CAPÍTULO 09

.Milena

Meus cabelos batiam no meu rosto com a força do vento enquanto eu sentia a briza da manhã sobre a minha pele. Era uma sensação única entre medo e adrenalina, coisa que nunca senti antes de chegar aqui.

Lógico que o medo percorria minha barriga, eu não tinha noção de quem ele seria e onde eu estava indo. Até alguns minutos atrás eu estava no carro de um menino que conheço a poucas semanas e agora em uma moto andado com um desconhecido que tinha acabado de apontar uma arma em minha cabeça. Tudo estava confuso pra mim.

Enquanto passávamos de moto as pessoas paravam pra ver com curiosidade, era como se fosse algo estranho. Eu até fiquei com um pouco de vergonha.

O homem passou por vários becos e vielas até chegar em frente a minha casa.

Como ele sabe que eu moro aqui?

Desci da moto com minhas pernas trêmulas.

—Entregue, bebê —disse me olhando com um sorriso nos lábios

Ele era muito lindo, seus cabelos eram castanho claro, seu corpo era definido com algumas tatuagens espalhadas, seus olhos também eram claros juntamente sua barba que eram grande. Uma combinação perfeita.

—Muito obrigado por apontar uma arma em minha cabeça e me trazer em casa —eu disse com um deboche imperceptível

—De nada novinha. Espero que da próxima vez você me obedeça —ele disse totalmente com deboche

—E quem é você mesmo pra eu obedecer?

Vi seus lábios perfeito da um sorriso sarcástico.

—Se você não conhece deveria conhecer

Senti um frio na espinha ao ouvir aquilo, meu Deus, como a pessoa consegue fazer isso com outras variás vezes?

Em apenas alguns segundos vi sua face ficar seria, novamente seus olhos estavam frios e sem expressão nenhuma.

—Agora entra— ordenou

E assim fiz. Dei as costas e deixei o mesmo lá e fui andando até minha casa e pude sentir que ele estava me olhando, não só ele, mas as pessoas que estavam na rua.

Quando entrei em casa vi Dandara da um pulo do sofá e correr até mim assim me envolvendo em um abraço.

—Onde você estava? Você está bem? —eu ri com sua preocupação

—Eu estou bem.....E...Estava na casa de uma amiga que conheci na escola— falei nervosa

Eu não era de mentir e muito menos de inventar coisas pra minha mãe e minha irmã, até porque não tinha motivos pra isso, mas agora eu não iria contar isso, minha mãe iria ficar muito desapontada comigo.

—Fiquei preocupada com você. E minha mãe quase me bateu quando me viu chegar sem você

Minha mãe e minha irmã era tudo que eu tinha.

Dandara me olhou de cima a baixo reparando no meio vestido.

—Ela te emprestou isso? —apontou pro vestido

—Sim...

—Se eu não me engano esse vestido é de uma coleção de grife muito cara

—Que nada. Deve ser da feirinha —dei um sorriso fraco tentando desfaçar

Eu sou péssima em mentir, simplesmente odiava mentira.

—Se você não fosse tão certinha eu pensaria que você tinha ido rodar a bolsinha

Tirei meu vestido e o sutiã e vestir uma blusa fina de alcinhas e uma saia longa branca de renda.

Hoje era domingo e o relógio já marcava 11:32 da manhã. Minha mãe estava na igreja, então decidi lavar os pratos que estavam na pia e fazer a comida. Mas não demorou muito pra ela chegar e me encher de perguntas, respondi tudo com as mãos tremendo.

Já eram umas 4 horas da tarde e eu estava sozinha em casa assistindo TV, ou melhor, tentando já que àqueles olhos não saia da minha cabeça por um minuto.

Levantei quando escutei palmas do lado de fora, logo fui ver quem eram. Era uma loira acompanhada de uma morena, seus olhos pareciam pegar fogo. Ela caminhou até mim em passos rápidos me fazendo assustar.

—Então é você a puta que estava com meu homem hoje cedo né?— ela apertou minha mandíbula —Hen sua puta?!

—Eu não sei do que você está falando —tentei me soltar mas foi em vão.

Ela deu uma gargalhada alta com deboche.

—Olha aqui sua puta emocionada- apontou o dedo na minha cara —A próxima vez que eu ficar sabendo de você com papinho pro Corujão eu raspo seu cabelo

Então ele que era o Dono do morro...

—Carla, chega né — falou a morena que a acompanhava

—Chega é o caralho Taiane! Não vou ficar com fama de corna por causa de uma vagabunda recém chegada

Quando eu olhei ao redor tinha muita gente parada vendo de longe, já que a rua era bem movimentada.

—Já passei minha visão puta

Ela saiu cuspido fogo e ainda ouvi ela gritar no meio da rua "sai da minha frente bando de fuxiqueiro".

Quando entrei senti meu nariz arder e meu rosto esquentar. Minhas lágrimas deceram sem permissão alguma.

Apenas chorei igual uma criança.

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