1 - Novo Garoto
Sábado, 02 de agosto de 2014
Estados Unidos; Heaven Hills, Illinois.
I said why does it feel so good? So good to be bad
A música ecoava alta por todo o salão. Luzes diversas piscavam em tons vermelhos, verdes, azuis e rosa por toda parte, seguindo o ritmo frenético do som que preenchia o lugar enquanto pessoas dançavam alegremente, se embebedavam e, até mesmo, feliz ou infelizmente se drogavam em diversas partes do local.
Getting what I want, boy why does that make you so mad?
Heather pensava sobre tudo o que havia levado-a à essa vida enquanto caminhava a passos lentos no ambiente, se desviando dos olhares maldosos e cheios de luxúria das pessoas que lotavam o enorme salão.
You see, why does it feel so good?
So good to be bad
Já faziam três anos desde que ela havia se mudado para os Estados Unidos, na cidade de Heaven Hills e assumido uma identidade nova. Samantha Allen agora era Heather Blake, filha adotiva de James Blake. Seus cabelos antes ruivos e lisos, agora eram loiros e desgrenhados. O tempo lhe fez questão de mudar gostos, transformar estilos de formas abruptas e incisivas, até para os contextos sociais mais simples, pois a jovem considerada antes a garota padrão "certinha" pelas pessoas a sua volta, agora era dependente de nicotina e às vezes abusava do álcool, tentando de algum modo sufocar as tristes memórias de seu passado, claro que não obtendo sucesso e sendo sempre advertida sobre. Se recusava a se submeter a algum método terapêutico, afinal, ela acreditava que conseguia lidar com tudo sozinha.
'Cause if it's trouble that you're looking for
Oh baby, here I am
Bom... Ela tentava. Todos os dias mandava para sua cabeça que Sam estava morta, porém as tristes memórias daquela garota ainda gritavam ensurdecidamente dentro de si.
Deixar os planos que fez para o futuro quando criança para trás, era uma das coisas que a garota se arrependia, mas ao menos, James havia conseguido matriculá-la no colégio em que suas outras duas filhas estudavam e em que seu filho mais velho estudou.
É, talvez nem tudo esteja perdido...
Lidar sozinha com o trauma que passou era difícil, mas ela insistia em tentar. Afinal, não conseguia contar isso para ninguém e nem mesmo conseguia confiar em alguém...
...Na verdade, haviam duas pessoas que sabiam e elas eram as únicas pessoas as quais ela conseguia confiar. Uma delas era seu pai adotivo. E a outra, era seu melhor amigo Victor Reincke, que estava vindo agora mesmo em sua direção. Ele agarrou o braço da loira e tentou dizer algo, mas a música alta a impedia de ouvir qualquer palavra que saísse de sua boca.
Então, ela enrugou o cenho, indicando que não havia ouvido nada do que o amigo dissera e ele revirou os olhos, puxando-a pelo braço, enfrentando a multidão dançante presente na pista.
Andavam por um corredor estreito e vazio, o qual era iluminado por uma luz negra. A música parecia estar muito mais baixa naquele lugar. Victor abriu uma das portas ali presentes, mas se arrependeu no instante em que ouvira os sons ofegantes de não só duas, mas no mínimo cinco pessoas, dando a ele também uma imagem a qual ele não queria ter visto. Fechou a porta no mesmo momento.
— Oh! Porra! — exclamou, em seguida encarando a garota ao seu lado que estava com os olhos arregalados. Ao contrário dele, ela não havia visto nada, mas havia ouvido. Ainda dava para ouvir, e isso lhe deixava com um embrulho no estômago. — Eu nunca havia visto uma coisa dessas na vida real... Foda-se, vamos para outro lugar. — E novamente segurou o braço da garota, levando-a para longe daquela porta. Pararam em frente a uma outra, dessa vez vítrea e duas folhas. Dava para ver tudo o que estava por trás dela; nada além de duas mesas redondas circuladas por cinco cadeiras vermelhas cada uma. Talvez fosse o único cômodo que estivesse vazio naquela boate visto que praticamente em cada canto daquele corredor haviam casais se beijando. — Me lembre de nunca mais abrir uma porta qualquer de alguma boate daquela forma... — O jovem dizia enquanto puxava a maçaneta daquela porta e entrava naquele cômodo. — Mas enfim... Eu estava te procurando, Heath! Por que sumiu?
— Enquanto você dava em cima do barman, eu saí para puxar um fumo — ela retrucou enquanto gesticulava com a mão direita. Victor franziu o cenho.
— Eu não estava dando em cima dele... — a garota encarou os olhos castanhos-claro de seu melhor amigo com as sobrancelhas arqueadas. — Tá, tá, talvez eu estivesse — Logo afirmou, levantando as mãos em rendição — Isso não importa, eu preciso te dizer algo. Harry e Thomas chegaram aqui com um garoto que é tudo de bom. Ele parece ser misterioso, tem um jeitinho meio bad boy, mas...
— Céus, eu não acredito que você já está de olho no amigo deles — ela o interrompeu, elevando um pouco o tom de voz e entrelaçando os próprios braços à frente do peito.
— Não é isso, idiota — voltou a dizer. — Você precisa vir comigo. Ele nos descolou entradas para a área VIP. — E apontou para cima antes de mostrar o pulso para a garota, onde se localizava um bracelete feito de um papel verde neon que estampava um grande VIP em preto. Heather, com uma ruga entre as sobrancelhas, alternou o olhar do bracelete para ele.
— Vic, eu detesto baladas, vim nessa aqui só porque você insistiu e você ainda quer me arrastar para a área VIP?
Desde que os garotos arranjaram identidades falsas para eles e para seus amigos no início das férias, eles não pararam de frequentar festas para maiores, e seu melhor amigo insistia em levar a melhor amiga para onde é que ele fosse. Ela rejeitou diversas vezes, deve ter ido em apenas uma ou duas festas. Blake realmente não gostava desses locais movimentados, cercados de drogas ilícitas e de pessoas perigosas, mas como faltavam apenas dois dias para acabar as férias de verão e seu melhor amigo praticamente implorou de joelhos para ela ir, ela foi.
— Lá é melhor do que aqui. E além do mais, tem bebida e comida de graça! — o garoto disse eufórico. — E o melhor de tudo, eles tem uma jacuzzi enorme! Vamos, você tem que vir! — Do bolso de seu jeans, ele retirou um bracelete idêntico ao dele, entregando-o para a amiga que analisou o pedaço de papel por um momento antes de erguer a manga de sua jaqueta e estender o braço para que Victor o colocasse nela.
— Onde ele conseguiu essas pulseiras? — ela perguntou enquanto o garoto abria a parte adesiva do bracelete e envolvia o mesmo em seu pulso.
— Ah... eu não sei, preferi não questionar — levou as mãos à cintura, ainda encarando a garota à sua frente que estava um pouco mais alta que ele por conta do salto alto que usava — Ele pareceu sério demais quando pedi uma para você... Aliás, ele é bem sério, chega a ser esquisito. Vamos subir?
— Okay, hum... sabe se há alguma celebridade por lá?
O jovem arqueou uma sobrancelha e gargalhou.
— Oh sim, Heath, claro que tem — retrucou e apontou para si mesmo com ambos os dedos indicadores. — Não está me vendo? Fala sério, acha mesmo que alguma celebridade iria vir aqui nesse fim de mundo? Com tantas boates luxuosas por aí?
É, ele tem razão... A garota pensou e revirou os olhos. O lugar em que estavam não era ruim. Haviam seguranças, um salão grande e bonito com palco para DJ, um grande globo espelhado e caixas de som gigantescas, além de um enorme bar onde recebiam a todos de forma muito gentil. As únicas coisas que estragavam o local eram algumas pessoas, o tráfico de drogas ilícitas e o fato dele ser no meio de um gueto. Ah, claro, também haviam os banheiros que além de se ter a chance de poder encontrar alguém transando lá dentro, parecia que não eram lavados há anos... Sem falar também nas determinadas "salinhas" onde algumas pessoas vão para ficar sozinhas. Estas eram denominadas "Dark Rooms" e normalmente há um trinco do lado de dentro das portas para trancá-las.
— Vamos entrar, então? — indagou a loira ao levar as mãos aos bolsos de sua jaqueta fina de couro sintético que combinava com sua mini-saia de cintura alta e sua pequena bolsa, ambas do mesmo tecido.
Victor apenas concordou com a cabeça e sorriu.
***
Ao subirem as escadas metálicas, logo mostraram as pulseiras para o grande segurança à frente da enorme porta negra de listras prateadas. Sem dizer uma palavra, ele girou a maçaneta e deu passagem para os adolescentes entrarem.
Quando entraram, Blake ficou fascinada por aquela sala colorida e repleta de fliperamas. Algumas imagens e detalhes em neon que as paredes e o bar apresentavam se destacavam no local. Havia uma parede de vidro extensa o suficiente para ver tudo o que se passava no andar de baixo e um pouco distante dela, em um certo canto, estava a grande jacuzzi onde encontravam-se cerca de seis pessoas dentro. Estas conversavam enquanto seguravam suas taças de vidro que continham algum tipo de bebida alcoólica de uma coloração rosa.
— Não tinha me dito sobre os fliperamas... — Heather disse ainda encantada, sentindo-se nostálgica por recordar-se de quando seu meio-irmão Noah a levava para a sala de fliperama que havia no bairro o qual eles moravam. Por um momento, sentiu-se uma criança novamente.
— Ali estão eles — Victor a acordou de suas lembranças e mais uma vez a segurou pelo braço, andando junto a ela para onde seus amigos Harry e Thomas estavam, acompanhados de um garoto desconhecido por Heather. Tinha a pele morena e, em físico, não aparentava ter mais de vinte anos. Seus cabelos eram castanhos, lisos e de uma altura a quase chegar aos seus ombros. No rosto, além das marcas duras de alguém não muito sociável, uma cicatriz fraca e clara era perceptível por cima de sua sobrancelha esquerda.
— Heather! — Harry, o garoto sorridente, exclamou quando seus amigos se aproximaram. — Só soube que estava aqui quando Vic me falou.
Harold Cleveland Becker, o tipo de pessoa que quase nunca tirava o sorriso dos lábios. Além de tudo, ele adorava caçoar seus amigos e fazê-los rir com suas piadas ruins. O famoso "engraçadão" da turma, e por vezes, o inconveniente.
— Eu havia mandado uma mensagem dizendo que viria — respondeu, novamente adentrando as mãos nos bolsos de sua jaqueta.
— É, mas você poderia ter dito que viria e não ter vindo, assim como da última vez — retrucou Thomas Ramírez em seu sotaque mexicano enquanto exibia o mesmo sorriso que seu amigo. — Bom, este... — Jogou o braço em volta da nuca do garoto carrancudo ao seu lado. Ele não parava de encarar Heather, o que estava deixando-a desconfortável e um tanto assustada. — É o nosso novo amigo, ele se chama Derek Daniel. É novo na cidade e na galera também.
A jovem analisou bem o rapaz antes de umedecer os lábios, retirar a mão direita do bolso estendê-la para ele.
— Hey, eu sou a Heather. Heather Blake — mas não obteve resposta. Ele apenas a olhou de cima a baixo e arqueou as sobrancelhas antes de dar de ombros e fixar seus olhos escuros nos azuis dela sem sequer dizer uma palavra ou responder seu gesto. — ...Qual é o problema? — Indagou em um tom sério antes de franzir o cenho e recolher a mão. — Tem nojo de encostar em garotas?
— Oh, não, isso ele com certeza não tem — retrucou o latino em meio a um riso, balançando o garoto que abraçava, fazendo-o deixar um riso escapar e provocando um revirar de olhos em sua amiga.
— Hm... — Victor. — Olha, eu não sei vocês, mas eu estou indo para a jacuzzi.— apontou com o polegar para trás, por cima do próprio ombro. — Alguém mais quer vir?
— Eu vou! — retrucou Harry com um sorriso que destacara as covinhas abaixo das maçãs de suas bochechas. Ele retirou a jaqueta jeans a qual estava vestindo seguida de sua camiseta cinza que continha o símbolo da banda "The Ramones" estampado.
— Ahn... acho que vou ficar por aqui mesmo... — o garoto falou sua primeira frase desde que Blake chegou, o que fez ela revirar os olhos mais uma vez e entrelaçar os braços a frente do peito.
— Então ele fala...— murmurou em um tom quase inaudível
— O que foi, Derek? Não quer molhar o cabelo? — perguntou Becker ao deixar um riso escapar ao mesmo tempo em que colocava suas roupas no balcão atrás deles. Daniel estampou um meio sorriso nos lábios.
— É, com certeza eu não vou por causa do cabelo, Harry — retrucou em um tom sarcástico e confirmou com a cabeça enquanto observava o outro retirar os próprios tênis.
— Também vou ficar — a garota afirmou sem descruzar os braços.
— Ótimo, vou deixar vocês se conhecerem — declarou Ramírez antes de retirar o braço que estava em volta da nuca de Derek. — Porque eu estou louco para entrar naquela jacuzzi! — Retirou seu moletom azul do time Dallas Cowboys. Dentre os três garotos sem camisa, ele sem dúvidas era o que tinha o corpo mais definido.
Apenas usando suas calças jeans, eles caminharam até a jacuzzi, deixando Heather e Derek sozinhos. Ela se sentia incomodada com a presença dele, pensou em puxar algum assunto, porém pelo "vácuo" de poucos minutos atrás, achou que seria em vão. Mas ao olhar em volta, ela lembrou que havia algo muito mais importante para ela do que um garoto "rude e esquisito" .
— Eu vou... jogar Street Fighter — sacudiu os ombros assim que quebrou o silêncio entre ela e ele antes de esticar os lábios em um sorriso. O da cicatriz apenas arqueou as sobrancelhas e se virou para pegar a lata de cerveja acima da bancada atrás deles, a ignorando totalmente. Blake franziu o cenho e, analisando-o mais uma vez, três perguntas surgiram em sua cabeça: Da onde surgiu esse cara? Como ele conseguiu ingressos para Área VIP? E por que ele está me tratando desse jeito?
Após dar um gole em sua lata de cerveja, Derek Daniel encostou as costas na bancada e direcionou o olhar para a loira que ainda estava ali parada.
— O quê? — e ergueu as sobrancelhas novamente. — Foi um convite?
Ela fechou o semblante, irritada com a forma a qual ele falara e negou com a cabeça antes de seguir para alguma das máquinas de jogos.
***
Uma hora havia se passado. Dentro daquela jacuzzi, Thomas conversava com Harry que estava abraçado a uma garota a qual ora ou outra participava do assunto, mas na maior parte do tempo ficava calada e sorrindo.
Se as pessoas que estavam lá dentro tivessem a oportunidade de nunca ter de sair dali, elas ficariam por lá a noite inteira, apenas aproveitando aquela água quente e tão relaxante quanto a hidromassagem.
Do outro lado, Victor estava aos beijos com um homem que provavelmente deveria ser cerca de cinco anos mais velho do que ele. Ao olhar aquela cena, Harry sorriu.
— Isso aí, Victor! Manda a ver! — exclamou e levantou um braço em comemoração, fazendo a garota envolta ao seu abraço e seu amigo olharem para lá e deixarem um risinho escapar em conjunto.
Quando retornou o olhar para frente, Becker alargou o sorriso no momento em que viu sua amiga Heather se aproximando.
— Heath! — exclamou, dessa vez fazendo a garota ao seu lado e seu amigo olharem em direção à loira. — Veio se juntar a nós? — e jogou o braço direito em volta da nuca do latino enquanto ainda abraçava a cintura da morena com o esquerdo — Essa é a...
— Na verdade, estou procurando o banheiro — ela o interrompeu ao parar em frente à borda da jacuzzi e abaixar a cabeça para encarar seus amigos juntos da mulher que parecia não ser tão mais velha que eles.
— É logo ali, naquele corredor ao lado do bar — Thomas disse e apontou, olhando na direção do local antes de voltar o olhar a ela.
— Okay, obrigada — e se dirigiu até lá.
Aquela tinha sido a última vez em que eles haviam visto Heather naquela noite...
— Então... onde estávamos? — perguntou Harry com um sorriso de canto a canto, retirando o braço que estava em volta da nuca do garoto e olhando para a garota ao seu lado antes de levar os lábios ao pescoço da mesma, fazendo-a rir e arfar. Ramírez franziu o cenho ao visar aquilo. Estava incomodado e ao mesmo tempo não queria ficar sobrando, então se levantou e saiu da banheira sem mesmo que os outros dois percebessem. — Você tem uma toalha? Sabe, não sabíamos que iríamos acabar parando em uma jacuzzi, então não trouxemos uma...
— Minha casa é aqui ao lado — retrucou a morena quase em um sussurro. — Por que não damos uma passada lá, hm? — e mordeu o lábio inferior.
— Eu adoraria. Mas não posso deixar o Thomas sozinho... Certo, Tom? — virou a cabeça para olhar o amigo que já não estava mais ali. —Thomas? — Suspirou e logo voltou o olhar à morena. — É... parece que estou disponível — ambos riram.
***
Derek Daniel ainda estava na mesma posição, encostado no balcão e tomando sua quarta lata de cerveja enquanto pensava sobre a nova cidade em que estava morando. Depois de ter vagado por tantas nos últimos anos, ele sentia que finalmente encontrara uma a qual gostaria de ficar por um bom tempo: A cidade de Heaven Hills, uma pequena cidade localizada no nordeste do estado de Illinois. Ainda havia sobrado uma boa quantia de dinheiro da herança a qual seus pais haviam deixado antes de morrer, o bastante para que ele conseguisse pagar o aluguel da casa em que vivia pelo resto de sua vida. Bom, não só com o dinheiro da herança, mas também com o que conseguia roubando da internet ou falsificando ingressos para festas locais. Já havia adquirido — e continua adquirindo — bastante com isso, mas sabia que uma hora ou outra teria de parar. Não queria continuar colocando sua liberdade em risco.
Aquela festa estava começando a ficar entediante. Derek detestava dançar, seus novos amigos não estavam por perto e ele buscava, mas sem sucesso, uma garota interessante para poder passar apenas uma noite rolando nos lençóis de uma cama de um motel, ou até mesmo de sua própria. A única que lhe interessou até o momento, fora a garota que seus amigos haviam apresentado a ele. Mas ele havia a provocado um pouco demais e com certeza não teria chances com ela.
— Ei, Daniel! — ouviu a voz de seu amigo Harry e logo direcionou o olhar para o mesmo. Sorrindo, o jovem estava ensopado e agarrava a cintura de uma morena seminua ao lado dele. — Acho que estou indo... — Declarou antes de lançar um olhar sacana para o amigo e logo o desviar para a garota.
— Hm... Você não está se esquecendo de nada? — indagou, referindo-se às roupas que o amigo havia deixado no balcão.
— Do quê? — ele deixou um riso escapar. — Victor está com um cara, Thomas sumiu e... pelo visto a Heather também, mas eles devem estar por aí. — A garota beijou o rosto do Becker e em seguida mordiscou sua bochecha. — É, eu tenho que ir...
Ele vai mesmo ir embora assim? Daniel não pôde deixar de pensar, e com isso, riu enquanto balançava a cabeça negativamente.
— Certo, Harry, vai lá. E não se esqueça do meu dinheiro.
— Pode deixar, cara. Você é foda! Te vejo amanhã — e girou nos calcanhares junto a garota que cantarolou um "tchaaau" antes de sair com ele.
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