Mesma rota solitária, mesma silêncio,
Em um coração contido vive a dor,
Já dancei com o sofrimento
E beijei um sonho de terror.

Toda noite eu volto para casa,
Estou rindo, contudo infeliz,
Tudo que eu queria era minhas asas,
Mas em insegurança eu me desfiz.

Cada tentativa de achar um novo amor,
Conseguia frustrar e machucava meu peito
Que sangra toda noite mais um anseio.
Cada tentativa de achar um novo amor
Desgastava um parte engajada,
Então eu voltava para casa.

Estou deitado no sofá do meu âmago,
Escuto lágrimas pingando, dói...
Será que eu poço sonhar com isso?
Pois a cada dia algo me corrói
E termino o dia com o cerne ofendido.

Pego minhas coisas e vou para casa,
Retirar cada nova espada,
Pois quem eu queria tem alguém
Pior que vê-los assim me faz bem...
Ou é só um jeito de me contentar
Que não vou poder mais voltar.

Eu tenho anotado várias tentativas,
As que me roubaram o sono,
Deixo minha raiva contida
Para não surgir em um sonho.

Toda noite eu volto para casa,
Com um gosto de derrota na boca,
Toda noite eu volto para casa
Para limpar o que fez minha escolha.

30.08.2019