25 - Decifrando

Existem tipos de textos – poemas, romances, contos, etc. – os quais você não tem que buscar decifrar intelectualmente o que o autor quer dizer; não importa se você cursa filosofia ou letras. Estou saboreando um romance do Sartre e uns poemas do Bukowski, e acho que isso é válido para eles. São textos por muitas vezes abstratos – abstratos até demais –, e que merecem mais que um olhar tão frio e calculista vindo de um intelectualismo psicopata.

Um estudioso destes assuntos pode muito bem desmembrar cada linha do que estes autores profundos escrevem, realizar uma verdadeira dissecação literária. No entanto, provavelmente nunca estarão certos, nunca acertarão o dardo em cheio na mosca. Talvez acertem uma asa ou duas, mas, por mais que se esmerem, nunca a matarão, nunca vão acertar em cheio.

Cada escritor de belas obras é um pequeno mundo de belas riquezas, lamúrias e fantasias. Só o escritor pode saber exatamente o que sua mente quer dizer, e quer que escreva. Ou talvez não possa. Talvez só sinta. E é isso. Sentir já deveria ser o suficiente. Acho que sentir é o que sapara os que estudam arte e os que a produzem.

O sentir é o que essas obras cobram do público, e o mais importante que este deveria fazer, é buscar a sensibilidade para pagar pelo que está recebendo.

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