente a frente com ele.

- Eu já te disse o quanto eu te amo? - Ele beija meu rosto.

- Sim, mas pode continuar me falando todos os dias.

Izan beija meus lábios rapidamente, em seguida me levanta nos braços novamente e começa a caminhar em direção a cama, mas dessa vez não começo a rir.

- Eu te amo Becca. - Ele sorri lindamente. - Te amo como jamais amei alguém.

- Eu também te amo Izan. - Passo a mão por seu rosto.

Izan é o homem que escolhi para amar, para respeitar e ter uma família. E nesse momento tenho ainda mais certeza que que fiz a escolha certa ao lhe entregar meu coração e meu amor.