Capítulo 22
Luca Mancini
Quando voltei para o quarto, dei o remédio de enjoo para Natália e ela me olhou de um jeito diferente, não consegui explicar, mas vi um brilho em seu olhar, entretanto, ele pareceu receoso.
Ela não me disse nada, apenas me puxou para deitar, como de costume encostou a cabeça no meu peito e ali o beijou. Fez carinho com as pontas dos seus dedos e pude sentir levemente suas unhas bem feitas roçar na minha pele. O carinho foi tão bom que acabei pegando no sono.
Acordei e no relógio marcava 7:00 da manhã, olhei para o lado e vi Natália dormido tranquilamente. Dei um beijo em sua testa e levantei. Fiz minha higiene pessoal e fui para o closet, peguei uma camisa social branca e um terno cor de vinho, calcei meus sapatos, pus meu relógio e um perfume. Me olhei no espelho passei a mão nos meus cabelos gostando do resultado. Estava pronto para mais um dia!
Desci para sala de jantar e fui tomar meu café. Quando entrei, vi Liam e Luísa comendo e Cida fazendo algo no fogão.
— Bom dia, família linda! — falei me aproximando.
— Apareceu o margarido! Bom Dia mano — Liam respondeu-me sorrindo.
Sempre com seu velho e bom humor.
— Bom Dia, irmãozinho lindo! —Luísa respondeu e eu fui dar-te um beijo na testa.
Ela recebeu meu carinho toda feliz, seu sorriso contagiante faz meu dia já começar a ser bom, amo meus irmãos.
— Bom dia meu menino — falou Cida ainda mexendo em algo na frigideira e eu soltei um beijo de longe para ela.
Pelo cheiro, com certeza eram ovos mexidos! Eu amo!
Me sentei na mesa e com pouco tempo Natália apareceu, sua expressão era um pouco preocupada mas sorriu ao ver todos na mesa, meu irmão não perdeu tempo e começou com suas piadinhas infames:
— Bom dia gente! — falou simpática, e todos responderam, ela passou por mim e me deu um beijo.
Nosso beijo como sempre é intenso, eu faço questão de dar com toda essa intensidade para mostrar a ela o quão eu a amo.
— Bom Dia Naty, Luca não deu conta da noite? Por que não me chamou? — falou Liam rindo, e Natália riu da sua piadinha.
Já eu, fechei logo a cara, vai começar as gracinhas dele! Penso emburrado.
— Não precisa cunhadinho ele deu conta até demais — falou sorrindo para mim.
— Liam, quando chegar sua vez de arranjar uma mulher você vai provar do seu próprio veneno — ameacei e ele estreou o olhar para mim.
— Amiga vamos abrir o restaurante que horas?
— As 9h! Liguei para Gilda já ir abrindo e organizando as reservas.
— Certo, vamos passar no shopping?
— Vamos! — falou e sorriu.
Depois que tomamos nosso café da manhã ela foi com Luísa para shopping e disse que de lá iria para o restaurante, mandei que Batista as acompanhasse. Dei uma carona ao Liam até a empresa, o bastardo nem parecia que tinha um carro. Assim que chegamos fomos para o elevador.
— Cara você sabe que o julgamento do Marcelo será daqui há dois meses né?
— Já fui informado, quero olhar bem para a cara daquele infeliz. Quero que apodreça na cadeia.
— Naty terá que comparecer. Sr. Beaumont está tentando fazer o possível para ela não passe por isso.
— Mesmo que ele consiga, ela com certeza vai querer ir, é teimosa demais — falei passando as mãos no rosto.
Liam não disse mais nada, apenas deu dois tapinhas no meu ombro e respirou profundamente. Sabia que o fato também o abalaria, ele sempre está ao meu lado, tudo que eu sinto o meu irmão sente, somos ligados.
Ele foi para o andar dele e eu fui para o meu, passei pela Carmem e ela me olhou preocupada. O que será dessa vez?
— Bom dia, Carminha.
— Bom Dia senhor, tem uma visita aguardando o senhor na sua sala.
— Como é? Você deixou alguém entrar na minha sala, Carmem? —falei bravo, arrancando os óculos escuros dos olhos.
— Desculpe senhor, mas ela insistiu e...
— Tudo bem — falei a interrompendo e respirando fundo.
Entrei na sala e não pude acreditar no que estava bem na minha frente, ou melhor, quem estava na minha frente, Roberta estava sentada na minha cadeira. Minha ex mulher!
— Bom dia, amor! — ela diz tirando suas pernas de cima da minha mesa e levantou tentando ser sexy, mas eu não senti absolutamente nada.
Depois do que ela fez comigo, eu não sinto mais nada por essa mulher, eu só sinto indiferença.
— Amor, é o cacete! — digo a olhando com raiva.
— Nossa! Sempre simpático!
— Sou muito, mas você não precisa da minha simpatia — falei cruzando os braços, ainda bravo.
— Nossa, você está tão lindo! — ela me elogia, vindo um pouco mais perto de mim, mas eu dou passos para trás, tentando manter o máximo de distância possível dela.
— O que você quer Roberta?
— Vou ser direta. Quero que volte para mim — Roberta diz com a maior cara cínica.
— O que? Você tá louca?
— Não meu amor, quero você de volta. Sabe que nossa história não morreu.
É inacreditável em como Roberta muda sua expressão, ela agora faz uma cara dramática, fugindo estar desesperada, mas eu já sei que é tudo encenação. Conheço ela tempo o suficiente pra saber disso.
— Primeiro que para começa, nós nem tivemos uma história.
— Luca, não fala assim, eu preciso de você e...
— Não precisa não, você está ótima, eu não caio mais nas suas armadilhas Roberta, vai procurar outro para tirar a paz, a minha não!
— Mas, eu te amo!
—. Ama? E quando fugiu com aquele governador de merda que você dizia ser seu tio mas que na verdade era seu amante? — falei já berrando.
— Como é mesmo o nome dele? Ah! Lembrei! Vlads! — falei com raiva.
— Para Luca! Íamos ter um filho, mas eu perdi, eu estou traumatizada, será que não vê...
— Mas é muita cara de pau, Roberta, deixa de ser sonsa, você não pode ter filhos, ou achou que eu não iria me lembrar disso? — falei ironicamente.
— Por favor, acredite..eu perdi, e estou precisando da sua ajudar, fica comigo, eu prometo que vou mudar, não vou ser mais aquela Roberta de antes.
— Eu não acredito em uma palavra que sai dessa sua boca, sua louca, oportunista!
— Olha aqui, eu exijo que não fale assim comigo nunca mais, entendeu?
— Roberta faz uma coisa? — falei ao respirar fundo e contar a até dez.
— Suma, desapareça, vai pro raio que a parta — arrastando-a para fora da minha sala.
Roberta se debate em meus braços, mas eu não a solto até que passamos pela porta da minha sala. E só então eu a solto.
— LUCA! — Roberta grita com ódio no olhar — você vai me pegar pelo que está me fazendo passar.
—Vai a merda Roberta!
Todos do andar estavam no corredor ouvindo a gritaria, fui até a mesa da Carmen, que estava nervosa.
— Carmem, se essa mulher aparecer aqui novamente, chame a polícia — falei e dei as costas.
Liam já estava na minha frente com cara de preocupado. Fiz sinal para que me acompanhasse. Assim que entramos ele quebrou o silêncio:
— Que merda foi essa cara? Roberta aqui? O que ela queria?
— Queria me irritar, veio dizer que precisava de mim, que íamos ter um filho, mas que ela perdeu, e por isso precisava da minha ajuda. Mas, conhecendo bem Roberta, eu sei que ela nunca esteve grávida, eu não acreditei em uma palavra que saiu da boca dela — falei sentando na minha cadeira, tentando me calmar.
— Mas é muita cara de pau, se ela voltou com o rabo entre as pernas sabe que ela não vai parar por aí não sabe?
— Não quero nem pensar nisso Liam, Natália não pode ver essa mulher — falei colocando as mãos na cabeça.
— Calma, vamos da um jeito nisso mano — falou e me abraçou. —Vai ficar tudo bem — falou e saiu da sala.
Fui até a mesa e joguei tudo no chão, se Natália souber dessa mulher não ia ficar nada bem.
(...)
Natália Beaumont
Entramos no carro e seguimos para o shopping, no trajeto minha amiga tentou puxar assunto, mas eu estava um pouco distante. Pensando se estou mesmo grávida e em como será se isso for comprovado, acho que papai vai surtar, além de existir a possibilidade de Luca não gostar nada da ideia de ser pai. Tenho medo dele não querer, pois talvez ele tivesse falo da boca para fora quando começamos a nos relacionar em querer ter um bebê agora.
— Naty o que tá acontecendo? Parece um pouco preocupada — falou quebrando o silêncio.
— Lu, acho que estou grávida — falei de um vez, bastante nervosa.
— AI MEU DEUS! — Luisa gritou e eu rir.
— Shss! Fala baixo! Não tenho certeza ainda — falei rindo, preocupada.
— Temos que comprar o enxoval e...
Minha amiga tá animada e contente, mas eu a interrompi preocupada.
— Mulher, não tenho certeza ainda, preciso de um teste.
— Verdade, vamos passar na farmácia.
Chegamos e ela mandou Batista esperar no carro.
— Mas senhora, tenho que fazer a escolta das duas — Batista diz um pouco receoso.
— Nada disso Batista, você vai ter que esperar aí.
— Mas senhora...
— Tchau Batista — falou deixando o coitado lá parado.
Saiu me arrastando logo para a farmácia, compramos o teste e fomos comprar umas decorações para o restaurante. Não demorou muito e meu celular começou a tocar, já sabia que era o Luca, Luísa tinha razão Batista era um linguarudo. Mostrei a ela quem estava ligando e atendi. Ela fez uma carreta.
— Oi amor!
— Amor, por que foi na onda da Luísa? Sabe que tem que ficar com escolta.
— Eu sei amor, mas é que Lu e eu fomos rapidinho comprar as coisas não achamos necessário.
— É sempre necessário, diga-me que não vai mais fazer isso. Deixa essa pentelha com as loucuras sozinha — falou e eu sorri.
— Tudo bem meu amor, fica tranquilo, já estamos indo para o restaurante.
— Ótimo! Até mais tarde! Beijo!
— Até! Beijo! — falei e desliguei.
Voltamos para o carro e Luísa atormentou a vida do coitado do Batista, chegamos ao restaurante e as horas passaram voando.
Ao anoitecer, voltamos para casa, Luca e Liam ainda não havia chegado. Subi para o quarto e peguei o teste na bolsa, tirei minhas roupas e fiz, esperei uns minutos olhando para o teste, quando de repente vi grávida de duas semanas. Nesse momento meu coração acelerou e minha visão ficou embaçada.
Oh meu Deus! Grávida!
...........................
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top