Illuminata Naturae (fantasia)


Illuminata Naturae, de PatriciaMaiolini

História avaliada em 22/03/2017

Tabela de pontos

Linguagem

Gramática: 3 pts

Estilo do(a) autor(a): 2 pts

História

Parágrafo de abertura: 1 pt

Apresentação de personagens: 1 pt

Diálogos: 1 pt

Desenvolvimento da trama: 2 pts

Parte I — Linguagem

1) Gramática (2,5)

Foram encontrados poucos problemas na colocação da vírgula (p. ex.: "Eu prometo que em breve, estarei de volta" [sem vírgula]), ausência de crase em "amor à humanidade" e problemas na pontuação adequada e uso de letra maiúscula ou minúscula após algumas falas (p. ex.: "Eu sou Kurenai, sou a curandeira do rei Salazar. — a(A) senhora possuía olhos...").

2) Estilo da autora (0,6)

A escrita é, muitas vezes, excessivamente objetiva. Algumas passagens carecem de maior detalhe para dar à trama um ritmo cadenciado e uma maior imersão. A batalha entre Yusuke e os globins, por exemplo, foi muito pouco aproveitada, bem como a descrição do interior do palácio de Blur. Sobre esse reino, um problema grave foi a repetição da palavra "oriental" para dizer que aquele lugar nos remete à cultura do nosso Oriente. No entanto, a autora poderia ter mostrado isso, em vez de contado. Por exemplo, é dito que Blur é conhecido por sua fauna e flora ricas e pela sua influência de cultura oriental. Não é preciso contar que a fauna e a flora são ricas, e sim mostrar isso. E o mesmo vale para a cultura oriental. Pelo nome "Yusuke", a descrição física dos personagens desse reino e as árvores de cerejeira, o leitor já consegue fazer essa associação.

O texto também apresenta problemas nos pontos de vista. Por exemplo, quando a rainha acorda, o narrador diz que o garoto tem os mesmos olhos de Yusuke e Kureinai, sendo que a rainha não viu Yusuke por estar desmaiada. O narrador só poderia ter feito essa afirmação se estivesse narrando do ponto de vista da curandeira, mas não houve qualquer transição para o pdv dela.

Parte II — História

3) Parágrafo de abertura (0,3)

Não faz alguns dias eu avaliei uma história que deixava claro, no título do prólogo, que este se tratava de uma gênese. Esse recurso preparava o leitor, pois é de se esperar que a introdução de um romance não seja uma introdução do mundo onde ele se passa, mas sim o início da história que é narrada. É por isso que o começo de Illuminata Naturae não convence nesse aspecto (embora haja quem goste de inícios assim). Além disso, não fica claro, neste começo, como os humanos foram criados e por quem, pois os deuses são mencionados num tempo "antes da formação de carne" (a meu ver, antes dos humanos) e, em seguida, a narração já pula para um tempo onde os humanos existem. É como se a história tivesse mostrado uma direção e seguido outra, deixando um buraco (o que é frequente ao longo de todo o prólogo).

4) Apresentação de personagens (0,3)

Como o prólogo foi uma introdução de mundo, apenas o primeiro capítulo que conta. Nele, tivemos a presença da rainha Aurora e seu courtier, a curandeira e o rei de Blur. Embora alguns tenham sido descridos fisicamente, todos eles carecem de profundidade devido à falta de descrição interior dos personagens; seus sentimentos, suas sensações, seus pensamentos etc. O narrador situa-se muito distante dos personagens, que, por consequência, também se situam distantes do leitor.

5) Diálogos (0,4)

Às vezes, os diálogos vão muito direito ao ponto. Por exemplo, a curandeira logo dá à rainha a informação de que se passaram três dias que ela ficara desmaiada; em seguida, a rainha se preocupa imediatamente com sua filha no ventre mesmo sem se situar direito onde está. Algo parecido também ocorre quando o rei de Blur fala de sua própria habilidade. Ou seja, embora a autora não caia na armadilha dos diálogos que só enchem linguiça, ela peca pelo excesso de objetividade, deixando algumas falas meio artificiais.

6) Desenvolvimento da história (0,9)

Já comentei a respeito do prólogo. Nele, algumas passagens são apressadas e confusas, carecendo de um desenvolvimento maior. Por exemplo, Hammerlock é referido como "mundo" uma vez e "reino" em outra. Depois sabemos que trata-se de um reino, mas sua primeira menção parece deslocada. É dito que o deus Kora quer destruir Hammerlock, mas o leitor mal sabia da existência desse reino e o que ele representa para o mundo dos humanos. Mesmo que esses "buracos" sejam propositais, o prólogo acaba não tendo consistência. Além disso, a mitologia apresentada é comum a várias outras histórias de Fantasia.

O capítulo 1 tem uma premissa chamativa (tendo um parágrafo de abertura bem mais interessante que o do prólogo), pautando-se no iminente encontro de representantes de reinos distintos por um motivo que será revelado no final. Uma cena em específico me pareceu falha, quando o courtier fala à Rainha ter visto o globin e diz que irá descer da carruagem e procurar por ele. Mas se ele já o viu, como ainda vai procurá-lo? A confusão aqui se deve à falta de detalhes que poderiam situar o leitor um pouco melhor na cena.

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Nota de expectativa: 5,0

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