Cap.23: Bonjour, Paris!

"Paris é a capital das tentações divinas."
- Zoé Valdés.

Meio de novembro.
20:45hs; New York.

Eu estava cogitando a possibilidade de voltar para minha casa correndo.

Estávamos prestes a entrar dentro do avião e podia jurar que iria enlouquecer. Eu já estava começando a suar frio e minha respiração estava desregulada. 

Eu estava orando para que Adam não notasse nada. Eu não queria preocupar ninguém com meus problemas.

Ele estava entregando as nossas malas para serem guardadas e eu estava próximo a porta do avião encarando aquele negócio enorme e que conseguia voar. Como se confia em uma coisa dessas?

Me assustei quando Adam parou ao meu lado e logo o olhei com os olhos arregalados. 

-Malu, você está bem? - Perguntou e eu assenti incapaz de proferir uma palavra sequer. - Não, você não está nada bem. Vem, vamos tomar um pouco de água.

Ele pegou minha mão e me puxou devagar até dentro do avião, e mesmo relutante consegui entrar e sem ter um surto. Me sentei na poltrona ao lado dele e logo o mesmo me entregou uma garrafa de água que eu bebi quase toda de uma vez. 

-Imaginei que estivesse nervosa. -O fitei depois de alguns minutos.

-E se o avião cair, e nós morrermos? - Perguntei finalmente expondo o que eu estava pensando a bom tempo. - Meu Deus, é isso! Eu vou morrer hoje. 

-Calma, nós não vamos morrer! Pode ficar tranquila, nada vai acontecer, ok? - Perguntou olhando para mim, porém não consegui concordar em nada.

Era bem mais plausível para mim que o avião iria cair e eu iria morrer hoje mesmo.

-Meu Deus, por favor, cuide da Karen e não deixe ela fazer merda, porque ela faz muita! - Comecei a falar baixinho. - E cuida também da Grace, ela merece conhecer uma pessoa incrível…

-Malu, olhe para mim. Vai ficar tudo bem, ok?! O avião não vai cair, esse é um dos meios de transporte mais seguros que existem. - O encarei e vi que o mesmo estava sendo sincero. Assenti devagar e deitei minha cabeça no seu ombro. 

Poucos minutos depois uma aeromoça se direcionou até nós, com um carrinho de comidas e bebidas. Aproveitei para pegar uma garrafa de chá de camomila e bebi a mesma aos poucos. Isso me ajudaria a dormir o vôo todo. 

Depois disso apenas segurei a mão de Adam e deitei em seu ombro de novo, e fui fechando os olhos aos poucos e adormeci antes mesmo de ver o avião decolar. 

Vi Adam falar algo em Francês para a recepcionista do hotel e logo a mesma sorriu sem mostrar os dentes nos entregando as chaves do nosso quarto.

-Não sabia que você fala francês. - Sussurrei assim que nos distanciamos do balcão.

-Tem muitas coisas sobre mim que você ainda não sabe. - Falou sugestivo e eu o encarei com a sobrancelha arqueada. - Quem sabe não descubra nessa viagem… - Dei um sorriso de lado e logo seguimos ao elevador.

Assim que o mesmo se abriu caminhamos até a porta que continha o número de quarto e Adam a destrancou. Meu queixo caiu ao ver todo o lugar, e me espantei ainda mais quando me aproximei da sacada do e vi que tínhamos vista privilegiada para a Torre Eiffel.

- Adam olha só! Conseguimos ver a Torre perfeitamente daqui! - Falei animada e senti as mãos dele abraçarem minha cintura por trás. 

- Eu sabia que você iria adorar, por isso escolhi esse quarto. - Falou me virando para ficar de frente para ele. - Nas outras vezes que vim para Paris fiquei nesse mesmo quarto. - Sorri para ele que me roubou um selinho. - Prometo que mais tarde nós vamos até lá tirar quantos fotos você quiser, mas agora precisamos descansar. 

-Você está certo, infelizmente… - Disse e o vi rir. - Eu vou tomar um banho, está bem? - Ele assentiu e beijou minha testa.

Abri minha mala e tirei de lá tudo o que eu iria utilizar para o meu banho. Fui até o banheiro e comecei a me despir devagar, eu ainda estava meio lenta por causa da garrafa do chá de camomila e o sono ainda estava muito forte. 

Tomei meu banho tranquilamente e aproveitei cada segundo. Assim que terminei o banho me enxuguei ainda dentro do banheiro e saí do mesmo já vestida. 

Fui na direção da cama e me deitei nela bocejando, escutei uma pequena risada vindo de Adam e acabei rindo também. 
Ele se aproximou de mim devagar, se agachou perto de mim e passou a mão na minha bochecha. 

-Você se sente melhor? - Perguntou baixo. 

-Sim, foi bom ter dormido durante o vôo e o chá me ajudou muito também. - Minha fala pareceu tirar um enorme peso das costas dele e um sorriso leve apareceu no canto de sua boca. 

-Ainda bem, não suportaria ver você mal. - Falou e eu agradeci pela preocupação com um beijo. 

Logo ele se levantou e foi tomar banho enquanto eu aproveitei para mandar mensagem para Karen avisando que estava tranquilo e que eu havia chegado bem. 

Depois voltei a me deitar e encarei automaticamente a Torre, já que a cama ficava de frente para a sacada. Paris é linda e eu estava apaixonada. Sinceramente ainda é meio surreal eu estar aqui de fato. 

Lembro de quando eu era pequena e via as séries e filmes que eram feitas aqui pela televisão, era tão incrível que cheguei a pensar que Paris não existia. Na minha mente um lugar tão lindo como esse só podia ser de mentira.  

Minha atenção foi desviada da Torre Eiffel e logo minha concentração foi direcionada até Adam que saia do banheiro vestindo uma calça moletom preta e enxugava o pescoço com uma toalha branca, enquanto algumas gotas de água escorriam pelo seu abdômen definido.

Respirei fundo, que Deus me ajude a resistir a esse homem! 

Logo em seguida ele se deitou ao meu lado na cama e inconscientemente eu me deitei ao lado e assim ficamos um de frente para o outro.

-Essa visão é linda… - Comentei indicando a vista que tínhamos da sacada.

-Sim, é com certeza… - Adam falou tirar os olhos de mim.

- Eu estou falando da Torre Eiffel. - Falei baixo e ele abriu a boca surpreso.

- Ah sim, claro a Torre… ela é legal também. - Gargalhei alto ao ouvir sua fala.

-Seu idiota! - Falei brincando vendo ele semicerrar os olhos e levar a mão até o peito indignado. - Ops! Acho que feri o ego de alguém…

-Você sabe o que faço com as pessoas que me chamam de idiota? - Falou e eu neguei em silêncio. - Eu se fosse você pediria desculpas, acho que não vai querer saber de qualquer modo… 

-Acho que você ainda não entendeu que eu enfrento qualquer consequência que puder me proporcionar. - Falei e vi ele engolir seco.

-Talvez ainda exista uma exceção… - Disse e se aproximou mais um pouco até nossas respirações se cruzarem.

-Sabe… eu não costumo lidar com incertezas… - Falei e segundos depois seu boca na minha. O beijo era inebriante e eu não me preocupei em saber quanto tempo durou, só sei que quando acabou eu já não estava mais deitada ao seu lado e sim sentada no seu colo.

- Eu poderia beijar você para sempre e nunca iria me cansar… - Falou e eu sorri de imediato. 

Suas mãos passearam da minha cintura até minha coxa fazendo um carinho bom, então deitei minha cabeça no seu peito sentindo seu cheiro inebriante entrar pelas minhas narinas e fazendo com que o momento ficasse ainda melhor.

Uma de suas mãos foi para o meu cabelo e a outra ficou alisando meu braço me deixando relaxada. Estava tudo tão bom que o sono veio rápido e eu estava quase inconsciente. Quase. 

Eu ainda pude ouvir uma coisa antes de adormecer de fato.

-Durma bem, meu amor… 

E então eu dormi.

Oieeee coisas lindas da minha vidaaaa! Vcs estão bem?

ELE CHAMOU ELA DE AMOR.
A.M.O.R. CARA, EU SOU MUITO CADELINHA DELES!!!!!!!!!!!

Mas, vamos falar de uma coisa séria. No início do capítulo a Malu teve uma crise de pânico. Sim, sei que muitos podem até achar engraçado mas não é. Por isso que eu não aconselho pessoas menores de quatorze anos lerem Receita Para O Amor. É uma história que pode gerar gatilhos emocionais, e eu não me perdoaria se algum de vocês ficasse mal por minha causa.

Por isso sempre busquem ler as classificações indicativas, é para o próprio bem de vocês!

Mas é isso meus amores, amo vocês!

-Clara

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