Five

 Abri a porta de casa ouvindo risadas escandalosas vindo da sala, e não parecia nenhum pouco com a risada de Duane. Calmamente, sem tentar chamar nenhuma atenção eu me aproximei do sofá que ficava de costas para e entrada e vi que aquela risada toda vinha de Ravenna, enquanto Duane só encarava, tão assustado quanto eu, suponho.

– Perdi alguma coisa? – Perguntei fazendo com que ela percebesse minha presença.

E naquele momento, a moça parou de sorrir, em cima da mesinha de centro haviam pratos sujos, talvez do almoço, eu demorei um tempo no departamento e torci para que nenhum dos dois estivesse morrendo de fome.

– Duane estava contando algumas coisas engraçadas. – Foi ela que me respondeu, depois de se levantar e pegar as coisas sujas indo em direção a cozinha.

Eu continuei ali parado encarando meu amigo, ele tinha conseguido fazer a moça sorrir, de verdade, deveria ganhar um prêmio, palhaço do ano.

– Ela não é tão ruim quanto parece. – Encarei o Leuske com um olhar mais analisador enquanto ele olhava em direção a cozinha, como se pudesse ver a silhueta de Ravenna através da parede.

Eu conhecia aquele olhar, e não, não era coisa boa.

– Duane Leuske, eu vou meter outro soco na sua cara. – Percebi que ele ainda estava usando os óculos escuros de quando chegou aqui. – Ficou, evidente?

Evidente, ótima palavra, o cara é seu amigo Elliot, pergunte se foi muito forte, pergunte se ficou feio, não use palavras estranhas como se vocês ainda estivessem no trabalho. Fazendo uma careta nojenta, ele retirou os óculos me deixando ver a marca roxa perto do olho, não tinha ficado extremamente feio, mas dava para perceber de longe.

– "Ficou evidente?" – Ele me imitou colocando os óculos de volta. – Sorte a nossa que Ravenna não se incomodou nem um pouco por eu ter ficado de óculos escuro na frente dela. Pelo contrário, ela nem perguntou o que tinha acontecido. – Olhamos para trás vendo se ela estava escutando ou não. – E então, como foi, havia pista sobre o Richard? Eu não consegui tirar nada dela.

Claro que não, ela não falaria nada para Duane porque no máximo o enxergava como o carinha engraçado, e não alguém para confiar, ou algo assim.

– Preciso sair à noite, uma inspeção, em uma boate. – Eu sabia que por trás dos óculos ele tinha levantado as sobrancelhas fazendo aquela típica expressão do "sério?" – Vou a uma boate chamada Luxúria, significa algo para você?

– A charada. – Ele se levantou me encarando. – Vou também. – Me preparei para dizer que não. – Coloque a mocinha para dormir e vá, ela não pode fugir e não vai destruir a casa. Não sabe as coisas que ela disse pra mim, Ravenna disse que se sente melhor aqui, não vai tentar nada, no fundo ela quer ajudar a pegar Richard, só não sabe como dizer isso ainda.

Escutamos os passos da moça vindo em nossa direção e nos encaramos como dois culpados, afinal estávamos falando dela. Não que ela não soubesse, ela era uma suposta criminosa dentro da minha casa, tem como não ser sobre ela o assunto?

– Eu vou estar no quarto. – Ela declarou depois de ficar um pouco sem jeito de nos ter ali, a encarando dando na cara que era sobre ela que estávamos falando.

Enquanto andava para o quarto eu desviei o olhar pro chão, aos poucos ela estava mudando, e estava sendo mais rápido do que eu imaginava. Quando olhei novamente para Duane, ele estava secando Ravenna pelas costas como se ela fosse um pedaço de bife. O empurrei pelo ombro enquanto ele resmungava alguma coisa e eu apenas neguei com a cabeça, não era para aquilo que a menina estava na minha casa.

– Ela pode ser um docinho. – Ele declarou cruzando os braços. – É difícil puxar um assunto que preste, mas quando você consegue, ela se abre todinha, é um amor de pessoa, parece até normal. Sinto que não foi ela que matou os próprios pais.

– Vá para casa, Duane. Obrigada pela ajuda.

Dispensei meu amigo com um sorriso no rosto. Ele estava certo, não tinha sido ela, era impossível. Ela podia pensar naquilo todos os dias, e mesmo assim preferir o silêncio porque não confiava em ninguém para falar a verdade. Mesmo que essa aproximação dela com Duane fosse arriscada, eu só esperava que desse certo, que ela dissesse algo que nos tirasse desse vácuo, que nos ajudasse a entender porque ela assumiu uma culpa que nunca foi dela.

Para ser sincero, Ravenna não parecia do tipo depressiva, parecia só cansada, aquela aparência que ela tentava manter talvez não fosse tão fácil assim, parecia com preguiça de socializar.

Enquanto a tarde passava eu me sentei no sofá buscando relaxar, precisava pensar melhor em tudo. Não tinha medo nenhum de deixar Ravenna sozinha em minha casa, só não sabia se ela ficaria de boas, quem sabe ela não estava pensando em cortar os próprios pulsos? Ou não, não parecia isso.

– Como foi no departamento? – Ouvi sua voz enquanto a moça se aproximava com as madeixas roxas úmidas se sentando no outro sofá.

– Você está me perguntando? – Claro que eu achei estranho, ela estava tentando puxar assunto comigo?

– Tem mais alguém aqui? – Acho que a moça precisava de um bom suco de maracujá. – Estou tentando aproveitar o bom humor que eu consegui com seu amigo.

Se aquele era o bom humor dela, nunca iria querer encontrá-la de mal humor.

– Já que está de tão bom humor assim, me conta alguma coisa sobre o Richard. – A cutuquei no local que eu julgava ser o ponto mais fraco. Quem sabe não dava certo?

Não era muito seguro. Na verdade, ao ver ela respirar fundo, me senti um pouco arrependido por ter tocado naquele assunto. Podia não estar completamente sarada da história que viveu com o noivo, coração machucado é a coisa que mais demora a curar no ser humano, simplesmente por ser uma ferida que não se vê. Mas Ravenna fechou os olhos por um instante e quando os abriu de novo eu senti que desejaria ser maldita, a hora que eu perguntei a ela sobre o ex noivo.

– Richard era... – Uma das mãos dela desceu pelo pescoço num carinho sensual. – Quente? Seria a palavra?

Meu queixo despencou de leve enquanto eu não tinha folego para perguntar o que ela queria dizer com aquela frase e aquele gesto. Ravenna estava sendo expressiva demais, estava sendo outra pessoa, por acaso aquela garota era bipolar? Algum transtorno de personalidade?

Era óbvio que eu sabia exatamente do que ela estava falando, só que como parecia outra pessoa na minha frente, eu tinha ficado um pouco assustado, talvez.

– Ele era, o quê? – Naquele momento, aquela frase, foi a única coisa que a minha boca conseguiu pronunciar.

– Gostoso também. – Tudo bem, ela tinha me ignorado. Seus olhos se fecharam novamente e eu fiquei ali só encarando enquanto a senhorita Tucker se remexia no sofá. – Gostava de me deitar na cama com cuidado, passar a mão com calma por todo o meu corpo, e depois sussurrar em meu ouvido coisas que me deixavam a flor da pele. Seu nariz gostava do aroma do meu pescoço e sua boca gostava de ficar por cima de uma superfície molhada...

O pior daquilo era que, ao anunciar cada parte de seu corpo, ela passava as mãos com uma expressão de prazer, e no final, sua mãozinha saliente estava sobre o botão do short descendo pelo zíper como se pudesse sentir a caricia por cima do pano grosso. Na minha cabeça eu só conseguia pensar que eu tinha que desviar os olhos daquilo, mas meus olhos não conseguiam focar em outro lugar, era uma cena muito provocante.

– Ravenna...

Tentei chamar sua atenção, mas só parecia que eu estava sussurrando seu nome como uma doce melodia, como se naquele momento eu a estivesse chamando para cima de mim.

– Elliot... – Ela gemeu meu nome.

Seus olhos se abriram, me encarando, sedentos por algo que naquele momento eu sabia que não podia dar, então fiz a única coisa sã que se passou pela minha cabeça, eu me levantei e caminhei para o quarto, fingindo ter calma, e folego para me manter em pé.

Um banho, eu precisava de um banho frio bem delicioso. Peguei uma toalha qualquer no armário entrei no banheiro quase que correndo, podia sentir meu pau latejando por dentro da calça só de pensar na maravilha que foi ver aquela garota deitada no sofá, quase se tocando na minha frente, e gemendo meu nome.

Tirei a camiseta do meu corpo encarando meu reflexo no espelho, quase falando sozinho, me perguntando que tipo de coisa eu tinha na cabeça. Ela era apenas uma isca, só que se continuasse daquela maneira eu prestaria mais atenção nela do que deveria. Ravenna era o próprio demônio, e eu não estava nem ai em ir pro inferno se de alguma forma ela prometesse a minha passagem de volta.

Quando liguei o chuveiro, e senti as primeiras gotas geladas caindo sobre mim, respirei fundo, tentava tirar da minha cabeça a voz daquela menina falando meu nome daquela maneira, mas não seria tão fácil, tinha sido surreal demais. Fazia realmente, um bom tempo desde a última vez que eu tinha estado com uma mulher, depois de ter enlouquecido que o caso de Ravenna tinha alguma coisa errada, eu tinha deixado minha vida sexual e amorosa bem mais de lado do que jamais tinha feito antes.

Inconscientemente eu desci minha mão até o mastro não totalmente adormecido que se encontrava ali comigo. Era estranho, chegava a ser até mesmo nojento mas eu precisava de um tempo só pra mim, pelo menos um pouco no meio de toda aquela loucura. Circulei a base com a mão, e acariciei de leve, deixando a boca meio aberta, os gemidos podiam sair, duvido muito que a mocinha fosse escutar.

Comecei com os movimentos de vai e vem dando uma atenção especial para a cabeça de vez em quando. Encostei a cabeça no azulejo frio por conta da água enquanto continuava me tocando, de olhos fechados, imaginando aquela voz que eu tinha escutado mais cedo, agora mais perto, imaginando que meus dedos podiam de alguma maneira ser de moça de cabelos roxos, enquanto minhas mãos podiam estar em seu cabelo, e ela ajoelhada, me tocando da mesma maneira que eu estava fazendo sozinho naquele momento.

– Caralho... – resmunguei baixinho torturando a minha mesmo, como se aquilo fosse um tipo de castigo.

Eu estava batendo uma punheta pensando na minha isca, na única pessoa que podia me ajudar no trabalho, claro que eu tinha que me castigar um pouco.

Tentei me controlar em alguns momentos, mordendo meu próprio lábio como se pudesse me ajudar, e simplesmente batendo a punheta com vigor, com a velocidade e a pressão que eu queria, de maneira que eu me sentisse recompensado e castigado ao mesmo tempo mesmo que nada daquilo fizesse sentido nenhum pra mim.

– Oh, merda... Ravenna.

Chegar ao ápice sentindo o prazer que era dizer o nome da moça naquele momento nunca iria me fazer se sentir tão bem e tão acabado ao mesmo tempo.

Quando os espasmos passaram eu pude sair do banheiro com a respiração mais controlada. A toalha enrolada na cintura e o cabelo pingando um pouco da água que não tirei completamente. Me sentei na cama com as mãos na cabeça me perguntando o que exatamente eu estava querendo fazer da minha vida. Eu precisava de uma baladinha, de uma boate, de qualquer lugar que não fosse minha casa, e que eu não tivesse que ficar perto da senhorita Tucker, já que era ela que estava me tirando do sério nas ultimas vinte e quatro horas.

Em dois dias, ela conseguiu fazer Duane ficar interessado, e eu bater uma punheta gemendo seu nome. Em uma semana, o que ela não vai conseguir fazer? E se ser provocante for um plano para conseguir se livrar da cadeia? Eu tinha que pensar em tudo, todas as opções eram plausíveis.

Olhei para o quadro de minha irmã em cima da cabeceira da cama e tentei dar um mínimo sorriso, eu precisava ser forte pelo menos por ela.  

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GALERINHA PERDOA A TIA LIA ♥ 

Eu tenho uma explicação maravilhosa pra essa demora hehe. Passei muito tempo fazendo trabalhos e estudando para provas na escola, e realmente fiquei ocupada com isso por isso peço desculpas. Mas, tenho uma boa noticia, terça-feira 04/04 é meu aniversário, ou seja 17 aninhos pra mim ♥ Então estava pensando em um acordo, vocês me presenteiam com 30 comentários (olha, é pouco, já conseguimos mais que isso antes) e assim que batemos esses 30 até sexta (que ai já é aniversário do meu papai, mas ainda está contando ♥), eu posto o capítulo seis dedicado ao dono do melhor comentário. Do contrário, só teremos atualização daqui quinze dias :(

Estou contando om vocês em ♥ Até mais ♥ 

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