Capítulo 67
Eu encaro meu reflexo no espelho do banheiro ao mesmo tempo em que respiro fundo e finalmente pego os resultados dos testes de gravidez.
A cerca de quinze minutos eu acordei decidida a não adiar mais isso, então eu deixei Emery dormindo na minha cama e vim até o banheiro com as duas caixinhas contendo os testes nas mãos, e depois de ler as instruções e seguir todo o " protocolo" eu me encontro extremamente nervosa e até um pouco empolgada para saber qual o resultado dos dois testes de gravidez.
De acordo com as instruções, se der um tracinho eu não estou grávida, agora se der dois então eu e Hero teremos uma longa conversa amanhã a tarde.
Eu olho para o visor dos dois testes e me surpreendo quando, ao invés de ficar em pânico e completamente aterrorizada, eu abro um sorriso e sinto meu coração bater mais forte.
Positivo, os dois testes deram positivo! Eu repito estas palavras na minha cabeça enquanto levo automaticamente a mão até a minha barriga e esfrego cuidadosamente a região. Eu me olho novamente do espelho, e enchugo as lágrimas que escorrem pelo meu rosto ao mesmo tempo em que escuto meu despertador tocar, indicando que eu devo acordar Emery e começar a me arrumar a me organizar para ir para o trabalho.
Eu pego as embalagens dos testes e guardo os mesmos nas caixinhas enquanto saio do banheiro e caminho na direção do quarto, para acordar Emery e começar mais um dia de trabalho...
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- Bom dia, Jo !
Hero diz, no minuto em que eu atento a vídeo chamada ao mesmo tempo em que começo a fazer algumas ondulações no meu cabelo.
- Bom dia! Como foi a noite, conseguiu dormir bem ?
Eu pergunto para o Hero, já preocupada em como ele passou a noite, já que ele pegou no sono antes de mim e eu sei que as vezes ele ainda tem os pesadelos sobre o incêndio que matou seus seus pais e o que quase me matou.
- Foi mais ou menos. Eu tive um pesadelo, mas não quero falar sobre isso agora!
Hero diz, e eu concordo com a cabeça entendendo a razão pela qual meu Rei não quer falar sobre isso.
- Mamãe, faz um rabo de cavalo em mim ?
Emery em pergunta, quando adentra o meu closet já toda arrumada e estendendo um elástico preto na minha direção.
- Papai !
Emery diz animada, quando percebe que eu estou falando com Hero.
Eu pego Emery no colo, e apoio meu joelho no espelho do closet para que Emery se sente na minha perna e eu prenda seu cabelo enquanto ela fala com Hero pelo meu celular, que este está apoiado em um canto estratégico onde eu deixo meu bebyliss.
Emery e Hero começam a conversar coisas aleatórias, e eu me perco nos pensamentos sobre a gravidez e a forma como eu quero contar para Hero.
- Então você se comporta na escola está bem ?
Hero pergunta para Emery, que concorda com a cabeça enquanto eu a coloco de volta no chão e pesso para ela terminar de fechar o zíper do meu vestido.
Eu estou usando um vestido verde escuro, que tem duas mangas curtas e um decote quadrado, além de um cinto fino marrom que dá a impressão que eu estou me arrumando a horas, quando na verdade só fazem cinco minutos.
Emery termina de fechar o meu zíper, e eu pego meu celular ao mesmo tempo em que calço os sapatos pretos e de solado vermelho.
- Você já sabe que horas vai voltar amanhã?
Eu pergunto para Hero, enquanto termino de colocar os saltos alto e passar um batom na cor marrom, e já querendo saber quanto tempo a mais eu vou ter que guardar segredo sobre a minha gravidez.
- Eu devo chegar aí por volta das 17 horas. Não vejo a hora de ver você e a Emery.
Hero diz e eu abro um sorriso enquanto concordo com a cabeça.
- Eu também estou morrendo de vontade de te ver. Se cuida tá bom ? Eu te amo !
Eu digo para Hero, que diz que vai se cuidar e que me ama e eu me despeço e desligo a ligação.
Eu pego a minha bolça, e colocando os testes de gravidez dentro da mesma e o meu celular, eu vejo a hora e repiro fundo quando vejo que ainda tenho quinze minutos antes de sair de casa. Eu caminho na direção do quarto de Emery, para onde ela voltou para pegar a sua mochila depois de falar com Hero, e eu sorrio quando vejo minha filha arrumando os bichos de pelúcia um ao lado do outro para que eles, como ela diz, " fiquem juntos e não sintam a minha falta " .
- Princesa ? Eu posso conversar com você?
Eu pergunto para minha filha, que sorri e se senta na cama.
Eu me aproximo de Emery, e me sento no chão, de forma que assim nós fiquemos cara a cara.
- Princesa, a mamãe tem que te contar uma coisa muito importante, e eu quero que você me diga como se sente a respeito .
Eu começo a dizer para Emery, que concorda com a cabeça e fica me encarando com seus olhos verdes.
- Você se lembra de que ontem a sua vovó disse que a mamãe pode estar grávida?!
Eu pergunto apreensiva para Emery, que acente com a cabeça mas não diz uma palavra, só continua me olhando.
- Então, a mamãe fez dois testes, para saber se a sua vovó estava certa e eu descobrir que sim, ela estava.
- Então você vai ter um bebê?!
Emery me pergunta em uma voz muito baixa, e eu concordo com a cabeça ao mesmo tempo em que digo:
- Sim, minha Princesa, a mamãe vai ter um bebê.
Mas eu não quero que você pense que eu e o Hero vamos nos livrar de você ou deixar de te amar, porque isso nunca vai acontecer! O que a mamãe te disse ontem a noite é verdade, esse bebê vai vir para somar e não diminuir, eu te prometo !
Minhas palavras parecem acalmar Emery, mas não fazem as lágrimas da minha filha ficarem só em seus olhos.
Emery se joga nos meus braços, e esconde a cabeça no meu ombro enquanto diz aos soluços :
- Eu te amo mamãe, por favor não me abandone !
Meu coração afunda quando Emery diz isso, mas eu aperto minha filha contra mim e digo em seu ouvido:
- Isso nunca vai acontecer Princesa. Eu te amo, você é e sempre será minha filha!
Minhas palavras parecem acalmar Emery, porque aos poucos seus soluções desaparecem e ela me solta.
Eu enchugo as lágrimas que escorrem pelo rosto da minha Princesa, ao mesmo tempo em que deposito um beijo suave em seu nariz.
- Você sempre vai ser minha filha, Emery, e eu não quero que você duvide disso nunca. Está bem?!
- Está bem mamãe!
Emery me diz, com um sorrisinho já evidente em seus lábios. Eu seguro a mão de Emery e pego sua mochila para que nós possamos ir até a frente do condomínio, onde eu sei que Guilherme estará me esperando com o carro para poder ir até o colégio de Emery e depois para a empresa.
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- Aí meu Deus, Jo! Os dois testes deram positivo?!
Martha me pergunta no telefone e eu solto uma risada devido a sua animação.
Depois que eu deixei Emery na escola, Guilherme me trouxe até a empresa, onde eu me encontro agora, desenhando mais uma planta do próximo projeto da empresa.
- Sim, os dois deram positivo. Eu ainda não contei para o Hero porque quero fazer isso pessoalmente, mas preciso admitir que estou um pouco apreensiva, principalmente por conta da Emery já que ela pensa que eu e Hero vamos abandona-la!
- Bom, quanto ao Hero eu acho uma boa ideia você contar para ele pessoalmente, esse é o tipo de coisa que não se deve conversar pelo celular, pelo menos é o que eu acho.
Agora, em relação a Emery, eu posso dizer que eu passei pelo mesmo. Claro que não dá mesma forma, mas quando eu contei para o Hero e o Titan que eu estava esperando a Mercy, ambos ficarem bem enciumados e o Hero se aproximou muito do Titan, mas eu e George sempre procurávamos falar o quanto nós amávamos eles e sempre procurávamos inclui-los nas coisas que envolviam a minha gravidez, igual você fez com a Emery. E depois que a Mercy nasceu, os três se deram super bem!
Acho que você está no caminho certo com a Emery, Jo, continue dizendo o quanto você a ama e quando você e o Hero começarem a comprar as coisas do bebê, comprem algumas coisas para ela também. Para que a Emery não se sinta excluída ou triste!
Martha me aconselha, e eu concordo com ela, ao mesmo tempo em que agradeço suas dicas e conselhos.
- A propósito Jo, você já tem uma obstetra?
- Ahhh, na verdade eu não tenho não. A minha ginecologista não é obstetra, então eu vou precisar de um.
Eu digo, já pensando em todas as coisas que eu vou ter que começar a organizar.
- Isso é perfeito! Não se preocupe com isso Jo, se você não se importar, eu posso ligar para a minha obstreta, ela que fez o parto do Titan e da Mercy e ela é simplesmente maravilhosa!
Martha diz, e eu abro um sorriso enorme, mesmo que saiba que ela não pode me ver .
- Não, é claro que eu não me importo. Você pode ligar para ela sim, se isso não for dar muito trabalho, e marcar uma consulta para mim !
- Mas é óbvio que eu não me importo. Eu vou procurar o número dela e marcar uma consulta no seu nome, pode ficar tranquila minha flor!
Martha diz, e eu a agradeço umas cinco vezes antes de desligar a ligação e voltar a me concentrar no meu trabalho.
Eu termino de desenhar mais duas plantas dos próximos projetos da FT arquitetura, e assim que consigo adiantar todo o trabalho e me certifico de que não tenho nenhuma reunião e que está tudo bem na empresa, eu me dou conta de que já está na hora de Emery sair do colégio.
Eu guardo os projetos em pastas diferentes, e os entrego para a minha secretária antes de adentra o elevador para que o mesmo me leve até o subsolo, onde Guilherme estará com o carro de Hero.
- Olá senhora Fiennes-tiffin.
Guilherme diz de um jeito simpático, e eu rio da sua formalidade.
Eu entro no carro, e assim que digo para Guilherme me levar até a escola de Emery, eu mando uma mensagem para Kimberley avisando que ela não precisa ir trabalhar hoje, já que eu vou levar Emery para almoçar fora e passar o resto do dia em casa com minha filha.
- Mamãe?!
Emery diz, confusa e surpresa ao me ver novamente na porta da sua escola, ao mesmo tempo em que corre na minha direção.
- O que você está fazendo aqui, mamãe?!
Emery me pergunta enquanto envolve meu pescoço com seus braços fininhos.
- Eu resolvi adiantar as coisas no meu trabalho e passar o resto do dia com a minha Princesinha!
Eu digo para Emery, que pula feito uma pipoca de tanta empolgação.
Emery acena para Carlos, e eu rio imaginando a cara que Hero iria fazer se estivesse aqui. Eu também aceno para Carlos, que está esperando sua mãe vir buscá-lo, e entro no carro depois de Emery.
- A onde nós vamos mamãe?!
Emery me pergunta, e eu ajeito um cacho do seu cabelo que o rabo de cavalo não conseguiu segurar.
- Nós vamos na Harrods, vamos almoçar lá hoje!
Eu digo para Emery, que sorri feliz por ir na maior loja de departamento de Londres.
Alguns minutos se passam, e assim que Guilherme estaciona na entrada da loja, eu digo que ele pode ir fazer suas coisas e que eu irei ligar para ele vir me buscar.
Eu deixo a mochila de rodinhas de Emery no carro e assim eu e minha filha saímos de dentro do mesmo, nós adentramos a loja de departamento.
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- Está gostoso, Princesa ?!
Eu pergunto para Emery, que se delicia com seu hambúrguer com batata frita.
Emery acente com a cabeça, já que sua boca cheia de batata a impede de falar.
Eu dou uma mordida no meu hambúrguer com cheddar, e eu sinto como se estivesse no céu. Eu e Emery não falamos muito enquanto comemos, mas assim que terminamos nosso almoço e Emery diz que não quer nenhum doce, nós deixamos a área de alimentação para poder passar pelos andares da loja de departamento.
Eu e Emery começamos a explorar a Harrods, e pela primeira vez eu começo a reparar nas lojas chiques com roupas de bebês. Eu olho as vitrines, e a medida que vou andando com Emery, uma ideia surge na minha cabeça.
Eu adentro uma das lojas que vende roupas para bebês, e me surpreendo quando vejo um lustre central no teto, e várias estantes com várias roupas de bebês. No centro da loja há uma mesa redonda de madeira com uma tampa de vidro em seu centro e um jarro de porcelana que tem uns desenhos abstratos azuis e guarda vários giraçois .
- Porque nós estamos nessa loja, mamãe?!
Emery me pergunta, mas antes que eu possa responde-la, uma moça de aparentemente trinta anos, usando uma calça jeans preta; blusa social preta e cabelos loiros se aproxima de mim e diz:
- Olá, o meu nome é Vanessa. Em que eu posso ajudar?
- Olá, eu gostaria de comparar um sapatinho de bebê!
Eu digo para a vendedora, e as palavras " sapatinho" e " bebê" possuem uma sensação estranha na minha boca, mas nem um pouco incômoda.
- Bom, eu vou te mostrar alguns dos nossos modelos!
A vendedora diz, e eu concordo com a cabeça enquanto a sigo para o balcão de madeira braca localizado de frente para onde eu estava.
- Nós estamos aqui para comprar algo para fazer uma surpresa para o seu pai.
Eu digo para Emery, ao mesmo tempo em que a pego no colo, para que ela possa ver os sapatinhos de bebê que a vendedora tira de dentro de algumas gavetas, e me mostra como se estivesse me mostrando alguns anéis.
- Estes de crochê são uma graça, e sempre vendem muito.
A vendedora me diz, ao mesmo tempo me que mostra alguns sapatinhos de crochê, que são menores que a palma da minha mão.
As cores azul, vermelho e verde me deixam encantada, pois são as que mais me chamaram a atenção nos sapatinhos.
- Então Princesa, qual cor você acha mais bonita para o sapatinho ?!
Eu pergunto para Emery, quando me lembro da conversa que eu tive hoje mais cedo com Martha sobre sempre incluir Emery nas coisas referentes ao bebê, para que assim ela não se sinta excluída.
- Vermelho! Porque é a cor do meu cabelo !
Emery diz, ao mesmo tempo em que mexe a cabeça, fazendo com que seus cachos vermelhos, apesar de estarem presos em um rabo de cavalo, balançam de um lado para o outro.
Eu sorrio para Emery, e voltando a minha atenção para a vendedora que também está rindo, eu digo:
- Nós vamos querer o sapatinho de crochê vermelho!
Eu digo para a vendedora, que sorri e pega os dois sapatinhos vermelhos, que também tem um laço simples, e começa a guarda-los cuidadosamente em uma caixinha pequena e na cor pérola.
Emery deita a cabeça do meu peito, e eu beijo o alto da sua cabeça, enquanto sinto meu coração pular de alegria ao pegar a caixinha de papel com os sapatinhos vermelhos, enquanto seguro minha Princesa nos meus braços...
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Notas: Eu não sei se na Harrods tem lojas que vendem roupas de bebê, então essa parte da história foi uma inversão minha, assim como o almoço da Jo e da Emery já que eu estou supondo que nas áreas de alimentação vendem hambúrgueres.
Esse é o sapatinho do bebê
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