Cap.21: Próxima parada: França!

"Os lugares que você vai se transformam em uma parte
de você de alguma forma."
- Anita Desai


Meio de novembro.
06:15hs; New York.

Tirei a coberta de cima do meu corpo, e fui para o banheiro. 

Tinha acabado de acordar, com um péssimo humor para dar um charme ao meu dia, estava indo tomar banho para trabalhar. 

Demorei alguns minutos no chuveiro, tentando aproveitar o máximo aquele momento. Talvez um banho calmo e relaxante melhorasse meu humor.

Isso funcionou em partes.

Eu estava mais calma, porém era nítido no meu rosto a falta de paciência que eu tinha para suportar aquele dia que mal havia começado. 

Assim que me vesti, comecei a arrumar o meu cabelo. Eu amo o meu cabelo cacheado e amo cuidar dele, finalizar e tudo mais. Porém, hoje, eu sinceramente não tinha a menor vontade de fazer nada, então apenas fiz um rabo de cavalo e fui até a cozinha.

Eu estava tão mal, que nem quis cozinhar. O que é espantoso, já que cozinhar é minha terapia. Eu já estava ficando preocupada comigo mesma, eram raros os dias que tinha tanto mau humor. 

Mas bastou que um incômodo começasse no pé da minha barriga para eu entender o que estava acontecendo. Minha TPM estava chegando. Bufei com o pensamento e logo tomei um remédio para cólicas. 

Preparei um simples sanduíche e sai de casa. Esperei alguns minutos até o carro chegar e logo o trajeto até o Sweet Jones foi iniciado. Passei o caminho inteiro calada e deduzi que minha expressão não era uma das melhores já que nem mesmo o motorista puxou algum assunto comigo.

Eu precisava melhorar isso, se não era capaz de espantar todos os clientes do restaurante assim que colocasse um pé lá. Mas analisando por outro lado, eu não tenho culpa de estar com uma dor insuportável na minha barriga.

Assim que paguei o motorista fui para o restaurante e entrei no mesmo calada. Segui para a cozinha e comecei a me arrumar para poder iniciar o meu turno de trabalho. 

Assim que dei um nó em meu avental chegaram vários pedidos para preparar, respirei fundo e comecei a cozinhar.

Que Deus me dê paciência, porque se me der força, eu sou capaz de matar um.

Bebi mais um gole de água, e me concentrei na minha respiração.

Contei até dez mentalmente e abri os olhos vendo que já estava só na cozinha.
Ótimo. Terei alguns segundos de paz. 

Toc.Toc. 

Ou não. Foi o que pensei ao escutar baterem na porta da cozinha e logo em seguida a cabeça de Park aparecer por trás da mesma.

-Malu, desculpa atrapalhar, mas o Adam me pediu para te avisar que quer conversar com você. - Assenti e ele deu um sorriso de lado e saiu. 

Ontem eu não tinha visto Adam, já que o mesmo tinha ido a reuniões fora do restaurante. E isso resultou em uma Maria Luíza com saudades. Meu estado na TPM só piora…

Dei duas batidas na porta e logo ouvi sua permissão para entrar. Assim que abri a porta, Adam ergueu seu olhar na minha direção e em segundos senti seus braços rodearem minha cintura em um abraço desesperado. 

-Oi… - Falei surpresa.

-Senti sua falta. - Falou próximo ao meu ouvido me deixando surpresa. 

- Eu também senti sua falta. - Senti um beijo sendo plantado no meu maxilar, depois na minha bochecha e logo no canto da minha boca, em seguida um selinho e finalmente Adam me beijou com calmaria. 

Sorri durante o beijo e ele fez o mesmo. Era bizarro a necessidade que eu sinto de ter minha boca colada na dele a todo momento. Porém eu adorava e ele também parecia gostar.

-Parece que faz décadas que não te vejo…- Falou encostando sua testa na minha. 

-É muito louco isso tudo, mas eu nunca me senti tão bem. - Falei passando minhas mãos por seu pescoço vendo um enorme sorriso surgir em seu rosto.

-Eu também… Mas eu te chamei aqui para falarmos de outra coisa. - Franzi a testa. 

- Falar de quê? - Perguntei curiosa.

- Eu tenho uma surpresa para você!- Falou e eu observei ele se distanciar.

- Que surpresa? Gastou dinheiro comigo? - Perguntei cruzando os braços.

-Só um pouco. - Disse com um sorriso de lado. -Bom eu estive pensando… você não pode mais participar do Haute Cuisine não é? - Concordei em silêncio, lembrar disso me magoava ainda. - Infelizmente você também não vai poder ir para a França e isso me deu uma ideia…

- Que perigoso. Você tem ideias muito megalomaníacas. - Falei e vi ele erguer uma sobrancelha.

- Talvez você não mereça saber então o que é a surpresa… ‐Abri a boca em choque.

- Vamos Adam, não me deixe curiosa desse jeito! - Falei séria enquanto me aproximava do mesmo que estava sentado na mesa. Ele colocou suas mãos na minha cintura me puxando para perto de si respirando fundo.

-Viaja para a França comigo? - Perguntou simplista. 

-Como? - Falei querendo saber se tinha entendido o certo. 

- Vamos para França comigo, linda? - Perguntou novamente e se não fosse por suas mãos segurando com firmeza minha cintura eu já teria ido parar no chão. 

Linda. Ele nunca havia me chamado assim antes…

E ele estava me chamando para ir à França. Tipo ele realmente me convidou, eu não entendi errado.

- Eu… você quer que eu vá com você para a França… está falando sério? - Perguntei sem acreditar e ele assentiu. -Comprou uma passagem para me levar até a França? 

-Eu imaginei que você estava mal por não poder ir mais até lá, e você, sempre quis conhecer a França então juntei o útil ao agradável. Não queria que você ficasse triste com… 

Beijei ele antes que continuasse a falar e mesmo sendo surpreendido, Adam correspondeu segundos depois. Esse homem estava querendo me levar ao limite…

- Eu aceito ir para a França com você… - Sussurrei contra os seus lábios e senti o mesmo sorrir.

-Embarcamos amanhã. - Me assustei com sua fala e me afastei um pouco para encarar seu rosto.

-Mas já? Eu nem tive tempo de arrumar as malas nem nada… - Falei lembrando de tudo que eu precisava pôr na mala. - Ah meu Deus, vamos de avião não é? - Perguntei nervosa.

-É mais ou menos, vamos no meu jatinho, algum problema? - Perguntou se levantando.

-Só um leve trauma de tudo que voa… - Falei respirando fundo. Só de imaginar voar de novo, um arrepio percorria toda a minha coluna. 

-Mas pode ficar tranquila, no jatinho são raras às vezes que tem turbulência. Nem vai perceber que estamos voando. - Disse me tranquilizando. Sorri sem mostrar os dentes. 

- Vou confiar em você. Agora eu preciso ir, o horário de almoço já vai terminar. - Me aproximei lhe dando um selinho. - Até mais! - Sorri ao ver seu sorriso e logo sai da sua sala. 

Aí. Meu. Deus.a vouFr


Oi meus amores! Como estão?

Segurem na mão da titia Clara e apertem os cintos, pois nossa próxima parada é a cidade da luz! Ansiosos?!

Vai rolar tanta coisa nesse viagem... é melhor a gente aproveitar!

-Clara

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