[🏀 + 22] - Comemoração

Jay estava nervoso. Não nervoso sentindo um friozinho na barriga. Nervoso ao ponto de desmaiar. E ironicamente, não era uma mentira.

Ele encarava as várias sacolas plásticas espalhadas no chão de seu quarto, esperando que todos os itens dentro delas, saíssem por conta própria, fossem até o jardim e se arrumassem sozinhos. Mas como isso era impossível de acontecer, ele se frustrou ainda mais e passou a andar de um lado para o outro.

- Se você ficar rodando igual um louco, vai fazer um furo no chão. - Junghee rosnou, impaciente.

Jay voltou-se para ele.

- Me dê uma sugestão, então.

- Eu não sei. O namorado será seu, então se vira.

Park revirou os olhos.

- Irmãos, calma. - Jungmin assumiu a situação. - Discutir não vai adiantar.

O Park mais velho respirou fundo, tentando acalmar os nervos. O plano estava traçado, mas agora era a hora de colocá-lo em prática. Ele pegou uma das sacolas e começou a tirar os itens cuidadosamente. Velas, pétalas de rosa, pequenos cartões com mensagens carinhosas... Tudo estava ali, pronto para criar um cenário romântico no jardim.

Enquanto pensava em como organizar os detalhes, também pensava em como Jungwon reagiria. Ele esperava por esse momento mais do que o próprio ruivo e não sabia se fracassaria ou não. Seu coração batia descompassado e ele já começava a roer as unhas que já eram curtas.

Logo, os gêmeos se juntaram para ajudá-lo a retirar as coisas da sacola. Jungmin fazia tudo com calma e paciência, enquanto Junghee não se importava muito se iria amassar as pétalas das rosas ou os papeis para as cartinhas.

- Assim não, Hee! Você vai amassar tudo e eu não tenho mais tempo para ir comprar novamente!

- Então não vou mais te ajudar em nada.

- Então não ajuda, porra!

E assim a gritaria dos irmãos começou. Jay falava alto e Junghee mais ainda. Jungmin tentava apaziguar a situação, mas sem sucesso.

Eles continuaram a discutir, cada um com sua própria abordagem para ajudar. Jungmin desistiu de controlá-los e mantinha a calma, organizando as pétalas de rosa em padrões delicados, enquanto Junghee voltou a simplesmente jogar as coisinhas no chão e rir do mais velho.

- Junghee, pelo amor de Deus! - Jay exclamou, tentando manter a paciência. - As pétalas são para espalhar pelo chão, não para fazer confete!

- Ah, qual é, Parkzinho? Confete também é legal! - Junghee respondeu, rindo.

Jungmin suspirou e se aproximou deles.

- Vamos nos acalmar. O importante é que estamos fazendo isso juntos para o Jungwon hyung. Ele vai adorar, tenho certeza.

Jay olhou para os dois, sentindo-se grato por ter irmãos tão diferentes e tão especiais. Eles podiam brigar como ninguém, mas quando era necessário, estavam sempre lá um para o outro.

- Tudo bem, pessoal. Vamos terminar isso antes que escureça.

Porém, vez ou outra, Jay ainda se desentendia com o gêmeo mais velho e a gritaria começava novamente. Com as vozes se sobressaindo, a mãe dos garotos entrou no quarto.

- O que está acontecendo aqui? - Somin perguntou, olhando ao redor.

Ela cruzou os braços e lançou um olhar repreensivo para os filhos. Seu cabelo estava preso em um coque desajeitado, e ela parecia cansada, mas ainda assim, sua expressão era firme.

- Park Jong-seong, Park Junghee e Park Jungmin... - ela disse, enumerando os nomes com uma paciência que só uma mãe poderia ter. - O que está acontecendo aqui? Por que essa gritaria?

Jay coçou a nuca, sentindo-se como um adolescente travesso prestes a ser repreendido.

- Mãe, a gente só está preparando a surpresa para o Jungwon. Eu te falei... - ele apontou para as sacolas e os itens espalhados pelo chão. - É o pedido de namoro.

Ele comentou envergonhado e Somin arqueou a sobrancelha, surpresa.

- Um pedido de namoro? Vocês três estão envolvidos nisso?

Jungmin assentiu, tentando parecer mais sério do que realmente era.

- Sim, mãezinha. Queremos que seja especial para o Jungwonie hyung.

Junghee, por sua vez, deu de ombros.

- Eu só estou aqui para bagunçar mesmo.

Somin suspirou, mas Jay percebeu que havia um brilho de orgulho em seus olhos.

- Bem, então continuem. Mas sem mais gritaria, certo? E, Jay, não se esqueça de limpar tudo depois. Ah, e depois quero ver meu genro.

Os irmãos concordaram, e Somin saiu do quarto, deixando-os novamente sozinhos.

- Agora precisamos levar tudo isso para o jardim.

- Ah, não, Parkzinho! Nós já tiramos quase tudo! - Jungmin reclamou.

- Não dá trabalho guardar de novo, Minmin.

- Então você que guarde. Estou indo. - Junghee falou, saindo do quarto.

O mais velho suspirou, olhando para as sacolas espalhadas pelo chão. Jungmin tinha razão; eles já tinham retirado quase tudo. Mas ainda faltava levar os itens para o jardim e montar o cenário perfeito para o pedido de namoro.

- Minmin, eu sei que é cansativo, mas precisamos fazer isso direito. O Jungwonie merece.

Jungmin assentiu, pegando algumas velas e seguindo Jay em direção à porta. Junghee ainda estava no corredor, no entanto, estava irredutível.

- Eu não vou ajudar. - ele cruzou os braços, fazendo bico.

Jay revirou os olhos.

- Tudo bem, Hee. Vá descansar então. Nós cuidamos disso.

Mesmo que Junghee ainda estivesse resmungando, ele seguiu os irmãos para o jardim enquanto observava Jay e Jungmin levarem as sacolas. O sol estava quase se pondo, e o coração de Jay batia forte. Eles precisam arrumar tudo antes do mais velho ir para a comemoração da vitória do jogo e tudo precisava estar impecável até ele voltar.

Mas, novamente uma discussão se iniciou. Jay não sabia como organizar o local, Junghee fazia piadas com a situação e Jungmin tentava manter a calma. Em um determinado momento, o gêmeo mais velho pegou um punhado de pétalas e jogou para cima, fazendo com que elas caíssem na cabeça do irmão mais velho.

- Park Junghee! - Jay rugiu, enfurecido.

O gêmeo mais novo revirou os olhos.

- Hee, não faz isso. Se você não quer ajudar, não atrapalhe e não estresse o Parkzinho! Sabe que quando for sua vez ele fará o mesmo, não sabe?

Junghee deu de ombros.

As pétalas ainda flutuavam no ar, criando um cenário mágico enquanto caíam sobre os três irmãos. Jay estava prestes a explodir de frustração e raiva, mas Jungmin, sempre o pacificador, interveio.

- Se acalmem. - olhou para Jay. - Parkzinho, respira fundo. E Hee, não provoca mais o irmãozão, tá bom?

Junghee bufou, mas assentiu. Jay suspirou, tentando controlar a raiva. Afinal, aquilo era para Jungwon, e ele não queria estragar tudo com brigas.

- Desculpa. Eu só... Estou nervoso.

Jungmin sorriu.

- A gente entende. Mas agora é hora de terminar isso.

- Certo. Essa é a inspiração. - o mais velho abriu a galeria em seu celular e mostrou uma foto para os irmãos. - Eu quero essa mesa bem no centro, próximo a piscina. As pétalas das flores precisam fazer um caminho que o guiem até aqui e... O que foi?

Jay fora interrompido por uma gargalhada estrondosa. Quando olhou, Junghee se contorcia de tanto rir e levava as mãos até a barriga, tentando se controlar.

- N-nada, é que... porra, isso não combina com você, hyung. - uma lágrima escorreu de seus olhos.

O mais velho bufou.

- Cacete, Junghee! Se não vai ajudar se manda daqui!

- E-eu vou ajudar... vou ajudar, hyung.

Então, logo eles partiram para a arrumação. Os três trabalham juntos, cada um com sua própria abordagem. Jay pega as velas e as posiciona em uma linha reta no chão, criando um caminho iluminado. Ele olha para o anel na caixinha de veludo vermelho que pegou do bolso, sentindo o coração acelerado.

Enquanto isso, Jungmin organiza as pétalas de rosa em padrões delicados sobre a mesa e pelo chão. Ele sorri para o irmão, sabendo o quanto esse momento significa para ele. Jungmin sempre foi o mais calmo da família, e hoje não é diferente. Ele olha para o céu nublado e murmura uma pequena prece silenciosa para que tudo dê certo e que não comece a chover.

Já Junghee, o mais impetuoso dos três, pega os pequenos cartões com mensagens carinhosas e espalha pela mesa. Ele faz piadas, provoca o irmão mais velho e até joga algumas pétalas de rosa para o alto, rindo. Mas, no fundo, Junghee também está emocionado. Uma carta em branco chama a sua atenção.

- Parkzinho-ah, por que essa está em branco?

Jay virou-se para ele, o encarando.

- Ah, é porque eu ainda vou escrever.

Junghee assentiu e antes que pudesse fazer mais uma piada com o irmão, a voz baixinha de Jungmin chama a atenção de ambos.

- Parkzinho, acho que está bom assim. - falou, olhando para o cenário montado. - Jungwon hyung vai adorar.

Jay concorda, sentindo o coração bater ainda mais forte. A decoração estava quase pronta para o grande momento, o qual fora esperado por tantos anos pelo moreno. Três meses não eram nada.

Os irmãos se afastam, observando o resultado do trabalho em equipe. As velas tremulavam suavemente, as pétalas parecem flutuar no ar, e os cartões escondem palavras de carinho.

- Obrigado, seus pestinhas. - Jay sorriu para seus irmãos.

- De nada, irmãozão!

Jungmin sorriu.

Somin se aproximava lentamente, segurando uma bandeja. Nela havia suco de laranja e bolo de chocolate, os preferidos de seus filhos. Ela depositou a bandeja na mesinha de café da tarde que ficava próxima a piscina e chamou pelos garotos.

- Venham comer, meus amores!

Os filhos logo chegaram onde a mulher estava e se aconchegaram nas cadeiras. Os três irmãos olharam para a bandeja com olhos famintos. O suco de laranja parecia fresco e convidativo, e o bolo de chocolate exalava um aroma irresistível. Jay se serviu primeiro, seguido por Jungmin e Junghee.

- Uh, que delícia! - Jungmin pegou um copo de suco e sorveu do líquido. - Está fresquinho.

Somin riu, acariciando os cabelos do filho mais novo.

- Coma devagar, querido.

Ele assentiu.

Jay pegou um pedaço do bolo e mordeu, sentindo o sabor do chocolate se espalhar na boca. Ele pegou o seu celular e abriu novamente na galeria, agora vendo outra imagem. Era uma cabana feita com lençois. Ele observou a imagem por alguns segundos e imaginou Jungwon se aconchegando nela.

Junghee viu o que o irmão mais velho tanto olhava no celular e decidiu provocá-lo.

- Hoje é um dia importante, não é? - falou, com um sorriso travesso. - Parkzinho finalmente vai se declarar.

Jay corou, revirando os olhos para a provocação do irmão.

- Sim, hoje é o dia. E eu estou nervoso como nunca.

Somin se aproximou dele, o abraçando.

- Tudo dará certo, meu amor. Não ligue para as provocações de seu irmão. Quando a vez dele chegar todos nós iremos rir dele.

Jay concordou, rindo junto de Jungmin enquanto Junghee fechava a cara. Ao terminarem de comer, Somin pegou a bandeja de volta e se retirou.

- Boa sorte com a arrumação e não façam bagunça! - falou antes de sair.

Os irmãos se juntaram novamente para finalizarem de uma vez a arrumação.

O ar fresco e aconchegante envolvia os três irmãos enquanto eles se dedicavam a montar a cabaninha em uma área mais reservada da área externa. A luz suave das lâmpadas penduradas criava um ambiente mágico, e os balões em formato de coração flutuavam, como se celebrasse o amor que estava no ar.

Jay segurava o tecido leve, esticando-o para formar o teto da cabana. Jungmin, com sua habilidade meticulosa, prendia as extremidades com pequenos ganchos, garantindo que tudo ficasse no lugar. Junghee amarrava as pontas do tecido com laços vermelhos, rindo enquanto fazia isso.

- Cuidado para não derrubar as velas! - Jay alertou, olhando para o chão coberto de pétalas de rosa e rodeado por velas que seriam acesas.

- Relaxa, cara - Junghee piscou para ele. - Eu sou um profissional em montar cabanas românticas. - provocou.

Jungmin pegou as grandes letras de madeira, "J" e "J", e posicionou-as ao lado da cabana. Junghee revirou os olhos, achando aquilo muito brega.

Dentro da cabana, o colchão inflável estava forrado com almofadas e cobertores macios. Jay imaginou Jungwon entrando ali, os dois se aconchegando sob o tecido, compartilhando risadas e confissões. Ele sentiu o coração bater forte no peito.

- Está perfeito. - Jungmin sorriu, admirando o trabalho conjunto. - O Jungwonie hyung irá amar.

O mais velho concordou, orgulhoso dos irmãos e de si mesmo.

Depois de alguns minutos vendo tudo o que havia feito em parceria aos irmãos, Jay voltou para seu quarto e seguiu direto para o banheiro. Ligou o chuveiro na água morna e ela relaxou seus músculos tensos. Ele fechou os olhos, deixando que a água escorresse por seu corpo. O nervosismo ainda o consumia de forma gritante.

Ele passou mais um tempo embaixo da água até se sentir limpo o suficiente para sair. Depois do banho, Jay secou-se e vestiu uma roupa confortável. Uma camiseta simples e jeans rasgados nos joelhos, deixando a tatuagem que tinha ali evidente. Ele não queria parecer exagerado, afinal, ainda iria para a comemoração da vitória do último jogo. Mas, ao mesmo tempo, queria estar apresentável para o ruivo. Ele passou a mão pelos cabelos molhados, tentando arrumá-los.

No espelho, viu o anel na caixinha de veludo em cima da pia, havia o colocado ali antes de iniciar o banho. A sua aliança descansava em outra caixa enquanto a do ruivo naquela que levaria para o pedido. O par de alianças era feito em um material caro, banhado a ouro 22 quilates e metade da joia, colorida. Park tinha a sua metade dourada e metade preta enquanto Jungwon tinha a sua metade dourada e metade branca. A espessura era fininha, nada muito grosso ou exagerado. A peça também possuía algo entalhado.

O moreno ficou tão disperso observando a aliança que em poucas horas adornaria o dedinho rechonchudo do ruivo, que só acordou de seu transe com o barulho de seu celular. Atordoado, saiu do banheiro já vestido e caminhou apressado até sua cama, pegando o aparelho e sorrindo ao ver uma mensagem de Jungwon.

Ruivinho 🥕

Oi, Jay. Que horas nós iremos?

[17:35]

Sorrindo ainda mais, Jay logo tratou de respondê-lo.

Às dezoito. Estou indo te buscar. Já está pronto?

[17:36]

A resposta não tardou a chegar:

Ruivinho 🥕

Já estou pronto sim! Irei te esperar. ❤️

[17:36]

O moreno reagiu a última mensagem com um coração e desligou o celular. Antes de sair do quarto, passou um pouco de perfume e colocou um rolex dourado no pulso. Se certificou de guardar a caixinha de veludo vermelha.

Na sala de estar, encontrou sua mãe conversando com Kyung-mi, as duas pareciam focadas no assunto que discutiam.

- Mãe, já estou indo. Até mais, Kyung!

A babá dos gêmeos sorriu para o garoto e acenou de volta.

- Que horas volta pra casa, querido? - Somin perguntou, com um sorrisinho perverso nos lábios avermelhados.

Jay coçou a nuca constrangido, já sabendo o motivo da mais velha ter perguntado aquilo.

- Acho que às vinte e duas.

Somin assentiu.

- Antes de vocês chegarem eu e seus irmãos não estaremos mais aqui. - piscou cúmplice.

Park franziu o cenho.

- E pra onde irão?

- Para a minha casa, bobinho. - Kyung-mi falou sorridente, trocando um olhar travesso com Somin. - Aproveite a sua lua de mel com o garoto ruivo.

- O nome dele é Jungwon, Kyung. E que história é essa de lua mel?

- Ué, você não vai pedir o garoto em namoro?

O moreno olhou rapidamente para sua mãe que ainda sorria.

- Sim, mas o que isso tem a ver?

- Assim que ele disser "sim", eu tenho certeza que vocês não vão apenas olhar um para o outro e dizer o quanto se amam. Eu e sua mãe já fomos jovens um dia, querido.

Somin concordou.

- Exatamente, filho. Então aproveite a casa que essa noite ela será somente para vocês.

Jay sorriu, desacreditado.

- Vocês duas são malucas.

Ele proferiu uma última vez antes de sair de casa, podendo ouvir as risadas das duas mulheres.

Já na garagem, entrou em seu Civic preto e saiu do lugar, dirigindo pela rua que já começava a se iluminar. Ajustou o retrovisor, conferindo o reflexo dos faróis, as luzes da cidade piscando atrás dele. O fim de tarde estava friorento, denunciando uma possível chuva. Mas não podia chover. Não antes das dez da noite.

As ruas de Busan passavam rapidamente, os prédios altos e as luzes de néon borrando em um caleidoscópio de cores. Jay dirigia perfeitamente bem, sentindo a brisa suave do vento soprar em seu rosto pela janela aberta. Não demoraria muito até chegar à casa do ruivo.

Virou em uma esquina, o motor roncando enquanto ele acelerava. A casa de Jungwon estava à frente e logo ele havia chegado. Estacionou o carro na rua, desligando o motor. Ele respirou fundo, sentindo o nervosismo se misturar com a adrenalina, afinal, ainda tinha um pedido de namoro para ser feito antes que aquela noite acabasse. Ao sair do carro, olhou para o céu que já começava a ficar estrelado.

Suspirando nervosamente, subiu os degraus da varanda, batendo na porta com mais força do que pretendia. Ninguém apareceu. Bateu novamente. Depois de alguns minutos de espera, Jungwon abriu a porta. Estava lindo.

Ele vestia uma camisa de seda azul-marinho com detalhes em botões dourados, uma calça skinny preta, a qual realçava suas pernas esbeltas e os brincos de argola prateados balançam levemente enquanto ele se movia. Seus olhos ficaram ainda mais belos com os óculos sem grau. Jay abriu a boca, mal conseguindo desviar o olhar do ruivo.

- Jay?

O moreno balançou a cabeça, espantando os pensamentos maliciosos ao ouvir a voz baixinha do ruivinho.

- O-oi. - sorriu sem graça. - O sogrinho está aí?

Jungwon gargalhou fraquinho.

- Está na cozinha.

- Então vamos logo, não quero me encontrar com ele.

- Vocês não estavam se dando bem? - perguntou, trancando a porta e o seguindo até o carro.

- É, estamos. Mas ele ainda me dá um pouco de medo.

O ruivo sorriu mais uma vez, entrando no banco do passageiro assim que o mais velho abriu a porta para si. Park deu a volta no veículo e também entrou.

- Por que veio tão rápido?

- Eu precisava te ver. Não conseguia parar de pensar em você.

Jungwon sorriu, mas antes que pudesse dizer algo, Jay o puxou para um beijo. Os seus lábios eram quentes e macios, e o moreno se perdeu no momento. Os lábios se moviam de forma afoita e as línguas se enroscavam em meio ao ósculo. As mãos pequenas do ruivo foram até os fios desgrenhados do moreno, puxando-os, desnorteado. Park levou as suas para o rosto dele, um pouco desconfortável por conta da posição que se encontrava. Quando o ar se tornou rarefeito, eles se afastaram, ofegantes.

- Caramba. - murmurou o ruivo, a voz trêmula. - Isso tudo era saudades, amor?

Jay sorriu, ainda segurando o rosto dele.

- Porra, era. Desde que chegamos de Daegu ficamos tão cansados que mal tivemos tempo de ficar assim.

De repente, o ar pesou.

- Sabe, foi horrível ficar sem você. Eu comecei a pensar no que aconteceu no corredor da escola e a minha mente me fazia ver o Jaewon em todos os lugares.

Ao falar, olhou nos olhos do moreno, a expressão carregada de emoção. O coração dele batia descompassado, como se estivesse prestes a saltar do peito. O passado ainda o assombrava, as lembranças dolorosas de um relacionamento que deixara cicatrizes profundas e o reencontro com o causador de toda essa dor, o deixou ainda mais amedrontado.

Com uma raiva iminente o consumido, Jay segurou as mãos pequenas, entrelaçando os dedos. Por um momento apenas ficou assim, passando conforto.

- Se eu pudesse, faria o possível para apagar tudo isso de sua memória. Eu mataria o Jaewon sem remorso ou arrependimento algum, se isso fosse te deixar mais tranquilo. - brandou, com os olhos fixos no ruivo. - Eu te amo tanto, amor. Te ver assim me quebra por inteiro.

Jungwon fungou.

- Estava indo tudo tão bem até ele aparecer, Jun. Eu estou com tanto medo de estragar tudo e te machucar.

Jay suspirou, afetado demais para saber o que dizer.

- Você não vai me machucar, amor. - frustrou-se. - Eu sei que passar por isso não está sendo fácil, mas estamos aqui agora, juntos. E eu prometo que vou fazer o meu melhor para ser diferente. Ser o completo oposto dele.

- Agora você está se culpando. Eu não quero que isso aconteça, Jay! Você é incrível e eu sou tão frustrado com o passado! - se exaltou. - E você sabe, pessoas confusas machucam pessoas incríveis.

Colocou para fora, seus olhos marejados. O medo ainda o apertava, como uma corrente invisível.

- Não quero que diga isso nunca mais, Jungwon. Não tenha medo de me machucar ou não. Você já foi quebrado uma vez e eu não vou permitir que isso aconteça novamente. Se alguém precisar sofrer e se ferir para que nós possamos finalmente ficarmos juntos, que seja eu.

- N-não diz, amor...

Jay sorriu, um sorriso terno e cheio de compreensão. Ele se inclinou e beijou o menor suavemente, transmitindo conforto.

- Não vamos pensar mais nisso hoje, uh? Não me deixe ainda mais aflito.

O ruivo concordou, fungando alto. Ele não era bobo e sabia que algo iria acontecer.

- Você irá finalmente me pedir em namoro? - sorriu, limpando as lágrimas.

O moreno ficou um pouco surpreso, tenso. Mas, também sorriu.

- Vou. E há três meses atrás você me prometeu dizer sim.

Jungwon sorriu fanhoso. Ainda tinha medo, mas não deixaria que o seu passado interferisse em seu presente e futuro.

- Eu direi.

Park sorriu, acariciando o rosto dele uma última vez antes de dar partida no carro e seguir até o local marcado para a comemoração.

• 🥕 •


Jay estacionou o carro no meio fio. Retirou a chave da ignição e o cinto de segurança que o envolvia. O tempo em que ele desceu e deu a volta no veículo para abrir a porta para o ruivo foi suficiente para ele também retirar o seu cinto.

Agora, os dois olhavam para o horizonte, perdidos na brisa suave. O local onde estariam, provinha de luzes neons que brilhavam em cores verde, rosa e roxo. A música suave que tocava era relaxante e dava vontade de se movimentar.

Park agarrou a mão do menor e o guiou para dentro da casa de jogos. Havia poucas pessoas transitando ali e as luzes eram fracas, não correndo o risco de ficarem zonzos ou perdidos. Jungwon estava maravilhado com o que via. Mesas de ping-pong, boliche, fliperamas, uma pequena cesta de basquete, dentre outros jogos.

Algumas crianças corriam por ali, tentando se esconder das outras em uma brincadeira divertida. O ruivo sorriu quando uma garotinha de chiquinhas nos cabelos esbarrou em si e pediu desculpas, envergonhada. Jay também sorriu, rodeando a cintura dele com o braço tatuado.

- Onde estão os outros? - Jungwon perguntou baixinho no ouvido do moreno por conta da música.

Jay sorriu de canto.

- Não estão aqui. Provavelmente já devem estar bêbados em um bar qualquer.

O ruivo franziu o cenho.

- Mas não viam todos pra cá?

- Não. - negou. - Só nós devíamos estar aqui.

- Mas por quê? Você não vai comemorar com o time?

Novamente ele negou.

- Não. Vou comemorar com você, ruivinho. Só nós dois.

Jungwon olhou para o mais velho, surpreso e tocado. Aquele gesto inesperado aqueceu seu coração mais do que qualquer festa ou celebração com os amigos. Ele apertou a mão do moreno e sorriu.

- Você é incrível, sabia? - sussurrou, sentindo-se grato por aquilo.

Era verdade que naquele momento em específico, Jungwon não se sentia bem em sair e se divertir com outras pessoas, ainda mais depois do ocorrido em Daegu. Ficar sozinho com Jay era tudo o que ele queria, mas não seria tão egoísta ao ponto de pedir que ele abrisse mão da comemoração com os garotos do time que também eram seus amigos, para ficar com ele.

Park riu baixinho, inclinando-se para beijar a testa do ruivo.

- Agora eu só quero estar com você, amor. Não importa onde ou como.

- Me sinto um pouco egoísta em querer te ter só pra mim. Mas não me importo.

Novamente o moreno riu, puxando ainda mais o menor pela cintura.

- Então já que você me tem só pra você, o que quer jogar agora?

- Não sei. Talvez boliche?

Jungwon falou sorridente, sentindo-se aconchegado nos braços do moreno. Park assentiu para seu pedido. Os dois caminharam até a pista de boliche, onde os pinos estavam alinhados. Jay pegou uma bola, testando o peso em suas mãos, enquanto o mais novo escolhia outra.

- Vamos lá, ruivinho. Me mostre suas habilidades no boliche - provocou, piscando para o menor.

Jungwon riu, posicionando-se na pista. Iria mostrar para Jay que ele também era muito bom no que fazia, e o boliche costumava ser o seu esporte preferido quando mais novo. Ele sorriu diabolicamente e se concentrou, mirando nos pinos ao final da pista. Com um movimento suave, lançou a bola, vendo-a rolar com precisão. Os pinos se espalharam, e ele comemorou com um pulo e gargalhadas contagiantes.

- Strike! - exclamou, olhando para o moreno que estava boquiaberto.

Então ele o aplaudiu, impressionado.

- Caramba, não imaginei que você fosse tão bom. Estou surpreso.

Jungwon ficou bicudo e cruzou os braços.

- Está dizendo que eu não tenho potencial para ser bom, Park Jong-seong?

O moreno arregalou os olhos, chacoalhando as mãos em frente ao corpo.

- Não foi isso o que disse, gatinho. Calma aí.

O ruivo desmanchou a carranca e gargalhou baixinho.

- Não estou falando sério, Jay. Você leva tudo para o lado pessoal.

- Eu sou sensível, amor.

- Sensível? Uh, acredito muito. Agora vai lá você, quero ver se é melhor que eu. - sorriu, com seu ego inflado.

Park assentiu, sorrindo. Ele pegou outra bola e se preparou. Respirou fundo e se concentrou em seu lance. Ele tinha uma abordagem mais vigorosa, lançando a bola com força, em prol daquilo ser vantajoso. Os pinos se chocaram, mas nem todos caíram. Ele fez uma careta, desgostoso. O ruivo sorriu.

- Quase lá! Você é bom nisso também. Mas não melhor que eu.

Agora, quem ficou emburrado fora o moreno, e ele não parecia fingir.

- Vai ficar tirando uma com a minha cara porque não sou bom no boliche?

- Não, Jay. Você é bom sim.

Ele não estava convencido. Apontou para o lado esquerdo.

- Vamos ver quem faz mais cestas.

- Ah, não. Isso não é justo!

Jay sorriu perverso.

- E por que não, gatinho?

- Jun, nós estamos aqui para comemorar a sua vitória no jogo de basquete e você quer apostar quem faz mais cestas? Está óbvio quem vai ganhar, não é? Você praticamente já nasceu jogando!

O moreno sorriu lânguido, achando adorável toda aquela birra do ruivo só porque não queria perder.

- Vamos lá, amor. Eu prometo não pegar tão pesado.

- Promete mesmo?

- Prometo.

- Então vamos. Mas não ria de mim quando eu perder.

O mais alto negou com a cabeça e ambos seguiram até a cesta de basquete. Por sorte, não tinha fila.

O ruivo sorriu, empolgado. Ele pegou uma bola e de cara, Jay percebeu que o seu modo de segurá-la estava completamente errado, mas ele não falou nada. Não se atreveria a interferir na felicidade de seu garoto. O menor estava determinado a provar que, mesmo não sendo um jogador nato como o moreno, ele poderia se sair bem no desafio.

Os dois se posicionaram diante da cesta, Park ficou ao lado do ruivo, o permitindo ir primeiro. O mais novo ficou ainda mais empenhado em dar o seu melhor e ajustou a bola de basquete em suas mãos, pronto para lançá-la.

- Vamos lá, ruivinho. Quero ver se é tão bom quanto no boliche. - o moreno voltou a provocá-lo, balançando outra bola em suas mãos.

Jungwon respirou fundo, focando na cesta à sua frente. Ele mirou, calculando a força e a trajetória do arremesso. Com um movimento fluido, lançou a bola. Ela voou pelo ar e... acertou o aro, quicando para fora.

- Poxa, bebê. Essa foi quase - exclamou Jay, rindo. - Você está indo bem.

O ruivo fez uma careta, pegando outra bola. Dessa vez estava ainda mais determinado a acertar. Então, concentrou-se novamente, visualizando o movimento, e lançou a bola com mais força. Com sorte, a bola passou direto pela cesta, e ele comemorou.

- Dois pontos! - gritou, olhando para o garoto ao seu lado, feliz como nunca. - Nossa, eu estou mesmo enferrujado. A última vez que joguei com seus irmãos até que fiz uma boa pontuação.

O moreno riu, se preparando para lançar sua própria bola. Sorriu ladino, com seu jeito confiante de jogar. Mesmo em uma brincadeira boba como aquela, se sentia como se estivesse em uma quadra, no meio de um jogo. A bola saiu de suas mãos com precisão, acertando a cesta em cheio.

- Quatro pontos! - anunciou, piscando para o ruivinho.

O menor revirou os olhos, mas não desistiu. Ele pegou outra bola e passou na frente do moreno. Se preparou e lançou novamente, acertando outra vez o aro. Jay debochou.

Cansado de perder, Jungwon cruzou os braços e olhou para o mais velho.

- Você é realmente bom nisso, Jay. Eu desisto.

- Desiste não, bebê.

- Eu cansei. Quero jogar outra coisa.

- Ping-pong, talvez?

O ruivo assentiu e pegou a mão do moreno na sua, o guiando até uma das várias mesas de ping-pong. A música que tocava agora tinha uma batida mais eletrônica e animada.

Ambos chegaram à mesa de ping-pong, onde a raquete e a bolinha estavam prontas para o próximo desafio. A música eletrônica pulsava no ambiente, causando uma energia contagiante.

- Está pronto para perder dessa vez, Park Jong-seong? - provocou o ruivo, pegando uma das raquetes.

Jay riu, pegando a outra raquete.

- Veremos, Yang Jungwon. Mas desta vez, vou pegar leve com você.

- Uh, você prometeu mão me humilhar no basquete.

O moreno gargalhou baixinho, fazendo uma caretinha para zombar do menor.

Os dois se posicionaram em lados opostos da mesa, e Jungwon serviu a bolinha. Ela quicou na mesa, e Jay rebateu com facilidade. A partida começou, e eles trocaram golpes rápidos, a bolinha voando de um lado para o outro.

O mais novo estava determinado a vencer, mas Park era ágil e habilidoso, parecia que ele era bom em tudo o que fazia. A competição era acirrada, e eles riam a cada ponto marcado. A música animada parecia sincronizada com o ritmo do jogo.

- Como você consegue ser bom em tudo? - Jungwon perguntou, focando na bolinha. - Eu não vou desistir.

O moreno sorriu, seus olhos fixos nos do menor depois da bolinha voar longe para alguma direção.

- Eu adoro quando você fica teimoso, ruivinho.

- Não estou sendo teimoso.

- Está sim.

Park jogou outra bolinha que saiu quicando pela mesa e uma nova partida de se iniciou.

- Se continuar insistindo nisso eu vou embora e te deixo aqui sozinho. - rebateu, batendo a raquete na bolinha.

- Você não se atreveria a isso, meu amor.

- Não duvide de mim, Park Jay!

- Por que está me chamando por meu nome completo? Não estou gostando disso.

O ruivo o ignorou, fazendo birra. Park sorriu.

Os dois continuaram a jogar, a bolinha ia de um lado para o outro com rapidez, sem descanso. A competição entre eles era intensa, mas também cheia de diversão. Jungwon estava focado e tentando não desistir, mesmo que Jay fosse habilidoso em tudo o que fazia.

- Você é muito bom! - Ele rugiu, desviando da bolinha que quicou na mesa e quase o acertou. - Você deveria facilitar pra mim!

Irritado, lançou a raquete em cima da mesa.

Park sorriu, também deixando sua raquete na mesa. Ele estava claramente se divertindo com a teimosia do ruivo.

- Não vai mais jogar, bebê?

- Não! Não quero mais!

- Ah, mais você não falou que não iria desistir?

- Falei! Mas acabei de desfalar!

- Desfalar? - sorriu.

Jungwon não respondeu.

- Tudo bem. Quer jogar outra coisa ou já está cansado de perder? - provocou.

- Vamos para o fliperama! Dessa vez eu vou te derrotar. Sou muito bom nesses joguinhos.

Jay gargalhou, assentindo e indo até ele. Rodeou sua cintura e o beijou com ternura, as luzes fluorescentes e a batida animada da música contemplando o momento.

- Eu também adoro quando você fica todo confiante assim. - falou ao finalizar o beijo. - É uma das coisas que mais amo em você.

- Para. Assim você vai me deixar tímido. - falou, corando.

- Mais é verdade, amor. Eu amo te ver assim.

O ruivo sorriu, espalmando as mãos no peitoral do mais alto.

- Então tentarei ser confiante mais vezes. - Agora vamos para os fliperamas. Eu ainda preciso acabar com você.

Park concordou e os dois seguiram até os fliperamas que estavam um pouco mais afastados.

No caminho, o moreno apertou ainda mais os braços em volta do ruivo ao ver dois caras que estavam nos fliperamas, o encarando por tempo demais. Ele não queria ter ciúmes justo naquele momento, mas não podia se conter. Sorrindo diabolicamente em seus pensamentos, aproximou os lábios finos do ouvido do menor e sussurrou:

- Sabe o que faz você acabar comigo, gatinho? - soprou um arzinho quente quando disse.

Jungwon se arrepiou por completo.

- Não. - quase fraquejou.

- A sua sentada. - falou roucamente, lambendo a pontinha da orelha dele. - Porra, isso sim acaba comigo de jeito.

O ruivo corou.

Park sentiu seu rosto e pescoço quentes. A expressão que ele fez ao ouvir tal confissão fora impagável, e por mais que os caras não pudessem ver seu rosto vermelho por conta das luzes, ou ouvir o suspiro baixinho que ele deixou, ambos viram a sua expressão desconcertada e aquilo foi o suficiente para fazê-los desviar o olhar. Jay sorriu vitorioso.

O momento foi tão ofuscante para o ruivo, que ele sequer percebeu quando já haviam chegado aos fliperamas. Os dois garotos que antes secavam o menor com tanto desejo, novamente o encararam, o que fez o moreno bufar irritado e só ficou ainda mais possesso quando o seu ruivinho sorriu educadamente para os dois ao perceber que estava sendo observado. Park fechou a cara.

- Amor, por que você está com essa carinha? - Jungwon o perguntou.

Ao ser chamado daquela forma, toda a sua carranca desapareceu, e ficou ainda mais feliz ao ver que os caras desviaram o olhar outra vez ao também ouvirem a forma carinhosa que o ruivo se referiu a si.

- Não é nada, gatinho. - piscou pra ele. - Vamos começar?

Ele assentiu, animado.

A área repleta de máquinas de jogos, piscavam, convidando-os para uma nova aventura eletrônica. O menor estava bem mais ansioso que nos jogos anteriores. Ele adorava fliperamas e tinha uma habilidade especial para os jogos clássicos. Seu olhar se fixou em uma máquina de dança, com setas coloridas no chão. Sorriu ao ver ali a sua oportunidade de acabar com o mais velho. Ele apontou para ela, chamando a atenção de seu alvo.

- Vamos começar por aqui! - disse, já se movimentando em direção à máquina.

Jay o seguiu.

- Isso sim é trapaça, bebê. Eu sou péssimo com dança.

Jungwon piscou para ele, colocando-se na posição de jogador.

- Não posso fazer muita coisa, Jun. Talvez apenas te humilhar.

O moreno o encarou, perplexo.

O ruivinho sorriu safado e tornou a olhar à máquina. A música eletrônica pulsava, e ele se concentrou nas setas que apareciam na tela. Seus pés se moviam com agilidade, acertando todos os passos no ritmo da batida.

Jay observava, impressionado. Jungwon estava em seu elemento, e o fliperama parecia ser o cenário perfeito para aquele momento. Os outros jogadores ao redor também olhavam, curiosos.

O ruivo permaneceu ali por mais alguns minutos, e quando a máquina apitou indicando que ele havia vencido o jogo, finalmente desceu dela e saltou em pelinhos comemorativos. Jay sorriu de sua empolgação.

- Você foi lindo, gatinho.

Ele se aproximou, selando os lábios cheinhos em uma beijo apaixonado. No meio do ósculo, abriu os olhos a tempo de ver outra vez os dois garotos observando-os. Ao perceber que foram pegos no flagra mais um vez, desviaram seus olhos. Jay fechou os seus, concentrando-se em beijar os lábios macios do ruivo.

Ao se separarem, ambos sorriam.

- Vamos sentar? Estou cansado. - Jungwon perguntou.

Park assentiu e o levou dali, caminhando em passos sincronizados até um sofá vermelho próximo a pista de boliche. Eles se acomodaram no sofá macio, ainda ofegantes e elétricos após uma noite cheia de diversão. O ambiente estava bem mais aconchegante, com as luzes suaves da sala de jogos ainda dançado pelo lugar.

O ruivo se aninhou nos braços do moreno, sentindo o calor do corpo dele. Ele apoiou a cabeça no ombro do mais alto, e Jay envolveu-o com carinho. Por alguns minutos ficaram ali, apenas aproveitando o momento bom que eles finalmente estavam tendo após a viagem cansativa que tiveram.

Eles se divertiram tanto ali, que ao menos notaram as horas se passando. Park olhou o rolex em seu pulso e já se aproximavam das vinte e duas. Ele sorriu ao constatar que naquele horário sua mãe e irmãos não estariam mais em casa. Já Jungwon suspirou nos braços dele, com o pensamento que aquela comemoração fora, sem sobras de dívidas, a melhor que ele já pode participar.

- Você é incrível, sabia? - sussurrou, olhando para o rosto sereno de Jay. - Essa noite foi perfeita. Obrigado.

O mais velho sorriu, acariciando os cabelos de fogo. O som da música ainda ecoava em seus ouvidos, mas agora era como uma melodia suave, acompanhando o momento íntimo entre eles.

- Que bom que gostou, meu amor. - segurou o rosto do ruivo, olhando profundamente em seus olhos. - Eu amei passar esse tempo contigo.

Jungwon sentiu o coração se aquecer. As mãos de Jay eram firmes e gentis, e ele se inclinou para um beijo suave. Os lábios se encontraram, e o mundo lá fora parecia desaparecer. Sempre era assim.

Ambos ficaram ali, abraçados e trocando carícias, compartilhando do silêncio que dizia mais do que qualquer palavra. O sofá vermelho era o cenário perfeito para aquele momento, e Jungwon soube que estava exatamente onde queria estar. Os pensamentos que teve no início da noite se perderam em sua memória e naquele momento ele sabia que não seria Jaewon ou qualquer outro que estragaria a sua felicidade de estar com quem ama.

- Estou com sono. - Jungwon murmurou, se aconchegando ainda mais nos braços quentes de Park

Jay ficou tenso.

- Você não pode dormir agora, bebê.

- Por que não? - perguntou, já fechando os olhos.

O moreno se calou, sem saber o que dizer. Certo, Jungwon já sabia que seria pedido em namoro naquela noite, dado que não é de hoje que Jay o dizia sobre. Mas Park não conseguia dizer que ele não poderia dormir agora porque em sua casa, havia uma surpresa o esperando. Desesperado, falou a primeira coisa que veio a mente:

- Porque você precisa beber os drinks daqui. São uma delícia. Eu vou buscar um pra gente.

Antes que Jungwon pudesse contestar, ele se levantou com cuidado para não machucá-lo e seguiu caminho até um barzinho próximo dali. Não demorou muito e ele já estava de volta com duas taças nas mãos.

- Acabei saindo com muita pressa e não perguntei qual sabor você queria então trouxe de laranja. Gosta?

Entregou a taça ao ruivo.

- Gosto. Obrigado.

O moreno voltou a se acomodar no sofá, ao lado do menor. A música suave da casa de jogos ainda ecoava, e agora eles tinham bebidas nas mãos.

Jungwon segurava seu drink de laranja, a cor vibrante combinando com seu cabelo ruivo. Ele deu um gole, sentindo o frescor da fruta em sua língua. O sabor cítrico era revigorante. Jay, por outro lado, tinha um drink de limão que se assemelhava a uma limonada sem graça. Ele fez uma careta ao experimentar o primeiro gole.

- Por que não tem álcool aqui? - reclamou, olhando para o ruivinho com os lábios franzidos.

Jungwon riu, tocando a taça de Jay com a sua.

- Porque queríamos uma noite diferente, lembra? Sem os amigos, sem festa, sem bebidas alcoólicas, Só nós dois. - sorriu ao brindar. - E você deveria saber que não tem álcool, não é?

Não, ele não sabia. Ao menos sabia se ali tinha bebida ou não, aquilo fora apenas uma desculpa esfarrapada para espantar o sono do menor e assim como ele, era a primeira vez que ia ali. Suspirou em alivio assim que encontrou as bebidas. Ainda assim bufou, mas não parecia realmente chateado. Ele se inclinou para beijar a bochecha de Jungwon.

- Você tem razão. Nada de álcool, festas ou amigos. Apenas nós dois.

O ruivinho concordou, colocando a taça já vazia na mesinha de centro e olhou para o garoto ao seu lado com um sorriso travesso.

- Sabe o que eu realmente queria agora? Um bom hambúrguer do McDonald's.

Jay arqueou a sobrancelha.

- Sério? A essa hora?

Jungwon assentiu.

- Sim, estou faminto. E você sabe que o McDonald's sempre tem o que eu preciso.

O moreno riu, se levantando do sofá

- Tudo bem, ruivinho. Vamos matar essa fome. Você escolhe o que quer. Eu pago.

Jungwon concordou, sem querer discutir sobre o moreno querer pagar por seu hambúrguer.

Os dois saíram da casa de jogos e desceram a calçada, indo até o carro estacionado no meio fio. Jay abriu a porta do Civic preto, e Jungwon entrou. O motor roncou quando Park deu partida, e eles saíram pelas ruas frias de Busan.

O menor olhou para o moreno ao seu lado, sentindo-se grato por aquela noite.

Jay continuou dirigindo pelas ruas iluminadas, o som suave da música no rádio preenchendo o espaço entre eles. O cheiro de hambúrgueres e batatas fritas invadiu o carro quando eles se aproximaram do drive-thru do McDonald's. O horário de voltar para casa estava se aproximando e Park não queria demorar ainda mais o pedido.

- O que vai querer, amor? - o moreno perguntou, olhando para o menu luminoso.

Jungwon sorriu, pensando nas opções. Ele gostava do clássico Big Mac, mas hoje estava com vontade de algo diferente.

- Vou querer um X-Tudo de pernil, por favor. - pediu para a atendente. - E uma porção de batatas fritas grande.

- Irei querer o mesmo que ele. E duas Coca-Colas de um litro.

A mulher assentiu e fez o pedido. Enquanto esperavam na fila, Jungwon olhou para o lado de fora. Quando receberam o que pediram, Jungwon pegou a sua porção e deu um sorriso. Jay pagou e deu partida no carro.

- Isso é muito, Jay. - analisou a comida. - O quanto de caloria tem nisso.

- Esqueça as calorias por hoje, meu bem.

Jay piscou para ele.

O ruivo então assentiu e passou a comer.

O mais velho estacionou em um lugar mais apropriado e também começou a comer de sua comida. Quando ambos finalizaram, Jay deu partida em direção a sua casa. Jungwon já estava ciente que passaria a noite com o moreno. Park suspirou ao que se aproximava cada vez mais, o momento mais esperado por si estava chegando.

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