Capítulo 1- Início

Acordei com o barulho ensurdecedor do despertador da minha mãe, e o desliguei com um soco.

Bocejei, me sentindo exausta.
Meus pais brigaram tanto ontem a noite, que quase não dormi. Meu corpo estava dolorido e minha cabeça latejava um pouco do lado esquerdo.

Me levantei estressada e fui até o banheiro fazer minhas higienes.
Assim que terminei, desci até a cozinha e vi meu pai e minha mãe discutindo.

Revirei os olhos.
Que novidade.

Era assim todos os dias. Meu pai ia para rua, bebia, traia minha mãe com todas as vagabundas da cidade, chegava em casa bêbado, e os dois começavam a brigar.

Respirei fundo, peguei meu café que já estava em cima da mesa e me sentei no balcão próximo a pia, tentando em vão, ignorar o que eles estavam dizendo, ou melhor, gritando.

-Você é um imprestável! Você não faz nada! Só gasta dinheiro em jogatina e em bebidas! Como vai nos sustentar? -Minha mãe gritou.

-Eu não tenho obrigação de sustentar ninguém! Eu trabalho, ganho o meu dinheiro, e tenho o direito de fazer com ele o que eu quiser!

-Você tem sim! Eu não fiz a Viollet sozinha! Nem casei comigo mesma! Sua obrigação é cuidar da sua família! -Minha mãe gritou furiosa.

Meu pai riu e revirou os olhos.
Logo em seguida, ele ficou sério e me fitou com um olhar intenso.

Começei a ficar nervosa.
O que ele queria?

Lentamente ele começou a se aproximar de mim, e parou a alguns metros de onde eu estava sentada.

O cheiro de bebida que saía dele era tão forte, que por um segundo, senti meus olhos lacrimejarem.

Ele sorriu maliciosamente.
-Por que você não bota nossa filha vagabunda pra ganhar um dinheirinho com esse corpinho? Pode render alguma coisa. -Ele disse me olhando de cima a baixo.

Na mesma hora que escutei essas palavras saindo da boca do meu próprio pai, senti uma pontada fortíssima no coração. Como se alguém tivesse pegado uma faca, e tivesse o cortando lentamente.

Meu pai já tinha me ofendido antes sabe..
Já me chamou de vadia, cadela, cachorra, e tudo de ruim que vocês possam imaginar. Mas.. ele nunca tinha chegado a esse ponto..

-Robert! Olha o que está dizendo! Ela é nossa filha!!

-Ah.. ela é como você! Vocês são duas vagabundas.. -Ele disse bêbado.

As lágrimas ameaçavam cair.
Eu não queria que eles me vissem chorar..
Não queria, nunca!
Jamais choraria na frente deles!

Meu coração doia tanto, que eu sentia que eu poderia morrer a qualquer momento.
Eu .. precisava sair dali. E iria fazer isso agora!

Me levantei abruptamente, derrubando café quente em cima do pé do meu pai, que disparou um palavrão, e corri o mais rápido que pude até a porta da rua.

Eu não tinha amigos, então não sabia para onde ir. Eu só andaria, infinitamente, sem destino...

Assim que notei que eu já estava bem distante da minha casa, permiti que as lágrimas caíssem.

Porque isso está acontecendo comigo? Porque? O que eu fiz para merecer isso?

Meus pais não me amavam. Meu pai insultava minha mãe e eu todos os dias. E minha mãe, vivia me chingando por eu não ter arrumado um marido, e não ter ido embora de casa.

Ela vivia frizando para mim todos os malditos dias da minha vindinha mediocre, que eu era uma pedra em seu sapato. Que eu era uma doença desgraçada que não desgrudava dela. Que não aguentava mais ver minha cara naquele lugar.

Eu escutava isso todos os dias.
Quando não era ela, era o meu pai. Parecia que eles revezavam. Me ofender e me magoar, era o novo hobbie deles, porque parecia que eles adoravam fazer isso.

E eu, sinceramente, não aguentava mais isso! Não aguentava mais passar várias madrugadas trancada em meu quarto chorando baixinho para que ninguém percebesse..
Não dava mais..
Isso não era vida.

Eu já até arrumei um emprego, para tentar ajudar nas despesas da casa. Mas acabei sendo demitida por que não quis me deitar com meu chefe nojento.

Aquele dia foi péssimo para mim. Eu tinha me sentido um lixo.
Eu tinha perdido meu emprego, e agora teria que arrumar um jeito de contar para os meus pais. Achei que eles seriam compreensivos, mas não. Eles não foram.
Me lembro até hoje das palavras deles sobre aquilo..

" -O que!? Você perdeu o emprego? Mas porquê? -Mamãe perguntou visivelmente irritada.

-Porque eu não ia me deitar com ele! Eu ainda sou virgem! Não quero perder algo tão importante para mim, com aquele nojento sem escrúpulos!

Papai riu.

Olhei pra ele.

O que isso tem de engraçado?

-Vagabunda mentirosa.. -Ele sussurrou. -Você não passa de uma vagabunda preguiçosa! Deveria ter se deitado com ele para gatantir seu emprego sua burra! Agora vai ficar em casa vagabundando!

-Preguiçosa inútil.. -Mamãe falou baixinho. "

Esses eram meus pais.
E eu os odiava com todas minhas forças.

Continuei andando.. sem rumo. Eu não sabia para onde ir.. mas para casa, eu não voltaria jamais.

Continuei andando por vários quilômetros, até ver um grande tumulto em uma praça pública de Wenésia.

Me aproximei mais para ver o que era.

Sorri.
Era a apresentação da princesa! Eu queria muito vê-la. Era a primeira vez que ela apareceria em público. Agora estava explicado motivo do tumulto.

****

Ooi amorecos❤ tudo bem com vocês?
Espero que tenham gostado do primeiro capítulo. Peço desculpas pela demora pra postar e por sumir alguns meses. Tive alguns problemas com a internet daqui de casa, mas agora está tudo bem (Eu espero que continue né kkkk).

O esquema vai ser o mesmo. Todas as sextas posto capítulo novo. Caso não vá postar, aviso a vocês e explico o motivo.
Qualquer dúvida fiquem a vontade para perguntar que estarei respondendo.
Obrigado por tudo amores e até o próximo cap❤

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