CAPÍTULO 10

Corujão

Estava eu e Lipe na boca resolvendo uns bagulho do armamento quando o Colômbiano chegou quase arrombando a porta.

— Tá doidão Colômbiano? Sabe bater não caralho— eu disse meio furioso

O Colômbiano estava quase botando o cu pela boca de tão sem fôlego que tava. Quando ele me aparece assim com certeza tem treta.

— É que tá acontecendo uma coisa chefia, lá no pistão— tentava recuperar o fôlego

— Solta a voz porra

— A Carla. Ela tá quase batendo em uma mina lá do pistão

— Qual?

— A novata

Quando ele me disse isso meus pensamentos foram pra Milena. Aqueles olhos cor de chocolate que me observava friamente no baile, sem falar que ela tinha uma bundinha gostosa. Quando eu vi ela lá dei um jeito de saber quem era aquela menina, então mandei um dos meus vapores examinar pra ver quem era; e nem demorou muito pra descobrir, já que ela tinha uma irmã com a língua solta. Coitada da menina, está toda empolgada achando que aqui é um parque de diversões, mal sabe ela que aqui é um inferno.

— Vai lá é traz a Carla. Quero bater um lero rapidão com ela

O Colômbiano saiu da mesma forma que entrou, viado do caralho.

—A novinha mal chegou e tá de treta— disse Lipe

—Pode pá. Quando tiver com o cabelo raspado não vou querer saber de enchessão de linguiça pro meu lado

Depois de alguns minutos a Carla entrou com a cara toda vermelho soltando fogo.

—Dá có foi hen Carla? Tá ficando doidinha é? — ficou de braços cruzados com cara de deboche— E tira essa carranca feia

—Aquela puta tava montada na tua moto e...— cortei

—Você não tem nada a ver com isso. A moto é minha eu ando com quem eu quiser, se ligou?— levantei ficando em sua frente — E nós não temos nada. Tu só é uma puta que eu como, e não minha fiel caralho

—Mas corujão....

—Mas nada! Rala

Ela saiu pisado balançando aquele rabão gostoso.

—Essas minas já  procura treta comigo, vai se foder

Hoje era domingo e eu não tinha parado de trabalhar ainda, esses dias nem tive tempo de ficar com minha filha, que sempre fica na casa da dona Joana, que é mãe do Nego. Ela sempre cuidou da Lorena desde recém nascida, já que eu não tinha como fazer esse papel.

—Vai pro baile hoje?— Lipe perguntou

—Hoje não, mas qualquer coisa eu dou uma passada lá

—Falou. Daqui a pouco eu libero os caras pra fazer a ronda

—Beleza

Sai da boca e montei na minha moto que estava estacionada em frente e segui pra casa da dona Joana. Quando cheguei a minha princesa estava na sala assistindo desenho, quando ela me viu veio correndo pulando no meu colo.

—Papai!!

—Oi princesa do pai! Tu tá bem?— peguei a mesma no colo

—Pai! Eu já falei que não sou princesa, sou mosqueteira— me repreendeu me fazendo rir— pensei que tinha me abandonado igual a mamãe

—Sua mãe esta viajado, ela não te abandonou. Eu jamais vou abandonar minha mosqueteira

—Sabe o que eu ganhei do tio Marquinho?— perguntou empolgada

—O que?

—Um óculos. Vou pegar pra tu ver — ela desceu do meu colo e foi buscar o óculos

Enquanto eu esperava a Lorena voltar dona Joana chegou com sacolas.

—bênção dona Joana

—Bênção filho

—Valeu ai por cuidar da Lorena pra mim. É que esses dias tô tranpando demais tô sem tempo nenhum

—De nada filho. É bom que ela me faz companhia. Mas você tem que cuidar mais dela

—Beleza. Essa semana eu levo ela pra casa

Ele assentiu e saiu, foi quando a Lorena veio com uma juliete.

—Tô bonita papai? — perguntou fazendo várias poses como tivesse tirando fotos

—Parece a fiona do Sherek quando era princesa— digo baixo pra ela não escultar

—Eu escutei papai

Ela faz uma careta que me faz gargalhar.

Me despedi da Lorena e fui pra casa, tava precisando de um descanso.

Larissa

Eu tinha passado a manhã na praia da barra, que no caso é onde eu moro. Só fui pegar um bronze porque odeio entrar na água, acho nojento demais.

Quando cheguei em casa dei de cara como a baleia de cabelo azul esticada no sofá, no caso a Fátima. Ela era minha prima por parte de mãe e eu odiava ela com todas as minhas forças, ela sempre quis tudo o que eu tenho, inclusive meu corpo, já que o dela é deformado por ser uma baleia.

Eu ia passar direto mais a mesma me chamou me provocando.

—Não vai falar comigo não, Larissa? Tu já foi mais humilde— debochou

Tirei meu óculos de sol e a encarei.

—Infelizmente não falo baleies

—Ah, é mesmo é? E cachoreis você fala?

—Olha aqui sua gorda assina. Eu não falo com gente da tua laia, escutou?!

Ela se levantou com sua cara de deboche. Minha vontade era sacar a cara dela.

—Lógico que não né Larissinha, seu nível é bem baixo né. Minha tia que o diga

—O que você tá falando hen?

—Tô dizendo que você tira tanto onda de ser rica, ter as melhores roupas, estudar no melhor colégio. Mas sabe de uma coisa? Você não é nada disso! Você é uma bastarda de merda que minha tia resgatou no terreno baldio lá no morro da Babilônia. Então não vem pagar de sangue azul não porque você não é! — ela me falou aquilo no sussurro, minha mente deu várias voltas me fazendo ficar tonta. Aquilo era tudo mentira, eu sabia que era — Sabe o pior de tudo? Que você não foi simplesmente abandonada lá, sua mãe era uma drogada e moradora de rua, Larissinha. Você nasceu quando ela injetou vários tipos de substâncias pra te abordar, e ela conseguiu, só que você é tão demônia que conseguiu sobreviver e ser resgatada viva por um morador de lá.  Minha tia era médica da Babilônia no tempo e foi aí que te conheceu, ela se encantou com a "Abortada" e decidiu te adotar. Agora para de querer pisar nos outros, querer ser melhor por que você não é. Tu me chama de gorda, mas pra mim isso não é xingamento, ao contrário de você, te chamar de resto de aborto deve doer pra caralho não é? Puts, encontrei um resto de aborto real

Ela falou aquilo tudo e minha única reação foi abrir a boca várias vezes pra responder mas nada saia...

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