Capítulo 10
- Pode ir para casa Malia. - James fala.
- Tem certeza? - Pergunto.
- Sim. - Ele confirma com a cabeça. - Hoje está muito parado, então pode tirar o resto do dia de folga.
- Se precisar de algo me ligue.
- Ok. - Ele acena com a cabeça.
Pego minha mochila que está aos meus pés, e então me levanto da minha cadeira, e começo a caminhar até a porta da biblioteca.
- Até amanhã James.
- Até amanhã Malia.
Abro a porta e saio do recinto, e logo em seguida começo a caminhar lentamente em direção a minha casa.
Não sei por quanto tempo terei meu emprego, porque eu sei que mesmo que a biblioteca seja apenas um hobby para James, ele está se cansando, pois os moradores do condado não gostam muito de leitura.
Quando James abriu a biblioteca até foi bem animado porque era uma novidade no lugar, porém agora o movimento caiu muito.
James não faz pelo lucro, mas quando ele investe em algo que e não vê retorno algum, acaba se cansando e desanimando.
Se ele decidir fechar a biblioteca e me demitir, estarei completamente ferrada, pois eu não sei o que farei para sustentar meus irmãos, e pagar as contas que estão se acumulando.
Talvez Angel tenha razão ao ter dito para eu pensar melhor sobre vender a minha casa, porque se eu continuar nesse lugar será meu fim.
Terei que deixar meu sentimentalismo de lado, e encarar a minha triste realidade, antes que eu acabe me afundando ainda mais.
Jamais imaginei que eu acabaria sendo a responsável por duas crianças, e tendo que trabalhar igual uma louca para nós sustentar, e por mais que eu me esforce, parece que não saio do lugar.
Eu não quero vender minha casa, ou me mudar do condado, porém terei que fazer isso pelo bem dos meus irmãos. Se fosse apenas eu, tentaria me virar de qualquer forma, mas agora eu tenho que cuidar do Bryan e da Ava.
Terei que deixar meus medos de lado, e encarar tudo de frente, caso contrário estarei levando meu irmãos para o fundo do poço comigo.
Enquanto James quiser que eu trabalhe farei isso, mas enquanto eu espero por minha demissão, vou começar a planejar a minha vida e dos meus irmãos em outro lugar.
- Malia?
Escuto uma voz bem desagradável chamando por mim, mas decido ignorar Brendon e continuo andando.
- Se eu soubesse que você era tão fácil, teria me esforçado mais um pouco em...
- Me deixe em paz Brendon.
Minha vontade é de me virar e socar a cara dele, mas escolho manter a minha postura por enquanto.
- Seduzio o cara novo para ele poder pagar sua dívida?
Paro no mesmo instante, e me viro para Brendon sem entender nada.
- Do que você está falando? - Indago confusa.
- Aquele tal de Bruce pagou sua dívida.
- Como assim pagou minha dúvida? - Arregalo os olhos.
- Não precisa se fazer de sonsa na minha frente. - Brendon sorri com malícia. - Sei bem que...
- Você não sabe de absolutamente nada, então cale a merda da sua boca. - O corto.
O que Bruce fez? Será que é verdade que ele pagou a minha dívida? Ou Brendon só está tentando me deixar irritada?
- Bem que eu desconfiava que você é uma vadia.
- E seu eu for? - Retruco. - Seria da sua conta?
- Você...
- Eu o quê? - O interrompo. - Se eu decidi me vender para o Bruce como você está dizendo, não é problema seu.
Pelo jeito me livrei de um escroto e vou ter que lidar com outro, porque tenho quase certeza que Bruce pagou minha dúvida, apenas para me obrigar a vender minha casa para ele.
Até estava pensando sobre isso, mas agora ele acabou me deixando com ainda mais raiva por interferir em minha vida, e agora não vou vender mais nada para ele.
- Você é uma...
- Está reclamando por quê querido? - O interrompo mais uma vez. - Só por quê Bruce é bonito e rico? E com toda certeza muito mais homem do que você?
Brendon se aproxima de mim e me segura com firmeza, mas eu puxo meu braço e me liberto do seu toque nojento.
- Vai fazer o quê? Me bater no meio da rua? Faça isso, porque quero que todas vejam o merda que você é. Um covarde que bate em mulher.
- Cale sua boca sua cadela. - Ele cospe as palavras.
- Se me der licença estou indo para minha casa, porque não estou com paciência para lidar com suas merdas.
Lhe dou as costas e começo a caminhar, antes que eu acabe perdendo o resto de paciência que possuo e faço algo idiota.
Ainda bem que Brendon não me segue, ou eu seria capaz de fazer um escândalo apenas para ele me deixar em paz.
- Imbecil.
Começo a andar ainda mais rápido, antes que eu acabe me encontrando com alguém, pois nesse momento não quero colocar um sorriso nós lábios e fingir simpatia.
Nesse momento eu só quero arrancar a cabeça do Bruce e do Brendon de forma bem dolorosa, pois eu sei que só assim estarei livre dos dois.
De repente me assusto quando um carro passa em alta velocidade por mim, o que me deixa no meio de tanta poeira que mal consigo deixar meus olhos abertos.
- Idiota! - Grito alto.
Começo a tossir, então tapo meu rosto com as mãos, e se antes eu estava nervosa, agora eu com toda certeza mataria alguém.
- Malia?
Levanto minha cabeça e olho para frente, e como hoje realmente não é meu dia de sorte, vejo Bruce vindo até mim em passos largos.
- Você está bem? - Ele pergunta ao se aproximar.
Ignoro sua pergunta e começo a caminhar para longe, antes que do nada uma pedra acabe acidentalmente voando em sua cabeça.
Mal consigo deixar meus olhos abertos por causa da poeira, e quando passo minha mão por meu rosto sinto o quanto estou suja.
- Imbecil. - Me irrito.
De repente paro quando Bruce segura meu braço, e me vira para ficar de frente para ele.
Se eu não estivesse tão irada, eu até poderia parar para admirar sua beleza, porém agora quero esfregar a cara do Bruce nessa terra.
- Me solte. - Peço.
- Precisamos conversar.
- Me solte. - Peço mais uma vez.
Bruce não faz o que peço, então como uma dama piso em seu pé com toda força que possuo, e só assim o imbecil se afasta de mim.
- Está maluca?
Nem perco meu tempo retrucando, e então lhe dou as costas e começo a andar para longe o mais depressa possível.
Me assusto com Bruce me levantando sobre seu ombro, e do nada o maldito me dá um tapa bem forte no traseiro.
- Me coloque no chão seu ogro!
Começo a me espernear, mas não adianta de nada porque Bruce é bem mais forte que eu, então acabo desistindo de lutar.
Ao se aproximar do carro ele abre a porta, e então me coloca no banco do veículo e a fecha. Por alguns segundos fico tonta por ter ficado de cabeça para baixo, mas assim que vejo que ele começa a dar a volta no carro abro a porta.
Antes mesmo deu colocar meus pés para fora do carro, Bruce aparece em minha frente, e me olha com seriedade.
- Se tentar sair do carro mais uma vez, eu vou te amarrar ao banco.
- Me deixe em paz seu idiota! - Falo irritada.
- Pode falar mais baixo, eu não estou surdo.
- Mas é o que parece! - Falo mais alto que o necessário. - Ou já teria me deixado em paz desde o primeiro dia que me viu.
Bruce sorri de canto, o que faz eu me irritar ainda mais, e quando me dou conta do que estou fazendo já é tarde demais.
Eu estava sentada no banco do carro, e do nada os cabelos do Bruce foram parar na minha mãos, e eu não sei porque estou puxando com tanta força. Como explicar esse fenômeno interessante?
- Solte meu cabelo.
- Me deixe sair do carro. - Resmungo entredentes.
Bruce segura meu braço e tenta soltar minha mão do seu cabelo, porém eu aperto com ainda mais força, e não o solto.
- Se não me soltar agora mesmo vai se arrepender.
- Vai fazer o quê? - Sorrio de canto.
- Não vai gostar do que vou fazer Malia, então me solte.
- Não. - Nego com a cabeça. - Não até me deixar sair do...
Antes mesmo deu terminar minha frase, sou pega completamente de surpresa, quando Bruce me cala com um beijo.
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