Capítulo X

Luana Narrando:

Meu nome é a Luana, eu tenho 17 anos e nasci no Canadá. Hoje fazem dois anos que moro no Brasil, dois anos que o sofrimento acabou.
Eu moro com meu pai, minha mãe morreu no meu parto. Meu pai nunca me culpo ou nada do tipo, muito pelo contrário, ele sempre me amou e sempre fez questão de dizer que não tive culpa do que aconteceu.
Minha vida no Canadá sempre foi muito feliz, até o ensino médio.
Quando fui para o primeiro ano do ensino médio sai de uma escola pequena de bairro e fui para uma mais conceituada,e foi aí que a minha vida se tornou um verdadeiro inferno.
Eu sou negra e sempre tive muito orgulho por carregar comigo o sangue de uma raça que tanto sofreu, mas parece que nem todo mundo pensa assim.
No meu antigo colégio, me deparei com o mundo real, onde as pessoas sempre vão crítica o diferente.
Eu era sempre excluída, xingada, dona de vários apelidos de mal gosto. Eu já cheguei a apanhar e ser obrigada a tomar banho de água sanitária para vê se a "sujeira" saia.
Isso tudo me machucava de uma forma que eu nem sei explicar.
Nesse mesmo período comecei a me cortar, como forma de aliviar aquela dor, mas com o tempo os cortes já não serviam muito.
Eu tentei de tudo para passar despercebida, e ser aceita, alisava o cabelo, usava maquiagem mais clara. Porém nunca adiantava, o meu medo de ser eu mesma sempre me paralisava.

Chegou um momento que eu não aguentava mais, então resolvi fazer algo para acabar com toda aquela situação,me matar.
Cheguei em casa e tomei três cartelas de comprimidos e como se não bastasse fiz vários cortes nos braços, e antes de tudo escrevi uma carta para o meu pai.
Acordei quatro dias depois, em um hospital com o meu pai sentado ao meu lado com a carta na mão e chorando. Ele estava assustado e confuso, afinal eu nunca tinha contado nada a ele, não por falta de confiança, apenas achava injusto ele ter que lidar com os meus problemas, enquanto tinha tantos para resolver.
Meu pai processou cada um dos alunos que me fizeram sofrer durante um ano e o diretor da escola por te escondido o caso.
E logo depois nos mudamos para o Brasil. E sinceramente não poderíamos ter feito algo melhor. Aqui nós tivemos a oportunidade de recomeçar.
Aqui meu pai conheceu a Ana, a mulher com quem está casado, e que se tornou uma mãe para mim. Ele também se tornou um dos advogados mais bem conceituados do Brasil, e abriu uma empresa de advocacia, que em pouco tempo se tornou uma das maiores do país.
Aqui eu fiz amigos como o Rafael que mesmo sendo um galinha escroto têm um coração enorme.
E a Sofia que mesmo a conhecendo a pouco tempo, já sinto um imenso carinho por ela.

- LUANA!

Eescuto o Rafael gritando ao meu lado. Tenho um susto e caio da cama, onde estou sentada.

- O QUE GAROTO? QUER ME MATAR?

Respondo gritando também.

- Você que é surda, tô te chamando faz dois anos. E você tá aí feito uma louca olhando para parede e sorrindo, eu tô até com medo.

Ele fala e me ajuda a levantar.

- O que você quer seu idiota?

- Assistir um filme, tô no tédio.

Ele fala e se joga na minha cama.  Reviro os olhos.

- Não têm nenhuma das suas "amiguinha" pra fazer isso com você não?

Pergunto fazendo aspas com os dedos.

- Isso tudo é ciúmes amor? Se for não se preocupa, você é minha preferida.

Ele fala sorrindo, e me puxa para cama. Bato em seu ombro e falo:

- Quando você vai tomar jeito em Rafael? Quando vai parar de pular de cama em cama?

- Nos dois sabemos que eu não tenho jeito Lua. Eu já tentei e você sabe bem como terminou. A mulher certa pra mim não exite.

Ele fala e sorrir fraco. O Rafa se apaixonou por uma garota a um ano, ela era bonitinha e segundo ele muito legal. Confesso que nunca fui com a cara dela, porém sempre que falava ele achava que eu tava implicando com a garota. Depois de seis meses de namoro o Rafael descobriu que ela estava o traindo. Ele ficou arrasado, entrou em depressão, com força de vontade e um pouco da minha ajuda ele saiu do buraco. Porém se tornou esse galinha vagabundo que pula de cama em cama.

- Pois eu tenho certeza que ela existe. Você só não encontro ainda, ou não parou para olhar direito.

Falo e sorrio para ele. O mesmo revira os olhos e pega o controle da TV, colocando na Netflix e procurando um filme.
Ele coloca um filme qualquer, e fico pensando na nossa conversa. Eu falo tanto do Rafa mas não fico muito atrás. Minha vida amorosa é um caos total, só tive um namoro, que terminou em cinco meses, o cara era um completo imbecil, que por um leve momento achei está apaixonada, na verdade ele só queria sexo, e assim que percebi isso fiz questão de terminar. Não sou objeto para ser usada e jogada fora. Desde então nunca mais me relacionei, não que eu tenha ficado traumatizada ou coisa do tipo, eu só não achei ninguém interessante para tentar algo.
Olho para o lado e o Rafael está sorrindo de algo que está passando no filme. O Rafa é lindo e interessante, porém é um galinha consagrado, se eu desse brecha séria só mais uma a passar por suas mãos e eu não quero isso. Tão bonito mas tão cafajeste.
Eu só posso está louca, o Rafael é como um irmão, nunca vai rolar nada, e a gente vive que nem cão e gato. Só posso está louca, defenitivamente o Rafael não é uma opção.

- Tá pensando em que Lua? Não me diga que está sonhando acordada comigo.

Ele fala sorrindo.

- Claro, estou sonhando eu e você em uma casa, três cachorros e doze crianças.

Falo sendo sarcástica.

- Há morena, é só você pedi que vira realidade.

Ele fala chegando mais perto.

- Saí pra lá filhote de cruz credo. Já imaginou uma casa com um monte de você pequeninho, tá amarrado, acho que vou chamar uma equipe médica pra fazer uma vazequitomia enquanto você dorme, para essa raça de cruz credo com filhote de urubu não ir pra frente.

Falo sorrindo e o empuro para longe.

- Você tá falando de que Luana? Se as crianças puxasse a você com três anos iriam está tomando remédio para o estresse.

- O QUE VOCÊ TÁ INSINUANDO RAFAEL? EU SOU SUPER CALMA.

Falo um pouco estressada.

- Eu tô vendo. Mas não se preocupa esquentadinha eu sei exatamente o que tira seu estresse.

Ele vêm chegando pra perto de mim e eu vou me afastando, quando falta pouco para eu sair da cama, ele me puxa e fica em cima de mim.
Ele começa a fazer cócegas na minha barriga, e eu começo a gargalhar que nem louca.

- Pa...ra...Rafa...el.

Falo com dificuldade no meio da gargalhada.

- Para porquê Lua? Eu não tô sentindo nada.

Idiota eu vou matar ele.

- Eu só vou parar quando você disser que me ama.

- Não!

Consigo gritar no meio da gargalhada.

- Vamos Lua, já está na hora de liberar todo sentimento que sente por mim.Isso me deixa estremamente chateado.

Ele fala sorrindo e balança a cabeça como se estivesse desapontado.
Logo ele para de sorrir e caí no chão. Já eu me levanto e ajeito meu cabelo. O que um bom chute no saco não faz?

- Eu amo você.

Falo irônica perto dele.

- Eu vou matar você sua idiota.

Ele fala como um sussurro.

- Por quê Rafa? Eu fiz apenas um favor para o mundo, garantindo que essa raça de cruz credo não fosse para frente.

Falo e vou correndo para o banheiro.

Até quando o seu medo de ser você mesma vai te impedir de recomeçar?

Oi gente, mais um capítulo. O primeiro narrando pela Lua, espero que tenham gostado.
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Até o próximo capítulo.

Bjs 😘❤

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