Capítulo 1 - Quem eu sou
MARCOS - Alguns Anos Antes
O sol adentrava pela janela do meu quarto. Os raios iluminavam parte do meu quarto enquanto eu continuava deitado no canto que permanecia escuro. Eu olhava pela janela do meu apartamento a cidade Fall Spring. O vento tocava a copa das arvores fazendo com que as folhas verdes se balançassem em uma dança calma e silenciosa em meio ao canto dos pássaros.
Levantei-me e fui para o banheiro, tirei a cueca boxer preta que eu usava e entrei debaixo do chuveiro enquanto a água morna caia sobre meu corpo. A minha vida tinha tomado um estranho rumo nos últimos anos. Eu herdara as empresas Arque e visitava minha mãe em River Spring sempre que eu podia.
Minha mãe odeia cidades grandes e movimentadas, com carros e buzinas estrondosas, de pessoas estressadas e apressadas que não param para viver um pouco que não seja em função do seu trabalho. Ela se chama Elisa Albuquerque, tem um metro e cinquenta, poucas rugas de expressão em seu rosto, olhos de um verde claro, cabelos loiros e pele alva levemente bronzeada. Tinha um senso de humor incrível e tinha aversão ao capitalismo o contrário de meu pai.
Augusto Albuquerque adorava o movimento das pessoas e de como esse movimento ajudava a sua empresa a crescer. Sua vida era seu trabalho e me pergunto às vezes como minha mãe pode se interessar por um homem como ele, que só pensa em trabalhar e em lucrar. Um homem que vivia em função do dinheiro. Ele tinha um metro e sessenta e cinco, cabelos grisalhos e com rugas de expressão marcantes. Centrado, serio e rígido. Eu não vi sorrindo muitas vezes, mas ainda sim algo nele encantou minha mãe e eu nasci.
Podemos dizer que não fui planejado, na verdade fui o melhor acidente que Elisa poderia ter tido. Palavras da própria. E desde então meu pai trabalha para nos dar uma boa situação. Ele começou com tesoureiro e foi subindo uma escada de cada vez ate que nasceu a Arque e com o tempo ela cresceu e se ampliou e se tornou as grandes Industrias Arque. Meu pai dera a melhor educação do mundo para mim e aprendi diversas línguas em meio a minhas viagens. Me formei em três cursos: engenharia, arquitetura e administração. E sempre que podia me direcionava a tão famosa pergunta:
“Quem você é?”
Se eu não pudesse responder essa simples pergunta eu não saberia como dirigir a empresa e o principal como ser feliz mesmo que não parecesse que eu amasse minha família. Era o que ele sempre me dizia em meio a conversas sobre meu futuro. Ao contrario do que se pensa, ele ia a todos os meus jogos na escola, festas e formaturas. Acompanhou-me em todos os momentos. Ele não era um pai ruim. Só vivia de mais em sua empresa.
Então há cinco anos atrás em meio a uma reunião de negócios, ele teve uma parada cardiorrespiratória. Foi levado o mais rápido possível ao hospital mais próximo, mas ele não estava mai conosco quando chegou lá. E desde então tive que segurar a barra e tomar de conta dos negócios da família e aqui estou eu sendo um empresário de sucesso.
Saio do banho, pego uma toalha e a enrolo em minha cintura, volto para o quarto e vou para o guarda roupa. Pego um terno e o coloco em cima da cama e o observo.
“Quem eu sou?”
Essa pergunta incomoda muita gente, na verdade me incomoda. Porque ate o momento eu não tenho certeza de quem eu sou. Minha mãe disse que pode levar algum tempo, mas que quando a resposta eu souber o resto vem como num passe de mágica.
Eu estava noivo.
Mas não sabia se eu realmente queria me casar com Sabrina. Bem eu a conheci em uma festa da empresa, ela é alta, cabelos negros e compridos, olhos amendoados e tem um belo corpo. Começamos a conversar e com o tempo começamos a namorar e recentemente noivamos. Mas há muitas duvidas quanto a isso em minha mente.
Minha mãe não gostava dela. E ela não escondia esse fato de ninguém nem mesmo da própria Sabrina. Ela era arrogante, havia ganhado um ar de superioridade com o tempo e estava cheia de não me toques. Uma típica mulher arrogante, mas sem um centavo no bolso. Palavras de minha mãe. Eu não discordava, mas eu não me interessei por mais ninguém em toda a minha vida e então seria ela mesma.
Olhei para oi espelho para ver como o terno havia ficado. Eu tenho um meto e oitenta, alvo, a barba estava por fazer e tenha olhos azuis herdados do meu pai. Tinha um belo corpo tinha que admitir. Sempre malho quando posso e não cultivo tantos músculos, mas era o suficiente para mim.
Finalmente termino de me vestir e passo pela cozinha onde minha ajudante – Dona Sissa – que tenho como uma segunda mãe preparava meu café. Olhei para frigideira e tinha ovos com bacon e o tradicional café com leite e um suco de laranja. Sento-me na mesa e começo a tomar meu café. Quando meu telefone toca.
- Alô.
- Então quando você iria ligar para sua mãe?
Ri brevemente.
- Oi mãe. Como à senhora está?
- Muito bem. E você? Esta tomando café?
- Sim senhora. – disse em meio a um gole de café com leite
- Diga a Sissa que mandei um beijo.
- Sissa ela mandou um beijo. – disse olhando para ela.
Ela sinalizou e mandou outro para ela.
- Ela mandou outro. – eu disse.
- Bem só liguei para sabe como estava.
- E não ligou para falar sobre o meu casamento amanhã?
- Com a megera da Sabrina? – disse ela imitando a voz de Sabrina.
Não contive o riso.
- Mãe!
- Desculpe. Você deve estar nervoso.
- Um pouco. Você vira?
- Não te deixaria sozinho nesse dia por nada desse mundo.
- Obrigado mãe.
- Nos vemos amanha então.
- Não se perca. – disse rindo.
- Ah que proposta tentadora. Bem que você poderia se perder comigo filho. - ela disse rindo.
- Proposta tentadora. – ri de volta. – ate amanhã mãe.
- Ate. E filho...
- Oi mãe.
- Eu te amo.
- Eu também te amo.
Então ela desligou o celular e olhei pela janela da cozinha para os prédios. Era isso mesmo que eu queria pra mim?
“Quem você é?” – a pergunta ecoava em minha mente.
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Capitulos novos toda sexta-feira
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