Dia 28: Revanche
Na volta até a casa do PARALELO, Solene e Zarina tinham muito o que comemorar, os demais estavam insatisfeitos com o resultado da prova e não faziam questão de disfarçar.
Dos que estavam de mau humor, Nathaniel era o que deixava mais evidente. Seu olhar fuzilante em direção a Solene, que pulava animada até em casa, era facilmente visível por qualquer um.
Não foi surpresa quando ele abriu a boca para farpá-la.
— Vai comemorando enquanto pode, mas sua hora vai chegar — resmungou ele, limpando o suor da testa.
— Pode até chegar — retrucou Solene. — Mas o seu vai chegar primeiro.
A discussão não continuou, pois Zarina puxou a amiga casa adentro em direção à cozinha.
— Não vamos estragar esse momento de celebração brigando com alguém que não merece sua atenção — sussurrou Zarina.
— É verdade, você tem razão — concordou a nova síndica. — Ai, não vejo a hora de subirmos para a suíte, tenho tanta coisa para fofocar.
— Já até imagino o que é.
— Meu voto foi praticamente revelado agora pouco — disse Solene. — Meu voto vai ser nele sem dó. Vou fazer até promessa para ele sair daqui.
Zarina gargalhou.
— Ficou evidente pela sua resposta que ele vai ser seu voto. Não acho que vá pegar alguém de surpresa.
— Estou nem aí. Tudo que eu quero é indicá-lo e vê-lo saindo daqui.
— Já imaginou passar seu aniversário aqui e sem o Nathaniel? Seria um sonho, né?
— SIM, SERIA!
Quarto Verde - 22:14.
— Cara, que ódio, que ódio, que ódio — esbravejou Nathaniel, caindo de cara na cama. — Deu tudo errado.
— Deu mesmo — concordou Olívia. — Tudo que poderia dar errado, deu errado.
Leonardo gargalhou alto e comentou:
— Parece que nossa maré de azar voltou.
— Acho que nunca foi embora, só entrou em recesso — disse Olívia, sentada, massageando as têmporas.
— E agora? O que vamos fazer? — questionou Nathaniel. — Ela claramente vai me indicar para o despejo.
— Não precisa nem ter dúvidas, ela literalmente confirmou isso com aquela resposta — falou Olívia. — Temos que organizar os votos. Temos peso três.
— Entre Helena e Zarina, vamos em quem? — perguntou Leonardo.
— Se queremos atingir a Solene, então temos que ir todos na Zarina — disse Nathaniel. — Se ela vai me atacar, temos que atacar de volta.
— Não! Ir na Zarina é loucura — interveio Olívia. — Ela foi a dois despejos e não saiu, vai sair agora por quê? Por que ficou do lado da amiga? Nem faz sentido.
— Você morre de medo dela, né — retrucou Nathaniel. — Mas eu, não.
— Não é medo, é cautela — rebateu a publicitária. — Indicar uma pessoa várias vezes ao despejo é perigoso. Podemos acabar entregando o prêmio direto nas mãos dela. Eu prefiro ir na Helena, já que o amigo dela acabou de sair, faz mais sentido que ela esteja queimada.
— Mais do que o Nathaniel, com certeza — comentou Leonardo.
— Ei! — exclamou Nathaniel, jogando uma almofada no amigo. — Você deveria estar do meu lado, não contra mim.
— Estar do seu lado não me impede de falar a verdade.
— Meninos, por favor — disse Olívia em tom de repreensão. — Não é hora de brigar, e sim nos organizar. Vamos todos na Helena, é uma opção mais fácil de ser enfrentada em um despejo.
— É, né — concordou Nathaniel a contragosto. — Eu não queria, mas se é para me salvar, fazer o quê.
— De vez em quando é melhor pensar com a razão do que com a emoção — disse Leonardo. — E esse é um desses casos, cara.
Nathaniel virou para o lado contrariado e não disse mais nada.
Quando as chaves da Suíte do Síndico chegaram, Solene e Zarina correram para o andar de cima.
— Finalmente essa suíte é minha! — gritou Solene, deitando-se na tão disputada cama.
— Como assim você foi primeiro até a cama e não para as fotos? — exclamou Zarina, indo até os porta-retratos sobre a mesa. — Quem são esses dois de terno na foto junto com você?
— Ai, não acredito! — disse Solene, emocionando-se. — É o meu irmão e o marido dele. Esses ternos que eles estão usando fui eu que desenhei... Meu presente de aniversário para eles.
— Que luxo! O tecido parece bem confortável.
— Para os meus clientes, apenas o melhor, meu bem — brincou Solene. — Espero que eles estejam bem... e torcendo por mim ainda.
— Tenho certeza que estão.
Ambas se olharam sorrindo.
— Mas, então, o que vamos discutir aqui? — perguntou Zarina. — Todo mundo já sabe que você vai votar no Nathaniel.
— Mas nós ainda podemos teorizar sobre o despejo.
— Ah, é... É bem capaz de eu ir, né — pensou Zarina. — Não queria ir junto com o Nathaniel. Acredito que, se você tiver haters, eles votarão todos em mim.
— É verdade... Não tinha pensado nisso...
— É, e eu não sei em quem votar, porque, supondo que o despejo seja triplo e vá os dois mais votados pela casa, se eles três vierem em mim e eu for na Olívia, por exemplo, vai ser Nathaniel, Olívia e eu. Um cenário péssimo, pois acho ambos bem fortes.
— Você acha que eu deveria mudar minha indicação? — perguntou Solene. — Porque se tiver um meio de deixar o despejo mais confortável para você, eu posso mudar, sem problema.
— Não, não. Faça seus votos sem pensar em mim, por favor. Quando a gente é síndico tem que fazer o que quer mesmo.
— Queria que a Helena fosse indicada também. Sei lá, se o Nathaniel não sair, que saia ela então.
— Tadinha... Estou com pena dela — confessou Zarina.
— Mas ninguém, além de você, ficou com pena quando todo mundo veio em cima de mim.
— Foi cruel mesmo. Acha que foi isso que eliminou o Zack?
Solene assentiu silenciosamente.
— Bom, acho que essa formação não vai nos surpreender se pensarmos em todos os cenários possíveis — disse Zarina. — Então vamos teorizar enquanto comemos chocolate com champanhe.
— VERDADE, NÉ!
— Esqueceu que essa é a melhor parte do quarto do síndico? Chocolate e álcool grátis.
A edição finalizou com a imagem das duas brindando.
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