Capítulo 6 - Roxo
MARCOS
Os raios da manhã adentravam meu quarto. O céu estava azul. Os pássaros cantavam como em todas as manhas. Eu já estava no banho, à água quente escorria pelo meu corpo enquanto eu me ensaboava. Sai do banheiro e me dirigi ao quarto, peguei uma calça jeans e uma camisa polo, calcei um tênis. Passei na cozinha e peguei uma fruta e sai imediatamente de casa.
O carro deslizava pelo asfalto enquanto eu observava o discreto movimento das ruas naquela manhã, enquanto passava pela avenida principal avistei uma nova livraria. Parei o carro e adentrei-a, entre os vários títulos nas prateleiras estava “De Repente Amor”, caminhei ate o rapaz de pele alva, que vestia uma camiseta cavada que mostrava seus músculos, ele me olhou de forma vaga.
- O que posso fazer pelo senhor?
Olhei para o pequeno crachá que havia em seu peito.
- Airton não é? Então gostaria de saber quanto esta custando esse livro.
O coloquei no balcão ele me olhou e pareceu rir consigo mesmo. Não me importei com isso. Ele pegou o livro e passou o código de barras.
- Esta na promoção. Esta custando vinte e cinco reais.
Ele disse em meio a um sorriso simpático. Peguei a carteira e dei uma nota de cinquenta. Ele embalou o livro e me deu o troco.
- Volte sempre.
Apenas dei um meneio de cabeça e sai dali, entrando no carro e seguindo em direção ao hospital onde Alex estava internado.
Eu já conhecia o hospital com a palma da minha mão e como todos os dias me sentei ao lado dele, vigiando seu sono profundo. Abri o livro e comecei a lê-lo quando alguém abre a porta, olho para ela. Meus olhos se estreitam e eu me levanto rapidamente indo em direção a ele.
Lucas.
- O que voe faz aqui?
Postei-me na entrada da porta tapando o campo de visão dele.
- Vim visita-lo.
- Já veio, pode ir. Agora!
- Você não manda em mim. – ele bufou.
Aproximei-me e segurei o garoto pela gola de sua camisa e o empurrei ate a parede.
- Você vai embora antes que eu faça algo que eu não vou me arrepender.
Ele riu.
- Porque não me beija logo então. – ele alisou meu corpo e eu o soltei.
- Você não presta! E eu não quero você aqui.
- Vai te catar seu velho soberba e abandonado. Ele – ele apontou para Alex deitado – me ama. Isso nunca vai mudar.
Reflexo.
Punhos fechados e em contato com o rosto dele. Ele cai no chão e continua rindo.
- Aceita meu velho. Ele é meu.
- Cala a boca!
- Vem calar ela.
Ele tentou me acertar, mas eu era mais rápido e o acertei novamente. Ele caiu no chão. Ele cuspiu sangue no chão.
- Vou te processar.
- Você pode tentar. Mas quem foi que deixou o Alex para morrer?
Silencio.
- Entrei em pânico – falou ele manso.
- Não justifica. E se você não ficar longe dele, vou garantir que você veja o sol quadrado.
Ele riu sarcasticamente.
- Você não é bom o suficiente para ele. E você sabe disso. Você ama ele por acaso?
O ignorei e adentrei o quarto novamente trancando a porta por dentro. Eu não queria que ele se aproxima-se dele, que o visse e ia garantir isso. Mas agora algo me incomodava. E eu odeio pensar nessa questão.
“Eu o amo?”
Nem eu sabia a resposta para esta pergunta ainda.
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