Eu não conseguia esconder a felicidade estampada em meu rosto. Aquela manhã, foi a primeira em que eu acordei com um sorriso feliz no rosto, em plena segunda-feira. Ontem à noite, após o culto, Pedro foi conversar com os meus pais sobre o nosso namoro e, após o velho discurso de sempre, meus pais permitiram nosso relacionamento. Josh, claramente, ficou um tanto enciumado - o que não é novidade -, mas ficou feliz por mim.

Após arrumar-me para ir à escola, fui até a cozinha onde encontrei meus pais e meu irmão tomando café.

- Bom dia, gente. - falei e minha mãe sorriu.

- Seu rostinho está ainda mais iluminado hoje. - ela disse e eu escondi um sorriso.

Enquanto tomava meu café da manhã, percebi que Josh estava um pouco calado e, a única coisa que fazia, era sorrir fraco. Quando já estávamos a caminho da escola, decidi tirar logo a limpo o porquê de suas atitudes.

- Você está bem? - indaguei e ele deu de ombros. - Parece que não. O que aconteceu?

- Nada, Lia.

- Josh, eu te conheço e sei que você não está bem. - falei e o mesmo suspirou.

- É a Emily. - confessou. - Os pais dela querem que ela vá morar com eles em outro estado.

- Mas eles não haviam se mudado temporariamente?

- Sim, mas eles acabaram gostando de lá e agora querem levar a Emily, e eu... - ele hesitou. - Não quero que ela vá.

- Você gosta dela de verdade, não é? - perguntei e ele assentiu, desanimado.

- Eu realmente pensei que poderia dar certo. - falou e eu o abracei de lado.

- Não fica triste, maninho, eu não gosto de te ver assim. - tentei o consolar, mas não deu certo.

- Eu só preciso de um tempo. Se não for da vontade de Deus, eu conseguirei esquecê-la. - respondeu e eu apenas assenti.

Continuamos o nosso caminho abraçados. Quando finalmente chegamos na escola, percebi que o colégio estava movimentado, o que não era novidade. Mas o que eu realmente achei estranho, foi o fato de algumas pessoas me olharem curiosas e outras até rindo. Ok, está acontecendo alguma coisa.
Ao chegar na mesa onde meus amigos estavam, Lucy olhou-me e engoliu seco.

- O que está... - ela interrompeu-me.

- Você já viu o jornal da escola essa semana? - franzi o cenho e balancei a cabeça.

Caminhei até o corredor principal e fui até o quadro onde ficava o jornal da escola. Peguei uma das folhas e percebi que estava estampada na primeira folha uma foto minha e de Marian abraçadas.

"Flagradas! A estrela amadora da escola e sua concorrente estavam tendo uma conversa, surpreendentemente, amigável quando deram um abraço como se fossem grandes amigas.
Será que a princesinha não acha mais a pobre Liana Walker uma santinha iludida, como a mesma a chamava? Elas teriam feito as pazes? Uma coisa nós deixamos claro: Marian Evans e Liana Walker abraçadas, definitivamente, não é algo normal de se ver."

Soltei um suspiro e revirei os olhos ao ler aquilo. Definitivamente, eles eram uns fofoqueiros. Eles deveriam falar sobre coisas úteis, como as atividades escolares, novidades sobre a escola e etc, mas a única coisa que faziam, era ficar informando a vida dos outros para os alunos. Por um momento me perguntei como a direção deixava eles fazerem aquilo.

Senti mãos em frente aos meus olhos e soltei um suspiro ao sentir aquele perfume tão conhecido.

- Nem vem, eu sei que é você, Pedro. - ironizei. O mesmo tirou suas mãos de meus olhos e foi para a minha frente, com o seu sorriso único.

- Você não tem senso de humor. Bom dia, garota da biblioteca! - cumprimentou e depositou um beijo em meu rosto, abraçando-me em seguida.

- Bom dia, senhor Rodriguez. Faz tempo que não me chama assim! - falei e o mesmo sorriu de lado.

- Pois é. Eu estava lembrando de quando nos conhecemos. O que você estava lendo? - perguntou e eu lhe dei uma cópia do jornal escolar da semana. - Já era de se esperar, eu vi eles tirando uma foto de vocês juntas.

- É, mas era desnecessário isso.

- Ah, deixa isso de lado e vamos para a nossa sala pois o sino já vai tocar. - ele disse e eu apenas sorri, assentindo.

Andamos até a nossa sala de mãos dadas, o que chamou a atenção de algumas pessoas, mas eu realmente fiz o possível para ignora aquilo e o rubor que nascia em minhas bochechas.

Ao chegar na sala, sentei atrás de Lucy, que não demorou para virar-se e abrir um largo sorriso para mim.

- Awn, vocês são tão lindos juntos, o Pedro é um fofo...

- Você já disse isso, Lucy.

- Mas vocês não estavam juntos antes, porém agora eu posso finalmente afirmar que Pelia é real! - exclamou e eu não consegui segurar a risada.

O professor de Filosofia chegou na sala e logo tratamos de ficar quietas. As aulas passaram rápido até a hora do intervalo. Não consegui conter o meu desanimo ao perceber que Josh ainda estava um pouco tristonho por conta da Emily, mas eu não podia fazer nada quanto a isso. Afinal, Deus sabe de todas as coisas.

- Ana, minha mãe te convidou para almoçar hoje na minha casa pois ela não irá trabalhar hoje e, segundo ela, quer conhecer melhor a sua nora. - disse Pedro e eu engasguei com o meu refrigerante. - Nossa, calma. Você está bem?

- O que? Pedro, eu vou desmaiar de vergonha e... - ele me interrompeu.

- Liana, é a minha mãe, não a rainha da Inglaterra. Minha mãe é simpática e você já a conhece. - falou e eu suspirei.

- Eu sei, mas é que nós éramos apenas amigos antes.

- Ana, cá entre nós que minha mãe sempre soube o que eu sentia por você! - senti meu rosto corar e esbocei um sorriso.

- É, eu sei... Logo quando nos conhecemos, ela contou que você falava muito sobre mim.

- E não era mentira. - não consegui esconder o outro sorriso que escapou por meus lábios. - Você é linda. - falou olhando-me com um sorriso.

- Pedro, se eu virar um tomate é por sua culpa.

- Só estou dizendo a verdade. Se for preciso, eu te direi isso todos os dias e em alto e bom som para você acreditar em minhas palavras, e poder corar todas as vezes. - coloquei uma mão em seu rosto e o acariciei, olhando em seus belos olhos azuis.

- Você é real? - perguntei ainda olhando para os seus olhos que me encantavam.

- Real e só seu. - ele beijou a minha mão que estava em seu rosto, olhou para os dois lados e, em um ato rápido, me deu um selinho.

Quando terminei minha refeição, fui jogar as coisas sujas no lixo e, ao virar-me para voltar, esbarrei em uma garota que não era tão desconhecida para mim.

- Ai, garota, você não olha para onde anda? - perguntou rude.

- Desculpa, mas você também teve culpa. - falei e observei a garota a minha frente. Seus olhos verdes e seus cabelos castanhos realmente não eram desconhecidos por mim. Há um tempo atrás, ela me barrou e deixou claro para mim que eu deveria me afastar de Pedro.

- Está lembrando de mim? - ela abriu um sorriso sem humor e eu soltei um suspiro.

- Tenho uma vaga lembrança.

- Parece que você não seguiu o meu conselho. Vocês estão namorando? - perguntou.

- Perdão, mas isso não diz respeito a você. - ela revirou os olhos.

- Confesse, eu vi vocês juntos.

- Ah, por favor, com licença, eu tenho mais o que fazer.

- Tipo se atirar para o Pedro? - eu já estava perdendo a calma com aquela garota. - Tantas garotas e ele escolheu você...

- Quando é de Deus, não importa quantas pessoas tenham, a gente só sente completo com uma em especial. E é isso que sentimos um pelo o outro. Eu passei anos me permitindo se torturar com as palavras de Marian, sabe quantas vezes eu tive baixa autoestima por conta disso? Mas eu aprendi que o exterior não é nada. Eu aprendi que, para Deus, sou especial e, não importa o que digam, sou preciosa para Ele. Então não é nem você e nem ninguém que me fará pensar o contrário. - falei tudo olhando para a mesma que apenas me fuzilava com os seus olhos.

- Liana, o que houv... - Pedro não terminou sua frase pois ficou encarando a garota a minha frente com perplexidade. - Milena?

E a partir daquele momento, tudo ficou claro.

- Pedro! Que surpresa, não é mesmo? - ao contrário de Pedro, ela não estava surpresa.

- Você estuda aqui? Por que não me disse isso?

- Pensei que você tinha percebido assim que me viu na casa do Carlos. - deu de ombros e Pedro suspirou.

- Vamos, Ana. - ele pegou em minha mão, mas antes de sairmos, a mesma nos interrompeu.

- É uma pena que tenha escolhido ela, Pedro, nós teríamos sido mais felizes juntos. - falou com sarcasmo.

Ignorei completamente as suas palavras e comecei a andar, um pouco sem destino pelos corredores da escola.

- Liana. - Pedro chamou. - Você não vai se permitir atingir por aquela maluca, não é?

- Pedro, você não acha tudo isso uma chatice? Tem garotas no meio da escola que estão praticamente me matando com o olhar só por estarmos juntos. Isso é chato, ao menos para mim! Eu não quero e nem estou competindo com nenhuma garota como se você fosse um prêmio, mas os olhares delas me fazem se sentir assim.

- Eu já te disse que não me importo com os olhares dessas garotas, eu nunca me deixei levar por isso, Liana. Eu também acho isso chato, mas só queria que você entendesse que, não importa quantas garotas estejam me olhando, eu sempre irei escolher você! - ao terminar de ouvir as suas palavras, aproximei-me dele e o abracei forte. Ele retribuiu o meu abraço e, mais uma vez, eu tornei aquele abraço o meu lar. Se eu pudesse, não me separaria de seus braços nunca, porém era necessário.

- Eu amo você. - sussurrei perto do seu ouvido e o senti sorrir.

- Eu também amo você!

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Pela tarde, fui almoçar na casa de Pedro, como sua mãe havia me chamado. Quando cheguei lá, Lisa ficou radiante e me puxou pelo braço para que fossemos brincar em seu quarto assim como brincamos da outra vez. Durante o almoço, Rebeca foi extremamente simpática e fez o possível para que eu me sentisse a vontade. Pedro também sentou ao meu lado e, de vez em quando, esboçava um sorriso para mim, mostrando que estava tudo bem e eu não precisava me preocupar em estar ali. O que me preocupou foi Emily. Ela permaneceu em silencio o almoço inteiro e estava um pouco cabisbaixa.

- Eu fiquei sabendo que talvez você vá embora. - falei para ela quando estávamos na sala. Pedro e sua mãe estava colocando a sobremesa na cozinha e Lisa estava brincando em seu quarto.

- Josh te contou? - perguntou e eu assenti. - Como ele está?

- Bem na medida do possível. Ele realmente gostava da sua amizade. - eu não iria revelar os sentimentos de Josh para ela, então decidi disfarçar as palavras.

- Eu também gosto da amizade dele, mas não há nada que eu possa fazer para mudar a opinião de meus pais. - murmurou e eu soltei um suspiro, segurando em sua mão.

- Vai ficar tudo bem, confia em Deus. Se for da vontade dEle, então tudo dará certo, não deixe de acreditar nisso! - ela apenas esboçou um sorriso fraco e eu a abracei.

- Hora do sundae! - exclamou Rebeca chegando na sala e nós rimos, indo pegar nossos sorvetes.

O resto da tarde foi bem divertida, conversamos sobre coisas aleatórias, sobre nossa família e eu pude conhecer um pouco mais sobre o meu namorado.

Namorado.

Essa palavra soava até estranho para mim, mas eu não conseguia conter a felicidade que eu estava sentindo naquele momento. Eu nunca estive tão alegre e eu sabia que Deus havia guardado aquele momento desde o primeiro dia em que eu havia escolhido esperar e confiar nos planos dEle.
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"Eis o meu segredo. É muito simples: a gente só vê bem quando vê com o coração. O essencial é invisível aos olhos." 💕

- O Pequeno Príncipe

Olá, minha gente! Tudo bem?

Espero que tenham gostado do capítulo.

A Milena estuda na mesma escola que o Pedro e a Lia. 😨
Para quem não lembra, a Milena entrou em cena no capítulo 12, quando foi falar para a Lia se afastar do Pedro. Um pouco convencida ela, não?

Cadê o brado de quem shippa Pelia? 🎉🎉❤

#RetaFinal 😖

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Amo cês. ❤

Beijos e fiquem com Deus! 😍😘💞🎉🎶🙏