Mesmo no fundo dor mar,
Ainda lembro das chamas,
Mesmo que houvesse chuva
Eu fui a desesperança.

A culpa deixa um rastro de destruição,
Eu sei que fui eu que criei tudo,
As bolhas saem buscando evaporação
Porque pelas chamas eu me culpo.

Eu caio, mas não chego ao chão,
Repito a queda e sem alteração.
Meu choro se mistura com a água
E termina em um nada,
Meu peito comprimido por dores
E eu jogado sobre as flores.

Vejo o rastro de culpa me despindo,
Vulnerabilidade às vezes me assusta
Pois a culpa cai como uma chuva,
Queimando tudo que eu sinto
E o pior que acho isso lindo.

Eu caio, mas não chego ao chão,
Eu caio sempre na mesma direção;
É como se nada fizesse sentido
Até meu peito ser rompido,
A dor precisa ser escrita
Como uma memória que estará viva.

Tento cavar um buraco escuro
Que permita me isolar do mundo,
Pois a dor beija meu coração
Me lembrando para destruição.

O rastro de culpa consome a mim...
A dor me livra do que não queria sentir,
Mas será que o peso sumirá
Ou pela manhã novamente me abordará.

29.08.2019