Do Palco ao Poço (ficção geral)


Do Palco ao Poço, de Rannggell

História avaliada em 02/10/2017



Tabela de pontos

Linguagem

Gramática: 3 pts

Estilo do(a) autor(a): 2 pts

História

Parágrafo de abertura: 1 pt

Apresentação de personagens: 1 pt

Diálogos: 1 pt

Desenvolvimento da trama: 2 pts


Parte I - Linguagem

1) Gramática (2,3)

De problema relevante, chamo apenas atenção para a pontuação. Há falhas ocasionais no primeiro capítulo e, por algum motivo, se tornam mais frequentes no segundo. (p.ex.: "Antigamente, meu pai também costumava vir,[.] s[S]e ele não tivesse partido[,] certamente estaria aqui conosco.")

2) Estilo do autor (1,3)

A história é narrada em primeira pessoa, e a escrita é bastante direta, com um vocabulário simples mais ou menos eficaz. Há trechos de boa fluidez narrativa, porém há outros que necessitam de maior polimento. É possível fazer alguns cortes e mudanças na estrutura de algumas frases para tornar o texto mais limpo (p.ex.: reduzir os detalhes em "...um raio de sol que conseguiu atravessar uma brecha no canto superior da cortina"). Por outro lado, também há momentos em que a escrita precisa de mais substância para não tornar a narrativa tão atropelada, como ocorreu no segundo capítulo.

Parte II - História

3) Abertura (0,8)

Não sei se foi proposital para dar um impacto no leitor, mas dizer, no final do parágrafo, que o astro de música em questão é um cantor de sertanejo é uma baita de uma quebra de expectativa. Histórias desse naipe geralmente têm como protagonista cantores de rock ou música pop. Interessante ver uma história se aventurando num gênero musical pouco abordado. Chamo apenas atenção para uma frase quase confusa no parágrafo ("Quando é o nosso sonho, quando gostamos do que fazemos, não tem como não dar certo"). Aqui o autor usa uma dupla negação que exige mais do raciocínio lógico do leitor e, por consequência, trava a leitura. Sempre é preferível não usar essas expressões de dupla de negação. No lugar de "não tem como não dar certo", soa melhor "não tem como dar errado".

4) Apresentação de personagens (0,6)

A escrita apresenta momentos em que o narrador-protagonista fala bastante sobre si, principalmente no capítulo 1. De maneira geral, são os diálogos os responsáveis pela apresentação dos personagens. Eles fazem isso razoavelmente bem, porém ainda precisam de um amparo da narração, que poderia torná-los mais profundos. Felizmente, a história não possui muitos personagens no começo, tornando mais fácil a assimilação deles. O maior incômodo aqui é o nome do protagonista. Talvez também seja proposital do autor, já que Jhon está mais para cantor de rock do que de sertanejo.

5) Diálogos (0,8)

O texto possui vários momentos de diálogos, alguns bem curtos e outros mais longos. A dinâmica é boa e as conversas soam naturais. Funciona melhor que a narração, que acaba por enfraquecer os diálogos por não lhe dar o suporte necessário. Talvez apenas alguns incisos precisem ser repensados (p.ex.: cortar o "peço" de "- Ainda tenho que falar com a imprensa e com os fãs. Me dê uma hora. — peço".

6) Desenvolvimento da trama (1,2)

O primeiro capítulo consegue estabelecer o conflito do personagem, oriundo de algum trauma do passado envolvendo um outro cantor. Não chega a revelar muito sobre esse trauma, o que incita a curiosidade do leitor. No entanto, a cena em que esse trauma é mencionado pela primeira vez não é bem construída. O ato de John em jogar o controle contra a parede ao ver aquele cantor na TV é abrupta e confunde o leitor, não dando para saber o motivo do personagem ter ido de um estado A para um estado B (mesmo que seja explicado depois que era por causa do que aparecia na TV). Esse trecho precisa de uma transição mais sutil.

O segundo capítulo, embora apresente um bom percurso e fechamento, desenvolve-se de forma atropelada. Uma cadência maior ajudaria a trama a respirar, mesmo que o estilo do autor seja algo mais "papo reto". Por exemplo, Jhon conhece uma garota chamada Clarice enquanto está em Noronha, eles conversam e ele até tem a ideia de fazer um show; mas só depois disso é que a narrativa revela o nome da personagem, e de forma bem causal, como se o leitor já o soubesse. Mais do que isso, poderia ter sido mostrado esse gradual fortalecimento da relação entre eles nos dias que se seguiram na ilha.

Falta também um pouco mais de localização espacial e ambientação para os personagens, principalmente quando estão em Noronha. Por exemplo, há uma cena em que o personagem diz que encontra sua mãe e depois sobe para o quarto, sem que ele tenha dito antes que estava em uma pousada ou algo parecido. Na cabeça do leitor, poderia até estar na praia no momento da conversa, que era onde o personagem estava na cena anterior.

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Nota de expectativa: 7.0    

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