CAPÍTULO 13

Uns meses depois...

Corujão

Eu tenho que arranjar uma pessoa pra tomar conta da minha cria. Não tinha como a Lorena ficar mais com a dona Joana, ela já tava de idade, sem contar também que eu queria ficar com a minha pequena, eu queria ela mais em casa, e eu sabia que ela sentia minha falta também. E a pessoa que eu queria pra tomar conta da Lorena tinha que ser da minha confiança, muitos donos de facção rivais  querem tocar na ferida do seu inimigo, e o meu era a Lorena e meus irmãos.

— Hô Colômbiano? — chamei e o mesmo apareceu fumando maconha

— Fala chefe

— Quero que tu divulgue pro morro que alguém tá precisando de uma babá. Só não fala que é eu se não vai aparecer várias vagabundas querendo se aproximar de mim. Pegou a visão?

— Pode pá — ele saiu

Terminei de fazer as contas e tirei o dinheiro do fornecedor e fui bater uma larica no bar.

Tava bebendo minha cerveja quando eu vi aquela garota de cabelos longos cor de chocolate.

Não vou mentir, ela mexeu comigo. Ela não era assanhadas iguais às negas daqui, se vestia comportada, não andava de papos com nenhuma cara, e só vi ela uma vez no baile, parecia que tava perdida no meio do povo.

— Oi gato, tudo bom? — chegou duas morenas.

Essas negas tocavam o terror aqui na favela, não conhecia nenhum homem que não tinham passado a vara nelas. Se eu não me engano a nariguda era irmã daquela garota, nem parecia porque a irmã dela dava mil a zero nela.

— Podemos ajudar em alguma coisa?—  a bochechuda perguntou com voz de puta.

— Pode, sumindo da minha frente. Aproveita pra sumir logo porque minha paciência é igual a mulher de padre, não existe. — falei colocado uma nota de cinquenta na mesa e saindo, deixando elas com cara de cú.

Essas negas acham que eu nasci ontem, elas só querem dinheiro e mordomia e pagar como mulher do chefe. Mas comigo elas não acham, até a Carla que se acha vai ter o dela.

Milena

Sai na porta de casa vendo a Marcela e a Dandara conversando no outro lado da rua. Fui até elas vendo que pareciam muito animadas.

— Tão falando sobre o que? — perguntei sentado no meio fio onde elas estavam sentadas também.

— É que estão precisando de babá, então eu e Marcela vamos nos candidatar porque não somos bestas.

— Sem falar que paga muito bem...

— O que vocês tão aprontado, hen? Tu nem sabe cuidar de tu quem dirá de uma criança.

— Não verdade não gosto mesmo, mas como foi o Colômbiano que deu a informação deve ser uns dos vapores do Corujão.

—Ou até deve ser ele mesmo.

— A gente tá indo no bar da dona Madalena, quer ir? — Dandara me chamou.

— É que tô indo no mercadinho comprar pipoca.

— Então vamos, já é caminho. — Marcela falou se levantando.

Fui comprar pipoca e as meninas foram pro bar da dona Madalena.

[...]

Dandara estava se arrumando pra ir ao colégio enquanto eu assistia a novela das seis na globo, e mamãe fazia comida.

— Vocês tão sabendo que estão precisando de babar? — minha mãe perguntou da cozinha.

— Sim, inclusive vou me candidatar. — Dandara passava o perfume.

— Tu nem sabe cuidar de si mesmo vai se candidatar.

— Foi isso que eu falei pra ela, mãe.

— Sabe uma pessoa que talvez seja chamada?

— Quem?

— A Milena, tu é muito responsável, sem falar que ama ficar com criança — minha mãe falou fazendo a Dandara revirar os olhos — Tu deveria se candidatar.

Pensei por alguns estantes.

Não seria uma má idéia me candidatar, eu amo ficar com criança, sem falar que eu teria meu próprio dinheiro.

Mas o negocio mesmo era o colégio, como eu iria ficar com uma criança se eu estudo de manhã?.

— A Milena não pode, ela estuda de manhã, esqueceu?

— Verdade né.

— Eu poderia estudar a noite lá onde você estuda. — dei uma sugestão.

Com esse dinheiro eu poderia ajudar minha mãe a mobiliar essa casa, já que os moveis são velhos.

— Esqueci Milena, tu não iria passar — falou saindo — Mãe! Tô indo.

— Deus te acompanhe!

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