— Durante toda tua vida lhe tiraram o direito de tomar decisões. — Benjamin deslizou lentamente os dedos por minha face. — Neste momento, te darei o direito de decidir o que vai acontecer contigo.

O sangue borbulhou para fora de minha boca quando tentei respirar e falar. Minha visão estava turva em virtude dos ferimentos que me haviam sido infringidos, motivo este pelo qual não consegui distinguir o que havia em sua expressão.

Naquele momento, entretanto, pensei que fosse uma tristeza sem igual - um rio caudaloso que poderia me puxar para dentro de suas torrentes e me afogar apenas por ousar contemplá-lo.

Balancei a cabeça positivamente, sem entender muito bem as consequências por trás da pergunta que havia sido disposta diante de mim. Eu só sabia de duas coisas:

A escolha que estava diante de mim era viver ou morrer. Não havia sequer reflexão nesse ponto. E a segunda era que, mesmo que eu vivesse além daquele dia, eu jamais seria a mesma.

E então ele me mordeu.