O gosto pela escrita é precoce, mas foi na adolescência que passou a ser frequente. Eram textos, versos, cartas, e elas fluía naturalmente, dando me uma espécie de alívio. Apesar da minha timidez, acabei mostrando para os meus amigos e as respostas foram positivas, motivando a continuar. Então foi o que eu fiz.
Meses depois, enquanto conversava com uma amiga sobre postar no Wattpad, sua resposta me deixou um pouco triste: "ninguém leria, ninguém nos conhece". Não sei dizer se foi por causa desse ocorrido mas de uns tempos pra cá sou tomada pela insegurança. Quando leio obras de outros autores para buscar inspiração, penso que minhas histórias não são boas o suficiente, que não tenho muita criatividade e que ninguém entederia a mensagem por trás dos textos que escrevo.
Com isso, deixei algumas obras incompletas guardadas no caderno, descartei outras e a vontade de escrever já não era mais a mesma.
Por impulso, cheguei a me inscrever em um site de contos porém demorei para confirmar o ato. Sim, dessa vez era o pessimismo que veio a tona mas graças a minha irmã deu todo o suporte para que eu não desistisse e acabei me inscrevendo. Então, escrevi um dos meus primeiros contos. Mesmo não tendo passado por uma breve revisão já que foi feito de última hora e o receio, aguardei ansiosa a opinião dos outros membros. E no outro dia fui notificada. Eles não só disseram o que acharam como me disseram no que podia ser melhorado. Isso fez tirar toda aquela tensão que eu sentia a respeito de críticas. É, estou aprendendo a lidar com elas.
Hoje em dia, ando me encorajando escrevendo na plataforma (wattpad) e fui tirar a prova dos nove a respeito daquele ocorrido do passado, porém a surpresa foi maior devido a notoriedade e o carinho que ando recebendo. Parece que o jogo virou, não é?
O que tirei de aprendizado é que toda ajuda é bem vinda. Em caso de críticas, desde que sejam construtivas valem a atenção. Caso contrário, não deixo que um "tá ruim", " não gostei" me abale tanto. Inclusive, garanti o apoio da família e de uma grande amiga que por sinal parecemos seguir a mesma linha de raciocínio (de gênero terror então nem se fala).
Como ninguém é de ferro, a insegurança chega a vim de vez em quando. Mas em comparação aos anos anteriores, ela anda bem menos e isso tenho o prazer de comemorar.

Dalila Sales