Capítulo 32 - Capítulo Bônus

Angel

- Vai sair com seu namorado? - Becca pergunta.

- Sim, mas ele ainda não é meu namorado.

- Isso é só questão de tempo. - Ela exibe um sorriso animador.

- Pode não dar certo, então não comece a criar muitas expectativas.

- Eu sei que dará certo. - Ela se senta na beirada da cama.

- Virou adivinha agora?

- Não. - Ela nega com a cabeça. - Se você decidiu entrar em um relacionamento depois de tanto tempo, tenho certeza que você gosta muito do... Qual é mesmo o seu nome?

- Paul.

Desde muito nova acabei desistindo de ter um relacionamento depois de ver o casamento fracassado dos meus pais, e tive ainda mais certeza que havia feito a escolha certa quando Becca acabou seu noivado por estar sendo traída. Acabei me tornando uma pessoa que não acreditava no amor entre duas pessoas ou final feliz, então fiz a escolha de permanecer sozinha pelo resto da minha vida para evitar sofrimento.

Tudo estava bem planejado, e com toda certeza não tinha interesse em ninguém, então de repente Paul se declarou para mim, e de alguma forma isso me afetou.

Em outras ocasiões outros homens também demonstraram interesse por mim, mas por mais que eu soubesse que eram bons partidos meu coração nunca se acelerou.

Com Paul foi totalmente diferente de tudo o que já senti. Já o conhecia há algum tempo, mas ele nunca havia dito nada sobre estar interessado em mim, eu realmente pensei que éramos apenas amigos, então fui pega de surpresa quando ele me pediu em namoro de repente.

Naquele momento fiquei em choque, mas assim que me recuperei eu neguei seu pedido porque relacionamento não estava nos meus planos de vida.

Ninguém nunca me afetou antes, mas por algum motivo eu não parava de pensar no seu pedido de namoro, e todas as vezes que me lembrava sentia meu coração se acelerar.

Fiz um eletrocardiograma para ver se algum problema cardíaco, mas minha saúde está ótima, então a única alternativa era que Paul de alguma maneira desconhecida fez meu coração se acelerar por um homem pela primeira em meus 32 anos de vida.

Me mantive longe dele por um tempo para assimilar direito o que estava acontecendo, eu queria descobrir o que havia de errado comigo.

Estava me sentindo perdida em mim mesma, e com raiva por sentir que meus planos já não eram tão atraentes como antes.

De repente eu quis ter alguém ao meu lado segurando minha mão, eu quis ter um relacionamento e quis ser amada.

Quando eu me lembrava dos relacionamento fracassados que vi ao longo do caminho, fiquei receosa mais uma vez, mas depois de muito pensar me dei conta que nunca terei certeza de nada na minha vida.

Posso me casar e acabar me separando depois de um tempo, mas tambem posso ser feliz até o fim. Eu percebi que a maioria dos meus medos eram invenções da minha mente. Eu vi que não valia a pena ter tanto medo do futuro, pois eu poderia morrer a qualquer momento, essa é a vida que vivemos.

Não me arrisquei momento algum, apenas trabalhei até hoje para ser alguém na vida, mas com quem eu iria dividir minhas conquistas? Quem iria passar a mão na minha cabeça e me elogiar pelos meus esforços?

Fiquei com tanto medo do que poderia acontecer futuramente, que acabei me esquecendo de como é viver o agora. Planejei meu futuro mas esqueci que ele pertence a Deus e não a mim.

Tenho minhas amigas e eu sei que sempre estarão ao meu lado, mas Becca logo logo irá se casar, Júlia começou a namorar novamente, e eu irei ficar sozinha.

Elas nunca me abandonariam, mas depois que se casarem terão uma família para cuidar, e mesmo eu sendo amiga de ambas ficarei em segundo plano.

Até agora não vivi solitária por causa da companhia delas, mas e depois? Terei que viver sozinha, e não me sinto nem um pouco animada com isso.

Decidi mudar meus planos não porque tenho medo de passar o resto da minha vida sozinha, mas sim porque comecei a desejar ter uma família para cuidar.

Depois de muito pensar se era mesmo o que eu queria, liguei para Paul para nos encontrar. Ele veio até mim e parecia triste pois achou que eu lhe rejeitaria outra vez, mas quando eu disse que estava disposta a lhe dar uma chance um sorriu se estampou no rosto no mesmo instante.

Não estamos namorando ainda, eu acho que ele está com medo de me pedir em namoro e eu o rejeitar, mas isso não vai acontecer novamente.

Eu não o amo ainda, mas gosto o suficiente para mudar meus planos de vida, então para mim já foi o suficiente para lhe dar uma chance.

- Estou orgulhosa de você. - Becca fala.

- Obrigada. - Agradeço.

- Estava planejando te obrigar a ir em alguns encontros, mas ainda bem que fui surpreendida.

- Que sorte a minha. - Sorrio abertamente.

- Precisa nos apresentar a esse homem. - Becca aponta o dedo para mim.

- Não se preocupe, farei isso em breve.

Paul é um homem incrível, então tenho certeza que minhas amigas gostarão dele. 

🌻

- Você está linda.

- Obrigada. - Sorrio sem graça.

Paul e eu éramos amigos próximos, mas depois que estamos "juntos" não consigo controlar meu nervosismo sempre que estamos juntos.

Sempre que ele me elogiava não acontecia nada, mas agora sinto meu coração palpitando e meu rosto corado, como todas às vezes que ele fala que estou linda.

De alguma forma acabo ficando tímida quando recebo algum elogio dele, o que faz eu me sentir idiota pela minha idade.

- Você está linda. - Ele repete.

- Pare com isso. - Peço.

- Seu rosto fica todo vermelho quando te elogio. - Ele sorri lindamente.

- Então pare de me elogiar.

- Não. - Ela nega com a cabeça. - Você fica ainda mais fofa quando está corada.

Tapo meus rosto com as mãos, pois estou me sentindo como uma adolescente quando arruma o primeiro namorado. Na verdade Paul é meu primeiro namorado, mas eu não sou nenhuma adolescente.

- Você está linda.

- Pare com isso Paul. - Lhe dou um tapa de leve no braço.

Ele sorri abertamente, pega minha mão e começa a me puxar em direção a um banco debaixo de uma árvore, e assim que nos aproximamos dele nos sentamos.

Estamos caminhando há algum tempo depois que saímos do restaurante, e tenho que assumir que minha vontade era de segurar sua mão, mas me contive por medo.

- No que está pensando?

- Em você...

- Fico lisonjeado. - Ele me corta.

- Bem, eu ia dizer que estava pensando em como você é lerdo.

- Por que eu sou lerdo? - Paul pergunta.

- Por nada.

Eu sei que pedi um tempo, mas já era para ele ter dado o primeiro passo, mas Paul não faz nada a não ser andar lado a lado todas às vezes que nos encontramos.

- Por que sou lerdo Angel? - Ele pergunta novamente.

- Já disse que não é nada.

- Você é linda. - Ele me provoca de novo.

- Pare com isso.

- Vou te dizer isso até você me falar o porque me chamou de lerdo. - Ele dá de ombros. - Você é linda, você é linda, você é linda...

Paul não cala a boca, então me aproximo dele rapidamente e lhe dou um rápido beijo nos lábios.

- Por que fez isso? - Ele pergunta de olhos arregalados.

- Para você ficar quieto.

- Só por isso?

- Não, também fiz isso porque eu quis. - Assumo.

Paul ainda está incrédulo por eu ter acabado de o beijar, então me aproximo dele e o beijo novamente, mas dessa vez não é um beijo rápido.
Se ele não toma a iniciativa, então farei isso por ele.

- Está tentando me seduzir Angel? - Ele pergunta sorrindo.

- Está dando certo? - Retruco.

- Sim. - Paul confirma com a cabeça.

- Então eu estou.

Paul se aproxima de mim, beija meu rosto e pega minha mão e enlaça com a sua.

- Me chamou de lerdo por eu ainda não ter tomado nenhuma iniciativa?

- Sim. - Digo apenas.

- Fiquei com medo de você me rejeitar outra vez, então me controlei para não assustá-la, pois não queria e nem quero te perder.

- Você não vai, então pode parar de se controlar. - Sorrio abertamente.

Paul solta minha mão, em seguida se levanta e se ajoelha na minha frente.

- O que está fazendo? - Pergunto.

- Quer ser minha namorada Angel? Eu prometo que farei o possível para ser um bom namorado, e um marido futuramente.

Sinto meus olhos se encheram de lágrimas, mas com toda certeza são de alegria por esse momento único na minha vida.

- Sim! Eu aceito Paul!

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