O Legado de Avalon - Livro 1: o Garoto, o Velho e a Espada (fantasia)


Título: O Legado de Avalon — Livro 1: o Garoto, o Velho e a Espada, de Goldfield

História avaliada em 08/02/2017

Tabela de pontos

Linguagem

Gramática: 3 pts

Estilo do autor: 2 pts

História

Parágrafo de abertura: 1 pt

Apresentação de personagens: 1 pt

Diálogo: 1 pt

Desenvolvimento da trama: 2 pts

Parte I: Linguagem

1) Gramática (3,0)

Tanto o prólogo quanto o capítulo se mantiveram limpos nesse quesito, sem erros gramaticais.

2) Estilo do autor (1,9)

A escrita em terceira pessoa consegue ser bem flexível ao dar conta de duas situações bem distintas: o momento pós-guerra no prólogo em contraste com um dia aparentemente comum de um estudante brasileiro no capítulo um. Enquanto o primeiro assume um tom mais sério e pesado, o segundo é descontraído, tanto pelo tipo de escrita que as duas situações demandam quanto pela queda de tensão que o prólogo obriga o primeiro capítulo a ter.

O autor consegue detalhar a história na medida certa e solta informações nos momentos mais adequados, gerando, assim, uma fluidez narrativa agradável de se acompanhar. O texto ainda conta com parágrafos bem concisos e estruturados, o que facilita o desenvolvimento das cenas.

O único aspecto negativo é o abuso de gerúndios em alguns trechos e que, por consequência, deixam algumas frases longas. Às vezes essa extensão frasal quebra um pouco o ritmo da leitura.

Parte II: História

1) Parágrafo de abertura (0,7)

Falar do tempo é um começo intuitivo de vários escritores, embora o autor tenha conseguido inserir uma personificação para as nuvens e relacioná-la a uma imagem peculiar da cena. A mesma ideia repetiu-se com as brumas, mas senti que já não teve o mesmo impacto. Entre as nuvens e a neblina, esta parece ter uma imagem mais forte, principalmente pelo segundo parágrafo, que poderia fechar o primeiro. Ou seja, a primeira frase talvez não fosse tão necessária assim para a cena. Todavia, esse início consegue criar um tom de suspense pautado em alguma tragédia que logo será revelada.

2) Apresentação de personagens (1,0)

Tanto o núcleo de personagens do prólogo quanto o do primeiro capítulo foram bem introduzidos. Os icônicos personagens arthurianos tiveram uma breve participação suficiente para mover a trama. No primeiro capítulo, destacaram-se os personagens Aurélio, Guilhermina e o senhor Campbell. Aurélio é o protagonista do livro e foi o personagem mais explorado até o fim do capítulo, até porque tudo o que é revelado sobre os outros personagens passa pelo filtro do ponto de vista dele. A relação de amizade entre Aurélio e Guilhermina soa tão natural que chega a dar a impressão de que algo mais forte vai rolar entre eles. Já o senhor Campbell é o dono de uma loja de antiguidades e, tendo em vista que a História é um tema recorrente na trama, fica a possibilidade de que este personagem seja alguém relevante.

3) Diálogos (1,0)

Nada há do que reclamar sobre os diálogos. Todos muito pontuais e naturais. Assim como na narração, é interessante notar a diferença na fala dos personagens históricos apresentados no prólogo com relação aos adolescentes (ou pré-adolescentes) do primeiro capítulo. O autor soube adequar a linguagem da fala a cada tipo de personagem; um cavaleiro fala de uma maneira, um garoto do século XXI de outra. Além disso, as conversas não são descartáveis e provocam boa interação entre os personagens.

4) Desenvolvimento da trama (2,0)

Trata-se de um romance infanto-juvenil com uma pegada histórica. Há várias passagens do capítulo voltadas para esse tema, como o jogo de "Stop" na aula de História, o game Age of Civilizations (que Aurélio adora) e a loja de antiguidades do senhor Campbell. É interessante a proposta do autor em aplicar a lenda arthuriana no contexto brasileiro, o que cria um interesse em saber como a ascendência do rei Arthur foi parar no Brasil. O prólogo é uma ótima introdução e destaca a espada arthurina como o objeto mágico que deverá ser encontrado pelo futuro herdeiro de Camelot. Já o primeiro capítulo consegue transmitir de forma interessante o dia a dia de Aurélio, bem como os personagens de seu círculo social. Sente-se uma brasilidade nos eventos desse cotidiano que ajudam o leitor a se identificar com a história. Embora o final do capítulo não tenha apresentado aquele gancho que impulsiona a entrada do fantástico na história, consegue ser uma boa conclusão dentro do contexto realístico apresentado na trama. Na verdade, a introdução de algo insólito se dá de forma sutil pela menção aos detalhes históricos (sempre envoltos de mistérios, como a origem do nome do bairro Curicica ou as antiguidades do senhor Genaro).

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Nota de expectativa: 9,6

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