CAPÍTULO 4 | O GAROTO BÊBADO

Meu olhar havia mudado nos últimos dias, alguma coisa estava mudando dentro de mim. Havia algo de diferente no ar ao mesmo tempo que eu lutava para me manter intacto. Quantos dias já haviam se passado desde a última vez que eu havia visto Lucas? Uma semana talvez.

Eu não me importava muito ou me importava. Na verdade não queria que os pensamentos de saber onde ele estava e o que estava fazendo me perturbasse. Minha mente havia tornado a pensar nele em uma tortura constante.

Era uma tarde de sábado e eu dormia quando meu celular começou a vibrar. Meus olhos ainda estavam fechados e eu tateava a cama à procura dele até que encontrei e atendi sem olhar para a tela do celular.

— Alô — disse sonolento.

— Amor, vem pra cá...

Cocei meus olhos, ouvi ruído de pessoas falando ao fundo junto com uma música.

— Onde você está? — Algo se revirou em meu estômago e meu corpo ficou gélido.

"Isso era medo? De que tudo acontecesse novamente? Isso era medo de voltar ao ponto de partida, de me arrepender de todas as decisões que já tive?".

— Na casa do Augusto. — Ele me respondeu. — Vem pra cá, amor.

O tom na voz dele estava estranho, então perguntei:

— Você bebeu, Lucas?

— Não, amor.

— Lucas.

— Só uma, amor.

— A verdade, Lucas.

— Ah amor foi uma de cada, a gente andou misturando bebida. — suspirei em reprovação. — Não se zanga comigo, amor, por favor.

— Não estou zangado.

— Então vem pra cá, amor.

— E onde você está? E com quem está? E o que está fazendo aí? Não ia levar o carro pra lavar hoje à tarde?

— Na casa do Augusto, amor. Tô com uns amigos da faculdade.

Novamente meu estômago reclamou. Foi com um amigo da faculdade que tudo aconteceu.

— Sei... amigo...

— É sério, amor, ele é casado, não tem perigo. — Eu deveria ter dito algo, mas deixei essa passar. Eu não queria perder o controle da situação, eu não queria perder o meu controle. — Ele tinha marcado uma feijoada com a galera da turma, mas eu não me lembrava, então Julia me ligou perguntando se eu não ia e acabei vindo depois de ter saído do posto de lavagem, porque aqui só tem quatro pessoas e a mulher dele fez um monte de coisa e só tem a gente aqui.

— Entendo.

— Você vem, amor?

— Vou, amor — disse por fim.

— Vou te pegar então.

— Tudo bem então — falei ao desligar o celular.

Levantei-me devagar e fui para o banheiro, tomei uma ducha quente e me troquei, alguns minutos depois ele apareceu na porta da minha casa buzinando. Saí de dentro de casa e vi que no carro havia três pessoas, um homem e duas mulheres. Lucas disse para o homem ir para o banco de trás. Ele desceu e eu entrei. Lucas nos apresentou. O homem se chamava Mateus e as mulheres eram Julia e Vanessa. Coloquei o cinto de segurança e todos me olharam.

— Por que colocou o cinto? — perguntou Julia.

— Lucas, alto desse jeito e do jeito que ele dirige, não confio muito — disse por fim em meio a um sorriso.

Lucas olhou para mim e riu. Ele deu partida e saímos dali. Ele deixou os amigos em um condomínio e fomos em direção a casa dele.

— Que foi, amor?

— Nada.

— Você está tão calado — falou ele.

— Só estava pensando.

— Está zangado comigo?

— Não estou.

Ele parou o carro no acostamento da avenida.

— Me perdoa, amor. Não briga comigo não. Eu gosto tanto de você. Não faz isso comigo.

Por alguma razão a minha armadura tinha caído, olhei nos olhos dele e o beijei como no primeiro dia em que nos vimos, por um breve momento eu sabia que tinha feito uma boa escolha, mas que tudo não duraria o suficiente para os planos feitos.

Ele ligou o carro e, como há muito tempo eu não tinha feito, deitei no seu ombro enquanto ele dirigia e me afagava, não demorou muito e chegamos a casa dele, fomos para o quarto e mais uma vez acabamos na cama.


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Atualizações sempre as quartas-feiras ao meio dia!

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