Introdução




Introdução



Jornal a mão e os dedos escorregando pelos nomes, parei: Isabel Cristina Magalhães.

Consegui! Não acreditava. Passei!!!

- Eu passei! – gritei – passei!!!

Não importava onde estava e se olhavam para mim. Precisava gritar e anunciar ao mundo.

- Passei no vestibular!!! Eu passei.

Aos poucos, aqueles que me olhavam foram abrindo um sorriso e entendendo a minha alegria. Alguns parabéns eu comecei a ouvir. Levantei, paguei minha água e sai pela rua sem rumo.

Eu tinha saído cedo de casa em direção a impressa da universidade para esperar o jornal com os classificados do vestibular. Ficar em casa aquele dia seria torturante, então resolvi ir até o local no horário previsto. Eu não gostaria de ter acesso a essa lista na presença de ninguém. Teria que ser ela e eu, mais ninguém. Foram quatro anos fazendo vestibular, se não fosse desta vez eu desistiria, pois era triste demais ficar de fora novamente.

Peguei o jornal e não tive coragem de olhar, caminhei até a lanchonete, pedi uma água e abri o jornal. E lá estava meu nome, lindo, nome e sobrenome. Parei! Abri de novo e olhei letra por letra, e se fosse alguém com o mesmo nome? Matrícula 36570036, ufa! Era eu mesma, graças a Deus.

Assim, eu entrei na Universidade Federal de Viçosa depois de muito estudo e dedicação. Fazer o terceiro grau era um passaporte para uma vida melhor, sair de casa e trabalhar em um cargo com uma boa remuneração e reconhecimento. Essa era minha visão naquela época.

Foi uma festa quando cheguei à minha casa e contei que tinha passado no vestibular. Meus pais não cabiam de felicidade, afinal era a primeira de cinco filhos a entrar no ensino superior.

Minha primeira decisão de caloura foi: nada de namoro e relacionamento sério. Havia saído de um relacionamento complicado e não queria mais envolvimento. Precisava pensar no futuro!

Começaram as aulas: muitos trotes, brincadeiras e festas.

Estava no meio de muita gente bonita, de todo o Brasil. No entanto, eu tinha certa implicância com paulista. Odiava o sotaque puxado do "r"...

Primeira grande festa. Um rapaz lindo ficava me olhando e sorrindo. Comentei com minha amiga. "Ele tem cara de bobo, mas é lindinho..." O que eu não esperava aconteceu: apaixonei-me! E o pior, ele era paulista.

Comecei a namorar já no primeiro semestre do curso.

No segundo período eu me inscrevi em educação física, matéria obrigatória a todos os cursos, faria dança de salão. Meu namorado não gostou da ideia, pois eu faria par com um amigo de curso que demonstrava uma 'queda' por mim. Prometeu que no período seguinte faria a dança comigo. Aceitei e matriculei-me em ginástica aeróbica.

A cada dia nós éramos mais unidos e inseparáveis.

Eu adorava dançar... Ele, apesar de não saber nada de dança, nunca deixou de me acompanhar nas festas, esforçando-se ao máximo.

No ano seguinte, eu precisava fazer minha segunda educação física, era a dança de salão que eu tanto queria.

- Meu Lindinho, chegou a vez de fazermos a dança de salão. – falei no dia que estava montando minha grade horária.

Ele me olhou de lado... E eu conhecia bem aquele sorriso.

- Eu não vou ter horário livre... – falou.

Ele estava se formando naquele ano; fazia estágio e trabalhava dezesseis horas semanais. Eu até entendia, mas eu queria fazer dança de salão. Ele havia prometido e eu estava cobrando.

- E como vamos fazer? Eu quero.

- Eu sei... Tudo bem, faça!

Sabia que não era do agrado dele, no entanto era do meu. Se eu deixasse de fazer estaria colocando a preferência dele acima da minha e eu não achava justo. Então falei:

- Vou fazer!

No dia da matrícula eu optei por fazer natação.

Quando contei para ele, recebi um lindo sorriso e um abraço apertado, sabia que tinha tomado a decisão correta.

- Prometo que vamos fazer a dança, somente precisamos esperar um pouco. – disse ele.

Naquele mesmo ano foi a sua formatura e nós ficamos noivos. Ele comprou um pequeno apartamento com a ajuda dos pais.

Descobrimos o amor juntos.

Casamos no ano seguinte, na cidade dele. Isto mesmo, no interior de São Paulo, "pagando" a minha língua grande por dizer que não gostava de paulista.

Foi lindo!!!

Dançamos muito. Confesso que gostaria de ter feito uma dança especial, bem coreografada...

Casar no meio do semestre não foi uma boa ideia para meus estudos, principalmente para quem queria formar com um ano de antecedência. Tive que me esforçar muito, mas estudei bastante e consegui.

Um ano muito feliz. Tive duas grandes realizações: casei e me formei no mesmo ano!

Ano novo e vida nova...

Trabalho...

Filhos...

Estudos...

Muitos sonhos ficaram pelo caminho, mas grandes conquistas e realizações foram alcançadas.

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Obrigada por iniciar essa leitura.

Vamos conhecer a história de vida desse casal...

Um conto dançante...

Seja bem vindo...

Obrigada por está sempre comigo.

Lena Rossi

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