Capitulo 10
O que eu fiz, pra merecer isso... Eu não podia desistir assim, então decido ligar para o Nicolas...
..."Sua ligação está sendo encaminhada para a caixa postal..."
..."Sua ligação está sendo encaminhada para a caixa postal..."
Atende por favor...atende.
..."Sua ligação está sendo encaminhada para a caixa postal..."
Por favor
..."Sua ligação está sendo encaminhada para a caixa postal..."
Meus olhos começam a encher de água, então decido ir a casa do Nicolas - mas ele pode não me atender- merda o que eu faço, por favor alguém me ajuda.
Despenco na cama ja chorando alto.
A mesma sensação de estar sozinho volta, e volta com força. Choro, sem parar. Ja com os olhos inchados, e sem mais ter lagrimas para derramar, acabo adormencendo.
- mamãe o papai morreu? Pergunto a ela que continua a chorar.
- foi sua culpa seu moleque! Sua culpa, sua culpa.
Logo todos olhavam pra mim, o médico é várias enfermeiras falam ao mesmo tempo:
- Sua culpa Lucas, você o matou!
- Sua culpa, sua culpa, sua culpa...
- PARA! PARA!
Acordo encharcado de suor, e aos berros. O sono não resolveu o problema. E novamnte um pesadelo.
Hoje tem aula e eu poderei falar com ele.
Eu só tenho que pensar com calma. O Nicolas ficou estranho quando eu falei do meu pai, aí ele saiu... e a Iara pegou meu número - é isso! A Iara!
Me arrumo as pressas, mas sem comer nada, caminho não muito rápido devido aos hematomas que estão menos doloridos, mas não quero arriscar novamente.
Procuro ela pelos corredores, até chegar a sala de aula. Aceno para ela me ver, que vêm prontamente ao meu encontro.
- Você está melhor Lucas? - Ela pergunta preocupada.
- Estou sim, obrigado - falo tentando manter a calma - Iara, você viu o Nicolas?
- Eu vi ele ontem quando peguei seu número - Ela diz é acaba ficando nervosa - desculpa pegar sem sua permissão!
- Não tem problema - respondo - mas o que ele disse?
- O Nicolas só disse que seria bom pra você. Porque?
- Por nada, só curiosidade mesmo - disfarço um sorriso sem forçado.
O sinal toca para que entremos, e nada do Nicolas.
- Você está bem Lucas?- Iara pergunta.
- Estou sim, só não dormi direito - minto.
A professora para de explicar o assunto que eu não tô conseguindo prestar atenção, assim que o Nicolas entra. Ela pede para que ele vá a seu lugar, e eu o observo inquieto da minha cadeira.
Nicolas apenas lança um olhar sério pra mim e senta na fileira da frente, longe de onde ele costumava sentar.
Me aproximo de Nicolas assim que sinal para o intervalo toca, ele está levantando de sua cadeira quando toco em suas costas, e ele se vira para mim.
- Nicolas, eu....
- Lucas eu te disse para dar um tempo não disse - ele me corta - me deixa em paz beleza.
- Você tá com vergonha de mim, só por causa do que te contei? - Falo com a voz tremendo
- Cara larga do meu pé - ele dá as costas
Merda! O que que tá acontecendo. A sensação da crise voltando me assusta, pois e sem ninguém para me ajudar tenho medo de voltar pior que da primeira vez.
O dia segue arrastado, resumindo entre olhares de desprezo do Nicolas. Não vi a Iara durante o lanche. Somente ao voltar para sala a encontro.
Após o fim da aula me dirijo para a seção com a Mar, mas ela manda uma mensagem dizendo que a seção dessa semana seria mudada para a semana que vêm, era só que faltava.
Sigo para casa, sem saber a quem recorrer.
Tento novamente ligar para o Nicolas, mas continua indo para a caixa postal... Tento ligar para sua casa que chama.
"Residência dos Rozzetti, boa tarde"
A voz do Nicolas!
Oi, Nicolas? - Falo
"Lucas...Você tá parecendo um desesperado" - ele responde com voz séria.
É que...Eu...
"...."
Ele acaba desligando.
Os dias vão passando e nada do Nicolas falar comigo. Ele simplesmente não respondia as mensagens que eu mandava, e não atendia minhas ligações. No colégio ele sempre me evitava, ficando só com alguns garotos do time de futebol, ou conversava com a Iara. Ela muitas vezes me falava o teor das conversas. Nada demais, só assuntos de escola mesmo. Parei de tentar me aproximar, e simplesmente fiz o que ele me pediu, o deixei em paz.
Na maioria das vezes eu andava com a Iara, mas somente conversávamos sobre ela, só isso.
A Alana, havia voltado nas últimas semanas, o que me ajudou muito a manter as coisas no lugar. Ela dizia que conseguiria me ver aos fins de semana. Mas voltaria para sua cidade atual nas segundas.
Quase um mês se passou, e eu ia voltar a ter as seções com a Mar, pois ela precisou se ausentar para tratar de assuntos pessoais.
- Como você está Lucas? - Mar começa.
- A Alana voltou Mar, e eu não estou mais no programa companhia amiga, e estou tendo pesadelos denovo... - respondo sem dar pausa para respirar.
- Pelo visto temos muito a conversar não é Lucas - ela diz - os pesadelos voltaram por que, faz ideia?
- Depois que eu parei o companhia amiga - respondo fitando o teto.
- Porque parou, não gostou?
Respiro fundo antes de responder.
- O garoto não quis continuar.
- A Alana, você a tem visto muito? - ela pergunta, apoiando o cotovelo no joelho.
- Sempre aos fins de semana - respondo olhando na direção da Mar.
- Lucas, porque ela só apareceu agora?
- Por que eu precisava dela, e ela é,minha única amiga - respondo voltando a focar no teto.
Era sempre assim, Alana apareceu a primeira vez quando fui abandonado a primeira vez, e outra vez quando meu pai morreu, e agora. Ela sim é uma verdadeira amiga.
- Lucas eu vou precisar que você volte a tomar os remédios - ela fala com doçura - mas antes você precisará falar com a Psiquiatra, ta bom?
E como um filme que você volta, eu estava voltando a estaca zero, novamente teria que tomar os anti depressivos. O mesmo que da primeira vez, a mesma situação, e tudo graças a droga da minha vida.
- Nos vemos semana que vêm tá bom? - ela levanta.
- Tá bom -respondo indo na direção da saída.
Mar abre a porta.
- Mãe eu preciso... Lucas?!
Nicolas para ao me ver sair das costas de sua mãe!
Tudo parou, pareceu que tudo tinha sido pausado, todos ficaram mudo. Eu não entendi, então por isso Nicolas teve um susto quando falei da Mar, que agora sei ser sua mãe.
- Mãe? - acabo falando mais alto que o normal.
Nicolas move seu rosto, que vai do meu rosto ao da Mar, ele simplesmente não mostra reação ao me ver sair da sala.
- Eu...Eu....preciso ir! - Falo saindo apressado de lá.
Corro sem ao menos olhar para tras, pensei ter ouvido o Nicolas me chamar, mas não voltei ou olhei em sua direção. Simplesmente corri, corri até não aguentar mais. Eu não sabia para onde estava indo, apenas corri até chegar em um lugar que eu pudesse pensar.
Por isso ele me odiava, por ela cuidar de mim, foi por isso?!
As lágrimas desciam do meu rosto, pois agora tudo fazia sentido.
Acabei lembrando que a Mar me incentivou a fazer parte do companhia amiga, ela devia saber que era seu filho quem eu iria cuidar. Elá fingiu me ajudar, só ouvia meus problemas para fazer Nicolas se aproximar de mim, da maneira mais sutil. E o Nicolas, Nicolas seu miserável, só estava me usando fugindo ser meu amigo, só para eu o ajudar, depois me chutou.
Merda, merda, merda! Meus olhos não paravam de jorrar lágrimas, eu simplesmente estava destroçado por dentro. Todo esse tempo fui usado, traído por quem eu mais confiava.
Eu não tinha mais ninguém, simplesmente ninguém.
O que eu estou fazendo nessa droga de mundo?! Porque eu não morro logo, droga!
É isso, não faz sentido continuar vivo, não faz.
Meu celular começa a vibrar, e ao tirar ele de meu bolso, vejo ser do Nicolas, eu ignoro a chamada, e passo a analisar o lugar que eu estava, era um tipo de bairro pobre, um lugar que eu nunca tinha visto.
Despenco no meio fio que está deserto, com os olhos cheios de lágrimas.
Não sei quantos minutos fiquei ali, simplesmente não queria andar, então me sento.
- Lucas?! O que que aconteceu com você?
(Como falei, estou com Capítulo e prontos. Obrigado por estarem acompanhando minha historia)
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