Capítulo 19 - Inacreditável.
Carolina Smith
Acordei com o despertador me arrancando de um sonho confuso e vagamente erótico com Louis, mas preferi simplesmente ignora-lo. Ainda sonolenta, me arrastei para o banheiro. Liguei o chuveiro, e a água gelada me fez despertar de vez. Precisava de energia. Hoje era dia da prova prática, e eu estava determinada a dar o meu melhor.
Depois do banho, vesti uma roupa confortável e fui para a cozinha improvisada do alojamento. Peguei um pouco de cereal e uma xícara de café, tentando acalmar a ansiedade que borbulhava no meu peito. Peguei minha mochila e segui para o campus.
Ao chegar lá, senti a tensão no ar, por mim e pelos meus colegas. O instrutor iniciou a prova e comecei a preparar meus ingredientes. E o tempo foi passando, aprova foi intensa, como esperado. O instrutor não aliviou em nenhum momento, mas eu me senti confiante. Fui uma das últimas a terminar, entregando meu trabalho com um sorriso satisfeito. Quando tudo terminou, percebi que a manhã inteira havia passado.
De volta ao alojamento, resolvi tomar outro banho. A água morna dessa vez ajudou a relaxar meus músculos tensos. Saí do chuveiro me sentindo renovada. Havia algo em mim que dizia que o dia seria bom. Decidi me arrumar com um pouco mais de capricho antes de ir ao trabalho.
Escolhi inaugurar um dos conjuntos de lingerie que comprei com o dinheiro que Louis me deu, por cima coloquei uma saia preta ajustada, que abraçava minhas curvas, e uma blusa de seda vermelha, com um decote sutil. Passei um batom discreto, mas que destacava meus lábios. Deixei o cabelo solto, os fios loiros caindo sobre os ombros. Quando me olhei no espelho, sorri. Estava bonita, confiante. Pronta.
Peguei minha bolsa e saí do alojamento. Assim que passei pelos portões do campus, meu olhar foi atraído por uma figura imponente encostada em um carro preto luxuoso. Louis. Ele estava lá, me esperando, com um sorriso de quem sabia exatamente o impacto que tinha.
— Você é insistente, não?— falei, cruzando os braços. Ele deu uma risada baixa, ajeitando o paletó perfeitamente alinhado.
— Eu disse que viria te buscar depois da faculdade. Você é toda minha agora, Carolina.
Revirei os olhos, mas não consegui conter o sorriso.
— Não posso. Tenho que trabalhar, senhor insistência.
— Não quero saber! Falei que buscaria você depois da sua prova e aqui estou eu.
— Louis, não sei se sabe, mas nem todo mundo vive no mesmo mundo que você, algumas pessoas precisam trabalhar — respondi e ele revirou os olhos.
— Ok, já que insiste! — Ele pegou o celular, discou rapidamente, e em menos de dois minutos, ele estava falando em francês com o gerente do restaurante onde eu trabalhava. Apesar de ter uma boa compreensão do francês, tinham algumas palavras que eu não entendia muito bem. Mas palavras como “folga” e “admiradora” foram bem claras.
Quando ele desligou, olhou para mim com aquele sorriso de cafajeste que me fazia odiá-lo e desejá-lo ao mesmo tempo.
— Você está de folga hoje, ma chère. Agora é toda minha.
— Você é inacreditável, sabia?— falei, incrédula, mas incapaz de esconder a diversão na minha voz.
— Eu sei. — Ele abriu a porta do carro para mim. — Entre.
Eu hesitei por um momento, mas a curiosidade e a atração eram mais fortes. Entrei no carro, e ele deu a volta para assumir o volante. Coloquei o cinto enquanto ele arrancava, guiando com confiança pelas ruas de Paris.
— Para onde estamos indo?— perguntei, tentando parecer indiferente.
Ele apenas sorriu, os olhos fixos na estrada.
— Você vai ver.
— E então, como foi a prova?
Sorri com a pergunta dele e olhei para ele, que mantinha os olhos na estrada.
— Foi ótima! Acredito que fiz um ótimo Cassoulet!
— Cassoulet? — ele me olhou surpreso — Uau, agora você me surpreendeu, americana!
— Eu sei, querido! Estou sempre fazendo isso com você!
Louis soltou um riso desacreditado e me olhou.
— E depois eu que sou o inacreditável. — Apenas sorri com sua resposta.
O caminho foi tranquilo, mas percebi que estávamos nos afastando do centro da cidade. A paisagem começou a mudar, e os edifícios deram lugar a árvores e campos. Depois de um tempo, chegamos a uma área com chalés encantadores espalhados em um terreno amplo e privado.
Louis estacionou o carro em frente a um dos chalés e saiu. Pegou uma chave no bolso e acenou para que eu o seguisse. A curiosidade me dominou enquanto ele destrancava a porta e empurrava-a para abrir. O interior era aconchegante e luxuoso, com um grande quarto que dominava o espaço, uma mini cozinha equipada com o essencial e um banheiro espaçoso com acabamento impecável. Mas o que realmente chamou minha atenção foi a varanda privativa com uma banheira de hidromassagem.
Me aproximei da varanda, observando a vista do lado de fora, surpresa com o lugar lindo, que eu nunca imaginava ter tão perto do centro.
— Impressionada?— Louis perguntou, aproximando-se por trás de mim. Antes que eu pudesse responder, senti suas mãos firmes em minha cintura, puxando-me para perto. Sua respiração era quente contra meu pescoço. — Espero que você esteja usando uma daquelas calcinhas da foto.
Ri baixo, inclinando minha cabeça para o lado para dar espaço aos beijos que ele começou a distribuir em meu pescoço.
— Para sua sorte, estou.
Ele soltou uma risada rouca, cheia de desejo.
— Sorte minha mesmo. — Ele me virou para encarar seus olhos, tão intensos que parecia que poderiam me consumir. Antes que eu pudesse dizer algo, sua boca tomou a minha em um beijo profundo, quente, que me fez esquecer onde estava.
Louis não perdia tempo. Suas mãos exploravam meu corpo com um misto de urgência e controle. Ele me empurrou suavemente até a cama enorme, me deitando com delicadeza, mas deixando claro que ele estava no comando.
— Você me deixa louco, Carolina. — Ele sussurrou, seus olhos devorando cada detalhe de mim. — Preciso de você agora.
...
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Ma chère - meu querido/minha querida
Cassoulet - O cassoulet é um prato tradicional da França, mais especificamente da região de Languedoc-Roussillon. É como um ensopado bem completo, feito com feijão branco, diversas carnes (como confit de pato, linguiça, carne de porco) e legumes.
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