Capítulo 5 - Sobre o primeiro dia de aula

Crystal Reed como Malu na mídia acima.

Acordei com o som do despertador.

Ai que vontade de jogar isso pela janela.

Alguns minutos depois, criei coragem, me levantei da cama e fui para o banheiro. Assim que tomei banho, vesti uma calça, uma blusa azul e calcei meu all star preto.

Quando cheguei na cozinha, minha mãe estava tomando café da manhã.

— Bom dia, mãe!

— Bom dia, Isa.

Me sentei a mesa e minha mãe colocou café pra mim. Peguei um pedaço de bolo de cenoura e comi. Enquanto tomava café, a campainha tocou e minha mãe foi atender.

Assim que ouvi a voz da minha prima conversando com minha mãe, comecei a comer mais rápido, senão iria me atrasar.

— Bom dia! Está animada para o primeiro dia na nova escola? — disse Marina, assim que chegou na cozinha.

— Mais ou menos. E se eu não gostar de lá?

— Com certeza você vai. As pessoas são legais, tem algumas excessões, é claro, mas toda escola tem.

— Isa, toma logo esse café, senão você irá se atrasar — advertiu minha mãe.

Terminei de comer e fui pegar a minha bolsa, quando desci, a Marina estava me esperando na sala.

— Tchau, mãe.

— Tchau, tia Clara! — falou Marina, me acompanhando até a porta.

— Tchau, meninas, vão com Deus! — respondeu a mamãe e fomos embora.

Enquanto andávamos até a escola, que segundo Marina não era muito longe, tentei pensar que o primeiro dia de aula seria divertido. Fomos quase o caminho inteiro conversando e logo chegamos na escola, que era grande e contava com muitos alunos. Marina me chamou para irmos ver se eu tinha ficado na mesma sala que ela e, como esperado, eu havia ficado. Fomos para a sala e logo avistei Maria Luísa e Carla.

— Bom dia, meninas! — falei, sentando em uma carteira em frente à Carla.

— Bom dia! — responderam juntas.

— Qual será o primeiro horário? — perguntei.

— Língua Portuguesa — respondeu Malu. — Você vai gostar da professora, ela é de boa.

— Verdade, ela é bem legal — comentou Carla e minha prima também assentiu.

De repente, o sinal tocou e os outros alunos entraram na sala.

— Isabela, conheça agora o grupo dos populares — sussurrou Carla e apontou discretamente com a cabeça para um grupo de garotos e garotas que entraram na nossa sala. Alguns riam e outros conversavam. Como Marina dissera no dia anterior, ele estava lá. O meu vizinho também era o meu colega de classe.

— Por falar em populares, vocês acreditam que o Santori é vizinho da Isa? — falou Marina para as meninas em um tom baixo.

— Sério isso? — perguntou Luísa e eu assenti.

— Ele é estranho.

— Não é à toa que chamam ele de bipolar — comentou Carla.

— Bom dia, turma! — falou a professora, entrando na sala e colocando suas coisas em cima de sua mesa. — Vejo que temos uma novata. Você é Isabela Torres?

— Sim. — respondi e ela sorriu.

— Sou Luciana, professora de Língua Portuguesa, seja bem-vinda a nossa escola!

— Obrigada! — falei com um sorriso.

— Bom, vamos começar a aula de hoje.

A professora começou a dar a aula e eu prestei atenção, ela passou um trabalho em grupo e eu fiz com as meninas. Quando a aula dela terminou, tivemos aula de Física e depois fomos para o intervalo. Compramos o lanche e fomos sentar em uma mesa.

— Oi, gente. Podemos sentar aqui? — falou Carla quando nos aproximamos de uma mesa onde tinham dois garotos sentados.

— Oi, Carlinha, sentem aí! — falou o garoto e... espera aí, eu acho que já vi esse garoto em algum lugar.

É impressão minha ou esse garoto é o mesmo em que eu esbarrei na rua?

Sentamos na mesa e o garoto me encarou por alguns instantes. Pelo visto, ele era o mesmo garoto de dias atrás. Por um momento, me senti dentro de um filme adolescente.

— Seu nome é Isabela? — perguntou o garoto e eu assenti um pouco confusa. — Lembra de mim? Eu sou Thomas, você esbarrou comigo um dia na rua.

— Ah, claro. Que coincidência! — comentei e ele riu.

— Então vocês já se conhecem, legal! Bela, esse é o Jonas — falou Marina, apontando para o garoto que estava ao lado de Thomas. — Ele é da nossa igreja, só que ele não foi ontem. Jonas, essa é minha prima, Isabela! — falou e ele sorriu pra mim em cumprimento.

Durante o lanche, o pessoal na mesa conversava animadamente, porém não consegui me concentrar muito bem na conversa pois, por algum motivo, senti que tinha esquecido alguma coisa na sala de aula. Após pensar por alguns segundos, lembrei que havia deixado o meu celular em cima da carteira.

Pedi licença para o pessoal e fui até a sala. Assim que cheguei na carteira, encontrei meu celular perto do meu caderno e o peguei. Enquanto caminhava de volta para o pátio, vi que tinha algumas mensagens em meu celular do Nathan e da Anna e eu decidi olhar. Estava tão absorta respondendo meus amigos que não prestei atenção quando esbarrei em um garoto e meu celular caiu no chão.

Isso já está virando modinha.

Quando levantei meu olhar para o garoto, vi que se tratava do meu vizinho.

— Só pode ser perseguição — murmurei quase inaudível.

— Você não olha pra onde anda, garota? — falou e eu o encarei. — Vê se usa esses dois olhos que você têm!

— Perdão, eu estava distraída. Mas e você, hein? Por que não usa os seus olhos também?

— Quem é você para falar assim comigo? — retrucou e eu bufei. Ele só podia se sentir o rei do colégio!

— Ah, prazer, sou Isabela Torres — ironizei.

— Quer dizer que além de você ser minha vizinha, também é minha colega?

— Pois é, infelizmente!

Ele não parecia o mesmo garoto que eu conheci na praça. Sei que eu não o conhecia direito, mas o garoto da praça parecia ser mais simpático. Bem... Um pouco.

Antes que eu perdesse ainda mais a minha paciência com o mauricinho, saí em passos firmes e fui para a mesa onde minhas amigas estavam, mas os garotos não estavam mais lá.

— Você demorou — falou Marina quando me juntei novamente a elas.

— É que quando estava vindo esbarrei no meu adorável vizinho. Inclusive, muito simpático ele! — ironizei.

— O Vitor? Não liga pra ele, é um chato assim como os outros amiguinhos dele — resmungou Marina.

— Falou a amiguinha do André! — disse Malu, rindo.

— Eu? Amiga do André? Ah, Malu, até parece! — respondeu Marina e eu ri.

— Mari, você parece ser uma antipopular. Mas por que você falou isso, Malu? — perguntei um pouco confusa, afinal, Marina não parecia gostar muito desse tal de André.

— Porque eu aposto que o André gosta da Marina — respondeu Malu e eu fiquei um pouco surpresa.

— Sério?

— Sim. Várias vezes eu o flagrei encarando a Marina e, às vezes, ele até sorri bobo pra ela. Ele já até pediu para ficar com ela, só que ela, certamente, negou — respondeu Malu, rindo.

— Eu não sou boba, tenho certeza que tudo o que ele quer é me enganar.

Como se estivesse adivinhando que estávamos falando dele, o tal André passou pela nossa mesa junto com outro garoto. Ele deu um pequeno sorriso para minha prima e me encarou por alguns segundos. Marina o ignorou completamente.

— Eu sabia! — falou Malu, assim que eles se afastaram.

— É, Marina, parece que a Malu tem razão. O André está caidinho por você! — disse Carla e nós rimos.

— Até você, Carlinha? — disse minha prima, indignada. — Gente, ele não quer compromisso sério com ninguém! André Miller não está apaixonado por mim. Isso não é possível!

— É, tenho que concordar, eu ainda não ouvi ninguém falar que o André já teve um relacionamento sério com uma garota — comentou Carla.

— Então, no mínimo, esses sorrisinhos dele para a Marina são só para conquistá-la. — disse Malu e nós assentimos. — Coitado, pensa que somos idiotas!

— André já pode ter enganado e brincado com os sentimentos de muitas garotas, mas a mim ele não engana — afirmou Marina. — Eu garanto que não vou cair nos joguinhos dele!

⭐ ⭐ ⭐

Quando a aula finalmente acabou, juntei minhas coisas para guardar em minha bolsa e depois fui esperar as meninas em frente à sala. Enquanto passava por mim, o tal André sorriu para mim e eu fiquei sem entender.

Estranho, ele nem me conhece!

— Vamos, Bela? — falou Marina quando saiu da sala junto com as meninas.

— Vamos, estava só esperando vocês! — respondi e andamos em direção à saída.

— Ah, não! — exclamou Malu enquanto procurava algo em sua bolsa.

— O que houve?

— Esqueci meu livro na sala. Vou lá pegar, vem comigo! — respondeu ela e me puxou.

Quando chegamos na sala, ela entrou e fiquei esperando do lado de fora.

— Olá, Isabela — falou alguém e eu tive um pequeno susto. Era o André.

Espera aí. O André?

— Olá — respondi, um pouco confusa.

— Só queria te dar as boas vindas à escola — disse ele com um sorriso de lado.

Esse cara gosta de sorrir, hein.

— Ahn... Obrigada! — falei ainda estranhando aquela atitude. Pelo o que as meninas me dissera, os garotos populares não eram muito simpáticos. Vitor era a prova disso.

— Bom, tenho que ir. A gente se vê!

— Tchau! — acenei e ele se afastou.

— Pronto, vamos! — falou Malu, fechando sua bolsa. — Com quem você estava falando?

— Com o André.

— O André? — perguntou surpresa e eu assenti.

— Estranho, eu sei, mas ele veio falar comigo.

— E o que ele disse?

— Apenas queria me dar as boas vindas.

— Nossa.

Quando saímos da escola, as meninas estavam nos esperando. Enquanto voltávamos pra casa, Malu comentou sobre o André ter ido falar comigo e, como eu já imaginava, Marina e Carla também ficaram surpresas e começaram com uma série de perguntas.

Vitor

— Posso saber o motivo desses seus sorrisinhos para as Caretas? — falou Kevin para André, enquanto saíamos da escola. — Você até foi falar com aquela novata.

— Não sorri para ninguém! — disse André e eu revirei os olhos.

— Não negue pois eu já vi você sorrindo para aquela Marina. Não vai me dizer que você está apaixonado? — indaguei e ele bufou.

— Gente, eu não estou apaixonado pela Marina. Eu só sorri para ela, não tem nada demais nisso! — disse André, defendendo-se. — Mas vocês viram a prima dela? Ela é bem bonita. — ele abriu um sorriso, como se tivesse aprontando algo.

— Não me diga que vai tentar conquistar a nova integrante do grupinho das caretas? — perguntou Kevin.

— Talvez... Acho que não seria muito difícil.

— Eu acho que sim — falei e ele me encarou.

— Por quê? — perguntou desconfiado.

— Cara, ela é prima da Marina. Ela já deve ter a alertado! — respondi e o Kevin assentiu.

— A Marina me deu um fora uma vez. — disse André, pensativo. — Já sei o que irei fazer! — abriu um sorriso travesso. — Eu irei conquistar a prima dela e deixar a Marina com ciúmes para não deixar barato aquele fora.

Mesmo que ele tivesse falado com toda a seriedade, Kevin e eu não conseguimos segurar o riso.

— Cara, você acha mesmo que a Marina vai ficar com ciúmes de você? — disse Kevin, ainda rindo.

— Tenho certeza que ela gosta de mim.

— E por que você tem tanta certeza? A garota te deu um fora! — falei e ele revirou os olhos.

— Nunca se sabe. Vai ver ela só queria dá uma de difícil! — respondeu e deu de ombros. — Mas que eu vou conseguir conquistar a Isabela, eu vou.

Eu não achava que Isabela cairia no papo do André, mas preferi ficar calado. Quando chegamos na saída, nos despedimos e cada um seguiu o seu caminho para casa.
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Foi por amor que Jesus se entregou na cruz. Por nos amar, do pecado Ele nos libertou. Não há, no mundo, nada que vença esse amor!” 🎶❤

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Beijos e fiquem com Deus.

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