Capítulo 2
N/A: Salve, salve, meus amores!
Ó, eu aqui com atualização. Trago dois capítulos hoje, porque a fic já está finalizada mesmo.
Boa leitura.
Obs 1: Atualização de A.S só vai rolar semana que vem, quando passar a prova do Enem.
Obs 2: Lancei uma questão lá no meu mural, quem puder responder, ficarei grata, até porque dependendo da resposta da maioria, eu já começo os planejamentos.
Agora, sim, simbora ler, amores.
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- Oi, amorzinho! - Sarah saúda a esposa mantendo o celular seguro entre a orelha e o ombro enquanto termina de preparar o almoço para os filhos e ela. - Já está no hotel?
- Sim. Inclusive estou no meu quarto agora, Sar.
- Foi tudo tranquilo no voo?
- Foi. E por aí como estão as coisas com os meninos e você nesse meio tempo?
- Estamos bem!
Em hipótese alguma contaria para a outra sobre o sumiço momentâneo de Noan. É bem verdade, que Sarah detesta omitir coisas da esposa, mas aquilo é necessário. Contar o episódio do supermercado será como assinar sua sentença de que não é uma mãe tão atenciosa assim, já que na primeira oportunidade ela logo "perdeu" o filho em um descuido momentâneo. Sem contar que se abrir a boca e contar tal episódio, é capaz da esposa largar o simpósio e o curso sem ao menos tê-los iniciado, e vir para casa.
- Estou terminando de preparar o nosso almoço. Você já almoçou?
Sarah abaixa-se para espiar no forno as batatinhas assadas com queijo que os filhos adoram comer e nota que elas estão douradinha e no ponto certo. Desliga o forno e volta a terminar de fritar os bifes. Seus filhos adoram bife cortado em pedaços bem pequenos, acompanhado de macarrão de arroz e as batatinhas assadas no forno.
- Já fiz o pedido do almoço há uns minutos. Daqui a pouco estão trazendo aqui no quarto.
- Droga! - Sarah reclama.
- Que houve?
- Me queimei de leve aqui na panela. - Leva o dedo indicador à boca.
Ouve a esposa rir do que conta e depois, ela pergunta onde estão os filhos.
- Na sala.
Sarah ouve as gargalhadas dos pequenos e Juliette pelo telefone também consegue escutar o som.
- Nossa do quê eles estão rindo tanto assim?
A loira então conta sobre o cachorrinho que mentirosamente disse que eles acharam na saída do supermercado. Certamente, o bichinho é a razão daqueles risos todos de seus pequenos.
- Por que não estou surpresa que tu trouxe o cachorro pra casa, bebê?
- Porque você sabe que não tenho coragem de negar um pedido do Noan e da Liah.
A morena sorri.
- Pior que eu sei. Tu nunca tem coragem de negar nada aqueles dois, né?
A coisa mais difícil para não dizer impossível de acontecer, é Sarah negar algo aos filhos. Aqueles pares de olhos castanhos e aquelas carinhas de anjinho que seus filhos têm, desarmam a loira na hora.
- É complicado dizer "não".
- Mas nem sempre podemos fazer as vontades deles, bebê. Isso não é certo e vai acabar estragando nossos filhos.
Ela é bem consciente disso, mas olhar para aquelas criaturas lindas e ter que dizer "não" a qualquer pedido deles, é a missão mais impossível para Sarah.
- Você não vai ficar brigando comigo por isso, vai?
- Não estou brigando, Sar, apenas conversando.
- Ok!
- E a Paçoca não estranhou o cachorrinho novo?
- Ela está meio desconfiada com a presença do filhote. Fica só de longe vendo os meninos brincarem com o novo cachorro.
- Será que ela não ficou com ciúmes, Sarah?
A ex-perita criminal e atualmente professora de criminologia, que vez ou outra presta consultoria entomológica ao seu antigo laboratório criminal, acha graça da pergunta da esposa. E antes que responda a questão, Liah aparece na cozinha e ao ver a mãe ao telefone quer saber logo se era a outra mãe. Assim que Sarah confirma, a garotinha começa a pular pedindo para falar com Juliette.
- Ju vou passar o telefone pra Liah. Ela quer falar com você.
- Ok!
Ela entrega o telefone a sua garotinha.
- Mamãe Ju, a gente tem um cachorrinho novo e...
Sarah assiste sua filha sair da cozinha com o telefone na orelha e fica logo temerosa de que sem querer um dos pequenos comentem com a outra mãe sobre o pequeno sumiço de Noan no supermercado. Diante disso, a loira termina de fritar os bifes rapidamente e depois de apagar o fogo, corre rápido para à sala afim de ficar de olho no quê os pequenos dirão à Juliette. Chega ao cômodo e descobre que já é tarde, pois Noan que aquela altura é quem fala com Juliette, conta naquele momento para a outra mãe que ele havia saído de perto da mamãe Sar e sumido por uns instantes para brincar com o cachorrinho que tinham trago para casa; e que quando a outra mamãe lhe encontrou do lado de fora do supermercado, começou a chorar ao vê-lo.
Sarah fecha os olhos e os aperta com força. Agora está metida em sérios problemas com a esposa. Ela vê Noan lhe estender o telefone e dizer que a mamãe Ju quer falar com ela.
A loira pega o telefone com todo cuidado do mundo, como se o mesmo fosse uma bomba prestes a explodir ao menor movimento brusco que faça.
Ela respira fundo, se preparando mentalmente e também os seus ouvidos para o que ouvirá da esposa. Só então, Sarah encosta o aparelho telefone na orelha e diz com a voz mais branda e inocente possível:
- Sim, meu amorzinho.
- Que história é essa de o Noan sumir de perto de você no supermercado e você chorar ao encontrá-lo, Carolline?
Sarah chega até a afastar o telefone da orelha, porque a esposa está praticamente aos berros ao telefone.
"Noan o que você foi me aprontar, filho?", Sarah pensa enquanto olha o filho que alheio ao tsunami que acaba de causar, brinca de bruços no chão, junto com a irmã, com o novo cachorrinho da família.
- Carolline, tu ainda tá na linha?
- Tô! - responde temerosa ao ouvir a pergunta raivosa da esposa.
Se dirigindo de volta à cozinha, Sarah resolve abrir o jogo logo. Não adianta mais esconder nada, já que seu adorável filho contou o ocorrido. Ela explica a Juliette que foi rápido que aconteceu esse episódio no supermercado e que também foi rápido que encontrou o filho. E que chorou ao encontrá-lo por conta do susto do pequeno sumiço do garoto.
- Se Noan não contasse sem querer isso, tu ia me esconder o que aconteceu no supermercado?
- Talvez. É que não achei necessário te contar.
- Não achou necessário? Eu sou a outra mãe dele, Carolline. Um deles some e tu acha desnecessário me contar isso?... Quer saber? Foi uma péssima ideia eu ter vindo. Devia ter dito ao meu chefe que não dava, mas fui cair na besteira de acreditar que tu daria conta sozinha...
- Ju.
- É óbvio que isso não ia dar certo. Tu e os gêmeos sozinhos, não têm a menor chance de dar certo...
- Ju.
- Vou ligar agora mesmo para o meu chefe e...
- JULIETTE! - O chamado mais firme e enérgico de Sarah faz a outra mulher na linha calar-se na hora. - Você não vai ligar pra ele.
- Mas é claro que vou. E também vou pegar o primeiro voo pro Rio.
- Você não vai fazer nada disso. Eu vou cuidar deles direito. O que aconteceu foi um pequeno acidente de percurso, que não tornará a acontecer.
- Acidente de percurso?... Sarah, tu perdeu nosso filho.
- Eu não perdi. - protesta a loira. - Ele saiu de perto de mim sem que eu visse. Mas ele apareceu e está ótimo. Isso é que importa, Ju. Me dá um desconto? Foi um fato que não vai se repetir. Eu estou dizendo que está tudo bem. Você não precisa voltar e sabe que não deve. Esse curso é importante e não pode deixar de fazê-lo.
- Sarah...
- Não tem Sarah nada, Ju. Você vai ficar aí, fazer seu curso e eu vou cuidar dos nossos filhos sozinha. Um beijo e até mais tarde.
Sem dar mais espaço para a esposa contestar qualquer coisa, Sarah desliga a chamada. Faz isso mais para evitar que uma briga maior se dê ali, porque do jeito que Juliette estava nervosa e também lhe deixando nervosa por tabela com aquele "surto", elas iriam brigar mais seriamente e a loira não queria isso.
- Eu não acredito que essa peste desligou na minha cara! - A morena diz a si mesma incrédula com aquela atitude da esposa, pensou em retornar a ligação, mas desistiu porque certamente brigariam.
Enquanto isso, Sarah volta à sala e colocando o telefone sobre a mesinha ao lado do sofá, anuncia aos filhos que está na hora de almoçar e que é para eles colocarem o cachorrinho na caixa lá na lavanderia onde ele ficará enquanto for pequeno.
Após colocarem o cãozinho no local dito pela mãe e depois disso lavarem as mãos junto com Sarah na torneira da lavanderia, os pequenos e a loira foram almoçar.
Os gêmeos já sabem comer sozinhos, na verdade os dois pequenos fazem questão de comerem sozinhos. São crianças auto suficientes o bastante para tal tarefa. E se for fazer vontade, eles fazem quase tudo sozinhos.
Após o almoço os pequenos que geralmente costumam dar um cochilo, naquele dia não quiseram fazer isso. Estão elétricos e empolgados demais em querer ficar brincando com o cachorrinho "batizado" de Cuscuz, que cochilar é a última coisa que querem fazer para a frustração de Sarah que adoraria descansar um pouco naquela tarde, mas pelo andar da empolgação dos filhos isso não irá rolar.
O lado bom disso é que Sarah sabe que seus filhotes vão dormir cedo e rápido, já que estarão cansados o suficiente para caírem na cama e "apagar" em sono.
Por volta da tarde, lá pelas cinco, a loira a pedidos insistentes dos filhos, leva os dois e mais Paçoca e Cuscuz para dar uma volta no parque que fica há duas quadras de casa. Faz uma tarde bonita e agradável, propícia à um passeio. Então lá foi Sarah levar os filhos para passear.
Dessa vez, a loira não desgruda os olhos um segundo sequer dos filhos, principalmente de Noan. O parque está relativamente com um bom número de pessoas e em virtude disso, a atenção de Sarah está mais do que redobrada sobre seus piticos enquanto eles correm com Cuscuz atrás deles. O cãozinho é demais esperto e bastante serelepe. Correr parecia ser algo que o bichinho mais adora fazer.
Com Paçoca deitada aos seus pés, Sarah que está sentada em um banco, observa os filhos que se danam a fugir de Cuscuz.
A loura sorri ao ver seus gêmeos rindo enquanto o cãozinho amarelo corre atrás deles. Seus anjinhos podem ser até às vezes levados, travessos e arteiros, mas são seus anjinhos. Não consegue mais ver sua vida sem aquelas duas coisinhas lindas. Seu mundo se tornou outro tão logo viu aqueles rostinhos assim que a enfermeira colocou os gêmeos em seu colo após nasceram.
Foi uma alegria quando Juliette e ela descobriram que a gravidez da morena seria gemelar, até porque elas haviam sido alertadas pela médica de que isso poderia suceder, já que como explicou a profissional: para aumentar a chance de sucesso da fertilização in vitro resultar na sonhada gravidez, mais de um embrião seria colocado no útero da futura mamãe. Naturalmente, quanto mais embriões, maior a chance de que pelo menos um deles se implante e se desenvolva, o que foi o caso de Juliette.
- Posso me sentar ao seu lado?
A loira olha rápido e encontra um sujeito loiro, alto e muito apessoado, que traja roupa de corrida e carrega entorno do pescoço um headphone de uma marca cara.
- Claro! - Sarah consente dando mais espaço para que o homem se acomode ali, em seguida volta a olhar os filhos. Não pode descuidar um segundo que seja deles. Em hipótese alguma, quer reviver o terror que foi o episódio do supermercado.
- São seus sobrinhos aqueles dois com o cachorrinho?
- Não! São meus filhos. - diz a loira sem tirar os olhos das crianças.
- Nossa! Você me parece tão nova para ser mãe.
Sarah olha para o sujeito ao seu lado e nota que ele havia se aproximado bem mais dela, sem que tivesse sequer percebido. A loira arqueia uma das sobrancelhas.
- Eles são lindos!
- Obrigada!
Nota que a forma como aquele sujeito lhe olha é estranha e demonstra visivelmente interesse nela. Mas Sarah é uma mulher casada, muito bem casada e, acima de tudo, apaixonada por sua esposa. Além do mais, homens nunca foram seu tipo. Sempre gostou de mulheres. E só tinha olhos para uma paraibana arretada que fisgou seu coração e que atendia pelo nome de Juliette. Deste modo para não dar margem ao sujeito desconhecido, a loira pediu-lhe licença e levantando-se do banco, foi ficar mais próxima dos filhos.
Depois de muita brincadeira das crianças pelo parque, Sarah levou Noan e Liah para tomarem sorvete e após isso, com o sol já quase se pondo por completo, a loira, seus filhos e os dois cachorros da família foram embora para casa.
****
Naquela noite enquanto vela o sono de seus dois anjinhos danados que de tão cansados "capotaram" em sono profundo instantes depois do jantar, Sarah sente o celular vibrar no bolso do short. Pegando o aparelho, ela vê no visor a foto e o nome da esposa piscando na tela. Desde o almoço, quando tiveram aquela discussão por conta do sumiço de Noan e Sarah encerrou a ligação na cara de Juliette, que a mesma não tinha ligado mais. Com certeza, agora com ela mais calma e Sarah também, elas poderiam ter um diálogo melhor.
Saindo do quarto dos filhos e já do lado de fora, a loira atende a chamada de Juliette.
- Oi, Ju!
- Oi... bebê!
Bebê?
É um bom sinal!
Pelo visto, sua esposa está muito mais calma do que imaginou.
- Como estão as coisas por aí?
- Estão bem! - responde de forma lacônica.
- Eu quero te pedir desculpas pelas coisas rudes e meu comportamento ríspido contigo mais cedo. Eu fiquei muito nervosa quando soube o que houve.
- Deu pra perceber isso.
- Tu me desculpa, bebê?
Aquela fala mansa e o tom manhoso, não tem como ela não desculpá-la por mais que Juliette tenha exagerado naquela reação toda. Sarah sabe que até a mínima coisa que acontece com os filhos, deixa Juliette fora dos eixos. Assim como, também deixa à própria Sarah.
- Eu desculpo com a condição de que não aja mais daquele jeito. Sei que errei e você não faz ideia do medo que senti na hora que Noan sumiu, mas não é por isso que sou uma péssima mãe.
- Nunca disse que tu era uma péssima mãe, Sar. Eu mais do que ninguém sei a mãe maravilhosa que tu é para os nossos filhos.
- Você não disse, mas pela forma como agiu, deu a impressão de que não confia em mim o suficiente para cuidar deles.
- Eu confio. Mas é que...
- Você acha que as coisas só funcionam bem quando está por perto ou no controle, né doutora?
- Talvez!
A loira ouve a esposa suspirar depois dessas palavras. Em seguida, Juliette confessa que apesar de fazer apenas algumas horas que já está fora de casa, ela já sente muitas saudades da esposa e dos filhos, e que quer estar em casa e não sozinha naquele quarto de hotel em Recife.
Sarah ri da esposa. A loira também adoraria que sua amada estivesse em casa. Ainda mais, porque pegou uma semana de licença da Universidade a qual leciona, por conta dos jogos internos que ocorrerão durante esse período de sete dias na UFRJ. Sarah adoraria passar esses dias todo de folgas descansando em casa, na companhia dos filhos e da esposa, mas infelizmente o chefe de Juliette a enviou para participar desse tal de simpósio com direito a curso e tudo, que isso acabou minando com os planos da loira.
- Eu também adoraria que você estivesse aqui, meu amorzinho.
- E os meninos? Queria dar 'boa noite' pra eles antes de dormirem.
- Tarde demais. Eles já estão dormindo.
- Oxe! Mas já?
Não era ainda nem oito da noite, o horário que geralmente os gêmeos vão dormir.
- Eles não dormiram a tarde por causa da empolgação com o novo cachorrinho. E você sabe que quando isso não acontece, eles costumam dormir mais cedo que o habitual.
- Hum... Que pena! Adoraria ouvir a voz deles antes de dormir.
E por quase uma hora que foi o tempo que durou a ligação de Juliette, ela e a esposa ficaram de conversa sobre o que Sarah e os filhos fizeram o restante daquele dia. E a respeito do que a morena fez no hotel.
Próximo ------------------------------------------------->
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