Em uma terra seca vejo o demônio
Uma criatura presa a correntes
Que grita, o grito de terror
Do solo a água toda evaporou.

Caminho em uma estrada de cinzas
Meu lado animal vence o racional,
E raiva começa a ganhar vida
Canalizar toda dor é essencial,
Contudo o demônio me segue
De forma quase que letal
Meus olhos fervem e meu peito derrete.

A chuva tem uma cor de violência
É vermelha em tom de dor,
Um banho e talvez perca sua consciência
Corro pelo que se restou.

A raiva deixa meu corpo engessado
Uma tentativa de manter-lá presa
Meu corpo tenta se manter isolado
Antes que a raiva em mim cresça
Sou caçado por medo e rancor
O demônio busca destruir minha clareza
Para que nada possa se opor.

Raiva é um animal demoníaco
Que vive na tentativa de fugir
Busca a criação de todo o caos
Para que do meu inconsciente possa sair.

26.12.2019